Arquivo da categoria: Carlinhos Mafasoli
Sucessos RGE 2 (1958)
O TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos o segundo volume da série “Sucessos RGE”, que a gravadora, então pertencente a José Brasil Ítalo Scatena, lançou em 1958 (o primeiro volume já foi oferecido a vocês pelo TM, e foi dado como sendo de 1961, quando na verdade também é de 58). Este “Sucessos RGE 2” segue a mesma linha do primeiro volume, ou seja, músicas nacionais e internacionais que estavam nas paradas naquele momento, interpretadas pelo conjunto e pela orquestra da gravadora, tendo à frente maestros e músicos supercompetentes, e por certo foi uma consequência do êxito de vendagem do álbum anterior. Para começar, encontraremos o acordeonista Carlinhos Maffasoli executando os hoje clássicos “Mocinho bonito”, de Billy Blanco, e “É da banda de lá”, de Irvando Luiz e Adoniran Barbosa, que se escondeu sob o pseudônimo de Peteleco, nome de seu cachorro de estimação. O uruguaio Rúben Pérez, conhecido como Pocho, aqui comparece regendo o conjunto e a orquestra da gravadora na execução do calipso “Cerveza”, do bolero “Cachito” (então grande coqueluche na voz de Nat King Cole), do samba-canção “Meu mundo caiu” (composto e lançado por Maysa, sua colega de gravadora), de “Viva meu samba” (de Billy Blanco, então hit de Sílvio Caldas) e do merecumbe “Ay, cosita linda”. William Fourneaut, que também era exímio assobiador,comanda a Orquestra RGE na execução da marcha “ColonelBoogey”, tema do filme “A ponte do Rio Kwai”, co-produção Inglaterra/EUA que então arrebentava nas bilheterias, e também conduz o conjunto da gravadora no chá-chá-chá “Torero”. O misterioso Eugèned’Heliemmes aqui recorda “Música, maestro”, samba originalmente lançado para o carnaval de 1940 na voz de Dircinha Batista. Enrico Simonetti, maestro que foi um dos pioneiros da RGE, aqui comanda o conjunto da gravadora na execução, em ritmo de bolero, do clássico italiano “Piccolissima serenata”. Para encerrar, um tango de José Astolphi, “Ilusão, ingrata companheira”, executado pelo conjunto RGE, e que a gravadora lançou em 78 rpm, em dezembro de 1957 (disco 10073-B, matriz RGO-413). Em suma, este segundo volume de “Sucessos RGE 2” segue a linha dos álbuns dançantes, que vendiam bastante nessa época e eram ideais para animar festas em residências e salões que não dispunham de conjuntos ao vivo. É mais uma deliciosa viagem aos “anos dourados” que o TM vem nos proporcionar!
*Texto de Samuel Machado Filho