Leo Peracchi E Orquestra – Valsas Brasileiras N. 1 (1955)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Achei uma brecha… Tenho para hoje “Valsas brasileiras”, com Leo Peracchi e orquestra, em disco de 10 polegadas. Um pequeno mostruário da música deste que foi um dos grandes compositores brasileiros, Disco gravado pelo selo Musidisc, em 1955. Maravilhosa música, maravilhosa orquestração. 😉

tarde de lindoia
só pelo amor vale a vida
rosa desfolhada
primavera de beijos
branca
longe dos olhos
último beijo
aurora
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Roberto Fioravante – Valsas De Zequinha De Abreu (1964)

Incontestavelmente, José Gomes de Abreu, aliás, Zequinha de Abreu (1880-1935) é um monumento  entre os compositores de nossa música popular.  Sua obra-prima, o choro “Tico-tico no fubá”, é conhecida internacionalmente, e tem várias gravações. O mestre de Santa Rita do Passa Quatro (SP) deixou um total de 122 músicas conhecidas e editadas, incluindo marchas, tanguinhos, foxes, choros,sambas, dobrados etc.  E o gênero que mais cultuou foi exatamente a valsa, com  47 títulos. As valsas de Zequinha são primorosas, de cunho paulista-interiorano e brasileiro, um gênero criado por ele mesmo. Quem as ouve, mesmo pela primeira vez, reconhece sua brasilidade e paulistanidade típicas. Pois este álbum que o Toque Musical hoje oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados, é dedicado justamente às valsas de Zequinha de Abreu, e foi lançado em 1964 pela Chantecler. Para interpretá-las, a “marca do galinho madrugador” escalou um autêntico seresteiro à moda antiga, Roberto Fioravanti, paulistano da Bela Vista, o velho e bom Bixiga, nascido em 1913 e neto de italianos.  Seu amor pela música cresceu ainda na adolescência,quando o pai o levava a serestas. Sua carreira artística começou na Rádio Educadora Paulista, onde fazia pequenas participações. Ali conheceu o compositor e versionista Fred Jorge, que o levou para a recém-inaugurada Chantecler. “Fiorindo”, como era conhecido,  foi, por sinal, um dos pioneiros da gravadora, e por ela registrou, em 1958, seu primeiro LP, “Seresteiro da saudade”, primeiro de uma série de cinco com o mesmo título.  Lançou ainda, entre 1959 e 1961, cinco discos 78 rpm com nove músicas, e, até 1970, gravou um total de dez LPs. Enquanto se dedicava à carreira, conseguiu um emprego na Rádio São Paulo (“a voz amiga”), como responsável pelo setor de cópias,mantendo as duas funções até se aposentar.  Chegou até a receber uma proposta de contrato da lendária Rádio Nacional do Rio de Janeiro, mas recusou no ato, pois era muito apegado à família. Em 1987, participou de um álbum de produção independente dedicado à obra do compositor  Mauro DaMotta, interpretando “Volta ao interior” e “Valsa de Pouso Alegre”, tendo sido esta sua derradeira aparição em disco.  Nos últimos anos de vida, o cantor residiu na Mooca, e faleceu em primeiro de junho de 1998. Hoje, há um espaço a ele dedicado no Museu Memória do Bixiga, reunindo tudo o que foi possível a respeito de sua vida e carreira, inclusive o chapéu preto com que ele costumava se apresentar. No presente LP, Fioravanti interpreta doze das valsas mais conhecidas de Zequinha de Abreu, que aliás só compunha música instrumental.  Os versos  eram  colocados depois, geralmente por encomenda dos editores. O disco abre com a valsa mais famosa de Zequinha, “Branca”,por ele composta em 1917, em homenagem a uma menina de 13 anos,Branca Barreto, filha do então chefe da estação ferroviária de sua Santa Rita natal. Zequinha adorava a menina, e, a pedido do pai, deu o nome de Branca à valsa, que estava sem título. Mais tarde, recebeu letra o poeta e escritor Décio Abramo, que adotou o pseudônimo de Duque d’Abramonte. Outros trabalhos memoráveis de Zequinha  no gênero valsa também marcam presença, tais como “Tardes em Lindóia”, “Amando sobre o mar”, “Aurora”, “Rosa desfolhada” (homenagem a Santa Terezinha do Menino Jesus), “Morrer sem ter amado” e “Só pelo amor vale a vida”, a faixa de encerramento. Enfim, um trabalho que só reafirma a brasilidade e a paulistanidade da obra de Zequinha de Abreu, cuja obra, sem sombra de dúvida, ficou e ficará para sempre na memória de tantos quantos apreciem o melhor de nossa música popular. Um autêntico “rosário de valsas”, conforme diz a contracapa.
branca
alma em delírio
morrer sem ser amado
último beijo
amando sobre o mar
tardes em lindóia
aurora
nosso ideal
rosa desfolhada
amor imortal
longe dos teus olhos
só pelo amor vale a vida

*Texto de Samuel Machado Filho

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Orquestra Victor Brasileira – Músicas De Zequinha De Abreu (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! É, está ficando cada dia mais difícil eu manter esse ritmo de postagens (diárias) e ainda cuidar de reposição de links no GTM. Como disse outras vezes, são tantas as solicitações que eu até já me perdi. E a coisa vem se acumulando… Por essas e por outras é que a partir de outubro eu estarei reduzindo o número de postagem, em função da reposição de velhos links. Porém, devo deixar claro que novas solicitações de links, eu não mais estarei atendendo, pelo menos num curto prazo. Aqueles que por ventura estiverem com muita pressa, ou quiserem algo muito específico, devem entrar em contato direto por e-mail e aí a gente negocia pessoalmente, ok?
Seguindo em nossas postagens, tenho para hoje um pouco da obra do compositor paulista José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu. Temos aqui uma seleção rara de algumas de suas composições. Este disco foi lançado em 1968, reunindo dez fonogramas da década de 30. Gravações feitas com a Orquestra Victor Brasileira, ou seja, a orquestra da gravadora RCA Victor. Realmente um disco interessante, pois nos apresenta gravações muito raras de velhas bolachas em 78 rpm, a música de um dos mais importantes compositores brasileiros e a performance de uma excelente orquestra.

primavera de beijos
lágrimas de amor
beijos divinais
saudoso adeus
minha valsa
ressurreição
morrer sem ter amado
só pelo amor vale a vida
último beijo
sururu na cidade
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Zequinha De Abreu – Evocação I – Interpretado Por Jacques Klein & Ezequiel Moreira (1979)

Sinalizando para outros gêneros, vou agora trazendo este álbum muito interessante, que com certeza irá agradar aos meus amigos cultos e os ocultos também. Vamos hoje conhecer um pouco a obra de Zequinha de Abreu, um dos grandes compositores brasileiros do início do século vinte.
José Gomes de Abreu foi um dos maiores compositores de valsinhas e choros. É o autor do famoso choro “Tico-Tico no Fubá”, que foi muito divulgado no exterior, nos anos 40 por Carmen Miranda, sendo uma das músicas brasileiras mais conhecidas.
O disco que hoje eu apresento é uma homenagem ao compositor, feito por dois renomados instrumentistas, os pianistas clássicos Jacques Klein e Ezequiel Moreira. Segundo o texto que acompanha o álbum, “trata-se de uma experiência descontraída, um lírico intervalo na carreira de dois músicos eruditos” E mais, e em síntese, “são quatro mãos ágeis que passeiam pela obra de Zequinha de Abreu tão a vontade como se fossem tico-ticos no fubá”. Os arranjos para piano de todas as composições são de Francisco Mignone. Belíssimos! Pode conferir… 😉

os pintinhos no terreiro
rosa desfolhada
longe dos olhos
não me toques
último beijo
branca
levanta poeira
amando sobre o mar
tardes em lindóia
tico-tico no fubá

Guaraná & Sua Orquestra – Recordando… (1956)

Iniciando a semana, aqui vou eu com mais um raro exemplar da nossa esquecida e mal cuidada discografia nacional. É uma pena ver tanto desinteresse por parte de quem deveria zelar pelo que produziu. É algo parecido com pais que abandonam seus filhos. Cabe então a sociedade acolher, oferecendo abrigo e proteção. No caso dos discos, a sociedade tem ainda mais obrigação e direito, pois somos nós quem preservamos e fazemos a história acontecer. Somos nós consumidores os verdadeiros defensores da nossa cultura musical. Somos nós, fracionados, quem guardamos em nossas casas, em nossa memória, a história e os objetos que dela fizeram parte. Um dia tudo isso precisa voltar a tona, ser lembrado e ensinado.
Antes que eu acabe me enveredando para outros lados, vamos ao disco do dia. Alguém aqui sabe quem foi Guaraná? Ganha um refrigerante da Antártica quem me falar. Está valendo também para os universitários e catedráticos de plantão. Este vinil foi mais um que eu desenterrei e ainda não consegui descobrir muita coisa sobre o maestro Guaraná. Com sua orquestra ele acompanhou muitos artistas nos anos 40 e 50, foi só o que eu achei sobre o músico. Neste disco lançado pela Polydor em 1956, temos Guaraná e sua orquestra executando obras de Zequinha de Abreu, Eduardo Souto e Ernesto Nazareth. No texto da contracapa, de autoria de Bricio de Abreu, todo dedicado aos compositores, traz apenas uma pequena nota sobre o maestro e forma de sua execução. Outro detalhe curioso são os três retratos que ilustram o texto. Deveria ser Eduardo Souto, Ernesto Nazareth e Zequinha de Abreu. Por alguma razão acabaram incluindo o Guaraná e deixaram de fora o Ernesto Nazareth. Vai entender…
branca (valsa) – zequinha de abreu
despertar da montanha (tango) – eduardo souto
eponina (valsa) – ernesto nazareth
turbilhão de beijos – (valsa) – ernesto nazareth
pintinho no terreiro – (chôro) – zequinha de abreu
do sorriso da nasceram as flôres (valsa) – eduardo souto
tarde em lindoya (valsa) – zequinha de abreu e plinio martins
brejeiro – (chôro) ernesto nazareth