III Festival Da Música Popular Brasileira – As Doze Finalistas (1967)

O TM prossegue sua série de álbuns dedicada a festivais de música apresentando a seus amigos cultos, ocultos e associados este curioso exemplar do gênero. O certame em foco aqui é o III Festival de MPB da TV Record, acontecido em 1967, e que ficou conhecido como “o festival da virada”, pois foi nele que Caetano Veloso e Gilberto Gil ensaiaram os primeiros passos da Tropicália, com músicas que a seguir comentaremos, e assim por diante. O lançamento deste disco ficou por conta da Chantecler, então braço fonográfico das lojas Cássio Muniz (espécie de Magazine Luiza da época, mal comparando), que colocou praticamente todo o seu cast na época para interpretar  as doze finalistas do certame (acrescidas de mais duas faixas), com arranjos a cargo de Damiano Cozzella, Willy Join, Edmundo Cortes e Jacques Sandi, este o regente em todas as faixas. E com direito até a uma foto, na capa, do antigo Teatro Paramount (então conhecido por Record Centro, e hoje Teatro Renault), onde aconteceram as eliminatórias e a final desse histórico e importantíssimo certame musical. Naquele tempo, praticamente todas as gravadoras se beneficiavam do “boom” de vendas dos discos de festivais, e não é de se estranhar que a Chantecler também fizesse o seu, com os recursos (e contratados) de que então dispunha. Se não, vejamos: logo na abertura temos a vencedora, “Ponteio”, de Edu Lobo e Capinam, originalmente defendia por Edu com Marília Medalha e o conjunto vocal Momento Quatro, aqui interpretada em dupla por Joelma (então já sucesso nas paradas com músicas românticas) e Carlos Cézar. “Bom dia”, de Gilberto Gil e Nana Caymmi, que esta última defendeu, aqui vem com Mariana Porto de Aragão. “Roda viva”, de Chico Buarque, defendida por ele próprio no festival, é interpretada neste disco por José Augusto Sergipano (vamos chama-lo assim para não confundir com o atual, que é carioca), cujo repertório era recheado de boleros e canções românticas. “A estrada e o violeiro”, de Sidney Miller, que ele próprio apresentou junto com Nara Leão, aqui vem com a obscura Maria Helena, em dupla com Marcelo Duran. “O cantador”, de Dori Caymmi e Nélson Motta, que deu a Elis Regina o prêmio de melhor intérprete do certame, é cantada neste disco por Nalva Aguiar, então grande estrela da Jovem Guarda, que mais tarde, a exemplo de Sérgio Reis, abrigou-se entre os artistas sertanejos. “Samba de Maria”, de Frsancis Hime e Vinícius de Moraes, apresentada originalmente por Jair Rodrigues, aqui vem com a obscura Simoney.  Defendida nesse festival por Ronnie Von, a marcha-rancho “Uma dúzia de rosas” aqui vem, curiosamente, na voz de Rosa Miyake, paulista de Lins, descendente de japoneses, recém-saída da novela “Yoshiko, um poema de amor”, da extinta Tupi, onde fez o papel principal. Rosa também apresentou durante anos o programa “Imagens do Japão”, dedicado à colônia nipônica, e exibido em várias emissoras, inclusive a Gazeta de São Paulo e a extinta Rede Mulher. O eterno e inesquecível Reginaldo Rossi foi escalado para interpretar, neste disco, “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, uma das músicas que começou a odisseia do movimento tropicalista. A outra, “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso, tem sua interpretação neste disco a cargo do obscuro Toni Ricardo. “Ventania ou De como um homem perdeu seu cavalo e continuou andando”, de Geraldo Vandré, é cantada neste álbum por Edmundo DaMatta, intérprete cujas primeiras apresentações públicas aconteceram em 1964, no programa “Hebe e simpatia”, apresentado por Hebe Camargo, por tabela sua madrinha artística, na antiga TV Paulista, futura Globo (é só o que se sabe dele). Na faixa seguinte, volta José Augusto Sergipano, para interpretar o frevo “Gabriela”, de Chico Maranhão, originalmente defendido pelo MPB-4. Cantor, apresentador de rádio e TV  e também dublador de vários personagens de desenhos animados norte-americanos, como  o gato Batatinha (da turma do Manda-Chuva) e a tartaruga Touchê, Roberto Barreiros foi escalado pela “marca do galinho madrugador” para interpretar o belo samba “Maria, carnaval e cinzas”, de Luiz Carlos Paraná, originalmente defendido pelo “rei” Roberto Carlos. Em seguida, volta também Marcelo Duran, agora com a polêmica “Beto bom de bola”, aquela que, de tão vaiada, fez com que seu autor e intérprete, Sérgio Ricardo, quebrasse seu violão e o atirasse na plateia, fato que marcaria para sempre a carreira de Sérgio. Por fim, temos Giane, criadora de hits românticos como “Dominique”, “Angelita” e “Olhos tristes”, interpretando “Volta amanhã”, de Fernando César e Maria Brito, curiosamente também vaiada pela plateia quando defendida no festival pela já citada Hebe Camargo. Enfim, mesmo sendo um álbum apenas de “covers”, é um trabalho curioso e interessante, que permite comparar estas interpretações com as dos cantores que defenderam estas músicas nesse que, sem dúvida, foi um dos mais importantes festivais de MPB em todos os tempos. Confiram…

ponteio – joelma e carlos cezar

bom dia – mariana porto de aragão

roda viva – josé augusto

a estrada e o violeiro – maria helena e marcelo dutan

o cantador – nalva aguiar

samba de maria – simoney

uma dúzia de rosas – rosa miyake

domingo no parque – reginaldo rossi

alegria alegria – toni ricardo

de como um homem perdeu seu cavalo e continuou andando – edmundo matta

gabriela – josé augusto

maria carnaval e cinzas – roberto barreiros

beto bom de bola – marcelo duran

volta amanhã – giane

*Texto de Samuel Machado Filho

Círculo Sertanejo (1981)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa gostosa nessa vida é presentear e ser presenteado. Não há nada melhor que a gente ganhar algo que a gente tanto queria. E mais ainda, presentear alguém com algo que ela muito quer. Foi mais ou menos algo assim que aconteceu comigo. Eu estava a digitalizar alguns discos que ganhei e entre eles havia este, um box com três lps, reunindo uma série de fonogramas, clássicos da música sertaneja, dos arquivos da gravadora Chantecler, que foi o selo que mais investiu no gênero caipira. Eu estava no momento tocando o disco na minha ‘vitrola’, talvez um pouco alto, quando de repente a campainha de casa tocou. Era o vizinho, um senho já idoso e eu logo pensei, “puxa, devo estar incomodando o velho com o barulho”. Mas qual nada. Para a minha surpresa e estranheza ele estava chorando. Ele veio até a minha porta pedir para ouvir direito o que estava tocando. Ele também gosta de discos de vinil e tem um bocado. O velho ficou alucinado quando viu essa caixa. Ele a segurava como se não fosse soltar mais, via e revia por dentro e por fora. Lia a lista de músicas, segurava como se fosse um bichinho de estimação. Sabia todas as músicas e começou a me contar suas histórias. Eu já havia acabado o trabalho de digitalização, mas ele ficou ali, querendo ouvir mais… Como meu tempo era meio curto e mais ainda, vendo a satisfação daquele homem, não tive dúvida, virei para ele disse: “olha aqui, Seu João, leva este disco com o senhor, é um presente meu para você”. O velho ficou numa satisfação que não dá para descrever. Eu também, naquela hora tive uma satisfação por oferecer a alguém um presente. Confesso que alguns dias depois eu quase me arrependi. Não por ter lhe dado os discos, mas porque agora eu sou obrigado a ouvir isso diariamente. Não se trata de ser ruim, afinal o que temos nesse box com três lp são 39 clássicos da autêntica música sertaneja, trazendo o melhor do ‘cast’ e arquivos da gravadora, com duplas famosas tipo, Mariano e Caçula, Tonico e Tinoco, Liu e Léo, Tião Carreiro e Pardinho, Cascatinha e Inhana, Pedro Bento e Zé da Estrada, Torres e Florêncio, Mandy e Sorocabinha e também, Duo Guarujá, Irmãs Castro, Nhá Barbina, Miranda, Paraguassú, Zé Messias, Teixeirinha e mais um montão de artistas. Este box foi uma produção feita exclusivamente para os assinantes do Círculo do Livro. Uma seleção com os mais consagrados artistas da música caipira, autêntica sertaneja. Taí, uma oportunidade que os amigos não devem perder. Façam como o Seu João, vai na fonte… 😉

luar do sertão – tonico e tinoco
moda da mula preta – torres e florencio
menino da porteira – tião carreiro e pardinho
barbaridade – pedro bento e zé da estrada
chuá chuá – tonico e tinoco
cabecinha no ombro – duo guarujá
saudades de matão – tonico e tinoco
cana verde – tonico e tinoco
índia – cascatinha e inhana
pingo dágua – tonico e tinoco
chalana – irmãs castro
moda da pinga – nhá barbina
festa na roça – miranda
toada de multirão – zé messias e seus parceiros
bonde camarão – mariano e caçula
casinha pequenina – paraguassú
rei do gado – tonico e tinoco
rei do café – liu e leo
canoeiro – tonico e tinoco
coração de luto – teixeirinha
maringá – tonico e tinoco
meu primeiro amor – cascatinha e inhana
tristeza do jeca – tonico e tinoco
mágoas de boiadeiro – pedro bento e zé da estrada
no braço dessa viola – torres e florêncio
sodade do tempo véio – mandy e sorocabinha
estrada da vida – milionário e josé rico
roubei uma casada – lourenço e lourival
beijinho doce – irmãs castro
rio de lágrimas – tião carreiro e pardinho
disco voador – jaço e jacozinho
saudades do japão – irmãos kurimori
malandrinho – tião carreiro
saudade da minha terra – milionário e josé rico
orgulhoso – irmãs castro
seresta – alvarenga e ranchinho
caçando e pescando – cacique e pagé
boi soberano – zé carreiro e carreirinho
luar do sertão – renato andrade

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Compactos – Giane (1965) – Silvana (1973)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados!  O TM oferece hoje mais uma seleção de compactos, dessas que tanto têm agradado a vocês. Esses dois tesouros de sete polegadas que hoje lhes oferecemos foram lançados nas décadas de 1960 e 70, e trazem um repertório essencialmente romântico. O mais antigo item de nossa seleção é o compacto simples de Giane (Georgina Morozine dos Santos), uma das precursoras da Jovem Guarda. Paulista de Bebedouro, ela se mudou ainda pequena para Jaboticabal, passando a infância entre essa cidade e Ribeirão Preto, onde começou sua carreira, na TV Tupi, Canal 3, atuando também como crooner da orquestra de Jaboticabal. Seu primeiro disco, em 78 rpm, foi lançado pela Chantecler em fevereiro de 1962, apresentando o samba médio “Quero ver” e o bolero “Por acaso”. É responsável por sucessos inesquecíveis, tais como “Dominique”, “Angelita”, “Não saberás”, “Olhos tristes” (com participação especial de Barros de Alencar), “Saudade que não foi sequer saudade”, etc. Recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, como o Troféu Chico Viola, em 1964, e, um ano depois, o Roquette Pinto de melhor cantora. O TM oferece um single de Giane lançado pela Chantecler por volta de junho de 1964. De um lado, “Preste atenção (Fais attention)”, versão de Paulo Queiroz para uma balada romântica de origem francesa, que no entanto faria mais sucesso na voz de Wanderley Cardoso, sendo por sinal o primeiro grande hit do cantor. No lado B, o divertido twist “Eu não posso namorar”, de Geraldo Nunes e Roberto Muniz, com um coral à la pato Donald simplesmente hilariante. Ambas as faixas apareceriam depois no segundo LP de Giane, lançado em março de 1965. Por outro, temos o compacto duplo de Silvana (Terezinha Almeida de Oliveira, Campos, RJ, 8/7/1941). Responsável por hits como “Amor, fonte da vida”, “Espinhos da saudade”, “Novilheiro  e “Pombinha branca”, formou uma bem-sucedida dupla com Rinaldo Calheiros interpretando tangos (“Cantando”, “Onde estás, coração?”, “Amor”…). Foi casada com o também cantor Marco Aurélio, já falecido, e igualmente gravaram músicas em dupla. Aqui, um compacto duplo Copacabana de 1973, no qual ela interpreta “Se tem que ser adeus… adeus”, de César e Cirus, lançada no ano anterior por Waldik Soriano, “Nunca mais eu te esqueci”, de Almir Rogério, aquele do “Fuscão preto”, em parceria com Jean Pierre, “Você é muito importante em minha vida”, composição de Cláudio Fontana, e “Avenida do amor”, de Carlos Bonani.  Enfim, uma seleção com repertório flagrantemente popular, apresentando letras simples e diretas, músicas como não se fazem mais atualmente. Confiram…

*Texto de Samuel Machado Filho

preste atenção – giane
eu não posso namorar – giane
se tem que ser adeus… adeus – silvana
nunca mais eu te esqueci – silvana
você é muito importante em minha vida – silvana
avenida do amor – silvana
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Compactos – Roberton Riberti (1977) – Ataulfo Junior (1973)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Seguem aqui mais dois compactos, desta vez trazendo o cantor e compositor paulista Roberto Riberti neste compacto de pré lançamento de seu primeiro lp, disco este já postado aqui no Toque Musical em outros tempos. Na sequência, temos o filho do Mestre Ataulfo Alves, o Ataulfo Jr. figura de muito talento, sambista, compositor e intérprete consagrado, com muitos discos gravados, principalmente compactos, entre eles temos este aqui de 73. Confiram

apenas mais um – roberto riberti
canção popular – roberto riberti
teu reinado – roberto riberti
rendição – roberto riberti
canto de amor – ataulfo junior
o samba seguinte – ataulfo junior
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Ely Camargo – Gralha Azul (1965-88)

A quem possa interessar… (e com certeza vai), tenho para o dia de hoje este belíssimo trabalho, lançado originalmente em 1965 pela gravadora Chantecler. Trata-se de um raro lp com a cantora e folclorista goiana Ely Camargo e participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, apresentado temas folclóricos do Estado do Paraná. A gralha azul é um pássaro, símbolo deste Estado.
Em 1988 este álbum foi reeditado através da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, recebendo um novo tratamento de áudio e desta vez apresentado em alto estilo num álbum de capa dupla e oito páginas com todas as informações sobre o trabalho. Foi produzido em edição limitada e não comercial. O lp original nunca voltou a ser relançado, infelizmente. Mas a versão digital está aqui, no Toque Musical. Confiram no GTM, ok?

gralha azul
lajeana
tiraninha
sabiá
cana verde
jogos infantis – cirandas
barreado
pau de fita
balainha
cena do boi
cena do cavalinho
cena do barão
cena da bernunça
cuá fubá
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Belchior (1976)

Boa noite, prezado amigos cultos e ocultos! Tenho para hoje um disco o qual eu gosto muito e sempre pensei em postá-lo no Toque Musical. Finalmente temos aqui o primeiro lp de Belchior lançado, segundo a unanimidade, em 1974. No meu lp, que eu também acredito que seja original de época, consta no selo como sendo de 76. Talvez seja um relançamento da Chantecler, visto que em 76 o artista já fazia muito sucesso e em outra gravadora. Uma oportunidade do galinho cantar de novo. (por falar em Galo… não, não me fale do Galo hoje…)
Vamos então com este disco, que não é nenhuma raridade. Já foi e sempre é bem divulgado em outros sites e blogs. Nada de especial além do fato de ser este um belíssimo trabalho de um artista o qual só temos a elogiar. Quem não conferiu ainda, a hora é essa. Vai lá no GTM!

mote e glosa
a palo seco
senhor dono da casa
bebelo
máquina I
todo sujo de baton
passeio
rodagem
na hora do almoço
cemintério
máquina II
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Victor Rafael – Quando A Noite Acontece (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos neste domingão, quente como um forno e para refrescar, só no suco 🙂 e bem gelado!
Trago hoje para vocês um raro e muito interessante álbum, lançado pela Chantecler em 1963. Esta gravadora/selo sempre foi mais focada na música sertaneja e regional, mas também investiu na música popular urbana e em artistas muitas vezes pouco conhecidos do grande público. É o caso do cantor e compositor Victor Rafael, um artista da noite paulista. No início dos anos 60 ele cantava na boate Delval, em São Paulo. Esta boate era famosa e tinha até o seu próprio conjunto. O cantor Caco Velho chegou a ser diretor artístico da casa e por lá passaram muitos nomes famosos. Victor Rafael era contratado da boate e neste que foi o seu disco de estréia ele vem acompanhado pelo orgão do maestro Aloysio Figueiredo e o conjunto da boate Delval. Um time de músicos realmente muito bons. O repertório também não fica por menos. Traz sambas de Dorival Caymmi, João Roberto Kelly, Nelson Cavaquinho, Paulo Pires e também composições próprias em parcerias. Eu definiria o Victor Rafael como um misto de Ataulfo Alves e Agostinho dos Santos. Infelizmente não há na rede nenhuma informação sobre este artista além do seu próprio disco.

quando a noite acontece
bem não faz
quando você voltar
eu não tenho onde morar
primeiro de abril
zé da conceição
nem sequer uma rosa
mairiporã
compreenda
pezinho pra frente
o melhor do amor
preciso de alguém
 .

Theodoro Nogueira – Missa A N. S. Dos Navegantes (1964)

Boa noite, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados! E cá estamos no fim de mais um ano e logo mais é Natal. Eu pensei em postar aqui mais um disco natalino, porém quebrando a sequência, mas sem querer sair do tom, vou trazer algo mais interessante. Tenho para hoje um álbum da linha ‘fora de série’, da gravadora Chantecler. Lançado em 1964, o disco é um verdadeiro achado, a começar pelo conceito de capa que é dupla e só tem frente. O verso é forrado numa imitação de couro. No miolo temos um encarte de duas páginas e um envelope onde o disco vem guardado. Produções como esta só mesmo para trabalhos de alto nível e especiais. Aqui temos ele, uma missa cantada. Aliás, a primeira missa cantada em português, conforme descreve a capa. A missa é a de Nossa Senhora dos Navegantes, um trabalho encomendado ao maestro Theodoro Nogueira pela Prefeitura do Guarujá para a inauguração da igreja de mesmo nome. Todos os detalhes deste trabalho eu vou deixar que os amigos mesmos descubram no próprio álbum. Como sempre, aqui segue completo!

missa a  nossa senhora dos navegantes
ave maria
cinco cantos joaninos
eu não sou parede não
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Roberto Fioravante – Valsas De Zequinha De Abreu (1964)

Incontestavelmente, José Gomes de Abreu, aliás, Zequinha de Abreu (1880-1935) é um monumento  entre os compositores de nossa música popular.  Sua obra-prima, o choro “Tico-tico no fubá”, é conhecida internacionalmente, e tem várias gravações. O mestre de Santa Rita do Passa Quatro (SP) deixou um total de 122 músicas conhecidas e editadas, incluindo marchas, tanguinhos, foxes, choros,sambas, dobrados etc.  E o gênero que mais cultuou foi exatamente a valsa, com  47 títulos. As valsas de Zequinha são primorosas, de cunho paulista-interiorano e brasileiro, um gênero criado por ele mesmo. Quem as ouve, mesmo pela primeira vez, reconhece sua brasilidade e paulistanidade típicas. Pois este álbum que o Toque Musical hoje oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados, é dedicado justamente às valsas de Zequinha de Abreu, e foi lançado em 1964 pela Chantecler. Para interpretá-las, a “marca do galinho madrugador” escalou um autêntico seresteiro à moda antiga, Roberto Fioravanti, paulistano da Bela Vista, o velho e bom Bixiga, nascido em 1913 e neto de italianos.  Seu amor pela música cresceu ainda na adolescência,quando o pai o levava a serestas. Sua carreira artística começou na Rádio Educadora Paulista, onde fazia pequenas participações. Ali conheceu o compositor e versionista Fred Jorge, que o levou para a recém-inaugurada Chantecler. “Fiorindo”, como era conhecido,  foi, por sinal, um dos pioneiros da gravadora, e por ela registrou, em 1958, seu primeiro LP, “Seresteiro da saudade”, primeiro de uma série de cinco com o mesmo título.  Lançou ainda, entre 1959 e 1961, cinco discos 78 rpm com nove músicas, e, até 1970, gravou um total de dez LPs. Enquanto se dedicava à carreira, conseguiu um emprego na Rádio São Paulo (“a voz amiga”), como responsável pelo setor de cópias,mantendo as duas funções até se aposentar.  Chegou até a receber uma proposta de contrato da lendária Rádio Nacional do Rio de Janeiro, mas recusou no ato, pois era muito apegado à família. Em 1987, participou de um álbum de produção independente dedicado à obra do compositor  Mauro DaMotta, interpretando “Volta ao interior” e “Valsa de Pouso Alegre”, tendo sido esta sua derradeira aparição em disco.  Nos últimos anos de vida, o cantor residiu na Mooca, e faleceu em primeiro de junho de 1998. Hoje, há um espaço a ele dedicado no Museu Memória do Bixiga, reunindo tudo o que foi possível a respeito de sua vida e carreira, inclusive o chapéu preto com que ele costumava se apresentar. No presente LP, Fioravanti interpreta doze das valsas mais conhecidas de Zequinha de Abreu, que aliás só compunha música instrumental.  Os versos  eram  colocados depois, geralmente por encomenda dos editores. O disco abre com a valsa mais famosa de Zequinha, “Branca”,por ele composta em 1917, em homenagem a uma menina de 13 anos,Branca Barreto, filha do então chefe da estação ferroviária de sua Santa Rita natal. Zequinha adorava a menina, e, a pedido do pai, deu o nome de Branca à valsa, que estava sem título. Mais tarde, recebeu letra o poeta e escritor Décio Abramo, que adotou o pseudônimo de Duque d’Abramonte. Outros trabalhos memoráveis de Zequinha  no gênero valsa também marcam presença, tais como “Tardes em Lindóia”, “Amando sobre o mar”, “Aurora”, “Rosa desfolhada” (homenagem a Santa Terezinha do Menino Jesus), “Morrer sem ter amado” e “Só pelo amor vale a vida”, a faixa de encerramento. Enfim, um trabalho que só reafirma a brasilidade e a paulistanidade da obra de Zequinha de Abreu, cuja obra, sem sombra de dúvida, ficou e ficará para sempre na memória de tantos quantos apreciem o melhor de nossa música popular. Um autêntico “rosário de valsas”, conforme diz a contracapa.
branca
alma em delírio
morrer sem ser amado
último beijo
amando sobre o mar
tardes em lindóia
aurora
nosso ideal
rosa desfolhada
amor imortal
longe dos teus olhos
só pelo amor vale a vida

*Texto de Samuel Machado Filho

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Vanja Orico – Vanja 64 (1964)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Como eu sempre falo aqui e vocês, obviamente percebem, a cada dia o meu tempo de dedicação ao blog fica mais escasso. Daí, acaba acontecendo esses intervalos e as resenhas… ah, essas nem se fala. Acabam ficando mornas, sem graça e lacônicas. Penso então que o interesse na leitura se deve ao fato do próprio texto. E realmente eu sei, as vezes a coisa é bem fraquinha e desestimulante. Por essas e outras foi que eu decidi abrir o espaço para que outros aqui resenhasse. Convidei o Samuca, Samuel Machado Filho, que prontamente e na maior animação tem me ajudado, fazendo a série Grand Record Brazil do Toque Musical ser bem mais que uma simples postagem. Agora, penso em incluir um novo resenhista, dando ao Toque Musical algo além de apenas toques e links de compartilhamento. Sempre acreditei que blog de música bom tem que ter mais que links e discos, precisa de um conteúdo textual. Com mais um reforço chegando, espero que isso aconteça. Quem sabe assim, os amigos aqui dêem mais atenção. É só aguardar…
Pois bem, aqui vai o toque musical do dia: Vanja 64. Terceiro álbum da cantora, atriz e cineasta Vanja Orico, lançado pela Chantecler em 1964. Este lp é realmente muito bom e para o meu gosto pessoal, um de seus melhores trabalhos musicais. Vanja vem acompanhada por côro e orquestra, sob a regência do maestro Francisco Morais. Aqui ela nos apresenta um repertório nota 10, mesclando o samba, a bossa e temas nordestinos. Quem bem pode nos apresentar este lp é Ary Vasconcelos. É dele o texto da contracapa. Pensei até em reproduzí-lo aqui, mas creio que vocês irão preferir ler na própria contracapa. Fiquem a vontade… eu vou é dormir!

dandara
aruanada
afoché
a morte do deus de sal
acender as velas
é lampa
opinião
maria moita
sassaruê
carroussel
o nordeste não se rende
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Vilma – Minha Decisão (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Estava eu procurando “É preciso dizer adeus”, de Jobim e Vinícius, quando me deparei com este disco, o qual eu nunca tinha visto. Fiquei curioso para ouví-la, pois só conheço a música na vozes de Miúcha e Gal Costa. Difícil superar as duas cantoras, mas a minha ilustre desconhecida Vilma, não faz por menos. Interpreta muito bem e o arranjo dá aquele toque que faltava. Procurei no Google por alguma informação sobre essa cantora, mas com os poucos dados fica difícil. Nem mesmo o disco a gente vê na pesquisa. Não está à venda nem pelo Mercado Livre. Mesmo sem as devidas informações de apresentação, acho legal postar esse lp. É um trabalho de qualidade, com boas músicas, bons arranjos e uma boa interpretação. Vamos postá-lo mesmo assim.  Vai que uma hora dessas aparece alguém que sabe alguma coisa. Todo complemento é válido. Comentários está aí é para isso 😉

minha decisão
campo aberto
você não vai dizer adeus
rascunho
quero ser sua
não me diga adeus
a fonte secou
mora na filosofia
noutros dias, quem sabe
proposta
lenço aberto
janela do mundo
é preciso dizer adeus
carnaval sem beleza
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The Jordans, The Jet Black’s E Ronnie Cord – 3 Compactos (2013)

Olá amigos cultos e ocultos, boa noite! Vamos hoje engrossar o caldo, ao invés de um, vamos com três compactos de gêneros e estilos familiares entre si. Temos inicialmente o conjunto The Jordans com dois sucessos internacionais, sendo que na faixa do lado B eles vem acompanhados pelo grupo vocal Os Titulares do Ritmo. O The Jet Black’s é outro grupo da época, também aqui apresentam mais dois sucessos internacionais, trilhas de filmes importantes de Hollywood. E para finalizar, temos um compacto do Ronnie Cord, aquele que fez parte da discoteca de todo roqueiro, cuja a faixa principal é “Rua Augusta”, um clássico do rock nacional, música de Hervê Cordovil.
not for sale – the jordans
midnight in moscow – the jordans
shave and scandal in the family – the jet black’s
zorba o grego – the jet black’s
rua augusta – ronnie cord
brotinho difícil – ronnie cord
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Pinduca – Sucesso É Pinduca (1965)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Chegando já na reta final do dia, aqui vamos nós com mais um toque musical raro e aparentemente exclusivo (até então), antes que eu desmonte de vez sobre o teclado, vou rapidinho passando a bola…
Tenho para vocês um álbum raro do percussionista, vibrafonista, organista, compositor, professor, maestro e arranjador sergipano, Luis D’almeida Assunção, mais conhecido como ‘Pinduca’. Eis aí um nome pouco lembrado, mas que esteve presente nos mais diversos momentos da nossa música popular e erudita. Traçar aqui a trajetória deste artista é coisa que demanda tempo e eu já caindo pelas tabelas não posso garantir muita coisa. Mas saibam que Pinduca foi um artista incomum, merecedor de toda a nossa atenção. Acredito que existam outras fontes de informação sobre ele, mas vou ‘linkando’ vocês para a coluna do jornalista e historiador Luiz Antonio Barreto. Lá ele explica bem quem foi o mestre Pinduca.
Para completar, vamos apenas fazer uma pequena apresentação deste disco. “Sucesso é Pinduca” explica bem qual é a proposta, um repertório variado contemplando em especial algumas música de verdadeiro suceso. Pessoalmente, acho o disco meio fraco, principalmente quando mesmo sem querer comparamos algumas de suas faixas com as versões originais. No fundo, o que pega mesmo são os arranjos… sei não, acho que poderiam ter feito coisa melhor. Mas independente dos meus comentários, ouvir este disco é algo que necessário. Nem que seja para me provar o quanto eu estou enganado.

una lacrima sul viso
lawrence of arabia
mar amar
beijo gelado
times square
amor de mentirinha
vai de vez
dandara
berimbau (capoeira)
cadê joão
tema de james bond
pantera cor de rosa
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José Rastelli – Eu E Meu Amigo Violão (1960)

Olá amigos cultos e ocultos! Depois de postar recentemente o volume 3 da série “Eu e meu amigo violão”, vi o quanto este artista é admirado e o quanto ele é mal divulgado. Fiquei de repostar o volume 2 e aproveitando o ensejo, aqui vamos com o primeiro. Agradeço aos dois amigos cultos que prontamente me enviaram os arquivos dos discos. Felizmente eu já encontrei todos eles, como manda o figurino. Sem dúvida, esta série é muito boa e ouvindo hoje com mais atenção o primeiro, acho que entre eles é o melhor. O repertório é dos mais agradáveis e variado, o que demonstra a riqueza técnica e musical de José Rastelli.

aquarela do brasil
chuá chuá
tristesse
mentiroso
última inspiração
milongueiro de ayer
abismo de rosas
la cumparsita
malagueña
india
ave maria
valsa do adeus
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José Rastelli – Eu E Meu Amigo Violão – Vol. 3 (1964)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Sei que muitos dos amigos aqui ainda esperam a reposição de links para velhas postagens. Sei também que alguns até já desistiram devido a demora. Pois é, eu sinto muito. Gostaria mesmo que os links se eternizassem, se a necessidade de reposição. Isso também dá um trabalho danado. Infelizmente, até hoje, eu não consegui recuperar todos os links que se perderam quando o Mediafire resolveu cancelar a minha conta free. Desde então tenho buscado a reposição conforme as solicitações de vocês. Porém, os pedidos foram tantos que se acumularam. Definitivamente eu não tenho como atender de imediato e muitas vezes nem de responder prontamente aos comentários e e-mails. O negócio é ter paciência. Como já disse, a prioridade é sempre da postagem do dia. Quem acompanha o blog diariamente não perde nada. Daí, é com vocês. Eu faço a minha parte. Se estão chegando no fim da festa, sinto muito…
Hoje eu vou postar este volume 3 do violonista José Rastelli para compensar um pedido de reposição, do volume 2, que até hoje eu não refiz. E não refiz porque o referido lp sumiu, não sei onde eu o coloquei e o pior, também não tenho mais a cópia digitalizada. Enquanto espero o reaparecimento do tal disco, vamos com este, o volume 3, que traz em seu repertório onze temas variados e conhecidos, bem na linha dos álbuns anteriores.
Rastelli estreou em disco pela Chantecler, no início dos anos 60. Era um virtuoso do instrumento. Gravou esta série que se chamou “Eu e meu amigo violão”, a qual fez  muito sucesso naqueles tempos. Tempos em que o aprendiz se mirava em verdadeiros instrumentistas.

os milhões de arlequins
siboney
conversando com a saudade
adiós muchachos
amando sobre o mar
el relicario
madreselva
carnaval em veneza
capricho árabe
le lac de côme
sin palabras
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Antonio Carlos Barbosa Lima – Viola Brasileira – Concerto Em Hi Fi (1963)

Olá amigos cultos e ocultos! Andei dando uma filtrada nos comentários através de uma outra configuração para evitar os ‘spams’, mas pelo jeito espantou também os ‘cultos’. Mas tudo bem… acho que já estou começando a exigir demais de vocês.
Para darmos sequencia nesta quarta feira, eu estou trazendo este raro e belísimo álbum lançado pela Chantecler em 1963. “Concerto em Hi Fi – Viola Brasileira”. Um disco gravado pelo excepcional violonista Antonio Carlos Barbosa Lima, acompanhado por orquestra e regência do maestro Armando Belardi. Nele é apresentado pela primeira vez o “Concertino para Viola Brasileira e Orquestra de Câmara” e “7 Prelúdios (6 nos modos da viola)”, do compositor, também mestre de Barbosa Lima, Theodoro Nogueira. Para quem gosta de viola, este disco é obrigatório, pois foi talvez a primeira incurssão da viola caipira no campo da música erudita. O disco é um registro de um concerto realizado na época, no Teatro Municipal de São Paulo. Um trabalho belíssimo, pouco explorado e conhecido do público, mesmo naqueles tempos…
concertino para viola brasileira e orquestra de câmara:

alegro moderato
andante expressivo
festivo
6 prelúdios (nos modos da viola):
lentamente
bem ritmado
lento – animado – lento
vagaroso
vivo
moderado – ligeiro
prelúdio nº 7 (bem chorado)

Antonio Guimaraes e Seu Conjunto – O Fabuloso Guimaraes (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Durante a semana, estive ouvindo aquele disco do Waldir Calmon, o “Boleros”, o qual eu não conhecia. Apesar de ter uma capa super bacana e um repertório interessante, ainda assim, achei meio sonso, sei lá… não me agradou. Fiquei na vontade… Coincidentemente, ontem, encontrei em um sebo este álbum do pianista Antônio Guimarães, que de uma certa forma sempre me lembrou o Waldir Calmon. Guimarães e Seu Conjunto eram nos anos 50 uma das grandes atrações da boate Fred’s, no Rio de Janeiro. Este álbum, pelo que eu pude verificar, foi lançado em 1963 pela Chantecler. Um disco aos moldes dançantes da época, com uma seleção musical eclética, embalanda ao ritmo do samba. Bem curioso e porque não dizer interessante. Coisa bem típica de casa noturna, como era o Arpège, do Calmon. Outro detalhe interessante é a presença de Airto Moreira, que era o baterista do conjunto e na época era chamado de Airto Guimorvan.

mattinata

hollyday for strings

lenda do beijo

dança das horas

viúva alegre

malagueña

jalousie

copacabana

i love paris

perfídia

c’est ci bom

yo soy manouga

 

Roberto Barreiros – Compacto (1967)

Olá amigos, boa tarde! Vamos chegando a mais um fim de semana e eu quase me esqueço da promessa que fiz de semanalmente postar um disco de 7 polegadas, os irresistíveis compactos. Felizmente a semana ainda não acabou, então vamos ao tal compacto. Vou aproveitar para matar dois coelhos num toque só, atendendo também ao pedido de uma paulista amiga minha. Foram tantos os seus pedidos que eu resolvi atende-lo. Difícil foi achar o disco. Ou melhor dizendo, finalmente ele apareceu.

Temos aqui o cantor romântico Roberto Barreiros, figura que ainda hoje possui uma legião de fãs espalhado por aí, inclusive em São Paulo 🙂 Do pouco que sei sobre ele, parece que começou a carreira no tempo da Jovem Guarda. Como tudo que era jovem, ingênuo e romântico na época, acabou indo na mesma onda e pelo que vejo aqui, como tantos outros artistas, partiu nos anos 70 para o romântico brega. O compacto que temos aqui foi lançado em 1967 pela Chantecler. Uma pequena amostra, com duas músicas, para anunciar o lp. Sorria, meu bem. Sorria…

eu duvido

tudo de bom

Guerra Peixe E Seus Músicos – Sambas Clássicos (1962)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! E o calor continua pegando por aqui. Por isso vou ser breve. Breve e generoso. Aqui vai um disco bem aos moldes do Toque Musical e bem ao gosto do Augusto 🙂 Trago hoje para vocês este excelente lp lançado pelo selo Chantecler, em 1962. Um belíssimo álbum esquecido na poeira do tempo e até onde eu sei, nunca postado em qualquer outro blog. Certamente, muita gente aqui vai querer conhecer. Temos o maestro e compositor Guerra Peixe em um de seus momentos de aventura pela música popular e desta vez sem usar pseudônimos! Não sei se os amigos sabem, mas Guerra Peixe costumava usar outros nomes quando não estava atuando como músico erudito. O mais conhecido era Jean Kelson, ou Orquestra Jean Kelson. Eu, inclusive, acho que tenho um disco dele. Vou procurar… Mas aqui neste “Sambas Clássicos” a coisa é ainda melhor. É música essencialmente brasileira. É samba! Guerra Peixe nos apresenta uma seleção de doze sambas nota 10, realmente clássicos indiscutíveis, em arranjos espetaculares. Um disco para se ouvir várias vezes. Imperdível! Vamos ver quem vai ser o primeiro a solicitar a jóia 🙂

ai que saudade da amélia

agora é cinza

não tenho lágrimas

implorar

foi ela

pelo telefone

helena helena

o orvalho vem caindo

não me diga adeus

adeus

até amanhã

cadê vira mundo

 

 

Orquestra Chantecler – Cumbia E Outros Ritmos Latino Americanos (196…)

Boa noite a todos! Hoje eu estou trazendo um disco que é bem a cara das postagens do Toque Musical. Adoro discos que trazem alguma coisa de curiosa e interessante. No caso aqui, trata-se de um disco lançado originalmente na Bolívia (vejam vocês), sob o título de “Discoteca Del Dia”. Segundo nos informa o texto da contracapa, foi um tremendo sucesso tanto lá quanto em outros países sul americanos. O que levou o seu lançamento também no Brasil. O curioso disso tudo é que o disco foi gravado aqui e por uma orquestra e regente brasileiros. Acredito que a indústria fonográfica brasileira também abastecia os países vizinhos e, obviamente, tocando o que eles gostavam de escutar. A cumbia é mais um desses ritmos latinos de origem afroamericana, tradicional da Colômbia e Panamá, mas que se popularizou por toda a América Latina, principalmente nos anos 50.

Neste álbum, podemos encontrar 14 faixas com duas músicas em cada uma, o que nos dá um rico mostruário num repertório bem adaptado para a cumbia e outros ritmos latino americanos. Um disco orquestral sob a regência do maestro Francisco Moraes.

Por mais que eu tenha procurando, não encontrei a data de seu lançamento, mas creio que este álbum saiu aqui no início dos anos 60. Se algum dos amigos cultos tiver aí mais alguma informação, por favor, não se faça de rogado… o comentário está aí é para isso mesmo.

Desta vez, não vou tomar o trabalho de repetir aqui a relação de músicas (são tantas que me dá até preguiça). Tá na capa!

 

Francisco Carlos – O Internacional (1963)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Como eu já havia informado, esta vai ser uma semana imprevisível para mim e consequentemente para as postagens no blog. Estarei em viagens e não sei se terei tempo para nosso toque diário. Vamos ver…

Segue aqui uma solicitação de um grande amigo. Vamos mais uma vez com o ‘cantor galã’, ‘El Broto’, Francisco Carlos. Eis aqui um disco gravado por ele em 1963, álbum de estréia na Gravadora Chantecler. Não sei bem ao certo, mas creio que este tenha sido seu último disco, quando então abandonou a carreira de cantor para se dedicar às artes plásticas, no caso, a pintura. A capa deste disco nos mostra o cantor naquela foto típica, prova incontestável de uma ida à Europa. Ele, em 1962, participou da 5ª Caravana da UBC, se apresentado em algumas cidades européias. Com um repertório variado, trazendo principalmente versões de algumas músicas internacionais, veio a seguir este álbum, “O internacional Francisco Carlos”. Notem que neste lp temos 13 músicas. Seria esse um número de azar, que levou o cantor ao seu fim? Bom, se foi eu não sei. Só sei que aqui ele está de volta. Álbum raro, difícil de se ver e ouvir por aí. Vamos conferir? 😉
foge deste amor
as folhas verdes de verão (the green leaves of summer)
recife lindo
a barca (la barca)
e você não dizia nada
glória ao amor
samba na madrugada
suave é a noite (tender is the night)
esperança (esperanza)
reflete
geremoabo
ao nascer do sol (cuando caliente el sol)
e agora (et maintenant)

Waldir Azevedo – Ao Vivo (1979)


Bom dia, amigos cultos, ocultos, associados e ‘mais perdidos que cego em tiroteio’! Aqui vamos nós como mais uma postagem. Pelo jeito, muita gente ainda está de fora por pura falta de interesse em ler o cabeçalho do blog. O nêgo entra aqui e vai direto na torneirinha, daí percebe que não há mais link. Ao invés de ler as informações do blog, prefere escrever pedindo link. Eu dou o toque, mas tem que ser no GTM. Em pouco mais de duas semanas já temos mais de 500 inscritos (olha aí, meu prezado, como eu disse, tá bombando!). Há uma certa dificuldade no início para entender o funcionamento das novas normas de utilização do blog, mas logo que se pega o jeito, percebe-se que ficou ainda melhor e mais fácil interagir com o Toque Musical. Não demora muito para que outros blogs sigam o mesmo caminho. Agora está perfeito 😉
Hoje temos para a nossa postagem um disco super legal, Waldir Azevedo, gravado ao vivo. Eu, geralmente, gosto de discos gravados ao vivo. Muitos ficam ainda melhor, sem falar no lado emoção, no momento em si… muito bom. Este álbum foi gravado em 1979, quando então o nosso grande compositor e instrumentista completava 30 anos de estrada. Foi um super show com a participação de alguns de seus amigos e admiradores. “Uma roda de choro, onde o calor humano, o sentimento e a emoção nasceram puros e simples, sem estrelismos nem truque. Uma festa por tudo que Waldir Azevedo fez pela música brasileira”. Como se pode ver, pela capa, temos participando do encontro as ilustres figuras de Ademilde Fonseca; Paulinho da Viola; Osmar (do Trio Elétrico); Paulo Moura; Rafael Rabelo, César Faria; Celso Machado; Copinha; Carlos Poyares, Isaias e Seus Chorões e Arthur Moreira Lima. Que timão, heim? Não dá para ficar sem ouvir esse disco. A música “Pedacinhos de céu” tem aqui uma interpretação improvisada e emocionante, no piano de Arthur Moreira Lima, o sax de Paulo Moura e o violão de Celso Machado. Esta música ocupa todo o lado B do disco. Vamos conferir?

mágoas de um cavaquinho
minhas mãos, meu cavaquinho
camundongo
acerte o passo
choro negro
carinhoso
viagem
vassourinhas
pedacinho de céu

Geraldo Vandré E Tuca (1966)

… e para finalizar, do jeito que eu gosto, aqui vai um compacto raro, muitas vezes solicitado aqui no blog. Agora é uma boa hora, tudo a ver com o momento. Mas, somente a sensibilidade de alguns conseguirá entender o que eu quero dizer. O Carnaval passou, a caravana passou e o meu mal estar também. Amanhã de quarta feira, com certeza, não será de cinzas para mim.

Vamos de Porta Estandarte, na avenida girando e sambando, ao som do bate latas e bate bocas!
“O importante é que a nossa emoção sobreviva!”
porta estandarte
você que não vem

Gilberto Tinetti – Trio 1960 – H. Villa Lobos E Brenno Blauth (1960)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na brecha do tempo, lá vou eu…

Para esta terça feira dedicada à música clássica, eu hoje estou trazendo Heitor Villa Lobos e sua “Bachianas Nº 4”, interpretado aqui em piano solo por competente Gilberto Tinetti. Do outro lado do disco temos um raro momento com obras do compositor gaúcho Brenno Blauth, interpretado pelo Trio 1960 (Trio Juventude Musical Brasileira), formado por Luiz Carlos Castro (piano), Wilhelm Martin (violino) e Antonio Guerra Vicente (violoncelo). Confesso que eu não conheço nenhum outro disco com trabalhos deste compositor, o que me leva a acreditar que suas composições estão limitadas a um pequeno círculo de entendidos e estudiosos. Mesmo não tendo muito conhecimento da música erudita no Brasil, sei que Brenno Blauth é coisa rara de se ouvir por aí em discos ou mesmo em apresentações. Sua obra, do pouco que conheço, acho instigante. Já tive o prazer de assistir concertos com a sua música. Ótima para se ouvir depois de um chocolate (salve Tim Maia!). Não deixem de conferir 😉 (o disco também) hehehe…
Villa-Lobos
prelúdio (introdução)
coral (canto do sertão)
ária (cantiga)
dança (miudinho)
Brenno Blauth
chôro
noturno
galhofa

Madrigal Renascentista (1959)

Bom dia a todos! Inicialmente eu quero avisar aos amigos cultos e ocultos, que solicitaram reativação de ‘toques’ antigos, para que aguardem com paciência, pois alguns arquivos eu estou refazendo e incluindo, em alguns casos, os complementos como contracapa, encartes e selos, que não constavam na primeira edição. Sei que as vezes demora. Me falta tempo e além do mais são muitos. Paciência…
Seguimos hoje, na ‘terça clássica’, com o Coral Madrigal Renascentista, em seu segundo álbum, lançado pela Chantecler em 1959, ainda sob a regência do Maestro Isaac Karabtchevsky e a contralto Maria Lúcia Godoy. Temos neste lp, que creio eu, nunca mais chegou a ser relançado, um repertório misto, bem variado, contemplando músicas renascentistas espanholas, inglesas, francesas e italianas; músicas do folclore português, israelita, americano, brasileiro e até Villa-Lobos.
O coral Madrigal Renascentista, reconhecidamente um dos mais importantes grupo brasileiro, continua sempre ativo. Atualmente, como nos conta o próprio site do coral, eles  mantém uma parceria com duas grandes instituições no Estado, o Instituto Inhotim e o SesiMinas, além do apoio de leis culturais.

ave maria – renascença espanhola
mas vale trocar – renascença espanhola
my bonny lass – renascença inglesa
riu, riu chiu – anônimo do cancioneiro de upsala
il est bel et bon – renascença francesa
laila, laila – folclore israelita
canção da vindima – folclore português
sinhá moça massurinha – folclore brasileiro
pega no balão – folclore brasileiro
estrela do céu é lua nova – villa-lobos
exultante deo
ay luna que reluces – renascença espanhola
margot, labourés les vignes – renascença francesa
contrapunto bestialle – renascença italiana
roll jordan roll – folclore americano
meninas, vamos ao vira – folclore português
rosa amarela – villa-lobos
ai! xodó – folclore brasileiro
boiadeiro do sertão – folclore brasileiro
é a ti flor do céu – folclore brasileiro
dona janaína – folclore brasileiro

Rosário de Cária – Uma Flauta No Sereno (1961)

Olá! Um bom dia a todos (e sem excessão!). Nada como começarmos o dia com uma saudação positiva, elevando nosso espírito para coisas boas, não é mesmo?

Nesta semana eu procurei focar nossas postagens na música instrumental e mais especificamente nos discos de instrumentistas solistas. Eu cheguei até a separar alguns violonistas, que é o que mais se destaca, geralmente, na música popular brasileira. Mas daí eu me lembrei de um dos primeiros discos que recolhi de uma das minhas ricas fontes, o lp “Uma flauta no sereno”. Este disco foge um pouco da linha, ao contrário dos demais, trazendo o músico solista com acompanhamento. Mas independente de qualquer coisa, não deixa de ser um álbum solo, bonito, raro e com toda certeza de interesse dos amigos cultos e ocultos 🙂
Temos assim Rosário de Cária, um flautista italiano que veio para o Brasil no final dos anos 40. Pelo pouco que achei sobre sua trajetória, na rede fala-se que ele veio como um imigrante. O que demonstra que músico veio para ficar definitivamente. Mesmo assim, sobre a sua vida no país e que fim levou, eu não sei nada. De concreto eu sei apenas ele tocou em diversas orquestras, grupos de choro e seresta. Também está presente em diversas gravações e discos de diferentes artistas. Sua atuação por aqui, pelo que pude verificar, vai dos anos 50 aos 70. Ao que tudo indica, ele era um músico bastante considerado, requisitado e de alta qualidade, como podemos verificar neste seu álbum, lançado pela Chantecler em 1961. Aqui encontramos um repertório interessante, contemplando composições brasileiras e italianas. São todas belíssimas valsas, algumas, clássicos inesquecíveis da nossa música popular. Rosário de Cária vem acompanhado por um regional. Embora não conste nos créditos do lp, acredito que o acompanhamento é feito pelo Regional do Canhoto. Este álbum chegou a ser relançado nos anos 80, com outra capa. Consta também que ele gravou um outro disco, chamado “Uma flauta em serenata”, com edição de 1975. Se este for também do agrado de vocês, irei procurar para uma futura postagem, ok?
Então, toque logo esse toque!
rapaziada do bráz
tesoro mio
sobre as ondas
primeiro amor
lia
viajando pela itália
raio de sol
gladis
arrependida
saudade de iguape
boneca
lágrimas de virgem

Eudóxia De Barros – Gotas De Ouro (1965)

Muito bom dia a todos! Depois de ouvir ontem as músicas de Garoto, na interpretação magistral de Geraldo Ribeiro, me deu vontade de seguir no instrumental. Daí achei este disco da pianista Eudóxia de Barros, tocando Ernesto Nazareth. Me lembro que a primeira vez que ouvi falar em Eudóxia de Barros, foi participando do famoso programa de perguntas e respostas, criado pela Rede Globo, o “8 ou 800”. O programa era apresentado pelo ator Paulo Gracindo e Eudóxia participou respondendo sobre a obra de Ernesto Nazareth. Curiosamente, este foi o momento de maior popularidade da pianista. Embora ela já fosse bastante festejada no círculo musical erudito, desde o final dos anos 50, ainda para a grande maioria, como eu, era uma total desconhecida.

Eudóxia é uma pianista paulista. Iniciou seus estudos musicais ainda criança. Já na mocidade ela se tornaria uma instrumentista respeitável, dominando totalmente a técnica do piano. Inúmeras são as boas críticas e comentários de outros mestres da música à seu respeito. Ao longo de todo esse tempo, em sua trajetória artística, há muito o que contar, mas vou me limitar no alcance do feixe da minha lanterna, iluminando apenas a sua produção fonográfica. Na época do (só) vinil ela gravou mais de 30 discos, muitos pelo selo Chantecler. Na fase do cd passou de uma dezena e se procurar já deve ter até dvd. Acho interessante salientar, uma produção fonográfica desse porte para a música clássica/erudita no Brasil. É um fato que nos chama a atenção. Mas acho que isso se deve muito à preocupação da musicista em estar sempre divulgando a obra brasileira. Eudóxia preferiu trocar a promissora carreira internacional por um trabalho em seu país, seja como concertista ou como professora. Levando a obra de grandes mestres da música erudita aos inúmeros cantos do Brasil. Eudóxia é casada como um dos maiores compositores brasileiro da música clássica, Osvaldo Lacerda e dele também, obviamente, ela é uma divulgadora intensa.
Que eu conheça, Eudóxia gravou uns três lps com obras exclusivamente de Ernesto Nazareth. “Gotas de ouro” veio no vácuo primeiro, “Ouro sobre o azul”, que foi lançado pela Chantecler em 1963, ocasião em que se comemorava o centenário de Nazareth. Com o sucesso deste primeiro, com vários prêmios e a consagração de Eudóxia como “a melhor intérprete da música brasileira”, a gravadora decidiu repetir a dose. Lançou então em 65 um segundo volume, o “Gotas de ouro”, com 14 temas em suas versões originais. Um terceiro disco veio (acho eu) nos anos 70 (em breve postarei).
Pessoalmente, gosto de Ernesto Nazareth em interpretações solo, como esta da grande Eudóxia de Barros. Simples mente comovente 🙂
gotas de ouro
nenê
travesso
dirce
talismã
atrevido
sustenta… a nota
espalhafatoso
você bem sabe
meigo
dora
digo
floraux
expansiva
turuna

Ely Camargo – Canções De Minha Terra Vol. 2 (1963)

Bom dia a todos! Rapidinho, aqui vai mais um disco da Ely Camargo, da série “Canções de Minha Terra”, lançada nos anos 60. Temos desta vez o Volume 2, para fazer crescer ainda mais a discografia da artista no nosso Toque Musical. Como vocês já devem ter percebido, eu sou fã da Ely. É por isso que eu empenho tanto em estar sempre lembrando o seu nome, através de seus discos maravilhosos.

Como todos já devem saber, Ely Camargo é goiana e neste segundo volume, dedicado à terra natal, vamos encontrar 15 canções regionais, específica do centro oeste, exclusivamente de autores goianos. São ritmos dos mais variados como modinhas, toadas, valsas, folia e outros, que necessariamente também passam por outras regiões brasileiras.
O que eu gosto nessa artista, além do seu próprio talento, são as suas escolhas musicais, o rumo que ela segue, buscando sempre nos trazer obras raras, de qualidade e fundamentalmente importantes para a cultura regional brasileira. Confiram aí mais uma de suas jóias musicais.
noites goianas
já fui carreiro
você está ficando diferente
danado de bão
trovinhas
pregões de goiáz
saudade
anita
ai moreninho
nossa senhora da guia
lembranças de goiás
balada goiana
veneno
aruanã
meu ciúme

Os Demônios Da Garoa – Ói Nóis Aqui Tra Veis (1969)

Eu sei que ninguém pediu, ‘mas óia eles aqui tra veis’. Claro que estamos falando desse maravilhoso grupo vocal, Os Demônios da Garoa. Com este álbum vamos para o terceiro do grupo postado no Toque Musical. E como sempre buscando os mais raros, tendo eles custado um ou mil reais. O importante aqui é como eu sempre digo, ouvir com outros olhos. É dentro dessa teoria aparentemente absurda que eu procuro demonstrar que tudo pode ter um lado interessante. Tem gente que não pensa assim, mas à essas pessoas, quando se manifestam com suas ‘crititicas’ e insultos, eu incorporo o personagem mais lembrado dos sete mares, coloco o tapa olho e ponho elas para andar na prancha. Pega tubarão! hehehe… Sei que a maioria não deve estar entendendo nada dessa conversa e nem precisa, afinal ela já tem um endereço certo. Melhor voltarmos à música, aos Demônios da Garoa.
Temos aqui um álbum lançado em 1969. Um disco com todos os ingredientes que fizeram deste grupo um dos mais queridos e alegres do Brasil. Tem Noel e Adoniran, outros paulistas e também sambistas. Um lp que contempla humor, alegria, samba e futebol. Podemos quase dizer que se trata de uma homenagem ao Corinthians. A música que dá nome ao disco foi criada por um corintiano, Geraldo Blota, em parceria com Joseval Peixoto. Em 2008 a música foi usada exatamente para isso, homenagear o Corinthians pelo seu retorno triunfal. “Timão” também é outra a qual está mais do que na cara, feita por Samuel Andrade e Paulo Gallo. Agora, aqui para mim, acho que “Time perna de pau”, de Vicente Amar, foi feita para outra equipe da massa, o meu velho e surrado Galo. Êta que essa música vem servindo de trilha perfeita para o Atlético Mineiro! Mas nóis aqui também num disisti… Sofremos, mas não desistimos! Há de chegar o dia em que também cantaremos “Ói nóis aqui tra veis”, uai! (e por favor, sem gozação!) Como sempre digo, perco a noção, mas não perco a piada (ou algo assim).
Deixemos os partidarismo esportivo e partamos ao comunismo musical (ou algo assim). Ups!

felicidade
time perna de pau
ói nóis aqui tra veis
mulher, patrão e cachaça
vim te ver
maxi mini saia
vila esperança
não quero entrar
você passa eu acho graça
timão
estou ficando louco
seleção de sambas