Arquivo da categoria: Selo Polydor
Rita Lee – Comapcto (1970)
Márcio & Márcia (1963)
Dupla Ouro E Prata – Lágrimas De Barracão (1961)
Orquestra Som-Bateau – Top Hits (1966)
Luiza Felix – Viaja Pelo América Latina (1957)
Banda Polydor – Retreta Domingueira (1958)
Solistas Em Hi-Fi (1959)
Eugene D’Hellemmes E Sua Orquestra – Requebrando (1957)
Don Pablito E Sua Orquestra – Rumbas Inolvidables Vol 3 (1964)
Herman Torres (1980)
Don Pacheco E Sua Orquestra – Hoje É Dia De Rock (1960)
Vinícius De Moraes – Compacto (197…)
Índio – Um Cavaquinho No Choro (1958)
Manoel Da Conceição – Seu Violão E Muito Samba (1963)
Alberto Mota E Seu Conjunto – Top-Set (1966)
K-Ximbinho E Seus Playboys Musicais (1959)
Tito Romero (Britinho) – Boleros Maravilhosos (1959)
Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje, mais um disco entre os muitos gravados pelo maestro e pianista João Adelino Leal Brito, o Britinho, com sua orquestra, aqui com o pseudônimo de Tito Romero. Trata-se de “Boleros inesquecíveis”, lançado em 1959 pela Polydor, reunindo doze faixas realmente inesquecíveis. Uma delas, o clássico “A voz do violão”, foi transformada em bolero, mas nesta faixa há amplo destaque ao violão, como não poderia deixar de ser. As demais onze faixas são boleros consagrados, tais como “Que será?”, “Se a saudade falasse”, “Por que brilham os teus olhos” e “Falas de amor outra vez”. A respeito de Britinho, ou Tito Romero, pouco se sabe. Era gaúcho de Pelotas, nascido em 5 de maio de 1917 e falecido em ano que não se sabe ao certo (entre 1964 e 1966). Sempre ligado à música, começou a estudar violino aos dez anos, e aprofundou seus conhecimentos musicais, por influência dos tios, no Conservatório de sua Pelotas natal. Mais tarde, foi para Porto Alegre, a fim de substituir o pianista Paulo Coelho na Rádio Farroupilha, e em 1939 mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na boate Tabu. Dois anos mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde são encontrados os maiores registros de sua obra. Aliás, muitos pesquisadores de MPB fazem confusão entre Britinho e seu irmão, Rubens, também pianista na mesma época. O curioso, conforme relata o jornalista e escritor Ruy Castro em seu livro “Chega de saudade”, é que Britinho atua como pianista no primeiro disco de João Gilberto, lançado pela Copacabana em agosto de 1952, trazendo os sambas-canções “Quando ela sai” e “Meia luz”. Outro grande nome da MPB que nutria grande respeito e admiração por João Leal Brito – e por seu irmão, Rubens – era Dorival Caymmi, que o considerava um dos melhores pianistas do Brasil. Portanto, este “Boleros inesquecíveis” é mais um trabalho digno de nosso Toque Musical. É só ir ao GTM e conferir.
*Texto de Samuel Machado Filho
Márcio Greyck (1967)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como uma coisa sempre leva a outra, saímos do romântico Agnaldo Rayol e vamos para o romântico moderninho Márcio Greyck. De uma certa forma todos os dois também orbitavam pela, então em voga, Jovem Guarda. Tempos de modernidades românticas, por certo!
Aqui temos o cantor mineiro Márcio Greyck em seu primeiro disco, lançado pela Polydor, em 1967, na efervescência a música jovem e em especial, dos Beatles, onde ele se apoia em versões que por aqui chegaram a fazer mais sucesso do que os originais. Convenhamos, muita gente conheceu Beatles foi através de versões. Mas aqui o Márcio Greyck não fica só nos sucessos dos rapazes de Liverpool, tem também outras versões de hits internacionais e também composição própria, autoral. Este disco abriu as portas para o cantor. Além do mais, era um tipo boa pinta, olhos claros, bem ao gosto do padrão comercial. Garantiu desde então seu espaço nessa onda musical. Ao longo de quatro décadas ele esteve sempre muito atuante. Acredito que ainda hoje continue colhendo frutos de seus trabalhos. Pelo que sei, ele atualmente mora em Belo Horizonte. Confiram no GTM…
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Chico Da Silva – Samba: Quem Sabe Diz (1977)
Boa noite companheiros, amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro de samba é com o artista amazonense Chico da Silva, cantor, compositor e poeta. Temos dele este disco “Samba: Quem Sabe Diz…” que foi seu álbum de estréia, lançado em 1977 pelo selo Polydor. Ele cavou essa oportunidade quando no mesmo ano a cantora Alcione gravou dele o samba “Pandeiro é meu nome”, que fez muito sucesso. Essa mesma música ele gravou aqui neste disco e foi também grande sucesso, pois fez parte de uma trilha de novela da Rede Globo. Chico da Silva esteve muito atuante nas duas décadas seguintes, gravando com regularidade. Teve ao longo da carreira uma dezena de discos gravados. Outros artistas também gravaram suas composições. Na década de 90 acabou se afastando do palco por conta de uma doença que o impossibilitou de cantar. Acredito que hoje em dia ele viva no Amazonas. Pelas últimas informações que consegui, ele em 2008 chegou a se candidatar a vereador pela cidade de Manaus. Confiram no GTM…
Elizabeth – Olhos Da Noite (1978)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Vamos hoje com mais uma cantora romântica do selo Polydor. Trago para vocês a cantora e compositora Elizabeth, que no Toque Musical só apareceu em umas duas coletâneas. Seu primeiro trabalho em disco foi como cantora de samba, apadrinhada por Braguinha. Mas logo estaria fazendo parte da Jovem Guarda, onde emplacaria seu maior sucesso, “Sou louca por você”. Como compositora, foi gravada por outros grandes artistas, tais como Agnaldo Timóteo, Dóris Monteiro, Erasmo Carlos, José Roberto, Jerry Adriani e muitos outros. Ao longo da carreira gravou uma dezena de lps. Seus discos também fizeram sucesso em Portugal, no México e em outros países de língua latina.
Temos aqui seu lp de 1978, um disco totalmente autoral. Uma fase mais madura, mas com músicas sempre apaixonadas. Alegria para os amantes. Confira mais esse toque musical no GTM.
Serginho Meriti – Bons Momentos (1981)
Sérgio Roberto Serafim, ou Serginho Meriti, que o Toque Musical põe hoje em foco, é sinônimo de samba. É carioca de Madureira, nascido em primeiro de outubro de 1958, mas foi criado em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, onde tomou gosto pela música. O pai, gaúcho, era violonista e boêmio, e a mãe era cantora e compositora de hinos religiosos. Como compositor, tem mais de 370 músicas, gravadas por nomes do porte de Alcione, Bebeto, Neguinho da Beija-Flor, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Este último é criador de inúmeras composições de Meriti, entre elas “Deixa a vida me levar”, que se tornou o hino do pentacampeonato mundial de futebol conquistado pelo Brasil, em 2002. Pois o TM apresenta hoje para seus amigos cultos e ocultos o primeiro LP de Serginho como intérprete, “Bons momentos”. Lançado pela Polygram em 1981, tem apenas oito faixas, e nessa ocasião ele estava incursionando pelo suingue à maneira de Jorge Ben Jor. Aliás duas músicas que fez em parceria com Bebeto, e também gravadas por ele, estão neste disco: “Mona Lisa” e “Batalha maravilhosa”. Em suma, um trabalho que documenta o início de uma carreira bastante promissora. Ouçam e confirmem.
*Texto de Samuel Machado Filho
Chiquinho E Sua Orquestra De Danças (1959)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos mais um álbum na linha dançante, desses que eram lançados aos cachos nas décadas de 1950/60, sempre com vendagem garantida. Aqui, quem bate o ponto com sua orquestra de danças é o maestro Chiquinho (Francisco Duarte), também trompetista e compositor. Nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Gamboa, em 3 de dezembro de 1907, e era um dos maestros mais requisitados para os programas de auditório do rádio, pois sua risada, que era engraçadíssima, era utilizada pelos apresentadores como um recurso para contagiar o público presente. Sua simpatia, reconhecida por todos que conviveram com ele, lhe rendeu o slogan de “maestro da simpatia”, conferido pelo apresentador César de Alencar. Chiquinho também era conhecido como “maestro do lenço”, pois tinha mania de usar um lenço na mão enquanto regia, por suar muito nas mãos. O lenço, de dimensão maior que a usual, era colocado na lapela, fazendo dele uma figura de aparência original, fato que lhe deu grande notoriedade. Faleceu em seu Rio natal, em primeiro de novembro de 1983. Neste LP, lançado pela Polydor em 1959, figuram, como sempre acontecia, sucessos da época, tais como “Ave Maria Lola”, “Ontem e hoje”, “Siete notas de amor” e “Apito no samba”. Tudo com a competência do maestro Chiquinho, em mais uma raridade que o TM nos oferece.
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*Texto de Samuel Machado Filho
Os Melhores (1985)
Os anos 1980 foram marcados pela explosão de um novo movimento musical: o Rock Brasil, ou BRock, a princípio com o surgimento de bandas independentes divulgadas em fanzines. A criação de casas de show como Noites Cariocas e Circo Voador (Rio), e Aeroanta, Carbono 14, Lira Paulistana, Madame Satã e Napalm (São Paulo), foi outro acontecimento importante para a formação do cenário roqueiro da época. As primeiras bandas a fazerem sucesso foram Gang 90 e Absurdettes, vindos de São Paulo (com o hit “Perdidos na selva”, inscrito no festival MPB-Shell de 1981) e liderados pelo jornalista Júlio Barroso, e a Blitz, do Rio de Janeiro, com outro hit explosivo, “Você não soube me amar” (que inclusive popularizou a expressão “OK, você venceu”). Surgiram também solistas, como Lulu Santos, Lobão, Léo Jaime, Ritchie (aquele da “Menina veneno”)e Marina Lima, além de outros grupos, caso do Rádio Táxi e do Herva Doce. Outras bandas cultuadíssimas surgiram nessa época, como Os Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (a mais influente, liderada por Renato Russo), Capital Inicial, Kid Abelha, Barão Vermelho (com Cazuza à frente), Sempre Livre (que revelou a vocalista Dulce Quental), Camisa de Vênus, Raimundos, Biquini Cavadão, Ira!, Titãs, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii, RPM, Tokyo (aquela do Supla), enfim, para toda e qualquer tribo. Algumas dessas bandas, como os Paralamas, os Titãs e o Ira! ainda estão em franca atividade, em discos e shows. Outras se imortalizaram, como o Legião e os Engenheiros, e tocam nas rádios até hoje, principalmente em virtude do sucesso alcançado entre os jovens e adolescentes. Dessa época são também Kiko Zambianchi, Celso Blues Boy (“Aumenta que isso aí é rock androll”) e Fausto Fawcett (o da “Kátia Flávia”). Na área do heavy metal, destaque para o Sepultura, surgido em Minas Gerais e sucesso internacional, com tendência para o “thrash metal”, e o Viper, surgido em São Paulo, com sucesso inclusive no Japão, que revelou o vocalista André Matos, mais tarde integrante do Angra e do Shaman. Hoje, o TM apresenta para seus amigos cultos e ocultos um raro tesouro dessa efervescente época do rock brasileiro. Trata-se do único álbum do sexteto carioca Os Melhores, lançado pela Polydor/Polygram em 1985, e produzido pelo sempre experiente Mariozinho Rocha, a quem inclusive o disco foi dedicado. O grupo era formado por Iúri (teclados), Sérgio Serra (violão, guitarras e voz), Paulo Duncan (baixo, teclados e voz), Rodrigo Castro Neves (bateria), Edom (guitarra) e a solista vocal Maria Eduarda. Ao que parece, a banda não passou desse álbum, mas pelo menos duas faixas do disco obtiveram destaque nas rádios: “Emoções baratas”, de Rodrigo, Sérgio e Paulo, e “Como é bom te amar”, versão brasileira para o hit “Life islife”, do grupo austríaco Opus. Destaque ainda para “Dançando no escuro”, que também tocou razoavelmente na ocasião. Enfim, um documento histórico e interessante do chamado Rock Brasil, hoje cult, que o TM nos oferece prazeirosamente hoje.
*Texto de Samuel Machado Filho
Pernambuco E Sua Orquestra – Conversando Com O Piston (1959)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos mais um disco na linha dançante, desses que animavam quaisquer bailes e festas não só em residências como também em salões que não dispunham de música ao vivo. Trata-se de “Conversando com o pistom”, terceiro álbum do maestro, pianista e pistonista Pernambuco (os anteriores foram “Em ritmo de dança” 1 e 2), lançado em 1959 pela Polydor. Ayres da Costa Pessoa, seu nome verdadeiro, nasceu na cidade de Palmares (município pernambucano, obviamente), no dia 27 de fevereiro de 1918, e há poucas informações a respeito dele (não há referência nem mesmo a respeito de seu falecimento). Partiu muito jovem para a então meca dos artistas e capital da República, o Rio de Janeiro, e, em seus primeiros anos na “Cidade Maravilhosa”, foi pistonista da orquestra de Otaviano Romero Monteiro, o Fon-Fon. Mais tarde, trocou o pistom pelo piano, dedicando-se também a arranjos e composições. Um de seus trabalhos autorais mais conhecidos é o samba-canção “Suas mãos”, de parceria com Antônio Maria, que tem várias gravações, destacando-se as de Sylvia Telles e Maysa. No entanto, após oito anos, Pernambuco voltou a soprar seu pistom, o que aliás é frisado no interessante texto de contracapa assinado pelo jornalista e também compositor Ricardo Galeno, um diálogo imaginário entre Pernambuco e o instrumento. Aqui, ele está à frente de sua orquestra (os dois álbuns anteriores foram com seu conjunto), com direito inclusive a duas músicas de autoria dele próprio, à época também lançadas em 78 rpm: a faixa-título e de abertura, o samba “Conversando com o pistom”, e o mambolero “Dorme”, este em parceria com o contracapista do álbum, Ricardo Galeno, interpretado por coral, e regravado mais tarde por Dalva de Oliveira. Além de uma adaptação do próprio Pernambuco para o clássico “Casinha pequenina”, em ritmo de samba, e “Sarambá”, parceria do dançarino Duque com o maestro J. Thomaz (que regia de luvas e… não sabia música!), surgida em 1930. No mais, uma verdadeira seleção de sucessos, com destaque para a presença de dois indiscutíveis e imortais clássicos de Luiz Gonzaga: “Asa branca” (parceria com Humberto Teixeira) e “Vem, morena (com Zé Dantas). E ainda os clássicos internacionais “All the way” (então sucesso de Frank Sinatra), “Babalu” (eterno carro-chefe de Ângela Maria no Brasil), “As time goes by” (surgida em 1931 mas que só se tornou bem conhecida em 1942, com o filme “Casablanca”), “An affair to remember” (tema-título de outro filme famoso, exibido no Brasil como “Tarde demais para esquecer” e “Ai, mouraria” (obra-prima portuguesa, com certeza). Enfim, mais um álbum que é verdadeiro espelho de sua época, representando um período de expressivo fastígio melódico no mundo inteiro, inclusive no Brasil, é claro. É só conferir…
conversando com o piston
all the way
babalu
asa branca
as time goes by
saramba
dorme
an affair to remember
casinha pequenina
zum zum babae
a mouraria
vem morena
*Texto de Samuel Machado Filho
Quinteto De K-Ximbinho – Em Ritmo De Dança Vol. III (1958)
O Toque Musical traz hoje para seus amigos cultos e ocultos mais um álbum de Sebastião de Barros, compositor, arranjador, clarinetista, saxofonista e maestro, que ficou para a posteridade com o pseudônimo de K-Ximbinho, e de quem postamos anteriormente o dez polegadas “Ritmo e melodia”. Lançado pela Polydor em 1958, este é o terceiro volume da série “Em ritmo de dança” (os dois anteriores foram gravados pelo conjunto do pistonista Pernambuco). K-Ximbinho, “o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana”, no dizer de outro grande maestro e clarinetista, Paulo Moura,veio ao mundo no dia 20 de janeiro de 1917, na cidade de Taipu, no Rio Grande do Norte. Iniciou seus estudos de clarinete frequentando a banda de sua cidade, mudando-se posteriormente com a família para a capital do estado, Natal.Chegou a participar, junto a outros estudantes secundaristas, do conjunto Pan Jazz, e também atuou na banda de sua corporação no exército. Em 1938, Severino Araújo assume a direção da famosa Orquestra Tabajara, e K-Ximbinho entra para a mesma. Nela permanece até 1942, quando se muda para a então capital da República, o Rio de Janeiro. Nesse ano, atua nas orquestras de Fon-Fon (Otaviano Romero Monteiro) e Napoleão Tavares. Em 1945, quando a Orquestra Tabajara já estava no Rio, K-Ximbinho voltou a integrá-la, nela permanecendo até 1949, como primeiro saxofonista. Em 1946, tem sua primeira composição gravada, “Sonoroso”, de parceria com Del Loro, até hoje um de seus choros mais famosos. “Eu quero é sossego”, “Sonhando” e “Sempre” são outros sucessos de K-Ximbinho como autor. Participou, com muitos dos mais importantes instrumentistas brasileiros de seu tempo, dos anos de ouro do rádio, acompanhando artistas em evidência, e também teve muita importância no circuito de orquestras, dancings e boates , entre elas a Casablanca e a famosa Sacha’s, de cujo grupo fez parte em 1955. E ainda participou da então incipiente televisão brasileira, como orquestrador da Globo, nos anos 1960, época em que também integrou a Orquestra Sinfônica Nacional, da Rádio MEC. Sua última composição foi “Manda brasa”, vencedora do Segundo Festival do Choro, promovido em 1978 pela TV Bandeirantes. K-Ximbinho faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1980, após a gravação de seu último álbum, “Saudades de um clarinete”, lançado postumamente. Neste “Em ritmo de dança 3”, com texto de contracapa assinado pelo violonista Henrique Gandelman, pai de outro saxofonista de renome, Léo Gandelman, K-Ximbinho assina os arranjos, além de solar seu clarinete com a maestria habitual. Nas doze faixas, um repertório bem variado e dançante, mesclando, como de hábito nessa época, sucessos nacionais e internacionais da ocasião, com direito a três composições próprias: o baião “Tá?”, com Hianto de Almeida, e os choros “Teleguiado” e “Penumbra”. Temos ainda os clássicos “Lá vem a baiana”, do mestre Dorival Caymmi, “Por causa de você”, da dupla Tom Jobim-Dolores Duran, “Se acaso você chegasse”, primeiro grande hit autoral de Lupicínio Rodrigues, aqui em parceria com Felisberto Martins, “Não diga não”, de Tito Madi e Georges Henry,e, na área internacional, “Anaffairtoremember” (do filme “Tarde demais para esquecer”), “I’vegotyouundermyskin” e “Love me forever”. Tudo isso, mais o “Mambo do Panamá”, do organista Steve Bernard, romeno radicado no Brasil, e o choro “Zezinho teimoso”, de Nestor Campos, aqui participando ao violão elétrico, fazem deste trabalho mais um produto de primeira oferecido pelo nosso TM. Aproveitem…
la vem a baiana
an affair to remember
zezinho teimoso
tá
por causa de você
mambo do panamá
teleguiado
love me forever
não diga não
i’ve got you under my skin
penumbra
se acaso você chegasse
*Texto de Samuel Machado Filho
Banda Do Canecão – 100 Anos De Carnaval (1973)
Pois é, amigos cultos e ocultos… Já estamos em clima de carnaval! É hora de esquecer as tristezas e brincar, pular, cantar, ao som de marchinhas e sambasque marcaram época. Esse , por sinal, é o objetivo do álbum que o TM prazeirosamente oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos, gravado pela Banda do Canecão. Originalmente, o grupo foi formado em 1967, para a cerimônia de inauguração do Canecão, uma casa de shows do Rio de Janeiro que marcou época, situada no bairro de Botafogo, e onde se apresentaram artistas dos mais variados estilos e tendências musicais, como Elis Regina, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Maysa, Elymar Santos, Chico Buarque, Maria Bethânia, Cazuza, Los Hermanos, RPM, Marisa Monte… Infelizmente, em 2010, o Canecão, após algumas retomadas, fechou definitivamente suas portas. Entre 1967 e 1975, a Banda do Canecão lançou cerca de 20 álbuns gravados ao vivo, todos pela Polydor/Philips (depois Phonogram, Polygram e atualmente Universal Music). E o álbum triplo que apresentamos (ou melhor, reapresentamos) hoje é um dos mais expressivos trabalhos da banda, tanto é assim que permaneceu em catálogo por mais de quinze anos: “Cem anos de carnaval”, que o TM já havia postado anteriormente como “Cem anos de samba”. Acontece que esse é o título de um outro álbum da mesma gravadora, com sambas interpretados pelo grupo Os Caretas. Agora, estamos colocando tudo no lugar certo, e trazendo de volta esta autêntica preciosidade. Em três LPs, a Banda do Canecão oferece uma autêntica retrospectiva do que melhor se produziu para embalar a maior festa popular brasileira. E a gravadora não regulou mixaria: preparou até um folheto histórico, ricamente ilustrado, contando uma verdadeira epopeia do carnaval brasileiro, num trabalho de pesquisa iconográfica e de texto caprichadíssimos. Os discos propriamente ditos ficaram sob a batuta de dois autênticos “cobras” em produção fonográfica: Paulinho Tapajós e Jairo Pires. Jairo, inclusive, fez parte do grupo de pesquisa que resultou na seleção musical deste álbum, e do qual também participaram José Ramos Tinhorão, Maurício Quadrio e Sérgio Cabral (autor, inclusive, de um livro sobre as escolas de samba). A direção de estúdio é de Guti e Fernando Adour, com Zezinho na coordenação musical, arranjos do maestro Peruzzi e o aparato técnico de gravação e mixagem impecável, sempre característico dos trabalhos da então Phonogram, a cargo de Ary Carvalhaes, Luís Cláudio Coutinho e Paulo Sérgio. Todo esse timaço nos oferecendo esta beleza que o TM traz de volta, reunindo, em pot-pourris, nada mais nada menos que CENTO E TRINTA E UMA músicas, entre sambas e marchinhas, com títulos jamais esquecidos pelos foliões, tipo “Jardineira”, “Mamãe eu quero”, “Alá-lá-ô”, “A-E-I-O-U”, “O teu cabelo não nega”, “Não tenho lágrimas”, “Confete”, “Sassaricando”, “Aurora”, “Ai, que saudade da Amélia”, “Bigorrilho”, “A lua é dos namorados”, “Cabeleira do Zezé”, “Cidade maravilhosa”, “Máscara negra”… Músicas que marcaram época, dessas que ninguém esquece. Com direito a alguns sambas-enredo de escolas, tipo “Bahia de todos os deuses”, “Festa para um rei negro’ (“Pega no ganzê, pega no ganzá”)… Um trabalho impecável, que sem dúvida irá proporcionar momentos de pura animação e entretenimento, fazendo a gente cantar, pular e dançar até se acabar. E agora, ó abre alas, que a Banda do Canecão quer passar!
Bom Carnaval a todos!
*Texto de Samuel Machado Filho
O Preço De Um Homem – Trilha Sonora Original (1972)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Dando sequencia a nossa mostra de trilhas de novelas, aqui temos mais uma das famosas da extinta TV Tupi, ‘O Preço de Um Homem’, exibida entre os anos de 1971 e 72. História baseada no romance ‘Senhora’, de José de Alencar, escrita por Ody Fraga. Trazia como protagonistas os atores Adriano Reis e Arlete Montenegro. A trilha sonora se divide entre músicas nacionais e internacionais. O lado A é o nacional e traz Cesar Costa Filho, Zimbo Trio e Silvia Maria. E no lado B vão os sucessos internacionais da época, com destaque para Shocking Blue e Derek And The Dominos. Um disquinho interessante, vale uma conferida… 😉
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Bill Doggett – Honky Tonk Popcorn (1969)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Como eu já havia dito, a partir de agora, depois de completar a maioridade com 10 anos de atividades, o Toque Musical abre ainda mais o seu leque de variedades passando a postar também discos e artistas internacionais. Na verdade estarei, neste sentido, postando aqui um pouco da minha coleção pessoal, discos os quais fazem parte da minha modesta coleção de jazz, blues, trilhas sonoras e algumas orquestras. Teremos assim publicações diversas esperando também ampliar o nosso quadro de amigos e visitantes.
Abrindo, trago hoje um discaço que há alguns anos atrás voltou a ser relançado no formato vinil. Estamos falando do excelente “Honky Tonk Popcorn” do genial Bill Doggett, músico americano que atuou por mais de 60 anos no jazz e rhythm & blues. Pianista e organista, tocou ao lado de outros grandes nomes da música americana. Sua gravação mais conhecida é Honky Tonk””, um hit de 1956 que vendeu horrores, alcançando a primeira posição da Billboard por mais de dois meses. Em 1969 ele volta a cena com “Honky Tonk Popcorn”, um delicioso álbum recheado de muito funk, rhythm & blues e jazz. Destaque para funkadaço “Honky Tonk”, música de abertura, colocada estrategicamente na primeira faixa para pegar o nêgo no laço pela orelha. Lp altamente recomendável. Não deixem de conferir 😉
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Óscar Chávez – Mariguana (1969)
1818
Buenas, amigos cultos e ocultos! Não sei mais nem porque ainda ficamos nessa de perguntar se estão gostando ou não da nossa mostra temática, dedicada aos nossos hermanos latinos. Digo isso porque já nem sei se ainda temos um grande público e também porque a nossa seção de comentários está desativada. Comunicação com a gente, só via e-mail e isso pouco também tem chegado para nós. Uma prova cabal de que essa onda de blog já era. Poucos são aqueles que ainda se aventuram em ‘download’. Aliás, poucos são ainda os blogs e sites que oferecem de mão beijada seus tesouros. E por outra, tudo que um dia já postamos aqui, hoje já está pronto para consumo no site do Youtube. Mas ainda assim blogs como o Toque Musical tem muito a mostrar e na pior das hipóteses não deixa de ser um catálogo, uma referência para aqueles que pesquisam sobre música e discos.
Bom, tenho para hoje este disco sensacional e raro do cantor, compositor e também ator, o mexicano Óscar Chávez. Um artista conhecido principalmente pela sua música de cunho político, crítico e de protesto. Foi um dos expoentes do movimento musical mexicano nos anos 60, conhecido como ‘Canto Nuevo’. Com suas canções apoiou também o Exército Zapatista de Libertação Nacional. Sua discografia inclui dezenas de discos e aqui no Brasil pouco se sabe sobre esse artista. Certamente, por se tratar de um cantor de protesto, deve ter sido censurado nos anos de chumbo aqui no nossa país. Nunca vi nada dele lançado aqui.
“Mariguana” é um álbum lançado em 1969, pela Polydor. Um trabalho de sua melhor fase cujo o repertório traz músicas das mais interessantes e curiosas, tais como a que dá título ao disco, Mariguana, que em espanhol que dizer maconha, uma planta que faz parte da cultura xamânica mexicana (pena que por aqui ninguém conheça). A letra dessa música é ótima. Na verdade o disco todo. Confiram… 😉
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