Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje achei por bem de vir eu mesmo apresentar o toque musical do dia. Nos últimos, quem brilhantemente tem feito isso é o Samuel Machado Filho, que agora passa a atuar além das resenhas do Grand Record Brazil trazendo, eventualmente, um pouco mais de contribuição, com seus textos completos e muito mais informativos. Estou a frente desta postagem como forma de assimilar e corrigir de vez na minha cabeça o nome do grande maestro Guiomarino Rubens Duarte, que eu sempre escrevo Guido, ao invés de Guio (de Morais). E essa não é a primeira vez que eu erro o seu nome. Por isso agora eu estou fazendo esta postagem, para corrigir meu erro e também aproveitar a carona (ou o gancho) da postagem anterior feita pelo Samuca.
Pois bem, temos aqui mais uma vez o maestro pernambucano Guio de Morais em um disco de 10 polegadas lançado pelo selo Todamerica, em 1956. Desta vez, o maestro nos apresenta uma seleção musical clássica do cancioneiro popular e infantil, temas regionais em ritmos de samba e baião. Um disco onde Guio de Morais não apenas rege a orquestra, mas também canta. Mesmo sendo ele um dos maiores arranjadores, no presente álbum essa tarefa ficou por conta de outros, Antônio Almeida e Felícia Godoy. Por um erro gráfico, consta na contracapa apenas sete faixas, mas há uma oitava que traz as músicas “Mulher rendeira” e “O meu boi morreu”. Confiram mais esta pérola 😉
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Guio De Morais E Sua Orquestra De Cordas – Devaneio (1958)
* Texto de Samuel Machado Filho
Baião Para O Mundo – Seleções De Humberto Teixeira (1957)
Bom dia para todos do lado de cá e uma noite melhor para os que estão do lado de lá. É, o mundo está caindo e ainda nem aprendemos a levitar. Coisas estranhas estão acontecendo pelo nosso mundo. As profecias vem se cumprindo. O que podemos esperar em 2012? Sinceramente, estou preocupado. Se não abrimos as nossas mentes agora, poucas serão aquelas que estarão recriando o mundo depois. Tô meio pessimista? Desculpem…
Melhor seria se o mundo fosse invadido pelos ares do Baião, como foi o desejo desta produção, lançada pelo selo Rádio em 1957. Temos aqui um disco dos mais interessantes e também (para não variar) uma obra rara, que poucos hoje em dia devem conhecer. Obviamente me refiro ao disco e não às músicas que, com certeza, todos devem saber de cor. “Baião para o mundo – Seleção de Humberto Teixeira” é um disquinho de 10 polegadas que traz em suas faixas oito baiões do compositor cearense. É curioso falar de Humberto Teixeira sem comentarmos sobre seu grande parceiro, Luiz Gonzaga. Acontece que neste álbum, apenas “Asa Branca” é uma composição em parceria com o Rei do Baião. Todas as demais músicas do disco são exclusivamente de Humberto Teixeira. A execução, orquestração e os belos arranjos são do maestro pernambucano Guio de Morais. Ele dá ao baião uma roupagem mais nobre, uma noite de gala para um gênero tão popular. Embora nessa época o baião já fosse conhecido em outros países (inclusive no Japão!), um disco com este, surge mesmo é para afirmar a nós brasileiros o quanto esse ritmo nordestino ganhava projeção internacional. Taí um disco bem bacana e que merece muitos comentários, vocês não acham? 😉