Ao longo da existência deste blog, tenho procurado postar discos que, de uma forma ou de outra, são importantes para todos nós, apreciadores e discófilos em geral. Embora o Toque Musical seja um espaço pessoal, ele foi aos poucos ganhando a simpatia do público e eu em contrapartida decidi que o blog teria mais que apenas o que gosto de ouvir. Como já disse outras vezes aqui, gosto de tudo que é bom, que tem qualidade, que tem conteúdo, que tem história… gosto de música e de muita coisa que está registrada em fonogramas. Por certo, muitos hão de pensar que ouvir música brega é sintoma de mal gosto. A esses eu diria que lhe faltam ampliar seus horizontes, deixarem de lado o radicalismo e tentarem compreender esse lado pitoresco da música. Observem que estou falando de música brega e não de música lixo. Embora do lixo também possamos sempre retirar alguma coisa, até mesmo um sarro com a cara daquele mané que se rebola ao som do axé, do funk-lingua-suja, do rap (rap?) ou vestido de cowboy cantando aquela maravilha sertanja (sertaneja?). Pois é, meus amigos, gosto não se discute, lamenta-se… Mas seja como for, tudo isso faz parte do universo musical em que vivemos. Precisamos conhecer e ouvir para poder julgar.
Evaldo Braga – O Melhor Do Ídolo Negro (1991)
Responder
Atendendo à pedidos, estou hoje postando um ícone da música chamada brega, o saudoso Evaldo Braga. Acho que a diferença básica do brega para o ruim está na originalidade e na autenticidade de artistas que não têm vergonha do que fazem. O brega é romântico e ingênuo. O ruim é pretensioso e copioso. Mas todos os dois pertecem ao gosto mais popular. Interessante é que muita coisa que hoje achamos ruim, no futuro, se permanecerem na memória do povo, serão considerados bregas. Isso é uma prova de que o brega está acima de qualquer suspeita. Isso precisa ser bem entendido.
Voltando ao Evaldo Braga, temos aqui este álbum lançado pela Polydor em 1991. Uma coletânea com seus maiores sucessos. Um disco que sintetiza o trabalho deste artista que um dia foi considerado o supra-sumo da banalidade.
sorria, sorria…
não vou chorar
fizeram tudo para me derrotar
a cruz que carrego
esconda o pranto num sorriso
nunca mais, nunca mais
eu desta vez vou te esquecer
meu deus
mentira
só quero
você não presta pra mim
noite cheia de estrelas
vem cá