Cícero Mota – Maculê (1993)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Putz, que friozinho safado está lá fora. Ta bom é para esquentar o peito com um conhaque e é isso que eu vou fazer daqui a pouco. Afinal, hoje é sexta-feira! Antes, porém, deixo aqui o disco do dia. Para não perdermos o costume, vamos com um álbum independente.

Apresento, o mineiro de Uberlândia, o compositor, cantor e violonista Cícero Mota. Descobri este artista não faz muito tempo, embora ele já esteja na estrada há um bom tempo. Fiquei realmente impressionado com a qualidade do seu trabalho. Sem querer fazer comparações, o que aliás não tem nada a ver, mas o seu jeito de cantar e sua musicalidade me fez lembrar o Edu Lobo. Já gostei de cara. Mas o talento de Cícero e suas músicas seguem um caminho próprio. Vamos perceber isso neste “Macule”, que foi o seu primeiro disco, lançado em 1993. Ao que tudo indica, ele continua em Uberlândia trabalhando como professor de violão. Para saber mais sobre o artista, sugiro que vocês conheçam o seu site. Vale a pena conhecer este artista. Eu recomendo 😉

maculê

mundo de estrelas

no meio do mar

blues de viés

cafuné

zig-zag

alvorada

voz de negro

 

Maria Rita Stumpf – Brasileira (1988)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje é sexta feira dia em que geralmente sempre adoto para postar artistas e suas produções independentes. De uns tempos para cá isso deixou de ser regra, mas continua valendo nas eventualidades, já que poucos são os artistas independentes que vem nos procurando atualmente. Assim sendo, vamos na sequência com um disco independente, raro e dos mais interessantes. Temos aqui a cantora e compositora gaúcha Maria Rita Stumpf, um nome talvez pouco conhecido, mas que na década de 80 chegou a ser cotada como uma das grandes revelações, concorrendo ao III Prêmio Sharp, ao lado de Marisa Monte, que foi quem levou a melhor. Certamente, Maria Rita só não faturou o prêmio devido ao apelo comercial por trás da outra cantora. Maria Rita é mais que uma simples cantora. Ela é também uma compositora, tendo lá um talento que vai além do popular. Sua musicalidade e sua arte expressam qualidade e refinamento, coisa, obviamente, para poucos. Talvez por isso mesmo é que ela acabou ficando meio esquecida, ou melhor dizendo, limitada a um público muito específico. Gravou também um outro disco raro de achar, chamado “Mapa das Nuvens”, mas depois sumiu da cena fonográfica. Pelo que sei, ela acabou se enveredando para o trabalho de produção cultural, criou uma produtora chamada Antares e passou a promover eventos com artistas renomados, trazendo ao Brasil espetáculos como “Zorba, O Grego”, “Lês Ballets Jazz de Montreal”, Orquestra de Câmara da Hungria, o flautista Jean Pierre Rampal e muitas outras atrações cênicomusicais.

“Brasileira” é o nome deste seu primeiro álbum, gravado no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em 1987, sendo lançado no ano seguinte. Neste trabalho de estréia Maria Rita contou com a ajuda e participação de Luiz Eça, que havia sido seu professor e chegou inclusive a se apresentar com ela em show. Estão presentes também no disco o músico e maestro gaúcho Ricardo Bordini e outro, o mineiro Marco Antonio Guimarães com o seu até então pouco conhecido grupo Uakti. Todas as músicas são de autoria de Maria Rita, exceto “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues e “Lamento Africano”, um canto tradicional angolano. Como já dizia o Caetano Veloso em seu “Araçá Azul”: um disco para entendidos!

cântico brasileiro nº 3 (kamaiurá)

felicidade

cântico brasileiro nº 6 (temporã)

canção da garoa (poesia de Mario Quintana)

lamento africano / rictus

a cidade

relhaços

trilhas

melodia de veludo

canção de barco e de olvido (poesia de Mario Quintana)

o amor

 

Beach Comberes – Ninguém Segura Os Beach Combers (2012)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos, ocultos e associados! Encerrando a semana, vou agora botar lenha na fogueira, engrossar mais o caldo e fazer valer a sexta feira. Vamos hoje com os Beach Combers, um super ‘power trio’ carioca de ‘Beat Music’, que é o termo mais indicado para uma banda que passeia como poucas pelos diferentes gêneros do rock, como o surf, o psicodélico, garagem e instrumental retrô.
Formado por Bernar Gomma na guitarra, Gustavo (Guzz The Fuzz) no baixo e Lucas Leão na batera, os caras dão um show de competência. Eu confesso que fiquei impressionado com o nível dessa moçada. Sem querer puxar o saco, achei o disco todo bom. Não há uma faixa a qual a gente deixa de ouvir. Quem gosta de rock, não tem como não apreciar o trabalho. À propósito, “Ninguém segura os Beach Combers” foi lançado apenas em vinil. Um luxo para poucos, aqueles que sabem como é bom curtir um som de um toca discos. Gostei tanto deste álbum que até entrei numa de promovê-los entre os amigos e lá na Feira do Vinil, onde vendi alguns exemplares. O que faz essa banda ter um disco tão bancana é uma certa lineariedade entre as faixas, o fato de ser totalmente rock básico e instrumental, que agrada o papai e o filhinho (aqui em casa foi assim, hehehe…)
Os Beach Combers estão com a bola toda. Onde quer que eles se apresentem, fazem um sucesso danado. Por isso, escutem este ‘web album’, comprem o lp e passando pela sua cidade, não deixe de conferir o show. Dizem que ao vivo os caras são ainda melhores 🙂
Quem estiver interessado na compra do lp, pode fazer contato… (eu recomendo!)

ninguém segura os beach combers
a lenda do funcionário fantasma
mesa de bar (onde tudo acontece)
bote da cobra
garota honky tonk
me perdi na rua augusta
beach combers
eu não estou dentro do seu corpo
psychofuzz pt I
psychofuzz pt II

Aum Soham (2009)

Boa noite, meus prezados! Inicialmente, quero avisar a todos que a versão Toque Musical pelo WordPress está agora fechada ao público. Achei melhor fazer dessa forma, evitando deixar os desatentos ainda mais confusos. Tínhamos, até então, quatro versões do TM na rede. Uma fartura que tem lá suas razões. Porém, em julho, faremos uma pausa para as férias e também para as mudanças definitivas, como eu já havia comentando aqui. Completando 5 anos de atuação, o Toque Musical passará a ter o seu espaço próprio, sem mais sofrer ameaças de cortes como várias vezes já ocorreu. Continuaremos mantendo a mesma política de acesso, através do GTM. Fiquem ligados, leiam os toques para não se perderem.
Dando sequência à essa semana do alternativo independente, vamos com mais um artista que merece ser ouvido com outros olhos. Apresento a vocês Aum Soham, artista mineiro com uma formação multifacetada em artes plásticas, dança, literatura, fotografia e música. Sua atuação na música começa a partir dos anos 80, em São Paulo, na efervecência da chamada “Vanguarda Paulista”. Seu trabalho se iniciou no uso da tecnologia aplicada à música, explorando diferentes recursos vocais numa estética não muito convencional. Nessa época, se apresentou em diversos espaços culturais de Sampa, Como no Teatro Lira Paulistana, Sesc Anchieta, Centro Cultural de SP, entre outros…
Repleto de experimentalismo vocais e inovações sonoras, o EP “Aum Soham” nos apresenta um mix de elementos eletrônicos e acústicos em composições onde a voz transmutada e em incontáveis sonoridades e ruidos, alcança uma nova característica, com resultados surpreendentes. “É incrível perceber, por exemplo, que os sons de água pingando numa suposta caverna, no final da faixa “Douan”, tenha sido  produzido pelo artista, apenas com ruídos de saliva, respiração e estalos de língua”
“Aum Soham” foi lançado primeiro no mercado americano, em 2008 e posteriormente em São Paulo e Belo Horizonte. Aqui vamos encontrar duas músicas, “Cânticos” e “Douan” e suas versões remixadas. Incluí também, em forma de bônus, uma nova versão de “Canticos”, feita pelo artista para um clipe com imagens de filmes do Zeitgeist. Quem quiser conferir, é só dar um toque. Tá na mão, tá no GTM 🙂

cântico (original remix)
douan (original remix)
douan
cântico
cântico (remix zeitgeist movie)

Eletrotauro (2007)

Boa noite, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados! Aqui vou eu trazendo mais uma dose de música para se ouvir com outros olhos. Desta vez eu apresento o “Eletrotauro”, um projeto também criado por um músico e artista visual, o mineiro Sandro Medeiros. Segundo o artista, o Eletrotauro é um SER (Som Eletro Regional). Por aí já deu para se ter uma ideia do que vamos encontrar. Uma música que mistura elementos rítmicos extraídos da cultura  regional e popular brasileira com batidas eletrônicas, samplers e outros efeitos sonoros. Para conhecer melhor o trabalho deste artista, convido vocês a conhecerem também o site. Vão daí que eu vou de cá…

cosmofulia
passaraí
curral bit
pindorama
erectai
psicosonoro
11 de setembro
o levante
dita mole
no ar
pro boi sambar
s.e.r. (sincretismo eletro regional)

Objeto Amarelo – Deus Da Pedrada (2003)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Depois de haver postado “O Ápice” do Vzyadoq Moe, não resisti a tentação de fazer desta uma semana diferente, trazendo para o Toque Musical um pouco mais do experimentalismo, alternativo e porque não dizer, conceitual (humm…)
Vamos hoje conhecer, ou dar mais vazão, a um projeto criado no final dos anos 90 pelo músico e artista visual paulistano, Carlos Issa – o “Objeto Amarelo”. Há tempos atrás, quando este cd caiu nas minha mãos eu não dei muita bola, achando-o uma coisa meio tosca, artesanal e de um conteúdo até então duvidoso, visto que naquela época eu não encontrei nenhuma informação sobre quem era e o que era exatamente o Objeto Amarelo. Foi preciso que o seu autor se manifestasse através da criação de um site e seu trabalho ganhasse um maior espaço na mídia e consequentemente territorial, atingido um público além da capital paulista. Hoje a coisa está um pouco mais clara e eu já consigo ouvir esse trabalho com outros olhos. “Deus da Pedrada” é um híbrido conceitual. Como música nos traz em seu experimentalismo um misto de pop, punk, rock, industrial, eletrônico e sei lá mais o quê… Literalmente, um objeto sonoro e porque não dizer, um objeto de arte. A primeira série deste trabalho, lançada em 2003, era realmente um objeto de arte, com direito a numeração (o meu é o 087!). Cd artesanal, tosco (sem dúvidas), gravado e produzido em casa pelo próprio artista, porém com um conceito que envolve não apenas a música, mas também o seu suporte, o cd com sua  forma bem peculiar de apresentação. Realmente um objeto (amarelo) de arte, que alguns anos depois viria a ser relançado pela Tratore Records. Obviamente, já nesta segunda leva, o trabalho adquiri uma identidade mais comercial, de disco simplesmente.
“Deus da pedrada” não foi a primeira e nem seria a última empreitada artística sonoroa de Carlos Issa. Antes deste cd o projeto “Objeto Amarelo” já existia através de outros dois lançamentos anteriores e seguiu posteriormente com outros lançamentos, sendo o último um cd gravado em 2009. No disco virtual desta postagem eu incluí também uma música bônus e três clips, afinal aqui no TM tem que ter um algo mais, não é mesmo?
Melhor do que eu ficar aqui tentando explicar o trabalho do cara é dar a dica da fonte, ou seja, para saber melhor sobre o Carlos Issa e seu Objeto Amarelo, visite o site.

tonta maria morta
deus da pedrada
disco
eu governo o ar
tundra
astronomy domine cavalo
pogo em poa
a draga que vem
coisa zen (bonus)

Clóvis Maciel – Sagrada Estrada (1985)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Eu estava temeroso de que hoje não fosse encontrar aqui o nosso Toque Musical. Como disse, há um mês atrás, havia eu recebido uma mensagem do Blogger, dizendo que a partir de junho eu precisaria completar o meu cadastro, informando a eles alguns dados pessoais, além de endereço. Como eu sou um nômade e rebelde, além de já ter criado essa áurea de mistério em torno da minha figura (ou da figura do Augusto TM), dificilmente pensaria em me expor mais do que já fiz. Não se trata de receio, ou temor punitivo, bem porque, punição maior já me fizeram, desestabilizando o nome do Toque Musical. Mesmo assim, queimado e em cinzas, como a Fenix, o TM sempre irá ressuscitar, aqui ou em outro lugar (putz, até rimou!). O certo é que até o momento ainda estamos por aqui e vamos mandando ver… e ouvir, claro! Nosso porto seguro, ou nosso ponto de resistência é o GTM. Por isso, quem ainda não se associou, é bom fazê-lo! Bem porque, independente das investidas do Blogger e outros possíveis sensores, já estou preparando uma nova e definitiva casa para o Toque Musical.
Bom, agora falando do disco do dia, hoje temos um artista independente. Apresento a vocês o cantor e compositor mineiro, Clóvis Maciel, um nome que anda sumido aqui pelas ‘Geraes’. Vindo lá da região de Baependi, sul de Minas, Clóvis veio se destacando no início dos anos 80, quando participou de diversos festivais e em discos com outros artistas, com o Dércio Marques e Saulo Laranjeira. Em 1985 ele lançou este que foi o seu primeiro trabalho solo, “Sagrada Estrada”, álbum gravado no estúdio da Bemol, em Belo Horizonte. No repertório iremos encontrar composições próprias, parcerias e também de outros autores. Aqui ele também grava “Segredos Vegetais”, de Dércio Marques. Um bonito trabalho de estréia. Sei que Clóvis, depois deste disco partiu para novos vôos, indo morar no Rio e em São Paulo, gravou outros discos, mas eu ainda não tive a oportunidade de ouvi-los. Quem sabe uma hora dessas o nosso artista aparece por aqui e nos envia seus outros trabalhos, não é mesmo? 🙂

vinheta
segredos vegetais
fazenda
lua quebrada
julgamento
notícias populares
cavleiros da terra azul
em trilhos
partilha
samambaia
do amor

José Festa E Chorões Da Paulicéia (1976)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Meu sábado também está sendo corrido, daí, só agora achei um momento para nossa postagem. Eu havia trocado a sexta pelo sábado e vice versa. Hoje então teremos um independente. Vamos com o trombonista José Festa e Os Chorões da Paulicéia, no disco “Festival de Trombone”, lançado em 1976 por um selo independente e distribuído pela gravadora e editora Crazy, de São Paulo. José Festa e os Chorões da Paulicéia nos trazem um álbum da melhor qualidade. São dez choros, quase todos de autoria de José Festa, onde o trombone, um instrumento singular no choro, principalmente como solista, dá ao gênero um sabor diferente e muito agradável. José Festa é um nome conhecido, mas entre os entendidos de chorinho. Infelizmente, pela rede, não achei muita coisa a seu respeito. Como sempre tenho feito, deixo aqui aberto o comentário para quem quiser e puder nos dar mais informações sobre o artista. Uma coisa eu garanto, um disco de choro da melhor qualidade! Confiram…

ele e ela
boi garantido
baloi em sete cordas
um choro no espanha
candangos de brasília
dito aleixo, minha saudade
felicidade
primeira em fá maior
chorando por alguem
cuidado com ele

Rossine Ferreira – Choros Romanticos (1985)

Boa noite a todos! Chegamos a mais uma sexta feira, dia nacional da cerveja! Eu, daqui a pouco, vou também tomar uma para rebater o frio que vem chegando sorrateiro. A turma já está lá esperando e eu não posso e nem quero demorar. Vai aqui então o nosso albinho independente da sexta.
Temos aqui o pernambucano, Rossine Ferreira, um dos grandes bandolinistas brasileiros. Atuou ao lado de Jacob do Bandolim, de quem era muito amigo. Foi integrante do grupo “Amigos do Choro” com o qual fez inúmeras apresentações. Compositor, autor de diversos choros premiados em festivais nos anos 70 e 80.
“Choros Românticos” foi uma produção independente, do próprio Rossine, lançado possivelmente em 1985. Aqui vamos encontrar quinze músicas, basicamente todas chorinhos, compostas e executadas pelo próprio artista. Uma coisa que sempre me chama a atenção no chorinho é o nome das músicas, singulares…
chorando com wilson maria
lúcia baptista
romantico
no meu tempo era assim
poesias do aldemar
josete
novos rumos
drmenna
fascinante
samira
foi um sonho
tristezas de um carnaval
só nós dois
um alô para o six
raio de sol

Tim Maia – Racional Vol. 1 (1975)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! Hoje eu acordei meio que com vontade de ouvir o ‘swing’ do Tim Maia, mais especificamente a música “Rational Culture”. Independente de qualquer que seja a mensagem, o instrumental deste disco é ótimo. Ninguém melhor que o Tim Maia para assimilar a ‘black music’ americana e neste lp ele está impecável, tanto na na criação musical quanto na interpretação. Nesta fase de sua vida artística, enveredou-se para o lado da doutrina filosófica-religiosa, Cultura Racional. Lançou de maneira independente dois discos cuja a temática era toda voltada para as questões ligadas a doutrina do ‘homem do outro mundo’, Manuel Jacinto Coelho, fundador da Cultura Racional. Esta foi uma fase de auto recuperação do Tim. O cara se encantou com a filosofia Racional, deixando de lado aquela vida mundana de artista perdido na noite. Largou a bebida e outras drogas. De branco agora, só as suas vestimentas que passou a usar, em nome da ‘nova ordem’. Muitos de seus fãs passaram a vê-lo com descrédito e até mesmo os meios de comunicação, como rádio e tv. Se por um lado o Tim Maia estava parecendo um fanático religioso, com suas músicas voltadas inteiramente para o doutrinamento, por outra, foi a fase onde ele conseguiu fazer sua melhor ‘black music’. Longe das drogas, com a cabeça mais leve e mais sereno, ele estava cantando muito melhor. Pessoalmente, vejo, nesse sentido, um retorno aos bons tempos, uma pegada funk que nenhum outro artista nacional, metido a besta, conseguiu. Este volume 1 eu gosto mais do que o 2 (e o três). Aliás, “Rational Culture” já vale o disco. Grande Tim Maia! Figuraça!

imunização racional (que beleza)
o grão mestre varonil
bom senso
energia racional
leia o livro universo em desencanto
contato com o mundo racional
universo em desencanto
you don’t know what i know
rational culture

Caetano Veloso E Fagner – Tom Jobim E João Bosco – Disco De Bolso (1972) REPOST

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ontem eu fiquei tão animado com a coletânea de compactos e achei por bem manter ‘o clima’ também no domingo. Desta vez não se trata de coletânea, mas sim dos dois compactos da série “Disco de Bolso”. Para os que não sabem, o projeto “Disco de Bolso” foi idealizado por Sérgio Ricardo e o pessoal do jornal O Pasquim em 1972. Era uma espécie de revista, com suas folhas em papel jornal, trazendo em seu interior um disco compacto. Neste disco vinham apenas duas músicas, de um lado um artista celebrado e do outro um novato. A ideia, segundo o Sérgio Ricardo, partiu da necessidade de sair de um esquema montado pelo ‘Sistema de Comunicações’, o controle e imposição da televisão. Apenas quem fazia sucesso em festival é que acontecia. Isso, para não falar da mediocridade reinante na indústria fonográfica, apresentando apenas aquilo que fosse realmente vendável. Foi então lançado o primeiro número, trazendo no compacto Tom Jobim e o até então desconhecido João Bosco. Tom apresenta, em primeira mão, a sua recente e inédita criação, “Águas de Março”. João Bosco, o estreante, vem com “Agnus Sei”, despertando a atenção de todos (esse tem futuro!). O segundo disco da série não foi muito diferente do primeiro. De um lado Caetano Veloso canta (ao vivo) “A volta da Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. Do outro lado, outro desconhecido até então, Raimundo Fagner. Aqui ele canta uma versão solo de “Mucuripe”, composição sua em parceria com Belchior. A série “Disco de Bolso” ficou mesmo só nesses dois números. O terceiro volume seria (e já estava pronto) Geraldo Vandré e Elomar. O quarto Egberto Gismonti e Geraldo Vandré. Até o quinto já estava planejado, Gilberto Gil e Alceu Valença. Acabaram não vingando por diferentes motivos, mas principalmente por conta da repressão do Governo da época, que via naquele projeto algo bem mais que musical ou artístico. Tendo Sérgio Ricardo e o Pasquim como mentores, tudo isso já era previsível. Em menos de um ano os milicos deram fim ao que podia ter sido uma belíssima coleção.
disco 1
tom jobim – águas de março
joão bosco – agnus sei
disco 2
caetano veloso – a volta da asa branca
fagner – mucuripe

Oswaldo Montenegro – Aldeia Dos Ventos (1987)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e acomodados 🙂 Por enquanto, quase ninguém se manifestou, quanto a tudo o que tenho dito aqui. Está claro que a maioria não perde tempo com leitura, ainda mais se o principal vier de bandeja, por e-mail. Outros, ainda, que estão chegando agora, também não se dão ao trabalho de ler as informações e orientações do blog. Eu, de agora em diante, não vou ficar dando explicações para o que é óbvio e explícito. Quem não se tocar, vai ter que rebolar. Seja feio ou bonito, fraco ou espirituoso, inexpressivo ou insignificante, o que eu escrevo aqui é para ser lido. Quem não se dá ao trabalho da leitura também não merece ser lido (no meu caso, respondido). Pronto, já fiz a ‘pagação’ do dia. Agora vamos à postagem…

Temos aqui o Oswaldo Montenegro estreando em grande estilo em nosso Toque Musical. Curiosamente, eu até então nunca havia postado nada desse artista. E não é por falta de discos ou simpatia pela sua obra, muito pelo contrário. Acho o Oswaldo Montenegro um grande artista e de uma certa forma, meio injustiçado, figurando como uma estrela de segundo plano. Isso talvez me pareça devido ao seu estilo plural. O cara passeia bem por diferentes caminhos, faz uma música que ultrapassa estilos e se coloca bem mais como um compositor do que como intérprete. Acho que isso se deve muito ao fato da sua ‘veia teatral’. Sua música tem sempre algo de cênico e no geral sua estrutura melódica é complexa e de muita qualidade. Isso talvez afaste a sua arte do chamado ‘gênero popular’.
Neste álbum, gravado em 1987, vamos encontrar um pouco de tudo isso que eu falei. “Aldeia dos ventos” foi concebido para ser um musical. Teve além desta, mais duas edições posteriores com capas diferentes. Como se pode ver pela ilustração da capa, participaram da gravação grandes nomes da nossa música, com destaque para Ney Matogrosso, Sivuca, Gonzaguinha, José Alexandre, Antonio Adolfo e Lucinha Lins. Pessoalmente, acho este um dos melhores trabalhos do Oswaldo, o qual eu chamaria de uma espécie de ‘progressivo’. Até na capa a ideia nos remete à um estilo de música ‘viajante’. Mas, peraí… não me entendam mal, não estou me referindo aqui à bandas de rock. Eu viajei foi em outras paradas 😉
a lenda do castelo – ney matogrosso
sempre não é tod dia – zizi possi
canário amarelo – lucinha lins
o desajeitado e feliz – oswaldo montenegro e antonio adolfo
o país dos tristes – josé alexandre
o travesti – oswaldo montenegro e nejandro arbo
simpatia de giz – oswaldo montenegro
o país das atrizes – glória pires
o país da esperança – gonzaguinha
o apís dos apressados – sivuca e oswaldo montenegro
o pais das bruxas – josé alexandre
o país da vaidade – noel devas

Bahia De Todos Os Sambas (197…)

Olá amigos! De volta ao samba, aqui vai nesta sexta feira independente um disquinho raro e dos bons. Produção baiana para divulgar a prata da casa, com a força dos irmãos cariocas. Temos aqui um álbum de samba baiano, lançado, provavelmente, no início da década de 70. Aqui encontramos alguns dos grandes nomes do samba feito na Bahia, em especial, Nelson Rufino e Waldir Lima. São deles a maior parte das músicas, assim como são os próprios que as interpretam. Quando comento a respeito dos ‘irmãos cariocas’, me refiro à participação do Wilson das Neves, Waldir de Paula, As Gatas e até o Raul de Barros. Não sei se essa patota toda é carioca, mas tudo bem… tem ainda o texto na contracapa do Sérgio Cabral avalizando a batucada baiana.

o malho já tilintou – nelson rufino
moro pandeiro de ouro – waldir lima
presente a mão dagua – os dependentes
a vida tem dessas coisas – waldir lima
eu não tenho ninguém – nelson rufino
carnaval especial – waldir lima
veneno – nelson rufino e waldir lima
naná – os dependentes
aruandê – nelson rufino
jorge amado em 4 tempos – os dependentes
deus do sono – waldir lima
azul e branco – luis carlos

Antônio Guimarães – Abrigo (1991)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! Já há algum tempo atrás apareceu aqui no meu prato este disco, muito interessante, produção independente, feita nas Gerais. Gostei do disco logo a primeira vez que ouvi. E não era para menos, afinal trata-se de um álbum cujo os integrantes são artistas de primeiríssima linha, músicos super conceituados que atuam principalmente no cenário da música mineira. Logo na capa, contracapa ou encarte (digo isso porque não sei ao certo se esta é realmente a capa ou o encarte interno do álbum), temos a ficha técnica da turma. Arranjos, direção musical, piano, guitarra, flauta e violão por conta do mestre Mauro Rodrigues; bateria, Lincoln Cheib; saxofone, Chico Amaral; baixo, Ivan Corrêa e percussão, Bill Lucas. A gravação deste álbum independente foi feita por Dirceu Cheib, em seu tradicional Estúdio Bemol. Também não sei bem ao certo, mas creio que este disco foi gravado no início da década de 90. Mauro, Lincoln e Ivan faziam parte de um dos mais importantes grupos instrumentais daquela época, o “Edição Brasileira”. Por aí já dá para se ter uma ideia do que iremos encontrar neste “Abrigo”. Ficou, porém, a grande dúvida: quem é Antônio Guimarães? Taí uma coisa que vergonhosamente eu não saberei responder. Pensei até em ligar para o Mauro Rodrigues, pedindo a ele essas informações. Mas vou deixar em aberto, cutucando e aguçando a curiosidade de quem ler. Logo logo aparece alguém aqui esclarecendo o principal.

O certo é que “Abrigo” é um disco bonito de se ouvir. Já não digo aqui da parte instrumental, mas das composições e da poesia de Antônio Guimarães. Suponho que quem canta seja o próprio autor. Alguém aí tem uma lanterna?

anis
presa
abrigo
mal de amor
corações desatentos
balão
volta
coração urbano

Deo Lopes – Noite Cheia De Estrelas (1993)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Chegamos enfim a mais uma sexta-feira (cerveja, cerveja, cerveja…) . Acredito que na próxima semana as postagens ficarão comprometidas diante ao fato de que estarei em viagem. Vou para Sampa, de lá para o Rio e do Rio para a cidade de Tiradentes, aqui em Minas. Levarei o notebook, mas não sei se terei tempo para manter diária as nossas postagens. Foi também por conta dessas viagens que eu me lembrei de postar hoje um disco do cantor e compositor Deo Lopes. Este álbum, assim como alguns outros, me foram emprestados pelo amigo Carlos Moraes, paulista que trocou a agitada São Paulo pela pacada Tiradentes (fora de temporada). Como irei no próximo final de semana para lá, vou levar de volta esses discos. Já faz mais de um ano que estão comigo. Assim, antes devolver, deixa eu passar logo tudo aqui para o computador.

O presente lp foi mais um belíssimo trabalho lançado pelo Deo, que pelo jeito de compor e também pelo seu repertório, me fazia crer ser uma artista mineiro. Suas produções sempre foram independentes, numa época em que fazer um disco nessas condições, não era para qualquer um. Seus álbuns são criativos e bem elaborados, em todos os sentidos. Uma prova de que o artista independente pode fazer mais e melhor, sem necessariamente contar com o ‘apoio’ de uma grande gravadora. Aliás, essas, diga-se de passagem, continuam pensando ‘monetariamente’. Cultura é apenas um item agregado. Neste belo lp, de capa dupla e tudo mais, vamos encontrar doze canções variadas, entre composições próprias, parcerias e de autores diversos. Destaca-se, obviamente, inclusive por dar nome ao disco, “Noite cheia de estrêlas”, um clássico da seresta, música de Cândido das Neves. Mas há outras, as quais eu, pessoalmente, gosto muito. “Praça Ramos”, do Wandy ‘Premê’ é ótima, notadamente inspirada em “Praça Clóvis”, de Paulo Vanzolini; “Incelença para o amor retirante”, de Elomar, super bacanda. Outra que gosto muito é “Açude encantado”, de Waldir da Fonseca e Charles, gravado originalmente pelo Grupo Raízes. Eu ouvia essa música direto nos anos 80. Bom, mas tem mais… o disco é todo reluzente e isso, muito graças à uma legião de músicos, cantores e técnicos da melhor qualidade. Não vou nem mencionar ou estender assunto, porque já estou atrasado. Confiem em mim e na bela capa, vale a pena ouvir de novo 😉
noite cheia de estrelas
praça ramos
relação natural
a resposta
toadinha cabocla
o sorriso da neguinha
conquistei a lua / linda garota
incelença para o amor retirante
as três estrêlas
coisas da minha terra
açude encantado
bola de prata

Chemako (1991)

Pronto, taí, para fechar o ciclo, mais uma super banda mineira, Chemako. Esta, infelizmente durou pouco tempo, mas o suficiente para nos deixar um dos melhores discos de rock já feito em Minas Gerais. Um trabalho lançado pelo também extinto selo Cogumelo, responsável por lançamento de outras históricas bandas do metal mineiro. O Chemako era formado por Magoo e Rogério nas guitarras, Ricardo no baixo e Mom na bateria. O Chemako já nasceu com um propósito de ser uma banda diferente no cenário do rock mineiro, com pretensões para vôos mais altos. Suas músicas são todas em inglês. Magoo, o principal fundador do grupo já tinha antes passado pela ‘trash metaleira’ Mutilator, uma das mais representativas bandas do movimento ‘Heavy Metal Brasileiro’ nas décadas de 80 e 90. Magoo também chegou a ser convidado para ingressar no Sepultura, mas se recusou, vindo assim a criar o seu próprio grupo, o Chemako, com um som cada vez mais distante do metal de origem. Magoo morreu em 2001 em Londres, segundo contam, vítima de uma overdose…

whiskey signs
alert
a spotight
howling wind
walking on the ashes
the cry of the banshees
hank song
blinds guiding blinds
find horn’s gardens
hoka hey
red cloud

Concreto – Compacto Quadrado (1994)

Boa noite a todos! Chegamos a mais uma sexta feira. Por aqui, super quente, merecendo logo mais umas cervejas para refrescar. Eu vou! Antes porém, vou deixando o meu recado. A semana foi para dar uma ‘arejada’, um clima diferente e inesperado, como condiz a um blog como o Toque Musical. Atirando para todos os lados, mas sempre no alvo 😉

Hoje eu vou fazer aqui duas postagens. Para salvar a semana e lavar a alma! Nesta primeira eu trago para vocês um raríssimo compacto da banda de ‘hard rock’ mineira, Concerto. Foi o seu primeiro disco, lançado pelo selo Azra International, de Los Angeles, em 1994. A peculiaridade do disquinho é ser um vinil quadrado que só toca de um lado e onde encontramos duas faixas, curiosamente sem nomes. Não há menção aos títulos das duas músicas. Eu até poderia procurar, mas vou deixar a minha preguiça fazer parte do conceito. Um compacto como este, hoje, vale uma grana!
O Concreto foi formando em Belo Horizonte em 1993. Seu integrantes são Marcelo Loss, baixo e vocal; Túlio de Paula, guitarra e voz; Fidélis, guitarra e vocal e Teddy na bateria. Ao longo desse tempo na estrada lançaram uns quatro discos ou cinco discos. São considerados por críticos de rock como uma das melhores bandas do ‘rock underground’ brasileiro. Há tempos não vejo a turma pela cidade, mas creio que eles continuam na ativa. Não deixem de conferir. a coisa está melhorando 😉

Matheus Nicolau – Todas As Flores Tem Espinhos? (2012)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu estava esperando passar essa fase do Carnaval para retomar nossa rotina, muita variedade, curiosidades e música rara. E o espaço do artista/disco independente continua, sejam antigos ou lançamentos, enviados pelo próprio artista.

Eis aqui uma boa novidade: “Todas as flores têm espinhos?”, especialmente enviado para nós pelo jovem e talentoso Matheus Nicolau. Ele nos enviou o seu disco, recém lançado, para a nossa avaliação. Da minha parte ele está aprovado. Gostei do trabalho e acho que muitos também irão gostar. Matheus me contou que uma de suas fortes influências é o cantor e compositor Dalto. Eu até então não havia percebido de onde vinha aquele seu som tão familiar aos meus ouvidos. Sua música tem sim aquele jeitão gostoso das músicas do Dalto. Mas não pensem vocês que o rapaz está de carona. Matheus Nicolau é um artista com brilho próprio e não demora, vai mais longe… Ainda vamos ouvir falar muito dele por aí, podem acreditar…
confissão
carol
plural e singular
se querendo
provando a eternidade
quando os deuses forem dormir
enquanto ela dorme
menina da praia
gosto
luana
jasmim
enquanto a tarde cai
saudade
carta a futura amante
espera por godot

Ladston Do Nascimento – Lugarzim (2011)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Trago hoje, sexta feira, dia do artista independente mais um disco do excelente compositor mineiro Ladston do Nascimento. Este é o seu mais novo trabalho e talvez um dos mais bonitos. Em “Lugarzim”, Ladston conta com participações e colaborações especiais. Nomes como os de Jota Moraes, Túlio Mourão, Francis Hime, Robertinho Silva e outros grandes dão ao disco o tempero certo.

“Lugarzim” é um tipo de trabalho que merecia ser imortalizado em vinil. Taí um disco que eu gostaria de ter em minha coleção. Mas me contento com o cd, que também entrou para a minha outra coleção, a de cds 🙂 Bom demais, confiram…
o circo do miudinho
batida de rum
da cor de amora
a flor dos três rios
brasileira
festa da colheita
o povo de lugarzim
aldeia do moinho
um manuelzão
curumim, curumim

Cora Coralina (1989)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Depois da SOPA e outras ‘canjas frias’, muita gente por aqui parece que ficou ainda mais oculta. Seria bom se ficassem também cultas, hehehe… brincadeirinha. Até o momento a liberdade está prevalecendo 😉

Hoje eu fiquei na dúvida sem saber o que iria postar. Na incerteza de um independente musical, me lembrei deste disco de poesia de Ana Lins Guimarães Peixoto Bretas, aliás, Cora Coralina. Um escritora que se tornou mais conhecida do público a partir dos anos 80, quando sua obra passa a ser editada e divulgada através de outras mídias. Este álbum, por exemplo, foi lançado alguns anos após a sua morte. Uma produção independente realizada pelo Instituto Alberione (COMEP). O álbum, uma singela homenagem, trás 13 poemas da escritora, alguns declamados por ela mesma, outros pelo ator Hilton Viana e pela filha de Cora, Vicência Brêtas Tahan. A trilha sonora é de Eduardo Assad. Este lp, me parece, chegou a ser reeditado em CD pela Edições Paulinas, mas é difícil de encontrar. Para garantir, vamos pelo menos conhecer o conteúdo.
minha cidade – cora coralina
oração de aninha – hilton viana
oração do milho – cora coralina
estas mãso – vicência brêtas tahan
barco sem rumo – hilton viana
traço de união – vicência brêtas tahan
velho sobrado – cora coralina
humildade – hilton viana
das pedras – hilton viana
o cântico da terra – hilton viana
todas as vidas – vicência brêtas tahan
poema do milho – vicência brêtas tahan
meu epitáfio – vicência brêtas tahan

Carlos Lucena – Raízes Do Franco (1982)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, eu cheguei já no final da festa. Mesmo assim ainda há tempo de deixar aqui o meu toque musical do dia. E quem vai nos salvar é o músico mineiro, Carlos Lucena. Eu já havia postado dele um outro disco, na verdade seu segundo álbum, também independente. Agora eu volto com ele em seu primeiro disco, gravado em 1982, em São Paulo. Nesta época, Cacá morava em Sampa, tocando na noite. Um artista então com seus 18 anos, tentando mostrar o seu trabalho. Gravou este álbum, sendo todas as músicas autorais. Seu canto e a sua música trazem muito as características da música mineira. Logo nos primeiros acordes a gente sente isso.

Vou deixar vocês conferindo aí.. Vou tomar um banho e cair na cama. Amanhã o dia promete…
meu cantar
oscilações da vida
doce liberdade
vida par que te quero
raizes do franco
viventes
brisa aos homens
nosso chão
compromisso com o sol

Low-Fi – Ready for Rock (2011)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos à primeira sexta feira de 2012, mantendo a programação de postagem para os artistas e discos independentes. Como a cada dia, mais artistas e discos buscam o caminho alternativo e independente para lançarem seus trabalhos, convém mantermos aqui um dia exclusivo para isso.

No final do ano passado eu fui assistir ao show de lançamento do primeiro disco da banda mineira Low-Fi, no 104, lá na Praça da Estação. Eu já conhecia um pouco o trabalho de alguns dos integrantes, como o do Elinho, saxofonista e principal vocalista da banda e o baixista Rafael Pimenta, integrante dO Grande Ah!, outra banda mineira, que teve um merecido destaque nos anos 80 e 90. No show, inclusive, participaram da canja outros músicos dO Grande Ah!. Foi mesmo uma festa aquela noite. Eu gostei da apresentação dos caras, o que me incomodou foi o barulhinho de copos, louças e talheres, gente falando. Coisas que ao me ver comprometeram a apresentação, além da própria acústica do local que não favorecia em nada. Tentei não levar isso em conta, considerando também que aquela apresentação, em um Café, tinha um caráter mais ‘familiar’. Ali só tinha mesmo os amigos, parceiros e parentes. Estavam todos em festa. No geral, foi bacana, mas acho que os caras deveriam levar esse trabalho para um palco e público maior. São todos músicos super competentes e experientes, além de uma boa presença de palco. Quem é de Belô deve se lembrar de bandas como Gadernais, Nest, Freak Brothers e Divergência Socialista. Esta turma do Low-Fi vem daí. Classificar a banda é uma coisa meio difícil para mim, mas a sua essência é o velho e bom rock’n’roll. Podemos dizer que é uma banda de rock, mas trazem o ‘quê’ de sofisticação ao incorporarem o sax alto, de uma forma que muito me lembra a impecável e saudosa banda americana Morphine. Mas, não se enganem, o Low-Fi tem também outras influências que vai do blues à mpb. No álbum de estréia iremos encontrar um repertório bem interessante, que tem além de composições próprias, outras como a releitura de “O filho predileto de Rajneesh”, do memorável Sexo Explícito, gravada também pelo Pato Fu. “Negue”, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida, também é outra, um clássico romântico eternizado na voz de Nelson Gonçalves, adquire aqui uma roupagem quase jocosa, acelerada, que ao meu ver (e ouvir), serviu mais como estrutura para uma ‘jam session’ do que propriamente uma interpretação apaixonada. Morri de ri ao ver no show algumas pessoas mais velhas tentando acompanhar cantando aquela música, num arranjo que faria o Metralha cuspir fogo, hehehe… Acho que é exatamente isso que me agrada e faz o diferencial da banda. No cd, a produção contou também com participações especiais como as de Paulinho da Costa, trompetista no Skank; Gabriel Guedes, músico super talentoso, filho do Beto; o guitarrista francês Allain Sarragose; Leo Lima; Deco Lima e Marcos Pimenta (O Grande Ah!). Vamos conferir?
ready for love
seu segredo
no crime
to die for
belém-belém
negue
o filho predileto de rajneesh
sinceramente
i’m sure
divertir
i’m worried
nada (bonus)

Orquestra Ribeiro Bastos – Matinais Do Natal – Padre José Maria Xavier (1979)

Boa noite, amigos! Como ontem, hoje estou repetindo a mesma façanha, inicio a postagem do dia já no fim da noite. Inclusive, o disco de hoje deveria ter sido postado logo pela manhã, afinal, são as “Matinais do Natal do Padre José Maria Xavier. Mas não houve mesmo jeito, melhor guardar para a amanhã, bem cedinho vocês poderão ouvir 🙂

As Matinais do Natal do Padre José Maria Xavier são executadas a cada ano, em são João Del Rei, Minas Gerais, pelas duas antigas corporações musicais da cidade. Não se realizando mais o ofício de Matinais, os responsórios são tocados em diferentes momentos das missas, durante todo o período natalino.
Quem executa as obras musicais é a tradicional Orquestra Ribeiro Bastos, formada por músicos amadores de São João Del Rei. Este foi o segundo disco gravado por eles. É uma importante contribuição, como um documento musicológico, registrando rigorasamente a maneira como essas Matinais do Natal são executadas agora, dentro da linha interpretativa do passado, em São João Del Rei.
invitatorio
responsório I
responsório II
responsório III
responsório IV
responsório V
responsório VI
responsório VII
responsório VIII

Eletro Fluminas (2001)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Os comentários andam escassos, será por falta de tempo ou de ter o que falar? Suponho que seja pelos dois e mais motivos… Talvez os títulos não venham correspondendo ao público certo, ultimamente eu tenho me dedicado mais aos velhos álbuns e seus artistas e entre esses, muitos já foram também postados em outros blogs. Bom, infelizmente eu não tenho tempo e nem paciência para sair pesquisando para saber se o disco que eu quero apresentar foi ou não já postado em outro lugar. O álbum de hoje, por certo, poderá ser encontrado em outros blogs, mas para que o Toque Musical continue mantendo a sua máxima de ‘ouvir com outros olhos’, é preciso sacudir o baú, misturar bem esses discos e ter a sorte de escolher algo diferente do que foi o dia anterior. Geralmente, nas sextas, dia de disco/artista independente, sempre tem algo diferente. É o caso do Eletro Fluminas. Um projeto musical concebido entre os anos de 1998 e 2000 pelos músicos Márcio Lomiranda, Paulo Rafael e Taryn Kern Szpilman. Durante esses dois anos o trio esteve reunido, criando um trabalho que mescla a experiência musical e individual de a cada um dos seus integrantes, além de suas influências. Trata-se de um disco com diferentes abordagens, passando pelo rock, pop, world… com pitadas doces salgadas e apimentadas, sempre apoiado no som eletrônico. Sem dúvida, na união desse trio encontraremos uma música composta, uma soma de elementos diferenciados que resulta em algo inclassificável, mas de extremo bom gosto. Para aqueles que ainda não se situaram na parada, Márcio Lomiranda é um músico, compositor, arranjador e produtor mineiro, que há anos vive no Rio de Janeiro. Fundou a Musimagem Brasil, uma associação de compositores de música para audiovisual. Já trabalhou com grande nomes da música nacional e internacional. Paulo Rafael já se tornou uma lenda, um dos maiores guitaristas brasileiros. Foi integrande do grupo pernambucano Ave Sangria, depois passou a tocar na banda do Alceu Valença (acho que toca até hoje). Me parece que atualmente ele mora no Rio e continua mandando bala 🙂 Finalmente, temos a Taryn Szpilman, uma cantora carioca super versátil, que eu acho ótima. Grande revelação musical nesta década, pena que para se encaixar nesse mundo ‘midiático’ ela acabe absorvendo trejeitos a la Amy Winehouse (o que não é ruim, pero…) Mas, longe de qualquer comparação, Taryn é uma excelente cantora e acima de tudo, uma gata (muito mais que a Amy). Ainda vamos ouvir muito falar dessa moça, podem acreditar.

baloô
stay together
espuma dos dias
bewere of darkness
ela e eu
black dog – sol e chuva
loopiano naná e jurim
a gente tá viajando por alguns dias
love love lovemapa de viagem
cavalo do cão
nightie night
zappa from heaven
what the world needs now is love

Clube Do Camelo – Poetas Que Cantam (1997)

Boa noite a todos! Este horário de verão realmente engana a gente. Passei a tarde deitado, num resfriado que não desejo para ninguém. O corpo mole e um desânimo total. Acordei com a impressão de que fosse uma manhã, perdi toda a noção do tempo e já ia eu começando com um bom dia. Mas pelo horário, já não cabe nem um boa tarde. Desculpem, mas gripe é uma merda! Felizmente eu já tinha aqui pronto o disco do dia, o que me poupa maiores esforços.

Estou trazendo, mais uma vez, a turma do Clube do Camelo, em seu segundo disco, lançado em 1997. Há pouco mais de duas semanas eu postei o primeiro disco, volto agora com essa turma, que tem sido muito bem apreciada, agora com “Poetas que cantam”. Embora eu reconheça que este segundo disco esteja mais bem trabalhado, ainda dou preferência ao primeiro. Talvez me falte ainda ouvir melhor este disco, mas para todos os amigos para quem eu mostrei, o segundo estaria melhor. Por via de dúvidas, aconselho aos amigos cultos e ocultos checar os dois, se ainda não o fizeram. Acho muito bancana o pique dessa turma, sem pretensões, eles primam pela qualidade e bom gosto musical e fazem um trabalho super profissional. Música boa, boas letras, bons arranjos… 😉
nem deu
decepção
de volta a dança do boi
tão triste
deixa um sorriso
boi no céu
sem ressentimentos
poetas que cantam
remanso
moreninha do acará
bangalô
danthiana
amoratória
pranto divino

Quinteto Villa Lobos – Airton Lima Barbosa (1981)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Para esta última semana onde ainda mantemos a terça feira dedicada aos eruditos, eu escolhi um disco mais pela capa. Muito bonita, não é mesmo? Confesso que eu mesmo, até então, nunca cheguei a ouvir este disco. Foi uma surpresa boa. Eu já conhecia alguns trabalhos do Quinteto Villa Lobos, mas este disco, por ser também uma produção independente e limitada, só agora chegou às minhas mãos. O Quinteto Villa Lobos surgiu no início dos anos 60, um grupo musical exclusivo de instrumentos de sopro. Criado pelo compositor, arranjador e fagotista pernambucano Airton Lima Barbosa. Durante quase duas décadas este quinteto esteve à frente como um dos mais importantes grupos da Música de Câmara no Brasil. O grande diferencial do QVL foi saber dosar peças eruditas e populares.

Este álbum, lançado em 1981 de maneira independente, foi uma espécie de homenagem póstuma à Airton que faleceu no ano anterior. O Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) decidiu bancar a produção do álbum, que é na verdade uma gravação caseira. Trata-se de uma apresentação ao vivo realizada para um grupo pequeno de pessoas, em 1977.
Embora o disco seja dividido em faixas, pela própria natureza da gravação, não se percebe ao ouvido essas passagens. Daí, achei por bem manter a gravação por inteira, sem cortes ou separação de músicas. A audição é linear, sem pausas, ok?
divertimento em si bemol maior, em três movimentos: allegro, andante e rondó (haydn)
três peças breves – allegro (jacques ibert)
quarteto (villa-lobos)
odeon (ernesto nazareth e ubaldo)
naquele tempo (pixinguinha e benedito lacerda)
segura ele (pixinguinha e benedito lacerda)
choro negro (paulinho da viola e fernando costa)
sempre (k-ximbinho)
quinteto em forma de choro (villa-lobos)
divertimento nº 1: campo de flores (fernando sandroni)

VII FAMPOP (1989)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para variar, eu hoje, ainda agororinha, fiz uma baita confusão. Não sei bem porque motivo, achei que fosse sexta feira. Como eu ainda não havia preparado nada para o dia dos independentes, achei de postar este disco, que entrou agora a pouco na minha gaveta. Este, por certo, não ficaria mesmo na reserva esperando oportunidades. O que temos aqui é a sétima edição da Feira Avareense da Música Popular, um dos mais importante festivais de música do Estado de São Paulo. Acontecia anualmente na cidade de Avaré, não sei se ainda mantém a tradição.

Reproduzindo o texto do encarte, “este disco traz o registro das doze composições que alcançaram a final do festival. Gravado ao vivo, e obviamente com as imperfeições naturais deste tipo de reprodução, mesmo assim demonstra que muitas coisas boas (canções e intérpretes) se escondem à margem da mídia institucionalizada, perdidos entre centenas de festivais por este Brasil imenso…”
Temos assim, um disco de festival, no qual participaram nomes importantes da nossa música. Nesta edição, quem papou o primeiro lugar (merecidamente) foi o então desconhecido Lenine, com a belíssima “Samba do Quilombo”. O segundo lugar ficou para a música “Luzes”, do mineiro Gladston Galizza. Já o terceiro foi para “Oração ao mar”, dos paulistas Sérgio Augusto, Eudes Fraga e Murilo Fonseca. As premiações foram até o quinto lugar, além de prêmios para melhor intérprete, arranjo, letra, instrumentista, música instrumental, aclamação popular e prêmio especial. Em resumo, todos saíram ganhando. Bom, pelo menos essa turma dos selecionados. Um belo disco, que vale a pena ouvir 😉
samba do quilombo – lenine
oração ao mar – sergio augusto, eudes fraga, murilo fonseca
quem foi – cau favaretto
zen – katia regina
grilos nos campos – geraldo vianna
água e azeite – joão ayres e sérgio mizan
luzes – gladston galizza
só de passagem – lucila novaes
leilão – carlota marques
olhar do menino – nilson chaves
lima rima – grupo orghu
princezinha do mangue – alecyr de antonina e edmundo santos

Clube Do Camelo (1995)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos a mais uma sexta independente, dia onde apresentamos aqui os artistas/discos independentes, aqueles que lançam seus trabalhos de forma alternativa, longe do julgo comercial imposto pelas grandes e decadentes gravadoras.

Meus amigos, aproveito essa introdução para também me desculpar por ainda não ter renovado os velhos toques solicitados. Infelizmente, meu tempo para o blog tem se limitado aos 10 minutos de publicação e uma horinha para a digitalização. Mas vou achar um jeito de ir repondo o que está desatualizado. Enquanto isso, vão conferindo as novidades. Essas nunca faltam, enquanto houver atenção do público, claro!
Hoje eu tenho para vocês o disco do conjunto “Clube do Camelo”. Fiquei conhecendo essa agremiação há poucas semanas atrás. Chamo agremiação, porque o grupo musical aqui é algo assim parecido. Formado no final dos anos 80 por uma turma de amigos paraenses, todos profissionais de outras áreas, mas com um propósito comum, se reunirem para juntos tocar e fazer música. Segundo relata Almir Morisson, um dos fundadores do clube, o nome surgiu por conta de um convidado que veio participar de um dos encontros musicais. Há um certa altura, morto de sêde, perguntou com humor se não havia ali algo para se beber (até mesmo água). Completou na gozação dizendo que o encontro parecia festa de camelos, não tinha nem água. Foi daí que se formalizou o Clube do Camelo. Pelo que eu entendi, ao longo desses vinte anos essa turma tem se encontrado regularmente para a festa e dessas foram surgindo as criações musicais. Composições inspiradas e de qualidade, consequentemente acabaram gerando frutos, os discos e as apresentações. Almir me enviou os dois primeiros discos gravados por eles. Eu queria até postar de uma só vez os dois trabalhos, mas faltou a capinha e encartes do segundo disco. Deixemos então este para uma próxima postagem. Com certeza, após ouvir o primeiro, vocês irão também querer conhecer o segundo 🙂 Temos aqui uma sequência de sambas, baião, fado, bolero, marcha, canção… puxa, essa turma é bem eclética! 🙂
hino do clube do camelo
silêncio
na dança do boi
uísque com mel
fado antigo
vou me queixar de quê
estrela guia
grudado no coração
ramas samar
por essa e outras
ausência
tudo bem
saudade caiapó
bom dia
foi adeus
fogo de palha
choro bom

Camiranga – Da Afonso Pena À Paulista (2011)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos a mais uma sexta feira independente e como na semana passada, nesta também temos um lançamento, disco novo no pedaço 😉 Hoje iremos com o novo disco do grupo mineiro Camiranga, chamado “Da Afonso Pena à Paulista”. Eles estarão lançando o álbum em São Paulo, no auditório do SESC Pinheiros, no próximo dia 24 de novembro. Tenho certeza que depois de ouví-los, através do disco que eles generosamente nos enviaram, quem estiver em Sampa, não irá perder. Além de um ingresso barato, quem estiver por lá vai presenciar o que há de melhor na criatividade musical mineira. Eu ouvi o disco e aprovo (e sem bairrismo, eles são ótimos).

O Camiranga surgiu em Belo Horizonte, um projeto idealizado pelos músicos Léo Nascimento e Fernanda de Paula, que antes eram integrantes dos grupos Sagarana e Madeira de Lei. Foi a partir de 2007 que eles adotaram o nome de Camiranga e chegaram a lançar um cd, o qual, infelizmente, não chegou a tempo em minhas mãos. Para compensar, estou incluíndo também esse primeiro trabalho. Assim, quem ainda não teve a oportunidade de conhecê-lo, vai também poder ouví-lo juntamente com o novo.
“Da Afonso Pena à Paulista”, se refere às duas principais avenidas das cidades de Belo Horizonte e São Paulo. Uma certa migração do grupo, um vôo mais alto em busca de novas oportunidades, uma transição natural para quem quer crescer. E nesse sentido, o nosso urubú está cada vez voando mais alto e bonito.
A música do Camiranga, eu diria, não é fácil de classificar, mas é fácil de identificar. A sonoridade mineira continua presente, talvez até mais neste segundo disco, por consequência da própria necessidade de afirmação do grupo, que agora se encontra trabalhando em São Paulo. Há aqui uma busca de fusão, um estranhamento inicial, mas que se amálgama perfeitamente nesta paulicéia desvairada. Confiram os discos e estando em Sampa, não percam o show. Vale a pena 😉
banzo brabo
curral
palavra
raça
desacordo
mar de morros
libercanto
peixe tolo
rei galanga
boto
boca miúda
da afonso pena à paulista
espiral do caminho

Dani Turcheto – Madeira Torta (2011)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Vez por outra (e mesmo sem tempo) eu procuro dar uma mexida no blog, inserir alguma coisa, implementar com alguma novidade e por aí a fora… O importante é estar sempre nessa mutação. Aqui, a única coisa que não muda é o visual do avatar Augusto TM. Esse é marca registrada, hehehe…

No sentido de manter a popularidade do Toque Musical eu estou sinalizando para as minhas contas no Facebook e Orkut. Embora eu não tenha a menor paciência com esses sites de relacionamento, sei que são ferramentas importantes e necessárias nesse nosso mundo globalizado. Não sei se terei saco para abrir esses portais do social, mas vou tentar. O Orkut eu já tinha a mais tempo, agora surgiu o primo rico, o Facebook, que para mim, é a mesma geléia. Enfim, estamos aí, sintonizados também com esse público. Por favor, me adicionem… hehehe…
Bom, ainda no pique das novidades, eu tenho outra que vai agradar. Estou fazendo aqui uma promoção e quem vai sair ganhado são vocês, quer dizer, alguns, os mais sortudos 🙂
Há quase dois meses atrás eu postei aqui o primeiro disco do cantor, compositor e sambista Dani Turcheto, que desde então tem feito muito sucesso no Toque Musical, pelo menos no número de acesso ao ‘download’ do seu “Sobremesa”. Como eu havia dito, Dani é um músico que busca uma relação diferente com o público. Eu entendo que o valor de sua arte está nele próprio e que os discos são mais uma consequencia, um produto promocional de sua música e um registro do seu feito. Na sua concepção, o público paga pelo que acha que vale. Considerando essa sua ideia, acho que ele foi muito espertinho, pois só mesmo na ignorância, pãodurísmo ou teimosia alguém diria que sua obra é ruim. Muito pelo contrário, o cara é muito bom. Sua música tem originalidade, qualidade e está acima de qualquer suspeita. Eu, sinceramente, chego a estranhar o fato dele ainda não ter alcançado um maior destaque na mídia. Onde estão os nossos críticos especializados que ainda não ouviram o Dani Turcheto? Será que foi preciso ele lançar mais um excelente álbum para se confirmar o seu talento? Se for isso, então vamos lá… vamos conhecer melhor esse artista da nova geração da MPB. Tenho certeza que vocês não irão se decepcionar, muito pelo contrário. “Madeira Torta” é mesmo uma confirmação de que bom gosto não surge por acaso. Um disco disco ainda mais bem produzido que o primeiro. Gravado em Sampa e em Nova York pelo músico e produtor João Erbetta. As mixagens e masterização também foram feitas nos “States’. Por aí já se vê o cuidado na elaboração desse projeto. Dani também contou com um time de músicos de primeira. Me chamou a atenção também os arranjos, finos! Ele teve a feliz ideia de colocar um Harmmod floreado os seus sambas. Convidou o fera, Jon Cowhert, para tocar o Fender Rhodes e o B3. Putz, como eu gosto do som daquele orgão! Deu um aspecto de nobreza, um misto oscilando entre o moderno e o antigo. Como ele mesmo diz, fazendo samba novo com cara de antigo. Em resumo, temos aqui um discaço! “Madeira Torta” foi lançado em formato CD e vinil (importado!) E é com muito prazer e honra que eu estou divulgado este trabalho, o qual, como disse anteriormente, alguns sortudos poderão ganhar o disco de verdade. Para isso, basta apenas que os interessados entrem para curtir a ‘fan page‘ do artista, no Facebook, comentem que conheceram o trabalho aqui no Toque Musical e que querem receber gratuitamente um exemplar. Agora, para ganhar, o cabra tem que dizer porque prefere o vinil ao invés do cd, ou vice versa. Os autores das melhores frases ganharão os discos. Corram, pois o prazo é limitado! Mas, independente de sorteio, acho que vale a pena adquirir os discos.

madeira torta
um samba em cada esquina
deu zoeira
amor de lágrima
enchente
amanhã ninguém sabe
coração de gato
atol
tempo de voar
festa de reis
você acha que eu gosto?