Arquivo da categoria: Selo Itamaraty
Luiz Andrade E Seu Acordeon – Baile Mineiro (1977)
Boa tarde meus prazados amigos cultos e ocultos! Fechando essa série sertaneja, eu hoje trago um disco do sanfoneiro Luiz Andrade, o “Baile Mineiro”, lp lançado em 1977, na época, pelo selo Itamaraty. Luiz Andrade foi um instrumentista e compositor que atuou por muitos anos em rádios e bailes de forró, em Belo Horizonte, onde residia. Achar informações sobre ele não é coisa muito fácil, pois como tantos outros artistas do gênero sertanejo, ficam limitados a suas regionalidades. Só mesmo quando alcançam um grande sucesso é que passam a ser conhecidos do público em geral. Luiz Andrade é daqueles sanfoneiros bem conhecidos, mas dentro do mundo sertanejo. Pelo pouco que pesquisei, vi que ele gravou também outros discos. Infelizmente, hoje é um artista que só vive na memória. No Youtube tem algumas músicas dele e pelos comentários ele já faleceu há algum tempo. Mesmo assim e talvez por isso mesmo, vamos resgatá-lo. Vamos conhecer melhor esse sanfoneiro…
Waltel Branco – Músicas Do Século XVI Ao Século XX (1968)
Olá, amigos cultos e ocultos! O TM oferece a vocês hoje mais um álbum de qualidade produzido no Brasil, enfocando a música erudita. Trata-se de “Músicas do século XVI ao século XX”, lançado em 1969 pela CID (Cia. Industrial de Discos), gravadora independente carioca que existe até hoje, sob o selo Itamaraty, com distribuição da extinta Codil. O repertório, evidentemente, é primoroso, com obras de Villa-Lobos (“Prelúdio n.o 2”), Brahms (“Valsa n.o 15”), Chopin (“Prelúdio n.o 20”), Schumann (“Romanza”), Gluck, Weiss (ambas denominadas “Ballet”) e Poulnac (“Sarabanda”). Tudo isso em notáveis solos de violão a cargo de Waltel Branco, que também assina as faixas “Prelúdio, sarabanda e Bourrée” (que dedicou ao dr. Fernando Paes Leme) e “Moda de viola” (dedicada a meu xará Samuel Babo). Também notável arranjador, maestro e compositor, Waltel Branco nasceu em Paranaguá, litoral paranaense, no dia 22 de novembro de 1929. Oriundo de família musical, iniciou-se bem cedo nessa arte, por meio da bateria, do violão, e posteriormente do cavaquinho e do violoncelo, estudando ainda harpa e órgão. Sua infância e adolescência, alternadas entre Curitiba e Rio de Janeiro, foram marcadas pelo estudo da música e religião. No período em que esteve no seminário, estudou música com o chileno Joaquín Zamacois, e teve ainda outros mestres que contribuíram para sua formação, como Bento Mossurunga, Alceu Bocchino e o padre José Penalva. Em Curitiba, Waltel formou uma jazz-band junto com seu irmão, o baterista Ismael Branco, e o pianista Gebran Sabag, então grande revelação. Em 1949, ainda jovem, foi para o Rio de Janeiro e, em seguida para Cuba, junto com a cantora Lia Ray, a fim de ser violonista, diretor musical e arranjador do conjunto que formaram. Lá, nosso Waltel teve oportunidade de tocar com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O’Farrel, ajudando a criar a mistura de jazz, música cubana e brasileira que influenciaria a “jazz fusion”, estilo do qual ele é considerado um dos precursores. Seu currículo inclui passagens pelos EUA, Europa, Ásia e até mesmo pela Índia, onde até lecionou música ao lado de maestros renomados. Poucos sabem, mas foi Waltel Branco quem compôs, à época em que trabalhava com o maestro norte-americano Henry Mancini, o famoso tema da “Pantera Cor-de-Rosa”, ouvido e conhecido até hoje. Teve importância fundamental na formatação da bossa nova, morando em uma pensão junto com nada mais nada menos que João Gilberto, com quem desempenhou longa parceria, sendo seu amigo e arranjador desde então. Waltel Blanco também foi, em 1965, um dos pioneiros da TV Globo, onde, a convite do próprio dr. Roberto Marinho, viria a compor um seleto time de músicos da emissora, junto a Radamés Gnattali, Guerra Peixe e Guio de Moraes, ficando lá por mais de vinte anos. Tem mais de 5.000 composições (ao longo da carreira), incontáveis arranjos e participações, além de espetáculos e shows que até hoje realiza no Brasil e no exterior. É difícil, aliás, encontrar artista brasileiro (ou mesmo internacional) com quem Waltel não tenha trabalhado. Tocou com Dorival Caymmi e a filha Nana, além, claro, de João Gilberto, fez arranjos para gente do porte de Roberto Carlos, Mercedes Sosa, Cazuza, Tim Maia, Djavan, Cartola, Astor Piazzola, Zé Kéti, Elis Regina, Vanusa, Gal Costa, Tom Jobim, Maria Creuza e muitos mais. Em 2012, recebeu o título de doutor “honoris causa” pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), aliás o primeiro título da entidade concebido a um músico. Em suma, Waltel Branco é um grande mestre de nossa música, o que por si só credencia este “Músicas do século XVI ao século XX”, oferecido hoje pelo TM com a satisfação e o orgulho de sempre. A conferir, sem falta…
canção do século XVI
ballet – gluck
romanza – schumann
valsa n. 15 – brahms
ballet – weiss
prelúdio n. 20 – chopin
estudos 16 – sor
sarabanda – poulenc
prelúdio n. 2 – villa lobos
andante – p. van der staak
moda de viola
*Texto de Samuel Machado Filho
Vários – Isto É bom Demais (1972)
Olá amigos cultos e ocultos! Ao contrário do que eu esperava, este ano estou ainda mais sem tempo para o Toque Musical. Difícil conciliar as atividades aqui e as do meu dia a dia. Por conta disso, fui obrigado a fazer novas mudanças. Nossas postagens da coletânea Grand Record Brazil, muito bem apresentada aqui pelo amigo Samuel Machado Filho, vão deixar de ser semanais para ser quinzenal. Isso vai nos desafogar um pouco e teremos mais tempo para selecionar o material a ser apresentado.
Hoje, para variar um pouco, estou trazendo aqui uma daquelas curiosas coletâneas internacionais produzidas pelas nossas gravadoras, lá pelos anos 70. Esta é da CID (Companhia Industrial de Discos). Uma coletânea de coletânea. Quer dizer, o material apresentado aqui foi extraído de outros discos de coletânea da gravadora. Se lembram série Explosão Mundial? E dos discos do Big Boy e Ademir? É por aí… e por aqui, através do selo Itamaraty. 🙂 Temos uma seleção de sucessos da época, aquelas músicas que tocaram em todas as rádios do Brasil. Nesta coletânea iremos encontrar artistas estrangeiros obscuros e mais obscuros ainda os covers. Artistas e grupos nacionais se passando por estrangeiros. É o caso da banda cover Track que aqui aparece em umas três faixas. É, sem dúvida, um lp curioso. Vale dar uma conferida.
A Bandinha Da Saudade (1973)
Ed Lincoln – Orgão E Piano Elétrico (1967)
Olá amiguíssimos, cultos e ocultos! Hoje vamos de Ed Lincoln, em um álbum bem ‘na onda’, com se dizia naquele tempo, naqueles anos 60. “Ed Lincoln – Orgão e Piano Elétrico” é um de seus discos que eu mais gosto. Isso, muito pelo fato de que neste álbum, quem lhe deu o formato foi o José Roberto Bertrami, grande músico, que além de cuidar dos arranjos, dizem, também tocou muito neste trabalho. Eis aí um disco bacana, pop e muito bem feito. Podemos dizer que se trata de um dos precursores do estilo ‘samba-rock’. Não sei porque ninguém ainda não pensou em relançá-lo em uma nova edição. Bem que merecia, em cd e vinil. Eu compraria um, só para fazer companhia para o original. Destaque para todas, mas “Saci Pererê” faz a cabeça 😉 Muito bom, confiram…
Rio – Seja Benvindo Ao Rio (1970)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Como todos já deve ter percebido, eu sou apaixonado pelo Rio de Janeiro. Êta cidade maravilhosa! E digo isso não apenas pela paisagem, que é deslumbrante, mas também pela sua própria história, ou pelas diversas histórias que acontecem neste lugar. Gosto também do carioca, um tipo descolado, malandro e muito solto. O Rio é totalmente musical e tem também o samba, a bossa nova… O Rio é dez! Por essas e por outras que eu sempre que posso estou postando aqui alguma coisa ligada a essa cidade tão bacana. Na verdade isso é quase inevitável, afinal é no Rio que a maioria das coisas acontecem.
Temos aqui este lp, “Rio”, lançado pelo selo Itamaraty, supostamente no início dos anos 70. Um disco estranho, bem típico de outros lançamentos desse selo. Não há nele qualquer tipo de informação além da relação musical. Tenho quase certeza de que este lançamento não trazia encartes com ficha técnica ou coisa assim. Dessa forma, o que temos é um disco sem nome de artistas, grupo ou orquestra. Sem ficha técnica ou algo que mereça ser informado. E olha que pelo repertório e excussão musical, este álbum bem que merecia uma ficha completa. Excelente, da primeira à última faixa! Taí um disco que eu gostaria de saber que é que está tocando. Alguém aí pode me informar? 🙂