Violonista, guitarrista e compositor de primeira linha, aplaudido no Brasil e no exterior. Assim é Ricardo Rodrigues Parente Silveira, ou, como ficaria para a posteridade, Ricardo Silveira. Nascido no Rio de Janeiro, a 25 de outubro de 1956, Ricardo cresceu ouvindo bossa nova, samba e marchinhas carnavalescas. Suas primeiras influências foram os violonistas Baden Powell e João Gilberto. Mais tarde, interessou-se por Jimi Hendrix, e recebeu influências de Wes Montgomery e George Benson. Terminado o segundo grau, Ricardo deixou o Brasil e foi para os EUA, onde estudou por dois anos na Berklee College of Music, de Boston. Após morar durante anos em Nova York, onde tocou com Herbie Mann, Ricardo voltou ao Brasil para se aprofundar na música instrumental, logo se tornando um dos mais requisitados músicos de estúdio no país. Gravou e fez shows acompanhando nomes de prestígio da MPB, como Elis Regina, Hermeto Paschoal, Gilberto Gil, Maria Bethânia, João Bosco, Ivan Lins, Nana Caymmi, Vinícius Cantuária e Mílton Nascimento. Ele inclusive é o autor do arranjo da música “Portal da cor”, que fez em parceria com Mílton. Assim Ricardo Silveira define seu trabalho: “Eu toco dentro do ponto de vista de um músico brasileiro. Há elementos de funk e jazz, mas não gosto de dizer que toco fusion. Eu sou um músico que gosta de diferentes formas de música, e me sinto bem explorando esses diferentes mundos musicais”. A carreira internacional de Ricardo Silveira deslanchou nos EUA quando ele assinou contrato com o selo Verve Forecast, da Polygram, hoje Universal Music. Tem mais de dez álbuns em sua discografia, e, entre uma gravação e outra, excursiona com sua banda, nos EUA e no Brasil. Já formou trio com Alfonso Johnson (ex-Weather Report) eWalfredo Reyes Jr. (ex-Santana) e participou da turnê “Brasil Project”, com o gaitista belga Toots Thielemans. Atualmente, faz parte do grupo Latin American All Stars, junto com o peruano Alex Acuña, o colombiano Jsto Almario e o mexicano Abraham Laboriel. E é justamente o começo de tudo isso, o pontapé inicial da longa e vitoriosa carreira de Ricardo Silveira como guitarrista-solo, que o Toque Musical orgulhosamente apresenta a seus amigos cultos, ocultos e associados: “Bom de tocar”, seu primeiríssimo álbum-solo, editado pela Polygram (selo Fontana) no ano da graça de 1984. Produzido por ele próprio juntamente com Luiz Carlos, o Lelé, o disco traz nove faixas marcantes, inclusive a que lhe dá o título. E ele vem muito bem acompanhado, com gente do quilate de Jamil Joanes (baixo), Chacal (percussão), Léo Gandelmann (saxofone) e Márcio Montarroyos (mais conhecido como trompetista, aqui atuando nos teclados, juntamente com Serjão e Serginho Trombone). Tudo isso com o elevado padrão técnico que sempre caracterizou os trabalhos discográficos da antiga Polygram. Ouvindo este “Bom de tocar”, entende-se por que o álbum foi (e ainda é) considerado um marco na história da música instrumental brasileira.
bom de tocar
pica-pau I
xamba
maricy17
dois irmãos
rock
espaços
55
raizes
*Texto de Samuel Machado Filho