Arquivo da categoria: Selo Pawal
Conjunto Bembossa – Bembossa Samba (1964)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós com mais uma bela curiosidade musical. Hoje temos para vocês este lp, provavelmente de 1964, do provavelmente Conjunto Bembossa. Ironia a parte, este é mais um daqueles discos feitos para vender. Tipo de disco muito comum nos anos 60 e até antes, quando se montava um lp, as vezes, usando fonogramas de outros discos. Pequenos e obscuros selos/editoras criavam seus discos a partir de fonogramas, possivelmente comprados de gravadoras. Parece ser uma prática comum, pois a esses, pouco importava autores e intérpretes, o que contava mesmo era um produto, fazer um disco de um determinado gênero e tudo isso pensando exclusivamente em questões comerciais. Aqui temos um bom exemplo disso. O tal Conjunto Bembossa, cujas as informações na contracapa são irrisórias, apenas para ‘encher linguiça’, foi lançado também (com a mesma capa) pelo selo Diamond, talvez alguns anos depois, ou antes, quem sabe… Em nenhuma das edições consta a data do lançamento, oque nos deixa na dúvida, quem veio primeiro? Mas o que nos chama mais atenção é que alguns desses fonogramas são os mesmo do lp “Céu e Mar”, lançado pela Paladium para um fictício conjunto, o “Raul Ferreira e Seus Ritmistas” (já postado aqui), que na verdade nada mais é que “Rubens Bassini e Os 11 Magníficos”, no álbum “Ritmo Fantástico”, lançado originalmente em 1961 pelo selo Pawal (também já postado aqui). Então, resumindo, temos aqui, “Bembossa/Samba”, um disco onde boa parte do repertório e gravações são originalmente do conjunto do ritmista carioca Rubens Bassini. E certamente, outras gravações que constam neste disco são também dele. Coisas da nossa indústria fonográfica…
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Celso Murilo – Sambas Na Passarela (1961)
Olá amigos cultos e ocultos! Amanhã o Toque Musical estará completando 8 anos de postagens. Desta vez não vai ter bolo e nem festa, mas a música continua. Com a maturidade chegando, a gente começa a deixar a vaidade de lado. E o encanto que era celebrar mais uma data, hoje é só uma lembrança.
Para hoje temos este disco bem legal do organista mineiro, Celso Murilo. Ao que entendi, este foi seu disco de estréia. Um lp recheado de bons sambas, em interpretações das mais simpáticas.
Curiosamente, hoje em dia não se ouve mais falar neste artista. Parece que ele resolveu sair do mapa, do cenário musical. Não há registros dele a partir dos anos 70. Descobri que Celso está vivo e mora em sua cidade natal, Baepenti, em Minas Gerais. E pensar que ele já esteve ao lado de outros grandes artistas, chegando inclusive a ser convidado para morar e tocar nos ‘States’ , acompanhando João Gilberto e Astrud. O ‘mineirão’, como era chamado por João Gilberto, vacilou… Ainda muito novo, recusou o convite. Ficou por aqui, gravou diversos discos, fez lá a sua fama, mas depois se recolheu. Seus discos só voltaram a tona graças a ação de blogs de música, como o Toque Musical.
Bloco Carnavalesco Vai Quem Quer – Isto É Samba (1961)
The Cuban Boys – Cha Cha Cha (1962)
Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Não sei se vocês já perceberam, mas estamos com mais um agrado no Toque Musical. Refiro-me ao nosso tocador de músicas, que agora passa a fazer parte do blog, trazendo semanalmente uma lista de músicas extraídas de diferentes postagens. Como o Toque Musical é por excelência um blog variado, teremos também uma programação sortida, agradando aos gregos, troianos e romanos 🙂 Por enquanto, ainda estamos em fase da adaptação e teste, mas mesmo assim já é possível conferir a programação musical. Basta clicar no quadro da Web Rádio Toque Musical e uma nova janela se abrirá para o tocador. Esta por sua vez não depende de estar nas páginas do TM. Obrigatoriamente ninguém precisa estar no blog para ouvir a WRTM. Fiquem a vontade para comentar. Tenho certeza que muitos farão desta, sua web rádio favorita.
Ainda não está na programação, mas logo chega: The Cuban Boys, vocês conhece? Não estou me referindo ao grupo cubano de rap. Os garotos cubanos aqui são outro. Na verdade, nem cubanos eles são. O time aqui é mesmo de brasileiros. Um grupo criado e produzido para o selo Pawal, que naquele início dos anos 60 era também responsável pelos lançamentos de Celso Murilo e Seu Conjunto. Bom…, na verdade o The Cuban Boys e Celso Murilo e Seu Conjunto é a mesma coisa. A Pawal, como diversas outras gravadoras e selos, usavam desse artifício, criando pseudônimos para seus artistas, de maneira que esses pudessem atuar com sendo outros artistas. Para a Pawal isso era bom, pois ampliava o seu catálogo fonográfico.
Mas como eu dizia, temos aqui The Cuban Boys, uma produção feita para atender a demanda do mercado da época. A onda era então o Cha Cha Cha e Pawal mais que depressa lança lá o seu conjunto. Realmente, mataram a pau, um p… disco para se ouvir de cabo a rabo. Desfilam aqui alguns clássicos desse gênero delicioso, assim como também composições do organista, aqui chamado pelo nome real de Celso Pereira. Imperdível!
los marcianos
september song
carinito
esto es el ritmo
love for sale
cha cha celso
tea for two
rico vacilon
mirage
ritmo sabroso
cha cha cha na passarela
cha cha cha en copa
Ed Lincoln – Boite (1963)
Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Eu ainda estou em fase de adaptação com a nova versão do blog. Estou usando uma plataforma do WordPress e pelo jeito ainda terei muito que aprender. Não fosse a ajuda de alguns amigos cultos e ocultos, eu talvez nem teria me aventurado em mudanças tão radicais. Enfim, o barco já está no mar, agora é aprender remar e contar com o vento.
Hoje, em nosso terceiro dia de postagem, quero prestar uma homenagem ao Ed Lincoln, que para a nossa tristeza, faleceu na última segunda feira, aos 80. Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia era cearense. Iniciou sua carreira como músico nos anos 50, inicialmente tocando contrabaixo. Temos, inclusive aqui no Toque Musical um de seus primeiros discos, gravado ao lado de Dick Farney. Depois ele mudou para o piano e órgão eletrônico, onde viria a criar o seu estilo. Nos anos 60, na febre dos bailes em clubes, ele ficou conhecido como “O Rei dos Bailes” por conta de seu jeito inconfundível de tocar. Mesclando na dose certa o seu Hammond com um repertório de samba, ele criou um ‘swing’ que logo seria copiado por outros e viria a ser chamado de ‘samba rock’.
Em “Boite”, álbum lançado em 1963 pelo selo Pawal, podemos ouvir o artista numa fase de transição. Aqui ele ainda toca piano e pelo que contam, também o contrabaixo. O repertório é bem variado, com sambas, boleros e outros sucessos da música internacional.Mas o órgão já começa aqui a pedir mais espaço e anuncia um novo som que iria muito além do ambiente de boate.
stoping’ at the savoy
carioca
se você soubesse
sedução
e daí
mon oncle
adios
saudade
gicolete
hino ao amor
tenderly
se eu pudesse
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Rubens Bassini E Os 11 Magníficos – Ritmo Fantástico (1961)
Excepcionalmente, estou abrindo espaço para mais uma postagem no dia, esclarecendo um pouco sobre este curioso fato do disco do Rubens Bassini que virou nas mãos da Paladium Raul Ferreira e Seus Ritmistas. É interessante perceber como um disco lançado em 1961, uns quatro anos depois, reaparece com outro nome e em outro selo como se antes nunca tivesse existido. Provavelmente deve ser o que pensaram os responsáveis pelo selo Pawal ao repa$$ar para outros os fonogramas. Tenho certeza que o pessoal da Paladium não se apropriou indevidamente dessas gravações. A coisa não chegava a esse ponto. Como eu havia dito anteriormente, a Bemol/Paladium fazia umas ‘transações fonográficas’ com uma turma do Rio de Janeiro que havia criado um selo, o Coledisc. Eles negociavam matrizes, relançando com outros nomes e capas. Ainda não havia no Brasil um controle de direitos autorais com os de hoje… quero dizer, no sentido técnico da coisa. Provavelmente o Rubens Bassini não ganhou muito com a gravação desse disco e com certeza não viu um centavo estando na pele de Raul Ferreira. Talvez ainda, nem tenha ficado sabendo dessa história (isso para não falar no álbum relançado lá fora, em cd, pela WhatMusic).
Por outro lado, a Bemol ao adquirir as gravações ou matrizes nem devia saber quem era o artista ou quanto este disco havia vendido. Certamente, embora seja um excelente trabalho musical, não deve ter despertado muito interesse na época. Tanto assim que poucos anos depois ele já tinha se transformado em outra coisa.
Amanhã postarei mais um caso, semelhante a este. Confiram também aqui as duas versões. Este disco é tão bom que vale a pena uma dose dupla 😉