Arquivo da categoria: Selo Som Maior
Geraldo Vandré – 5 Anos De Canção (1966)
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos a semana com um disco que há muito já devia estar aqui. Mas todos tem a sua hora e hoje é a vez dele, Geraldo Vandré. E quando digo hoje, me refiro não apenas ao dia, mas ao tempo presente. Vandré nos dias atuais, de retrocessos, de ameaças fascistas, estupidez e ignorância, representa um grito de liberdade, de consciência social e política, coisa que infelizmente nosso povo nunca adquiriu totalmente. É triste dizer isso, mas o brasileiro nesse quesito é um tremendo idiota, um eterno vassalo da elite, que um dia sonha em também ser elite e continuar fazendo o mesmo. E nesse (des)Governo que hoje achaca o Brasil, o que podemos esperar é somente o desmonte geral da Educação no país. Até mesmo na Cultura, nas Artes, na Música… vemos o reflexo da ignorância… Como pode um povo aceitar isso? Acreditar num projeto construído no WhatsApp? Que tremendo engano! Que golpe dos diabos! E o povo não acorda… Por essas e outra é que aqueles que ainda enxergam o fim do túnel devem guiar aqueles que estão totalmente cego. O grande problema é que esses cegos ainda não se tocaram de que estão nas trevas, se iludem como bobos pelo brilho do espelho, pela luz que eles não tem… Triste realidade desse nosso povo. E então, mais que nunca, é preciso cantar… e ouvir e aprender com a história. Mais que nunca, este é um disco que precisa ser escutado.
“5 Anos de Canção foi o terceiro álbum de estúdio do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O disco foi lançado em 1966 e reúne composições que ele fez ao longo desses primeiros cinco anos de produção musical. Vandré vem acompanhado pelo genial Trio Novo, formado por Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airton Moreira. Este disco reúne alguma das muitas músicas que fez a partir de 1960, quando então compôs seu primeiro e grande sucesso, ao lado de Carlo Lyra, a belíssima bossa “Quem quiser encontrar o amor”, que aqui é também a gravação original feita com Baden Powell ao violão. Pessoalmente, este é dos discos do Geraldo Vandré que eu mais gosto por conta, principalmente da ‘pegada’ nordestina, a instrumentação melódica e sua simplicidade. Acredito que, até então, poucos foram os artistas que haviam se apropriado dessa forma, dos elementos de uma música de raiz, da moda de viola, a música nordestina… Sem dúvida, um clássico, um disco de se tirar o chapéu. Certamente, este é um disco que muitos irão encontrar por aí. Mas aqui também ele é indispensável. Não poderia ficar fora do acervo do Toque Musical. Confiram no GTM.
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André Penazzi – Orgão Samba Percussão Vol. 1 (1965)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje resolvi fazer uma re-postagem deste disco do maestro André Penazzi.. Na verdade, comecei ela no engano, pois não havia percebido que já tinha postado este lp aqui. É que na postagem de 11 anos atrás eu o fiz usando o lançamento original, lançado pela Audio Fidelity, em 1963. Agora, refaço essa postagem com um relançamento, feito em 1965, através do selo Som Maior. Aproveito para também rever minha crítica, pois, confesso, naquela época eu não dei a devida atenção ao disco. Sem dúvida, algo diferente do convencional, mas nada de bizarro, como disse anteriormente. Um disco bem gravado e sem dúvida de qualidade, a começar pelo próprio maestro e organista André Penazzi, que selecionou um repertório inteiramente de sambas, clássicos da nossa música brasileira. Nesta edição temos um texto na contracapa que nos poupa aqui de maiores informações. Quer saber, que ouvir? Vai buscar o seu no GTM, poque o tempo é limitado.
Som 3 (1966)
É indiscutível a contribuição dada à música popular brasileira por César Camargo Mariano, músico, arranjador, compositor, produtor, diretor musical e empresário de renome internacional. Nascido em São Paulo, a 19 de setembro de 1943, César começou a tocar piano por conta própria, e, aos 14 anos, passaria a ser apresentado como “menino prodígio” em espetáculos no qual acompanhava bandas de jazz. Logo em seguida, fez amizade com Johnny Alf, que o incentivou a estudar harmonia, arranjo e composição. Ao longo de sua vitoriosa carreira, César Camargo Mariano foi agraciado com vários prêmios, como o Sharp e o Grammy Awards, foi jurado de festivais de música, apresentador de TV (comandou o musical “Um toque de classe”, na extinta Rede Manchete), compôs jingles publicitários, foi o primeiro a utilizar teclado sintetizador em arranjos musicais e acompanhou inúmeros astros de nossa música popular, sobretudo Elis Regina, com quem se casou e estabeleceu marcante parceria em shows e discos. Desse enlace matrimonial, vocês sabem, resultaram dois filhos, hoje também cantores, Pedro Mariano e Maria Rita. César reside nos EUA desde 1994, mas continua em contato permanente com os maiores nomes da nossa música popular, dirigindo e produzindo discos e espetáculos. César Camargo Mariano começou a atuar como músico profissional na orquestra de William Furneaux, e, em 1962, formou o grupo Três Américas, que tocava em festas e bailes. Um ano mais tarde, integra o Quarteto Sabá, com quem grava o primeiro LP. Em seguida, ao lado de Aírto Moreira e Humberto Claiber, forma o Sambalanço Trio, que grava um álbum com o cantor e dançarino Lennie Dale, e ganha prêmios. Contratado pela antiga TV Record de São Paulo, passa a se apresentar com um novo grupo, o Som Três, ao lado de Sabá no contrabaixo e Antoninho Pinheiro na bateria, os dois últimos egressos do Jongo Trio, com o qual grava cinco LPs, sem contar um ao vivo, em que acompanharam o grande e inesquecível Wilson Simonal. E é justamente o primeiríssimo álbum do Som Três, lançado em 1966 pela Som Maior, selo que pertencia ao grupo RGE-Fermata, que o TM oferece hoje, em grande estilo, a seus amigos cultos, ocultos e associados. Nas onze faixas deste trabalho, há trabalhos autorais dos próprios integrantes (“Samblues”, “Tema 3”, “Cristina”, “Margarida B”, de César, e “Um minuto”, de Sabá e Antoninho), sucessos da ocasião (“O morro não tem vez”, “Canto de ossanha”, “O bolo”) e composições de Lula Freire com parceiros (“Cidade vazia”, com Baden Powell, e “Deixa pra lá”, com Sérgio Augusto), além do clássico “Na Baixa do Sapateiro”, do mestre Ary Barroso. Tudo isso criando, conforme diz a contracapa, uma personalidade musical exatamente como exigia o gosto do público musical dessa época, com execuções primorosas. Portanto, este primeiro LP do Som Três é mais um trabalho de qualidade que o TM possui a grata satisfação de oferecer, simbolizando uma significativa parcela do melhor da música instrumental brasileira.
*Texto de Samuel Machado Filho
Sambalanço Trio – Vol. 2 (1965)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou num aperto só, quase sem tempo para o Toque Musical, mas vamos lá rapidinho… Vamos com um disco que não precisa ficar dando muita explicação. A contra capa já nos dá todas as informações necessárias e além do mais, este é um disco que já foi bem divulgado em outros blogs. Estou postando aqui para aqueles que não tiveram a chance de conhecer, ou querem também conferir o toque aqui do Augusto 😉
Sambalanço foi um dos muitos e excelentes grupos da era Bossa Nova. Formado no início dos anos 60 por três grandes músicos, Cesar Camargo Mariano, Airto Moreira e Clayber. Este disco foi o segundo lançado por eles, pelo selo Som Maior, em 1965. Como se pode ver na contracapa, o repertório é fino! E os caras são foda! Discaço, que mesmo bem manjado merecia estar aqui. 🙂