Deo Lopes – Voar (1981)

Com o prazer e a satisfação de sempre, o TM traz de volta, em repost, para seus amigos cultos, ocultos e associados, o primeiro álbum do sempre notável Déo Lopes, “Voar”, de 1981. Anteriormente, oferecemos este disco junto com outro expressivo trabalho dele, “Certos caminhos”, que gravou três anos depois, e que já havia sido apresentado pelo TM em separado, exatamente o que fazemos agora com “Voar”. Déo Lopes nasceu em 1952, na cidade de Santo Antônio da Alegria, cidade paulista da região de Ribeirão Preto, na divisa com Minas Gerais, e desde 1994 reside no Vale do Paraíba, também no estado de São Paulo. Profissionalmente, iniciou-se em 1980, na capital bandeirante, apresentando-se em teatros como o Lira Paulistana, o Sesc Pompeia  e o Tuquinha. Percorreu (e percorre até hoje) quase todo o Brasil (Minas, interior e litoral de São Paulo, Bahia, Maranhão, etc.) divulgando seu trabalho, suas composições, e aprendendo com muitos bons músicos de todas essas regiões. Como bem conceituou o amigo Augusto, Déo Lopes  “é um músico com muitas paradas, assimilando um pouco de cada lugar por onde passa”. Tem uma discografia que abrange seis álbuns, entre LPs e CDs, inclusive três que também já foram oferecidos pelo nosso TM: “Canticorda” (com o violonista argentino Juan Falú, 1982), “Relação natural” (1988) e “Noite cheia de estrelas” (1993). Fundou, em 1998, um grupo de música regional, o Trem da Viração, com quem possui outros dois álbuns lançados, produziu concertos e discos de outros artistas, e tem participado da criação e desenvolvimento de inúmeros projetos culturais, tanto na música (em especial o fomento da música regional) quanto em outras artes.  Em suas composições, Déo Lopes busca o que sempre acreditou: seus anseios, suas crenças, seu pensamento sobre a ecologia e o meio-ambiente, sobre o sentimento do amor, no sentido  do entendimento, do encontro e do desencontro. Com todo este respeitável currículo de artista e incentivador cultural, Déo Lopes bem merece a nossa repostagem de hoje. “Voar”, seu primeiro álbum, lançado em meio ao “boom” de discos independentes produzidos nessa época (1981), é o começo de tudo, o pontapé inicial de uma carreira promissora, sempre apresentado um trabalho musical de assimilação bem natural e extremamente agradável. O curioso é que a capa teve duas versões, uma em preto e branco, conforme o desenho original, e a outra em azul e branco, mudança esta que foi solicitada pelo próprio Déo Lopes. São doze faixas, nove delas feitas por ele mesmo com parceiros, e apenas como letrista. É um dos melhores álbuns independentes surgidos nessa época, e dele participam, entre outros, os irmãos Dante e Ná Ozzetti, no coro e na percussão. Portanto, é digno merecedor de um “vale a pena postar de novo”!  Agora, é ir direto para o GTM e desfrutar dessa autêntica preciosidade!

canto de agora
voar
a química e o drama
pés no chão
a lua é de luzia
larissa
dia de festa
herança
nos olhos da serra
um bom partido
tassiana e rafael
retratos

*Texto de Samuel Machado Filho

Déo Lopes & Juan Falú – Canticorda (1982)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje levo para vocês um trabalho independente, colaboração do amigo Carlos Moraes, que foi o responsável pela arte da capa deste disco do músico paulista Déo Lopes e seus convidados, o violonista argentino Juan Falú e o grupo Quintaessência. Lançando em 1982, este lp regista o encontro de Déo Lopes com o violonista Juan Falú, Um trabalho realmente interessante, cujo o repertório, embora com músicas cantadas, procura valorizar principalmente o instrumental e o acústico. Muito lindo, vale uma audição!

chorada
beija-flor
milonga
oficina (a primeira lição)
manhã de carnaval
eterno menino
na trilha dos chorões
olha maria
la tenebrosa
julia
aquela estrela
.

Deo Lopes – Noite Cheia De Estrelas (1993)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Chegamos enfim a mais uma sexta-feira (cerveja, cerveja, cerveja…) . Acredito que na próxima semana as postagens ficarão comprometidas diante ao fato de que estarei em viagem. Vou para Sampa, de lá para o Rio e do Rio para a cidade de Tiradentes, aqui em Minas. Levarei o notebook, mas não sei se terei tempo para manter diária as nossas postagens. Foi também por conta dessas viagens que eu me lembrei de postar hoje um disco do cantor e compositor Deo Lopes. Este álbum, assim como alguns outros, me foram emprestados pelo amigo Carlos Moraes, paulista que trocou a agitada São Paulo pela pacada Tiradentes (fora de temporada). Como irei no próximo final de semana para lá, vou levar de volta esses discos. Já faz mais de um ano que estão comigo. Assim, antes devolver, deixa eu passar logo tudo aqui para o computador.

O presente lp foi mais um belíssimo trabalho lançado pelo Deo, que pelo jeito de compor e também pelo seu repertório, me fazia crer ser uma artista mineiro. Suas produções sempre foram independentes, numa época em que fazer um disco nessas condições, não era para qualquer um. Seus álbuns são criativos e bem elaborados, em todos os sentidos. Uma prova de que o artista independente pode fazer mais e melhor, sem necessariamente contar com o ‘apoio’ de uma grande gravadora. Aliás, essas, diga-se de passagem, continuam pensando ‘monetariamente’. Cultura é apenas um item agregado. Neste belo lp, de capa dupla e tudo mais, vamos encontrar doze canções variadas, entre composições próprias, parcerias e de autores diversos. Destaca-se, obviamente, inclusive por dar nome ao disco, “Noite cheia de estrêlas”, um clássico da seresta, música de Cândido das Neves. Mas há outras, as quais eu, pessoalmente, gosto muito. “Praça Ramos”, do Wandy ‘Premê’ é ótima, notadamente inspirada em “Praça Clóvis”, de Paulo Vanzolini; “Incelença para o amor retirante”, de Elomar, super bacanda. Outra que gosto muito é “Açude encantado”, de Waldir da Fonseca e Charles, gravado originalmente pelo Grupo Raízes. Eu ouvia essa música direto nos anos 80. Bom, mas tem mais… o disco é todo reluzente e isso, muito graças à uma legião de músicos, cantores e técnicos da melhor qualidade. Não vou nem mencionar ou estender assunto, porque já estou atrasado. Confiem em mim e na bela capa, vale a pena ouvir de novo 😉
noite cheia de estrelas
praça ramos
relação natural
a resposta
toadinha cabocla
o sorriso da neguinha
conquistei a lua / linda garota
incelença para o amor retirante
as três estrêlas
coisas da minha terra
açude encantado
bola de prata

Deo Lopes – Voar (1981) & Certos Caminhos (1984)

Bom dia a todos! Finalmente sexta feira! E antes que eu me esqueça, amanhã é dia de Feira do Vinil lá na Discoteca Pública, que fica na Rua Machado 207 – Bairro Floresta (próximo ao Colégio Batista). A feira que é mais uma festa vai rolar durante todo o dia, de 10 às 17 horas. Quem estiver em Belô, não pode perder!
Na semana passada eu estive na cidade de Tiradentes participando do Festival Foto Em Pauta e fiquei na pousada do meu amigo Carlos Moraes. Fiquei conhecendo ele através do blog. Foi ele quem doou, para mim, a coleção completa da “História da Música Popular Brasileira”, da Abril Cultural. Ele é de Sampa, mas há coisa de uns três anos resolveu trocar o agito da cidade paulista pelo agito da cidadezinha mineira. Tá por lá tocando a vida e nesse nosso reencontro, mais uma vez rendeu novos discos. Desta vez ele me emprestou uma série de discos (os quais eu prometi devolvê-los na próxima vez que for à Tiradentes). Ele deixou comigo, por exemplo, os primeiros discos do excelente cantor e compositor Déo Lopes. Eles foram muito amigos e inclusive a capa do seu primeiro álbum, “Voar” é de autoria do Carlos. Segundo ele, o desenho original era em preto e branco, o Déo foi quem resolveu mudar para o azul, o que faz sentido, considerando o título do álbum. Mesmo assim e em homenagem ao meu amigo, decidi publicar nesta postagem a capa no preto e branco. No embalo, resolvi também incluir uma ‘repostagem’, o álbum “Certos Caminhos”, de 1984. O exemplar que eu tenho é diferente do que o Carlos me emprestou. É uma edição especial, com uma capa diferente. Déo lançou “Certos Caminhos” trazendo também esta capa de série limitada, com o trabalho do artista plástico Fábio Pace. Trata-se de uma espécie de pintura em alto relevo, onde para cada exemplar houve um resultado diferente e exclusivo. Enfim, um álbum de arte (e para poucos!). Infelizmente, este eu vou ter que devolver.
Déo Lopes é um artista paulista, nascido na cidade de Santo Antonio da Alegria, no Vale do Paraíba. Mas ouvindo sua música, quem não o conhece, vai dizer que é mineiro. Isso se deve muito ao fato de que ele é um músico com muitas paradas, assimilando um pouco de cada lugar por onde passa. Sua música é extremamente agradável e de uma assimilação bem natural. Em “Voar”, seu primeiro trabalho, ele traz doze músicas, sendo nove delas de sua autoria ou parceria, onde nessas é apenas o letrista. Neste lp participam os irmão Dante e Ná Ozzetti, no côro e percussão. Eis aí um trabalho independente da melhor qualidade. Aliás, um não, dois! Tem também a reprise do delicioso “Certos Caminhos”. Quem ainda não os ouviu em outras fontes, não deixe de conferir por aqui. Eu recomendo… 😉

Voar:
canto de agora
voar
a química e o drama
pés no chão
a lua é de luiza
larissa
dia de festa
herança
nos olhos da serra
um bom partido
tassiana e rafael
retratos

Certos Caminhos:
tesouro da terra
certos caminos
o raio rubi que a romã reluz
pacífica
canção da quatro luas
bicho branco
voarás
boca de minas
respire fundo
ponto de cruz
bicho branco
aquela estrela

Déo Lopes – Certos Caminhos (1984)

Nesta semana procurarei postar um pouco mais de artistas lá das Minas Gerais. Tenho andado meio sem tempo e sem vontade para escrever. Mas ainda assim procurarei manter o nível, com títulos que considero importante de serem ouvidos. Vale pela beleza, pela qualidade e também pela curiosidade. O Toque Musical é um blog que agrega todas as tendências, estilos e gêneros, porque a boa música está em todo lugar. Dessa forma, faço da semana, uma mostra dos meus mineiros. Ainda no estilo ‘curto e grosso’.

Déo Lopes não é um artista nascido em Minas, mas sua música reflete integralmente o espírito e a musicalidade mineira. “Certos Caminhos” é um álbum independente, recheado de boas canções, todas autorais, com exceção de “Voarás” que é uma releitura de Walter Franco. Um disco realmente gostoso de se ouvir. Confiram aí…

tesouro da terra
certos caminhos
o raio rubi que a roma reluz
pacífica canção
bicho branco
voarás
boca de minas
respire fundo
ponto de cruz
bicho branco II
aquela esterela