Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Trago hoje para vocês mais um lp da linha ‘nunca ouvi falar, ma que vale a pena ouvir’. Um disco independente e por consequência, um trabalho obscuro dentro do universo fonográfico comercial. Carlão é o nome do artista. algo despretensioso para quem faz uma música de qualidade. Passa-nos a impressão de que foi este seu único disco. “Liberdade Vadia” é um disco autoral dos mais agradáveis, música boa e letras também. Dizem que Carlão foi produtor em discos de Almir Sater e também músico de apoio de Renato Teixeira. Sem dúvida, a música deste compositor tem a mesma atmosfera. Na contracapa podemos ver nomes bem conhecidos, em especial os do pianista Cido Bianchi e do violonista Natan Marques. Por aí já dá para se ter uma ideia do que iremos encontrar pela frente. Não deixem de conferir… Disco muito bom 😉
Arquivo da categoria: Selo Independente
Clube Do Choro Wilson Duarte – Choros & Serestas (1994)
Hoje o TM oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados um raro álbum dedicado ao choro e à seresta. Ele foi lançado em 1994 pelo selo Gravam – Gravadora da Amizade, vinculada ao Clube da Amizade Padre Antônio Gonçalves. Tendo por slogan “Ser amigos e fazer amigos”, o clube é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter educacional, assistencial, desportivo, religioso e de lazer, fundada no dia 20 de outubro de 1980. Atualmente localizado no Edifício Pio XII, na Rua Espírito Santo, centro de Belo Horizonte, o clube tem atividades das mais diversas, sobretudo para a terceira idade, administrando inclusive cursos de línguas e música. Tem ainda aulas de dança, ginástica, ioga, postura e alongamento, palestras, tardes de convivência e o tradicional “cafezinho da amizade”. Tem atualmente mais de 133.000 associados. O padre Antônio, falecido em 19 de outubro de 2014, foi um grande evangelizador da Arquidiocese belorizontina, tendo sido o primeiro diretor da Rádio América (onde apresentava diariamente o programa “Bom dia, amizade”), além de, claro, ter presidido a missa dominical da Rede Minas de Televisão. É justamente o padre Antônio Gonçalves quem assina a contracapa do álbum que o TM oferece a vocês hoje, com a mais grata satisfação. São dez faixas imperdíveis, seis delas choros (nesse ritmo, inclusive, está a “Oração de São Francisco”, que encerra o disco). Temos ainda duas valsas (“Guarapari”, “Mais uma valsa, mais uma saudade”) e dois sambas-canções, ambos originalmente sucessos de Francisco Alves, “Esses moços (Pobres moços)” e “Cinco letras que choram (Adeus)”. A interpretação ficou a cargo do regional do Clube do Choro, mais o cantor Wilson Duarte, “o seresteiro de Minas”, tornando o álbum imperdível para apreciadores de boa música brasileira. Uma pena que a gravadora do Clube da Amizade não tenha ido muito longe, por certo em virtude dos vai-e-vens do mercado fonográfico, tanto no Brasil como no mundo. De qualquer forma, é um imperdível e primoroso trabalho que merece ser conferido.
Texto de Samuel Machado Filho
Luiz Gonzaga Jr – Luizinho De Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha (1990)
Boa noite, meus prezados cultos e ocultos amigos do Toque Musical. Vamos hoje com uma postagem que ficou pelo meio. E eu nem me lembrava… Temos aqui o saudoso Gonzaguinha em um de seus últimos discos, lançado em 1990. O lp foi gravado em 1989, mas só viria a ser lançado em 90. através de seu selo Moleque, que não chegou a ediar dois álbuns. Luiz Gonzaga Jr viria a falecer em acidente de automóvel em 1991. O disco traz onze faixas autorais, sendo que pelo menos quatro delas são clássicos do pai Gonzagão, em parceria com Humberto Teixeira e Herve Cordovil. Há também uma faixa especial, “Olha pro céu”, uma espécie de pot pourri temático das festas de São João, com músicas do velho Gonzaga, interpretadas por Gonzaguinha e seus filhos, quando ainda crianças. Confiram este disco que entre tantos outros do autor anda esquecido.
Rui Motta – Mundos Paralelos (1992)
Olá, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui estamos novamente. Depois de uma pausa forçada, encontro uma brecha para continuar o nosso toque musical. Fiquei alguns dias sem postar, mas em compensação, andei repondo alguns links vencidos, para a alegria dos retardatários.
Voltando em ritmo instrumental, tenho para vocês este lançamento independente, de 1992, do grande batera Rui Motta. Um disco totalmente autoral, com apenas seis músicas, provando que qualidade não é quantidade. A capa é bem instigante, lembrando algum disco de rock progressivo. Mas, o que temos é música instrumental, no sentido mais característico do termo. Mundos Paralelos foi indicado para o Prêmio Sharp, de 1992. Acompanham o nosso artista neste lp outros grandes nomes como Sérgio Dias, Luciano Alves, Leo Gandelman, Pedro Baldanza e outros músicos do mesmo naipe.
Apenas para esclarecer um pouco mais… Rui Motta é um baterista que já tocou com os mais diferentes artistas, nacionais e internacionais. Integrou a fase progressiva dos Mutantes (sem Rita Lee e Arnaldo), onde gravou três discos. Ingressou outras bandas nos anos 80, mas seu grande mérito está no trabalho de ensino e técnica de bateria. Ele criou métodos exclusivos e publicou já diversos livros sobre bateria. Possui, no Rio, uma escola de bateria, pela qual já passaram outros tantos grandes talentos. Vamos conferir este trabalho?
Astro Venga – Explodiram A Perimetral (2014)
Boa noite, meus prezados roqueiros cultos e ocultos! É, hoje ainda é dia de rock! Na verdade, nem começamos. temos ainda mais alguns trabalhos que eu pretendo apresentar ao longo dos próximos dias. Como sempre, uma boa salada mista, que afinal é a verdadeira cara do nosso Toque Musical.
Ano passado eu estive algumas vezes no Rio e por essas idas, tive a felicidade de trombar na praia e no centro da cidade com dois trios que me surpreenderam desde a primeira vez que os ouvi: Beach Combers e o Astro Venga. O Beach Combers eu já conhecia de outras rodadas. Tive o prazer de apresentá-los aqui ha algum tempo atrás. Agora é a vez do Astro Venga. Um autêntico power trio, mandando ver, apenas com guitarra, baixo e bateria. Os caras detonam em apresentações feitas no meio da rua, em praça pública e beira de praia. Aliás, pelo que soube, a banda foi criada com esse propósito, levar o som pras ruas. E um som da melhor qualidade, diga-se de passagem, considerando as circunstâncias e um aspecto assim meio mambembão. O Astro Venga surpreende, chama a atenção dos que passam, não apenas pelo inusitado, mas também pela provocante batida de um rock’n’roll instrumental, cheio de garra e atitude por parte dos músicos. Eles fazem uma verdadeira ‘jam session’ misturando MIlton Nascimento, Jimi Hendrix, Gilberto Gil, Roberto Carlos… e vai por aí a fora. Conforme disse um dos integrantes da banda, eles já transcenderam a questão de autoria e cover, bem como de estilos. Mas a pegada é sempre o velho e bom rock’n’roll. A guitarra sempre grita mais alto. Formado por Antonio Paoli, no baixo, Dony Escobar, na guitarra e Zozio, na bateria. o Astro Venga lançou no ano passado este cd, que nada mais é que um registro ao vivo. Gravado em uma apresentação na Praça XV, debaixo do extinto viaduto da Perimetral, bem precário, diga-se de passagem, mas impecável enquanto registro de um grupo que acima de tudo curte o que faz. Isso é muito legal, é autêntico e é disso que o rock precisa. Por conta de fazerem de sua música uma colagem de diversas outras músicas, as vezes improvisada, o disquinho acaba não trazendo uma lista do que é tocado. Mesmo assim, para facilitar o entendimento e identificação, estou dando nome as jam’. Ah, de quebra, inclui o áudio de um vídeo que fiz (está no Youtube) do trio numa apresentação no Largo da Carioca. Para a minha surpresa, fiquei sabendo ainda a pouco que houve mudanças na escalação do trio. Saíram o guitarrista e o baterista. Em seus lugares entraram Tutuka, na bateria e Christian Dias, na guitarra. A proposta continua sendo a mesma e certamente a nova formação deve mandar tão bem quando foi a primeira. Confiram aqui...
Boas Festas – Compacto (196…)
Grupo Mambembe – Mambembe (1981)
Olá amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês um disco muito bacana, produção independente feita aqui nas Geraes. Trata-se do primeiro e único disco do grupo Mambembe, formado em Belo Horizonte, em 1974. Durante os anos 70 o Mambembe participou dos mais importantes eventos, festivais e projetos musicais de Minas, entre eles o “Travessia – O canto dos mineiros”, que foi um trabalho coletivo reunindo vários artistas da terra em um disco e show no Palácio das Artes. Este lp, por sinal, já foi postado aqui no Toque Musical. O grupo era formado por Cadinho Faria, Murilo Albernaz, Toninho Camargos, Miguel Queiroz, Cláudia Sampaio, Rogério Leonel, Lina Amaral, Aldo Fernandes, Edson Aquino, Antônio Martins e Ana Iris Teixeira. Essa última viria mais tarde seguir em carreira solo com o nome de Titane. Em 1981 eles finalmente tiveram a chance de produzir e lançar este lp independente. Um disco muito bem elaborado, tanto na parte musical, quanto na parte gráfica. Quando gravaram este lp o grupo já estava reduzido a cinco membros. Este disco hoje se tornou objeto de desejo de muitos colecionadores, principalmente europeus e japoneses. Só neste ano eu vendi 4 dos seis que eu arrematei de um estoque de loja, ainda nos anos 90. Se soubesse quanto valeria este disco hoje, teria levado os que sobraram.
A História De 1975 – Música E Informação (1976)
Doroty Marques – Criança Faz Arte (1984)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Em nosso show de variedades fonográficas eu hoje trago para vocês um trabalho dedicado as crianças. Disco lançado nos anos 80 pela musicista e e arte educadora Doroty Marques, irmã do também músico, Dércio Marques. O álbum, uma produção independente, traz de um lado o registro de um show realizado em praça pública, na cidade de Penápolis (SP), apresentando temas infantins, músicas folclóricas, adaptações e composições de Dércio Marques. No outro lado, temos uma gravação de estúdio. Uma espécie de opereta popular infantil, intitulada “O vaqueiro e o bicho frôxo”, de autoria da própria artista. Um belo trabalho que dificilmente vocês irão encontrar publicado em outro lugar. Aproveitem a ocasião. O tempo não para no porto e os links do TM são por tempo limitado.
Déo Lopes & Juan Falú – Canticorda (1982)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje levo para vocês um trabalho independente, colaboração do amigo Carlos Moraes, que foi o responsável pela arte da capa deste disco do músico paulista Déo Lopes e seus convidados, o violonista argentino Juan Falú e o grupo Quintaessência. Lançando em 1982, este lp regista o encontro de Déo Lopes com o violonista Juan Falú, Um trabalho realmente interessante, cujo o repertório, embora com músicas cantadas, procura valorizar principalmente o instrumental e o acústico. Muito lindo, vale uma audição!
Lueli Figueiró – Nova Era (1981)
Olá amigos cultos e ocultos! Da minha viagem ao Sul, como disse anteriormente, achei muita coisa interessante que geralmente não se vê pelas bandas da cá. Eis aqui um outro exemplo, um disco da cantora, compositora e atriz gaúcha, Lueli Figueiró. Uma produção independe lançada no início dos anos 80. Disco bacana, que eu não conhecia. Estou adorando. “Nova Era” traz 10 faixas autorais, músicas de cunho mistico e espiritual da cantora, que a partir dos anos 70 passou a se dedicar ao Espiritismo e Astrologia. O álbum é uma produção independente, porém muito bem feita. Lueli vem acompanhada por um bom time de músicos, com participação do violonista Celso Machado. O trabalho agrada pela qualidade e pela voz na medida da cantora.
Vamos falar um pouco mais sobre Lueli (ou Luely) Figueiró numa próxima oportunidade através da sempre completa resenha de nosso amigo Samuel Machado Filho. Em breve ele estará aqui nos apresentando Luely Figueiró em sua fase de estrela do cinema e do rádio nacional, a fase das gravações em 78 rpm, reunidas em mais um número da nossa coleção Grand Record Brazil. Por enquanto, vamos apreciando este trabalho que merece toda a nossa atenção. Confiram!
Mario Avellar – Nasceu (1980)
Diz aí você, amigo culto e oculto! A saudação é no singular, porém o entendimento é no plural, ok? Pulando daqui pra lá, de lá pra cá, hoje vamos com um disco que eu particularmente gosto muito, Mário Avellar, em seu álbum de estréia, ‘Nasceu’, produção independente lançada em 1980. Mário Avellar é um cantor, compositor e produtor. Pelo jeitão de sua música e até mesmo nas letras, eu chego a acreditar que ele vem aqui das Minas Gerais. Há na rede muito pouca informação sobre ele. Penso até que este tenha sido o seu único disco. Mário foi parceiro em diversas músicas da dupla Luli & Lucinha (Lucina) e também participou de seus discos. Agora é a vez delas darem também uma ajuda ao amigo, participando em várias faixas. O disco surpreende pela qualidade e simplicidade. Agrada de maneira bem pessoal. Participam também outros grandes músicos que dão ao trabalho a dignidade que ele merece. Vale a pena ouvir e conhecer…
Carlos Lacerda – A Redenção Da Cidade (1960)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Para fechar nosso toque político, aqui vai o terceiro e último disco (que eu tenho) do polêmico Carlos Lacerda. Neste terceiro lp, conforme nos informa a contracapa, temos do lado A trechos de seu discurso na Convenção Carioca da UDN, quando então fora escolhido pelo partido como candidato a governador, o primeiro, do novo Estado que nascia, o da Guanabara. do lado B ele vem desfilando textos que falam do Rio de Janeiro, em leituras de poetas e escritores como Olavo Bilac, Machado de Assis, Orestes Barbosa, João do Rio e Luiz Edmundo.
Carlos Lacerda – Rio Cidade Indomável (1960)
Prezados amigos cultos e ocultos, conforme prometido, aqui vai mais um disco do Carlos Lacerda: “Rio – Cidade Indomável”, lp produzido pelo político, que parece ter gostado da ideia de deixar seus discursos perpetuados em disco. Como se pode ler na própria contracapa o vinil se reparte em dois momentos. No primeiro, face A, temos trechos de seu discurso na Convenção Nacional da UDN saudando Jânio Quadros, discurso na convenção do Partido Trabalhista Nacional, que o apoiou como candidato a governador do então novo Estado da Guanabara. Na face B Lacerda lê trechos de livros dos autores cariocas, Gastão Cruls e Octavio Tarquinio de Souza. Observem que aqui, já em 1960 os seus discos passam de 200 para 300 cruzeiro. A inflação tá comendo solta…
Carlos Lacerda – O Caminhão do Povo (1958)
Olá, amigos cultos e ocultos! Embora o nosso blog aqui se chame Toque Musical, eventualmente, procuro postar também outros tipos de discos como os de poesias, documentários, propaganda e também política. As vezes fico achando que o nome do blog deveria ser outro, afinal nem só de música se faz o nosso toque. Hoje, por exemplo, vamos falar de outros registros sonoros lançados em lp que não são necessariamente música. Aproveitando que ainda estamos na onda da curiosidades fonográficas e mais ainda, vivendo um momento político complicado, vou postando aqui três lp raríssimos, onde poderemos perceber o quanto as histórias na política brasileira se repetem. Qualquer semelhança não será apenas coincidência. Apenas uma comprovação de que a política e os tempos mudam, mas os políticos continuam os mesmos. Teremos para hoje e nos próximos dias os três discos gravados pelo polêmico Carlos Lacerda, um político carioca que atuou neste cenário durante as décadas de 40. 50 e 60. Sua trajetória política e recheada de histórias. Foi um combatente feroz da política populista de Getúlio Vargas, sendo ele um dos principais mentores da desestabilização deste governo. Era um político da UDN. Tinha muita força e poder porque era também um jornalista, dono do jornal Tribuna da Imprensa, seu principal palanque para os discursos e aquela dosezinha de veneno, que ajudou o Brasil a cair na fase mais negra, a ditadura militar. Carlos Lacerda era oposição, mas não era de esquerda. Aliás, ele não era nem de direita. Ao longo de sua vida política se posicionou de acordo com o que lhe era mais interessante, útil e conveniente. Era um homem inteligente, letrado… um intelectual, Mas qualidades como essas não fazem de um homem um bom político. Como exemplo, temos o contemporâneo Fernando Henrique Cardoso, que não nos deixa mentir. Se preferirem, temos algo melhor, José Sarney. Contudo, achar uma classificação para o Carlos Lacerda é coisa que eu não me atrevo sem conhecer ao certo toda a sua história. Porém, através de discos como este, dos seus discursos em áudio, somados a sua ‘multifacetagem pública’, podemos entender o quanto complexo foi esse personagem. Durante a segunda metade dos anos 50, após o suicídio de Vargas, seu alvo de ataques passou a ser Juscelino Kubischek. Ele usava os meios de comunicação (rádio, tv e jornais) para difamar o governo de JK. Em resposta, o Governo baixou uma portaria na qual proibia a transmissão de programas que ofendessem autoridades. Dessa forma, Lacerda perdeu sua maior arma, não tendo mais como escrachar com JK e seu governo. Como alternativa, passou a andar pelas ruas do Rio discursando em caminhão aberto que servia como palanque móvel, acompanhado por outros políticos da UDN. Limitado em suas ações, teve a brilhante ideia de distribuir seus discursos também em disco de vinil, os quais eram vendidos ao preço de 200 cruzeiros. Cara esperto. Imaginem ele hoje, o que não faria pelo PSDB? (hehehe…)
Mas enfim, neste primeiro lp vamos ouvir os discursos improvisados do ‘caminhão do povo’, discurso no meio da rua e trechos de seu discurso na Câmara. Um registro histórico que vale para ‘petralhas’, ‘coxinhas’ e todos os demais brasileiros. Confiram…
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Jane Duboc (1982)
Olá, meus prezados, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos com este disco bacana, de uma cantora também super bacana, a paraense, Jane Duboc. Em sua discografia este álbum consta como sendo seu terceiro disco. Lp independente, lançado em 1982, traz um repertório bem feliz, com músicas de autores variados e da melhor qualidade. Tem músicas de Sérgio Sá, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que inclusive participam no disco. Fátima Guedes, as duplas Tunai e Sérgio Natureza, Zé Renato e Ana Terra, Rita Lee e Sonia Buenier, Carlinos Menezes e Sueli Corrêa e Gandula e Casa Branca. Toda essa informação se pode confirmar na contracapa, inclusive esta traz também uma boa apresentação da cantora feita pelo jornalista Sergio Cabral. Confiram o toque…
Tibor E Sua Orquestra (1974)
O Toque Musical já havia oferecido a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum com a orquestra do maestro e arranjador Tibor Reisner (1920-1996), húngaro que se radicou no Brasil, gravado possivelmente em 1966, como brinde de fim-de-ano do fabricante das pilhas Ray-O-Vac (“as amarelinhas, tá?”). Nessa resenha, inclusive, são apresentados dados biográficos sobre ele, que preferi não repetir aqui. Pois bem, agora o maestro Tibor e sua orquestra estão de volta, em mais um álbum promocional gravado por sua empresa PAT (Produções Artísticas Tibor). A cliente, desta vez, foi a tradicional empresa Capelinha Indústria e Comércio Ltda., fabricante de taxímetros para automóveis, celebrando a produção de sua unidade de número 100.000, em 1974. É um trabalho que segue a linha dançante desse tipo de disco, afinal era uma ocasião festiva, de comemoração. Como de hábito, temas autorais do maestro se misturam a hits como “Moon over Napoli” (Bert Kaempfert), “Eu só quero um xodó” (Dominguinhos-Anastácia) e “La morena de mi copla” (Villegas-Castellano), visando agradar a todo tipo de público então existente. Muitos devem até se lembrar desse taxímetro que aparece na capa, ainda hoje usado em alguns táxis que a gente pega por aí, mas que se tornou monstro pré-histórico diante dos que são atualmente fabricados. A própria Capelinha, por certo, não existe mais, seriamente atingida pelos vai-e-vens da famigerada economia brasileira. De qualquer forma, o que interessa aqui é ouvirmos e dançarmos ao som da orquestra do saudoso Tibor Reisner. Que comece la fiesta!
Marion Duarte – Minha Canção Pra Você (2014)
Aos amigos cultos e ocultos e a quem mais interessar… Hoje eu venho trazer para vocês um toque musical novo, mais exatamente um cd. Tenho o prazer de postar aqui o último trabalho da cantora Marion Duarte, que gentilmente e atenciosamente me deu esta honra de apresentá-lo aqui no nosso blog. Fiquei muito feliz por ela ter entrado em contato comigo, me agradecendo pela postagem de um outro disco dela. Conversamos demoradamente ao telefone. Ela me contou um pouco da sua trajetória e das dificuldades de se manter como artista num tempo onde, grandes e antigos nomes quase não são lembrados. De um tempo em que a música se tornou uma caricatura de si mesma e a indústria musical uma fábrica de descartáveis. Difícil se manter artista sem tentar acompanhar os modismos. Mas no caso de Marion podemos dizer que ela conseguiu se manter e até a se superar. Retornou a carreira com o mesmo vigor e até mais refinada. Neste trabalho, produção independente, lançado no ano passado, ela conseguiu reunir talento e bom gosto. “Minha canção prá você” é um cd muito bem feito, com um repertório variado, trazendo suas composições em parcerias e canções de sucesso de Adelino Moreira, Noel Rosa, Pixinguinha, Luiz Vieira e outros. Ela vem acompanhada por músicos de primeira e conta também com a participação do Conjunto Época de Ouro. Um belo disco que vocês precisam conhecer!
Ely Camargo – Gralha Azul (1965-88)
A quem possa interessar… (e com certeza vai), tenho para o dia de hoje este belíssimo trabalho, lançado originalmente em 1965 pela gravadora Chantecler. Trata-se de um raro lp com a cantora e folclorista goiana Ely Camargo e participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, apresentado temas folclóricos do Estado do Paraná. A gralha azul é um pássaro, símbolo deste Estado.
Em 1988 este álbum foi reeditado através da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, recebendo um novo tratamento de áudio e desta vez apresentado em alto estilo num álbum de capa dupla e oito páginas com todas as informações sobre o trabalho. Foi produzido em edição limitada e não comercial. O lp original nunca voltou a ser relançado, infelizmente. Mas a versão digital está aqui, no Toque Musical. Confiram no GTM, ok?
Os Cantores De Ébano – E os Anjos Voltam A Cantar (1991)
A quem possa interessar… Os Cantores de Ébano, grupo vocal criado por Nilo Amaro, o ‘Azulão’ no inicio dos anos 60. Gravaram dois lp pela Odeon. O grupo tinha como característica o fato de todos os cantores serem negros. Tinha como destaque o cantor Noriel Vilela que fazia o tom mais grave, o chamado ‘baixo profundo’. Nilo Amaro e seus cantores alcançaram muito sucesso, o que lhes valeram apresentações na Europa, na Argentina e em diversas cidades brasileiras. Seus dois maiores sucessos são “Leva eu sodade” e “O uirapurú”. Na década de 70 falece Noriel e o grupo de desfaz. Várias foram as tentativas de voltar, mas achar um cantor como Noriel Vilela não foi fácil. Parece que Nilo Amaro tentou refazer o coletivo, mas descaracterizado, sem o gogó do Noriel e com vários elementos que não eram negros. Curiosamente, neste lp de 1991, em nenhum momento o nome de Nilo Amaro é citado. Imagino que tenha rolado um ‘racha’ e nessa ele ficou de fora.
Nesta nova versão dos Cantores de Ébano temos uma seleção de repertório que procura resgatar sua própria origem, regravando entre outras seu dois maiores sucessos. Produção quase independente.
Nova Estação – Momentos Mágicos (1986)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Não fosse por conta do calor, eu agora já estaria dormindo. Amanhã acordo cedo, vou trabalhar. Mas enquanto me refresco e espero o sono, vou tentar manter em dia o compromisso da postagem. Até porque, eu tenho aqui um disquinho já pronto e uma boa história.
Apresento a vocês a banda mineira Nova Estação. Grupo formado na cidade de Caeté, bem próximo de BH, lá pelos anos 80. Descobri por acaso, através do meu médico de acupuntura, Dr. Carlos Eduardo Guimarães. Conversando sobre música, discos, ele me falou que antes de seguir a carreira médica havia tocado em uma banda, disse que chegaram até a gravar dois discos. Por incrível que pareça, não me lembro deles naquela época, embora tivessem atuado muito em Belo Horizonte. Algumas de suas músicas chegaram a tocar em rádios, inclusive no Rio e Sampa. Mas eram tempos difíceis, principalmente para uma banda nova e com uma proposta musical que ia além do gênero pop fácil. Na verdade, o Nova Estação, tem exatamente aquele tempero mineiro, um pouco de rock progressivo e as influências da música do pessoal do Clube da Esquina, de Milton e Lô. Não é por acaso que no seu disco de estréia, “Mágicos Momentos” eles tenha gravado “Um girassol da cor do seu cabelo”, de Lô e Márcio Borges. Por sinal, fizeram um arranjo bem original. Eu fiquei muito curioso depois daquele nosso papo, principalmente porque o Carlos era um dos principais componentes do grupo, além de cantor era também compositor. Prometi a ele que iria localizar esses discos, pois pelo que entendi, nem o resto da turma da banda tinha os discos. Impressionante esse povo! E realmente eu acabei localizando através da web todos os dois discos. Ou melhor dizendo, as músicas dos discos. Mas não me dei por contente e fui atrás dos lps. Com muita sorte consegui achar o primeiro álbum, o Momentos Mágicos. A capa estava bem surrada, porém o vinil estava perfeito. Decidi então refazer a capa em seus mínimos detalhes. O resultado foi surpreendente, um álbum novo! Levei de presente o disco para ele, que ficou pra lá de agradecido. Infelizmente o segundo álbum, o “Guerra nas Estrelas, eu não achei e nem sei como é a capa. Daí resolvi criar uma outra, até mesmo para que pudesse apresentar aqui o trabalho. Caso em algum dia apareça a original a gente troca. Ou quem sabe o Carlos passe a adotar a nova numa versãozinha digital, heim? Este segundo disco também é muito bom e possui uma produção já experimentada e aperfeiçoada. Músicas autorais de muito bom gosto tanto em poesia quando na composição instrumental. Garanto a todos que vale a pena dar uma conferida.
Marília Batista – Vai Marília (1989)
Olá amigos cultos e ocultos! Nesta semana que passou fiquei conhecendo um antigo radialista, o Sr Luiz Pedro Rodrigues. Ele foi cantor, apresentador e diretor de várias rádios no Rio de Janeiro, São Paulo e finalmente em Belo Horizonte. Era mais conhecido por Pedro Luiz, uma inversão do nome, que segundo ele, para um artista do rádio, era ‘mais sonoro’. Ele trabalhou ao lado de grandes nomes da música brasileira. Foi também compositor. Para a minha grande surpresa, autor de jingles que eu cantava na minha infância, como o do arroz Paranaíba, da TV Itacolomi e algumas chamadas da Rádio Inconfidência. Ele conheceu de perto pessoas que fizeram parte desse universo, inclusive do lado do público. Figura da mais interessantes e discursivas, me contou alguns fatos interessantes, memórias e coisas ligadas ao rádio. Muitas dessas histórias fazem parte de um de seus livros: “Show do Rádio – Pessoas e Fatos Ligados Ao Rádio de Minas Gerais”, lançado pela editora Armazém de Ideias em 2002. Mais uma fonte de informação que eu até então desconhecia. Fiquei amigo do moço e por conta disso, logo vou postar aqui uma seleção com alguns dos seus trabalhos… Do nosso encontro também surgiu o presente um raro disquinho que eu aqui apresento a vocês. Um compacto da cantora e compositora Marília Batista que ele mesmo recebeu da artista. Segundo consta, este foi o último trabalho realizado por Marília antes de vir falecer, em 1990. Para os desatentos, Marília Batista foi uma das mais importantes intérpretes da obra de Noel Rosa. (Em uma próxima oportunidade postarei aqui as gravações dela com Noel.)
Ao lado do Regional Recordando, de Vadinho do Bandolim, Marília nos traz em um compacto duplo e independente quatro de suas composições, entre elas “Garota Sapeca”, gravada por Aracy de Almeida. Mesmo para um compacto e gravado de maneira independente, o disquinho é encantador, samba e choro com muita qualidade. Taí um disquinho que merece fazer parte do nosso acervo. Falou que é raro e curioso, é aqui mesmo, no Toque Musical 😉
Beto Saroldi – Metrô (1988)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Quebrando um pouco o ritmo, saindo um pouco do antigo para algo mais próximo da nossa atualidade, tenho hoje para vocês o primeiro disco do compositor e instrumentista Beto Saroldi. Para quem não conhece, Beto Saroldi é um saxofonista, compositor e produtor musical que já tocou com grandes nomes da música brasileira como, Fafá de Belém, Gilberto Gil, Lulu Santos, Lô Borges e muitos outros. Isso também, sem falar em outros grandes nomes da música instrumental, que é a verdadeira praia deste artista.
“Metrô” é o nome do seu primeiro lp lançado em 1988, uma produção independente que teve a graça de ver incluída uma de suas faixas como tema da novela “Bebê a bordo”, da poderosa Rede Globo. O disco, num geral é bom. Quem curte música instrumental é que vai gostar 🙂
José Domingos – Exemplo (1981)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês um disco muito bacana e que há tempos venho ensaiando a postagem, mas sempre aparecia outra coisa, me tirando do alvo. Hoje, finalmente, ele sai…
Temos aqui o álbum “Exemplo” do cantor e compositor José Domingos, um artista que pouco se houve falar, embora tenha lá muitos anos de estrada e alguns bons discos gravados. Nascido em Guaxupé, Minas Gerais, logo cedo se mudou com a família para São Paulo. Foi por lá que iniciou sua carreira artística, no início dos anos 60 como cantor da noite, se apresentando em boates ao lado de outros grandes nomes da época. Eu sempre confundi ele com o Noite Ilustrada, talvez pela semelhança física e pelo estilo musical. E pelo que pude verificar, essa não era uma confusão só minha, muita gente pensava assim. Ao que consta, ele gravou até então seis discos. Eu mesmo só conheço este e mesmo sem saber dos demais digo sem medo de errar, este foi seu melhor trabalho. Não se trata de um álbum essencialmente autoral. Há nele suas belas composições e também a de outros como o Lupicínio Rodrigues de quem ele interpreta três clássicos, entre eles a música “Exemplo” que dá nome ao disco. Para acabar de embelezar a coisa, temos um time de músicos de primeiríssima. Não vou aqui listá-los, mas só para se ter uma ideia, Zé Domingos vem acompanhado por Amilson Godoi, que também foi responsável pelos arranjos e regência; Cláudio Henrique Bertrami; Heraldo do Monte; Isidoro Longano (o Bolão); Hector Costita e outra feras mais…
Ao que parece, discos do Zé Domingos nunca chegaram a ser divulgado em blogs musicais. Nunca vi um. Este está sendo o primeiro e o Toque Musical se sente muito honrado em dar o primeiro toque. Álbum bacana, produção independente que as grandes gravadoras não souberam dar o devido valor. Um grande artista. Vale a pena conhecer!
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Brazil By Music – Brazil By Cruzeiro (1972)
Olá amigos cultos e ocultos! Aproveitando o intervalo do jogo dos dois centenários, Atlético X Palmeiras pela Copa do Brasil, vou logo fazendo a postagem do dia antes que esta acabe ficando para amanhã. Na verdade, bem que podia, pois ainda não ‘mapeei’ bem este álbum. Ou seja, ainda não encontrei as informações corretas sobre ele. O que posso dizer é que se trata de um álbum promocional da Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul. Um disco cujo o ‘carro chefe’ é o seu famoso jingle, que pelo que sei foi criado pela turma do Azymuth, ainda em sua fase embrionária. Ao que consta em outras fontes, o disco é uma parceria do Azymuth como o Marcos Valle. No álbum não há se quer uma informação a esse respeito. Não há ficha técnica ou qualquer outro sinal além das músicas e arranjos, que para um bom conhecedor apontam para este que (ainda) é um dos melhores grupos instrumental brasileiro. O álbum, de capa dupla, traz um repertório bem elaborado com vários clássicos da MPB em arranjos brilhantes. Por conta de tudo isso e também do número limitado de cópias lançadas, este disco se tornou um objeto de desejo para muitos colecionadores. Se alguém tiver interesse, creio que o disco ainda está disponível para venda. Basta dar um toque, ok?
Emilinha Borba – Força Positiva (1981)
Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Depois de sete anos nessa batalha ‘blogmusical’, eu vou dizer uma coisa: ando num desânimo que vocês não fazem ideia. Sei que uma das razões dessa minha ‘broxada’ tem a ver com a interatividade que por aqui já não existe. Mas no fundo, a culpa é minha mesmo. Sou eu quem deveria estar instigando vocês através de mais postagens, mais envolvimento e conteúdo… porém, está me faltando ânimo (e tempo que anda cada vez mais curto). Mesmo assim, vamos lá, no pingado…
Tenho hoje para vocês este álbum da Emilinha Borba. Um disco lançado por ela própria, de forma independente, no início dos anos 80. Naquela época vários artistas, sem encontrar espaço nas grandes e tradicionais gravadoras, partiram para os lançamentos independentes. Nessa empreitada muitos deles acabavam se enveredando também para o trabalho de produção a ponto de criarem suas próprias empresas. Emilinha foi uma dessas. Investiu na produção criando a Discos EPA (Emilinha Produções Artísticas). Lançou assim, “Força Positiva”, um lp feito na cara e na coragem, somente com músicas então inéditas. Um repertório variado contemplando velhas e novas paixões, ou por outra, antigos e novos compositores. Embora muito bem assistida em todos os aspectos dessa produção, achei meio pobre alguns arranjos. A economia de uma orquestra faz uma falta danada para uma cantora do quilate de Emilinha.
Quinteto Agreste – Sol Maior (1982)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Para não passarmos em branco o fim de semana, de última hora, aqui vai um disco bacana, que cura qualquer depressão domingueira. Apresento a vocês o Quinteto Agreste, um grupo cearense de primeiríssima qualidade, surgido lá pelos anos 70, em Fortaleza. Injustamente, foi um conjunto que não recebeu a devida atenção da crítica e de um público a nível nacional. Ficaram meio que restritos ao regional, não conseguindo a merecida projeção. Pelo pouco que sei, o grupo ainda se mantém ativo, apesar de algumas alterações. Gravaram ao longo do tempo dois lps e um compacto. Depois, parece, lançaram um cd nos anos 2000. “Sol Maior” foi o primeiro lp, produção independente lançada em 1982, com o apoio da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura. Um trabalho realmente muito bem produzido e autêntico. São dez faixas entre temas autorais e outros conhecidos como “Na hora do almoço”, de Belchior; “Vaca Estrela, Boi Fubá”, de Patativa do Assaré e “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Não deixem de conferir… O link não fica no blog, não demora no GTM, não espera ninguém… 🙂
Zimbo Trio – Tributo A Tom Jobim Vol. 1 (1988)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Iniciamos esta manhã de terça feira mantendo o alto nível musical. Pois não há nada melhor do que começar o dia ao embalo da boa música, não é mesmo? É certo que aqui, no Toque Musical, não existe música ruim, as vezes temos algo curioso, mas apenas para temperar nosso cardápio sofisticado, hehehe…
Vamos assim com o Zimbo Trio neste álbum lançado em 1988. Um disco que foi originalmente criado para o mercado japonês. Encomenda muito específica, com escolha de repertório e tudo mais que os japoneses podem comprar. O álbum acabou sendo também lançado no Brasil, de maneira meio que independente, por uma entidade chamada CLAM (Clube dos Amigos da Música). Este disco, que eu saiba tem pelo menos outras duas versões de capa e chegou a ser relançado em versão cd. Embora conste como sendo o volume 1, eu mesmo nunca vi o tal volume 2, daí penso que ele não chegou a ser lançado. Ou quem sabe, o pacote completo ficou só no Japão.
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Tânia Braz – Mistura Pura (1992)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Chegamos aqui a mais uma postagem dedicada aos artistas do meu bairro, quero dizer, da minha cidade de Belo Horizonte 🙂 Trago agora para vocês a cantora e compositora Tânia Braz, uma artista que se estivesse vivendo no Rio ou em São Paulo, certamente estaria por aí fazendo o maior sucesso. De formação acadêmica, iniciou sua jornada artística no renomado coral da UFMG, o Ars Nova. Formada em Arquitetura, acabou se ‘bandeando’ para a música onde também se graduou em composição e orquestração na Escola de Música da UFMG. Estudou canto lírico, teatro e dança, sendo assim uma artista bem completa. Sempre esteve envolvida em projetos culturais da cidade, principalmente na década de 90, quando então teve a oportunidade de gravar este que foi o seu primeiro disco. Tânia Braz é mesmo uma artista e tanto, mostrando sua arte em diversos e diferentes espetáculos. Passou pela música espanhola e latino americana com seu grupo “Agny”, com o qual realizou diversas apresentações em Belo Horizonte. Trabalhou também com o grupo Uakti e foi vocalista e compositora no grupo de rock progressivo “Arion” com quem gravou um cd , voltado principalmente para o mercado internacional. O disco foi distribuído pela gravadora Rock Symphony/Musea e Tânia consagrada como uma das melhores cantoras de progressivo no mundo em 2001.
“Mistura Pura”, seu primeiro disco solo, é um lp muito interessante, onde Tânia nos apresenta suas boas composições e também interpreta com estilo outras, como “Gracias a la vida”, de Violeta Parra; “La vien rose”, de Edith Piaf; “Don’t cry for me Argentina”, da obra “Evita”, de Andrew Lloyd Weber.
Tânia passeia bem por todos os gêneros que se envolve. Ao longo desse tempo ela gravou, pelo menos, mais uns dois cds. Eu não os conheço, mas acredito que sejam tão bons quanto este. 😉
Geninho Lima – Vida Belvedere Blues (1990)
Amigos cultos e ocultos, boa noite! Continuando a mostra dos artistas e conjuntos mineiros, segue aqui mais um. Desta vez eu apresento a vocês, Geninho Lima, um guitarrista e violonista que foi destaque nos anos 80 na música feita em Minas Gerais. Pelo pouco que eu sei, ele gravou uns três disco solo e esteve presente em gravações de outros artistas. Há tempos ele anda sumido, não sei se ainda continua produzindo. O que se encontra de informação é somente através de suas músicas, publicadas no Youtube. Quem sabe, uma hora dessas alguém, ou ele próprio, apareça por aqui esclarecendo um pouco mais as coisas?
“Vida Belvedere Blues”, creio eu , foi o seu terceiro disco, produção independente de 1990. Um álbum de capa dupla, bem produzido e um repertório autoral acima da média. O disco foi gravado no Estúdio JG, do baterista João Guimarães, que também marca presença no disco ao lado de outras feras como Mário Castelo e Gilberto Diniz (Agência Tass), Reginaldo Silva (Kamikaze), Marcos Gauguin (Sgt. Pepper’s Band), Carlos Ivan e Fernando Chico. Um bom disco, podem conferir…