Surgida em 1975, por iniciativa do empresário Orlando Negrão, a Antena 1 FM de São Paulo foi uma das primeiras rádios comerciais a apostar numa programação segmentada e de qualidade. De início, a emissora estava mais voltada para o público jovem, com programação baseada em música pop e rock, além de MPB contemporânea. Com o passar dos anos, a Antena 1 foi mudando seu estilo, passando a atingir o segmento conhecido como adulto contemporâneo, e voltando-se para as classes A e B, executando flashbacks de música internacional. No final dos anos 1980, passou a transmitir via satélite, tornando-se a primeira rede de emissoras de rádio FM do Brasil. Atualmente, a Rede Antena 1 conta com 21 emissoras, sendo sete próprias e as demais afiliadas, e vem se firmado como uma opção de qualidade para o público mais exigente. Além, é claro, de poder ser ouvida aqui na web. É justamente dos primórdios da Rede Antena 1, quando a MPB também fazia parte de sua programação, a coletânea que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados. Trata-se de “Antena 1 – Sucessos FMPB”, lançada em 1981 pela Philips/Polygram, hoje Universal Music, gravadora que sempre teve entre seus contratados autênticas “feras” de nossa música popular. Embora não haja crédito ao responsável pela seleção de repertório, esta é de arrepiar. O disco já começa arrebentando, com “Meu bem, meu mal”, grande hit de Gal Costa na época. Depois tem um irresistível dueto de Ivan Lins com a então esposa Lucinha, “Amor”, Zizi Possi com “Caminhos de sol” (mais conhecida por “Um minuto além”), o grupo Boca Livre (então já contratado da Polygram, após lançar os dois primeiros LPs de forma independente), com “Folia”, Renato Terra com “Raio de Sol”, o grupo Céu da Boca (do qual fez parte a cantora Verônica Sabino) com a expressiva “Clarissa”, extraída do primeiro álbum do conjunto, Robertinho de Recife e a esposa Emilinha interpretando “Feliz com você”… Robertinho, por sinal, é parceiro de Capinam na faixa seguinte, “Seja o meu céu”, na interpretação da inesquecível Nara Leão. O “Tremendão” Erasmo Carlos vem com o megahit “Minha superstar”, faixa extraída do álbum “Mulher (Sexo frágil)”, por sinal o mais vendido de toda a sua carreira. Ângela Ro Ro interpreta “Vou lá no fundo”, Eduardo Dusek vem com “Injuriado”, o Boca Livre retorna acompanhando Elza Maria (cantora que, ao que parece, não foi muito longe na carreira) em “Pena de sabiá”, um certo Heraldo com “Primavera” e, para encerrar, o sempre competentíssimo Roupa Nova, com a expressiva releitura de “Lumiar”, de Ronaldo Bastos e Beto Guedes, grande hit deste último de 1977. Enfim, uma compilação que nos dá uma ideia do que a Antena 1 apresentava musicalmente em seus primeiros tempos, na parte nacional, além de nos oferecer um pouco do que a MPB produzia de mais expressivo no início da década de 1980, na interpretação de alguns de seus expoentes. Divirtam-se…
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Duardo Dusek – Compacto (1978)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um compacto. Desta vez, é um single de início de carreira de um irreverente ator, cantor e compositor: Eduardo Dussek. Batizado com o nome de Eduardo Gabor Dusek, nosso focalizado nasceu no Rio de Janeiro, no comecinho do ano de 1958, ou seja, a primeiro de janeiro. Começou sua carreira artística na adolescência, aos quinze anos, como pianista de peças teatrais, ocasião em que também estudava na Escola Nacional de Música. Mais tarde, passou a compor suas próprias músicas e montou uma banda, devidamente apadrinhada por Gilberto Gil. Em geral, as composições musicais do então Eduardo Dusek aliam sátira e bom humor. Sua estreia em disco deu-se em 1975, ao interpretar “Ela não sabia nada (Piccadilly rock)”, parte da trilha sonora da novela “Bravo!”, da TV Globo, assinando-se a princípio como Duardo Dusek. Já com músicas gravadas por nomes de peso da MPB (como, por exemplo, “Seu tipo”, na voz de Ney Matogrosso, e “Folia no matagal”, por Maria Alcina, mais tarde regravada por Ney e por ele mesmo), revelou-se para o grande público em 1980, no Festival de MPB da Globo, interpretando “Nostradamus”, de sua autoria, cantando e tocando piano de fraque, asas e ceroula branca! Ainda nesse ano, gravou seu primeiro álbum-solo, “Olhar brasileiro”. Mas o estouro definitivo aconteceria em fins de 1982, quando gravou o LP “Cantando no banheiro”, no qual se destacaram os hits “Barrados no baile”, “Rock da cachorra” e a faixa-título. Entre outros sucessos, destacam-se: “Brega-chique – O vento levou black” (mais conhecida por “Doméstica”), “Cabelos negros”, “Eu velejava em você”, “Amor e bombas” (que tocava na abertura de outra novela global, “Bebê a bordo”) e “Aventura”. Em 1989, atuou no musical “Loja de horrores”, no papel de um dentista. Seus trabalhos em televisão foram muitos, particularmente no especial infantil “Plunct plact zuuuum” (Globo, 1983), no papel de um professor de Matemática, e em novelas, como “Xica da Silva” (Manchete, 1996, na qual fez o Capitão-Mor Emanuel Gonçalo). Na Globo, interpretou a si próprio nas novelas “As filhas da mãe” (2001), “Celebridade” (2004), “Tititi” (segunda versão, 2010) e no seriado humorístico “Sob nova direção”. Também fez personagens fictícios em outras produções da emissora. Quando este comentário estava sendo redigido, estava no ar em “I love Paraisópolis” (2015), interpretando o personagem Armandinho. No cinema, atou em “Federal” (2010) e “Os penetras” (2012). Sua discografia como intérprete abrange sete álbuns-solo, gravados entre 1980 e 2011, e o coletivo “Sassaricando – E o Rio inventou a marchinha” (2006), trilha sonora do musical teatral de mesmo nome.
Eduardo Dusek – Cantando No Banheiro (1982)
Em nome da preguiça, resolvi por hoje pegar leve. Aproveitando aqueles lnks de gaveta, vou apenas pingar no molhado.
Após o sucesso com seu disco de estréia “Olhar Brasileiro”, já apresentado aqui no TM, Dusek seguiu pela estrada com toda a sua irreverência e talento. A cada novo disco, novos sucessos. Preferencialmente, gosto apenas dos 4 primeiros trabalhos. Depois acho que ele entrou no esquemão, passei a não seguir mais sua carreira. Neste lp, o segundo, ele conta com a participação do grupo João Penca & Seus Miquinhos Amestrados. O mesmo que no ano anterior dividiu com ele o palco no Festival da Shell, aprontando uma boa, quando no lugar de “Valdirene, a paranormal” tocaram “Barrados no baile”. Foi desclassificado no ato, mas sua música virou sucesso e está neste lp.