Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Carnaval taí… e a gente aqui já pronto pra cair na folia (ou não?). Seguindo rumo a festa, vamos agora relembrar o Carnaval de 1971. Boa safra essa também e para este lp não há o que reclamar. Tem Lana Bitencourt, Gilberto Milfont, Francisco Carlos, Genival Lacerda e outros mais… Lançado no final de 1970, pelo selo Fontana para anunciar o Carnaval de fevereiro de 71. Boas marchas, bons interpretes. Lindo! Lindo! Lindo!…
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Francisco Carlos – Adorável Como Um Sonho (1957)
Olá amigos cultos e ocultos! Tem horas em que eu penso seriamente em desistir dessa minha peleja que é (hoje) tentar manter diariamente as postagens do Toque Musical. Eu realmente ando muito sem tempo e também meio desanimado. Perdi um pouco a graça com algo que já não consigo manter. Adoro música, discos… e adoro compartilhar isso tudo com vocês, mas realmente está difícil… 🙁 Enquanto ainda aguento, enquanto ainda há um pingo de vontade e alguns minutos de folga, vou publicando aqui…
Seguimos hoje com outro disco do cantor Francisco José, seu terceiro lp lançado pela RCA Victor em 1957. Um álbum de 12 polegadas com doze faixas em um repertório romântico, com músicas de famosas, na qual eu destaco a belíssima “Você não sabe amar”, samba de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, antecipando aquela bossa nova.
A Música De Geraldo Pereira – Parte 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 81 (2013)
Vários Cantores – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 39 (2012)
E chegamos à trigésima-nona edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil. Esta semana, estaremos apresentando seis cantores de prestígio popular, cada um comparecendo com duas gravações.
O primeiro deles é José Alcides Gerardi, nascido na cidade gaúcha de Rio Grande em 15 de maio de 1918. Ainda muito jovem, Alcides mudou-se para Porto Alegre, onde começou seus estudos, e logo depois para o Rio de Janeiro, onde concluiu a escola primária e começou a trabalhar com o pai, que era comerciante, o que faria até 1935, quando iniciou sua carreira de cantor numa orquestra de dancing. Sua primeira gravação comercial deu-se em 1945, interpretando a valsa “Lourdes”, de Mário Rossi e George Brass, que o acompanhou ao acordeão. Entre seus maiores sucessos estão “Pergunte a ela”, “Abaixo de Deus”, “Antonico”, “Seu nome não é Maria”, “Marise”e muitos outros. Alcides Gerardi morreu de acidente automobilístico, ao voltar de um show, em 3 de janeiro de 1978, no Rio de Janeiro. Dele o GRB apresenta o disco Columbia CB-10370, lançado no ano de 1957. Abrindo-o, matriz CBO-1093, o bolero “Não”, de Renê Bruxelas e Belony de Carli, e no verso, matriz CBO-1092, um rasqueado de Paulo Borges que até hoje todos conhecem: o famoso “Cabecinha no ombro” (‘Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora”…), um sucesso de fato estrondoso, e que tem merecido inúmera regravações. As duas faixas também foram incluídas no LP de dez polegadas “Encantamento”, refletindo uma época de transição de formatos, da cera para o vinil.
O seguinte é João Dias Rodrigues Filho, ou simplesmente João Dias. Paulista de Campinas, onde nasceu em 12 de outubro de 1927, começou sua carreira em 1948 na PRA-5, Rádio São Paulo (“a voz amiga”), levado por Cardoso Silva. Um ano depois já estava na Bandeirantes (então “a mais popular emissora paulista”) e, em uma apresentação na boate Cairo, foi descoberto por Francisco Alves, que o levou para o Rio de Janeiro (e o apontou como seu sucessor, porque a voz era praticamente igual). Lá, João gravou seu primeiro disco, na Odeon, lançado em fevereiro de 1951, interpretando “Guacira” (Hekel Tavares e Joracy Camargo) e “Canta, Maria” (Ary Barroso). Entre seus maiores hits estão “Sinos de Belém” (versão de “Jingle bells”), “Fim de ano” (o famoso “Adeus, ano velho”), “O velhinho” (“Botei meu sapatinho na janela do quintal”…), “Mamãe” (clássico dueto com Ângela Maria), “Milagre da volta”, “Poema das mãos”, “É o pau”, etc. Faleceu em 27 de novembro de 1996, no Rio de Janeiro, época em que dirigia a Socimpro (Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos). João Dias é aqui lembrado com o disco Odeon 13679, gravado em 17 de maio de 1954 e lançado em julho do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 10130, a valsa “É o amore” (“That’s amore”), de Harry Warren e Jack Brooks, em versão de Haroldo Barbosa, e no verso, matriz 10131, o samba-canção “Falso amigo”, de Herivelto Martins (compositor cujo centenário de nascimento é relembrado neste ano de 2012) e Benedito Lacerda.
Francisco Rodrigues Filho, aliás, Francisco Carlos, nasceu no Rio de Janeiro em 5 de abril de 1928, mas foi criado no Recife, capital pernambucana, para onde sua família se transferiu, lá morando até 1939. De volta ao Rio natal, apresentou-se ainda estudante no programa de Ademar Casé (avô da Regina), na Rádio Mayrink Veiga, e diplomou-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes. Ao longo de sua vida dedicou-se à música e à pintura (inclusive foi pintor premiado no Brasil e fora dele) e, em 1946, assinou seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Tamoio. Seu primeiro disco saiu pela Star, em 1949, interpretando os sambas-canções “Abandono”, de César Formenti Neto”, e “Distância”, de Fernando Lobo. Mas seu primeiro grande sucesso aconteceu quando ele se transferiu para a RCA Victor: a marchinha “Meu brotinho”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira”, estrondoso sucesso na folia momesca de 1950 e por ele também interpretada no filme “Carnaval no fogo”, da Atlântida. Nesse lendário estúdio, participou de inúmeras chanchadas como ator e cantor, e também foi contratado da não menos lendária Rádio Nacional, onde foi campeão absoluto de correspondência durante anos. Entre seus sucessos destacamos “Rio de Janeiro (Isto é o meu Brasil)”, de Ary Barroso, “Vestido de noiva” (Francisco Alves e David Nasser), “Você não sabe amar” (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima), “Minha prece” (Haroldo Eiras e Ciro Cunha), o frevo-canção “Nos cabelos de Rosinha” (Capiba) e muitos mais. Faleceu em 19 de março de 2003, em seu Rio de Janeiro natal, de câncer. De Francisco Carlos apresentamos o disco RCA Victor 80-1967, gravado em 6 de maio de 1958 e lançado em agosto do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 13-J2PB-0403, o clássico choro-canção (originalmente polca) “Flor amorosa”, de Joaquim Antônio da Silva Callado, com letra escrita por Catulo da Paixão Cearense no mesmo ano do falecimento de Callado, em 1880, e cuja primeira gravação cantada deu-se em 1913, por Aristarco Dias Brandão. Francisco Carlos também o interpretou no filme “Esse milhão é meu”, da já mencionada Atlântida, e sua inclusão deu-se por sugestão de Paulo Tapajós, cantor, compositor e radialista. No verso, matriz 13-J2PB-0402, o bolero “Cuando tu me quieras”, de Raul Shaw Moreno e Mario Barrios, em versão de Geraldo Serafim. Das duas, só “Flor amorosa” chegou ao LP, em álbum sem título.
Em seguida, vem um dos mais queridos cantores populares que o Brasil já teve: José Adauto Michiles, aliás Orlando Dias, nascido no Recife em 1.o de agosto de 1923 e falecido no Rio de Janeiro em 11 de agosto de 2001. Ele tinha como marca registrada interpretações cheias de estilo, exageradas, acenando lenços, fazendo gestos teatrais, ajoelhando-se no palco, declamando versos emocionados, agradecendo às fãs, usando roupas espalhafatosas… Enfim, o mais polêmico cantor de sua época, mas ainda assim verdadeiro ídolo popular, com sucessos sem conta, principalmente no gênero romântico, interpretando boleros e sambas-canções. No disco que incluímos aqui, o Odeon 14538, gravado em 2 de outubro de 1959 e lançado a toque de caixa, vem dois boleraços de sucesso por ele interpretados: “Vem pra junto de mim”, de William Duba e Nahum Luiz, matriz 13837, e “Tu hás de pensar de mim”, de Waldir Machado, matriz 13838. Esta última seria faixa-título de um LP lançado por Orlando em 1960, no qual também saiu “Vem pra junto de mim”. Outros hits do cantor foram “Perdoa-me pelo bem que te quero”, “Minha serás eternamente”, “Tenho ciúme de tudo” e muitos e muitos mais…
Em seguida relembramos Roberto Vidal, nome artístico de Pedro Sidnei Grigoletto. Membro de uma tradicional família do bairro paulistano do Ipiranga, foi finalista de um concurso promovido pela TV Record para descobrir novos talentos, logo passando a se apresentar com frequência no programa “Astros do disco”. Porém, sua carreira artística foi curta e a discografia escassa: apenas oito discos de 78 rpm com 16 músicas (o primeiro deles, em 1959, apresentando o samba-canção “Botequim da vida” e o samba”Violão amigo”), e um LP, todos pela RCA, selos Victor e Camden, o do LP. Dele apresentamos seu segundo 78, o RCA Victor 80-2159, gravado em 28 de outubro de 1959 e lançado em janeiro de 60. E ele abre, na matriz 13-K2PB-0805, com um verdadeiro clássico do samba-canção: nada mais nada menos que “Negue”, de Adelino Moreira em parceria com o radialista Enzo de Almeida Passos, que marcou época no rádio paulistano com os programas “Telefone pedindo bis” e “A grande parada Brasil”. “Negue” foi inúmeras vezes regravado, inclusive por Maria Bethânia, que o incluiu em seu LP “Álibi”, de 1978, renovando-lhe o êxito, e seu criador foi justamente Roberto Vidal. No verso, matriz 13-K2PB-0806, o samba “Triste coração”, do carioca de Botafogo Aldacir Louro (Aldacir Evangelista de Mendonça, 1926-1996) em parceria com a cantora Linda Rodrigues, depois regravado por Anísio Silva no LP “Alguém me disse”. Das duas, só “Negue” saiu no único LP de Roberto, sem título, lançado em 1961 com o selo RCA Camden.
Por fim, apresentamos Cláudio de Barros, nascido na cidade mineira de Itanhandu em 24 de outubro de 1932. Antes da fama, trabalhou como comissário de bordo e redator de jornal. Gravou sue primeiro disco na Columbia, em 1954, interpretando o samba-canção “Espiritualmente” (Antônio Bruno) e a toada “Amor, ilusão” (dele próprio com Fenando Lacerda). Mas foi na Chantecler, para onde foi levado pelo cantor e compositor sertanejo Diogo Mulero, o Palmeira, que Cláudio de Barros despontou para o estrelato, e justamente com o disco que o GRB apresenta aqui, de número 78-0132, lançado em junho de 1959. O lado A, matriz C8P-263, é um tango dele mesmo, “Cinzas do passado”, ainda hoje bastante conhecido. No verso, matriz C8P-264, outra composição sua, agora em parceria com Mário Zan (o acordeom que o acompanha nas duas faixas é certamente dele), o rasqueado “Meu primeiro beijo”, que um mês depois teve outro registro na mesma gravadora, selo Sertanejo, pelas Irmãs Celeste. “Cinzas do passado” também foi faixa-título e de abertura do primeiro LP de Cláudio de Barros, no qual também saiu “Meu primeiro beijo”, é claro. Outros sucessos do cantor: “Teu desprezo”, “Bonequinha da noite”, “Taça da amargura”, etc. Com 20 álbuns gravados, Cláudio de Barros também compôs para outros artistas e se apresentou com sucesso na América Latina e em Portugal, onde cantou inúmeras vezes no famoso Cassino Estoril. Segundo Robertinho do Acordeom, foi o primeiro cantor a migrar do gênero romântico para o sertanejo, bem antes de Sérgio Reis. Faleceu em 22 de agosto de 2009, em Mairiporã, na Grande São Paulo, após sofrer o quarto infarto.
Enfim, mais uma edição do GRB que é entregue aos amigos cultos, ocultos e associados do TM, relembrando intérpretes e músicas que, se depender da gente, dificilmente serão esquecidos!
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.
Ivon Curi, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo E Francisco Carlos – Eles Cantam Assim (1957)
Boa tarde, meus prezados! Apesar da ressaca que ainda não me abandonou, vou logo trazendo a postagem do dia. Vai que depois eu fique ainda mais desanimado.
Segue aqui um dez polegadas da RCA Victor, lançado em 1957. Como podemos ver, trata-se de uma coletânea reunindo quatro dos principais cantores da gravadora. Cada um canta duas músicas. A RCA sempre soube vender o seu peixe e aqui é um bom exemplo, um disquinho para adoçar a boca. Nesta onda de reunir e mostrar seus cantores, a gravadora também lançou o “Elas cantam assim” e “Eles tocam assim”. Vou até procurar para ver se consigo esses outros dois discos para postar no nosso Toque Musical. Por hoje é só. Vou curar a minha ressaca assistindo a vitória do Galo, hehehe…
nasci para o samba – nelson gonçalves
romances de caymmi – ivon curi
cherie – carlos galhardo
hino ao samba – francisco carlos
domani – carlos galhardo
dolores sierra – nelson gonçalves
montanha russa – ivon curi
amor brasileiro em punta del leste – francisco carlos
Francisco Carlos – O Internacional (1963)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Como eu já havia informado, esta vai ser uma semana imprevisível para mim e consequentemente para as postagens no blog. Estarei em viagens e não sei se terei tempo para nosso toque diário. Vamos ver…
Francisco Carlos (1959)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nesta semana, sem querer, eu troquei os dias. Postei ontem o que seria para hoje. Assim sendo, o que era para ontem eu posto hoje. Antes, porém, quero deixar aqui um recado. Depois de algumas confusões no nosso GTM, com a invasão de oportunistas e a saída de alguns membros insatisfeitos, resolvi dar uma geral na situação. Fiz uma nova configuração para o Grupo, o que, com certeza, eliminará todos os problemas. Agora, para fazer parte desse seleto grupo vai ter que solicitar. As portas não estão mais tão abertas e o controle ficou mais apurado. Aqueles que não conseguiram sair do Grupo por conta própria e fizeram a solicitação, eu mesmo os retirei. Se quiserem voltar a trás, agora, só com outro e-mail. Para os que continuam, maravilha! Só quero mesmo gente fina, que tenha o que falar e acrescentar ao Grupo. Gente de bom senso, que entende qual é a do Toque Musical. Neste grupo circula assuntos (discos e músicas) que aqui no blog não são viáveis. Podemos chamar o GTM também de ‘o lado B’ do Toque Musical 😉
Francisco Carlos – Interpreta Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo E Custódio Mesquita (1956)
Olá amigos, cultos e ocultos! Nada como uma boa noite de sono para que a gente acorde animado. Eu naturalmente sou animado, mas quando tenho que enfrentar as dores, troco sem querer a animação pela irritação. Daí eu ponho um disco para tocar e a música vai aos poucos me acalmando. As dores ainda permanecem, mas eu vou me cuidando. Hoje até já consegui ripar mais uma bolacha e vou mandando ela aqui para vocês.
Temos assim, o cantor Francisco Carlos, um nome hoje esquecido, inclusive pelos seus contemporâneos. Nunca vi por aqui alguns dos senhores mencionar ou soliciar alguma música deste artista. Acho curioso, porque embora Francisco Carlos tenha abandonado a carreira em favor de outra arte, a pintura, nos anos 60, nas duas décadas anteriores ele era um grande astro, tanto como cantor como também como galã de filmes da Atlântida. Era conhecido como “El Broto”, por conta de seu grande sucesso, “Alô brotinho”. Também recebeu o título de “cantor namorado do Brasil”. Tinha mesmo uma pinta de galã. Nos anos 80 ele voltou ao mundo da música, mas os tempos eram outros, não conseguiu retomar a carreira.
Neste álbum, de 56, gravado pela RCA Victor (que eu considero como seu melhor disco), temos um desfile de oito sambas clássicos. Francisco Carlos interpreta músicas de Noel, Ary Barroso, Lamartine e Custódio Mesquita. Olha só…
Carnaval RCA Victor – Volume 1 (1957)
Olá foliões cultos e ocultos! Estamos enfim chegando à apoteose com nossa comissão de frente, que como todos viram, também é boa de lado e costa. Desta vez vamos ver as coisas por um outro ângulo. Vamos com este raro lp preparado pela RCA Victor para o Carnaval de 1958. Sem dúvida, outra boa pedida. Nossa bela modelo, aqui, parece não ter conseguido ficar de pé. ‘Chapou’ o melão com o lança perfume, tropeçou na serpentina e quase deixou quebrar a taça de cristal, derramando pelo chão toda a ‘champanhota’. Sorte foi estar cercada de balões que amorteceram a sua queda. Hehehe… brincadeirinha… Disse isso apenas para chamar a atenção dos amigos para a beldade que estampa a capa. Moça bonita, né não? Bonito também é o repertório e a escolha de seus intérpretes. Sob o comando do maestro Zaccarias, temos aqui um elenco de famosos artistas da gravadora, escalados no primeiro de dois lp’s, lançados com antecedência no final de 1957 para o Carnaval do ano seguinte. Temos aqui gravações raras, algumas nunca chegaram a sair em discos além dessa coletânea. Confiram o toque…