Maria Rita Stumpf – Brasileira (1988)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje é sexta feira dia em que geralmente sempre adoto para postar artistas e suas produções independentes. De uns tempos para cá isso deixou de ser regra, mas continua valendo nas eventualidades, já que poucos são os artistas independentes que vem nos procurando atualmente. Assim sendo, vamos na sequência com um disco independente, raro e dos mais interessantes. Temos aqui a cantora e compositora gaúcha Maria Rita Stumpf, um nome talvez pouco conhecido, mas que na década de 80 chegou a ser cotada como uma das grandes revelações, concorrendo ao III Prêmio Sharp, ao lado de Marisa Monte, que foi quem levou a melhor. Certamente, Maria Rita só não faturou o prêmio devido ao apelo comercial por trás da outra cantora. Maria Rita é mais que uma simples cantora. Ela é também uma compositora, tendo lá um talento que vai além do popular. Sua musicalidade e sua arte expressam qualidade e refinamento, coisa, obviamente, para poucos. Talvez por isso mesmo é que ela acabou ficando meio esquecida, ou melhor dizendo, limitada a um público muito específico. Gravou também um outro disco raro de achar, chamado “Mapa das Nuvens”, mas depois sumiu da cena fonográfica. Pelo que sei, ela acabou se enveredando para o trabalho de produção cultural, criou uma produtora chamada Antares e passou a promover eventos com artistas renomados, trazendo ao Brasil espetáculos como “Zorba, O Grego”, “Lês Ballets Jazz de Montreal”, Orquestra de Câmara da Hungria, o flautista Jean Pierre Rampal e muitas outras atrações cênicomusicais.

“Brasileira” é o nome deste seu primeiro álbum, gravado no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em 1987, sendo lançado no ano seguinte. Neste trabalho de estréia Maria Rita contou com a ajuda e participação de Luiz Eça, que havia sido seu professor e chegou inclusive a se apresentar com ela em show. Estão presentes também no disco o músico e maestro gaúcho Ricardo Bordini e outro, o mineiro Marco Antonio Guimarães com o seu até então pouco conhecido grupo Uakti. Todas as músicas são de autoria de Maria Rita, exceto “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues e “Lamento Africano”, um canto tradicional angolano. Como já dizia o Caetano Veloso em seu “Araçá Azul”: um disco para entendidos!

cântico brasileiro nº 3 (kamaiurá)

felicidade

cântico brasileiro nº 6 (temporã)

canção da garoa (poesia de Mario Quintana)

lamento africano / rictus

a cidade

relhaços

trilhas

melodia de veludo

canção de barco e de olvido (poesia de Mario Quintana)

o amor