Luiz Carlos Vinhas – O Som Psicodelico De LCV (1968)

Após apresentar o álbum “Os reis do ritmo”, com o conjunto Bossa 3, formado e dirigido pelo pianista Luiz Carlos Vinhas (1940-2001), o TM tem a grata satisfação de oferecer a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um trabalho com a marca deste notável músico, e considerado até mesmo sua obra-prima: trata-se de “O som psicodélico de Luiz Carlos Vinhas”, seu segundo disco individual (o primeiro foi “Novas estruturas”, em 1964), elaboradíssima produção de Hélcio Milito, então baterista do Tamba Trio, para a CBS, futura Sony Music, e preciosíssimo legado do “ano que não terminou”, 1968. Tendo em seu currículo participações em discos de grandes nomes da MPB, tipo Elis Regina, Quarteto em Cy, Jorge Ben Jor e Maria Bethânia, Luiz Carlos Vinhas iniciou-se na música ainda cedo, quando seu pai lhe deu um violão de presente, e em 1957 já estava nas composições da bossa nova carioca. Ele se supera neste trabalho, riquíssimo em elementos e experimentos, mesclando psicodelia e toques de música brasileira, com cantos folclóricos, caboclos e umbandistas. Abrindo o disco, a instrumental “Amazonas”, de João Donato, que impressiona o ouvinte logo de saída. Vinhas sempre foi experimental, e conhecia bem a cultura brasileira, o que se reflete em trabalhos autorais como “Tanganica”, “Zizê baiô”  e “Ye-melê” (títulos que remetem à cultura afro), esta última um lindo canto para Iemanjá, na mesma época também gravada por Elis Regina e mais tarde êxito mundial com Sérgio Mendes. Outro destaque é “Um jour Christine”, de Bruno Ferreira, uma canção melancólica porém com linda melodia vocal e percussão bem simples ao fundo. A partir da sexta faixa, Vinhas nos oferece fantásticas regravações de sucessos nacionais e internacionais, como “Arrasta a sandália”, “Chatanooga choo-choo”, “Tributo a Martin Luther King”, “Rosa morena”, “Morena boca de outro” e “Can’t take my eyes of you”. Tudo terminando, e muitíssimo bem, com “O diálogo”, uma parceria de Vinhas com Chico “Fim-de-Noite” Feitosa, que também fizeram juntos “Ye-melê” e “Zizê baiô”. Em suma, um trabalho primoroso, de alta qualidade técnica e artística, que o TM orgulhosamente nos oferece. Confiram…

amazonas

tanganica

yê-melê

zizé-melê

un jour christine

song to my father

chatanooga choo-choo

pourquoi

birthday morning

o diálogo

*Texto de Samuel Machado Filho

Luiz Carlos Vinhas E Seu Conjunto – Baila Com Vinhas (1982)

Na sequência do lance, vamos com o Luiz Carlos Vinhas que é o que eu tenho na mão. Como havia dito anteriormente, não houve tempo para preparar nada, assim ficamos com os ‘discos de gaveta’. Pessoalmente, não vejo nada de extraordinário neste disco do Vinhas, mas sei que tem muita gente por aqui que vai querer bailar com ele. Como eu já havia dito uma certa vez -respondendo ao uma crítica que me fizeram a respeito de postar coisas que não me agradam – realmente, alguns discos que já postei aqui, musicalmente não me tocam, mas nem por isso deixam de ter o seu valor e interesse para o blog. Por outro lado, foi forçando a barra comigo mesmo que aprendi e descobri coisas que antes haviam passado despercebidas. No caso do Vinhas eu o faço em consideração aos bons tempos do Bossa Três, pelas faixas “Maracanã”, “Yê Melê” e “Sax Cantabile” e por não ter no momento nada mais consistente e que combine com a postagem final dessa noite. Por favor, não me reprovem…

maracanã
luar / palco
por causa de você, menina / praia e sol / que maravilha
o teu cabelo não nega (só dá lalá)
das maravilhasdo mar fez o esplendor de uma noite
yê melê
manhattan / with a song in my heart / as time goes by / chicago
sax cantabile
amor nas estrelas / laranja da china
lança perfume / baila comigo