Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje temos aqui O Grupo, um quarteto vocal que já foi apresentado aqui através de seu primeiro disco, lançado em 68. Disco este, por sinal e por engano, publicado aqui por duas vezes, com textos bem diferentes e até com algumas falhas. Vamos tentar corrigir isso agora, nesta nova postagem e com este disco que foi o segundo trabalho, lançado em 1969. Formado por Roberval, Raimundo Bittencourt, Jaime Rocha e Maurício Duboc. Ao que tudo indica, Roberval e Raimundo saíram do grupo a partir deste segundo trabalho. E certamente, em comparação com o primeiro disco este deixa a desejar. Mas longe de ser um disco ruim, muito pelo contrário, trata-se de um trabalho de qualidade, gravação de primeiríssima e uma prensagem de dar inveja a discos japoneses. O repertório também é muito bom, dez faixas muito bem selecionadas. Um disco que vale a pena ouvir e mais ainda, entender porque tem gente pagando uma nota por um exemplar. Vai entender colecionadores, hehehe… Confiram!
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O Grupo (1968)
Olá, amigos cultos e ocultos! O TM apresenta a vocês hoje o LP de um conjunto vocal-instrumental que infelizmente durou pouco tempo, aliás foi o único álbum que registraram. O nome é o mais sintético possível: O Grupo. Formado por quatro rapazes pra lá de talentosos, Roberval, Raimundo, Jaime e Maurício, O Grupo ficou conhecido do público ao acompanhar Roberto Carlos no samba “Maria, carnaval e cinzas”, de Luiz Carlos Paraná, no Festival de MPB da TV Record, em 1967. Esta música, inclusive, foi o lado A do compacto simples de estreia do Grupo, lançado ainda em 67 pela Odeon, tendo no verso “Canto de perdão”, de Roberval, um dos integrantes, em parceria com Hedys Barroso Neto. “Maria, carnaval e cinzas” também está neste único LP do Grupo, como faixa de encerramento. E é um trabalho de primeira, concebido sob a batuta de Mílton Miranda, com direção musical de outro “cobra”, Lírio Panicalli, e assistência de produção de Orlando Silva (que, certamente, não era o “cantor das multidões”). Os competentísssimosrapazes do Grupo, literalmente, “botam pra quebrar” em um repertório basicamente composto de sucessos nacionais da ocasião. Nas orquestrações e regências, além do próprio Lírio Panicalli em “Passa por mim” e “Morrer de amor”, temos ainda Antônio Adolfo em “Sá Marina” (por sinal um de seus maiores hits autorais), “Januária”, “Eu e a brisa” (eterno clássico de Johnny Alf) e “Diane”, Carlos Monteiro de Souza no clássico “Travessia”, inesquecível obra-prima de Mílton Nascimento, Ugo Marotta em “O bonde”, e Nelsinho em “Maria, carnaval e cinzas”. Tudo isso com a irrepreensível qualidade técnica então característica das produções da Odeon, e recomendado por um entusiasmado Paulo Sérgio Valle no texto de contracapa. Um resultado de fato magnífico, que merece mais esta postagem do TM e irá agradar muito. Após esse disco, eles ainda gravariam algumas faixas esparsas em álbuns mistos e desapareceriam de cena. De qualquer forma, este LP do Grupo vale como um documento musical precioso daquele que é conhecido como “o ano que não terminou”, 1968, para desfrute de todos aqueles que apreciam nossa música popular no que ela tem de melhor e mais expressivo. Aproveitem…
*Texto de Samuel Machado Filho