Bolão E Seu Conjunto – Muito Legal (1964)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Depois da postagem do disco da Celly Campello, me lembrei de um outro disco que há tempos esperava sua vez e que por certo tem tudo a ver um com o outro, Bolão e Seu Conjunto. Estamos falando aqui dos pioneiros do rock brazuca. E assim como a Celly, Bolão foi um dos mais atuantes na cena rock’n’roll nacional, tendo inclusive participação nos discos da cantora, marcando presença com seu saxofone. Bolão atuou em orquestras, como músico de estúdio e nos mais diversos discos e gêneros da produção fonográfica brasileira. Mas seu destaque como artista se deu na onda do rock. Gravou, pelo menos uma meia dúzia de discos solos, todos voltados para o twist, hully gully e rockabilly, que na verdade nada mais é do que a surf music e rock’n’roll.
Aqui temos  o álbum ‘Muito Legal’, lançado pela RCA Victor, em 1964. Um disco com um repertório recheado de sucessos, todos internacionais, com excessão de “Rua Augusta”, sucesso inesquecível, de autoria de Hervé Cordovil. Os arranjos são do maestro e pianista Wilson Mauro, que também participa do conjunto. Sem dúvida, um disco muito legal. Confiram…

if i had a hammer
america
about noon
loddy lo
rua augusta
irma la douce
lady of spain
la bamba
sapore di sale
theme from lilies of the field
rhythm of the rain
tzena tzena tzena
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It’s Rock 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 45 (2012)

E chegamos esta semana à quadragésima-quinta edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil, apresentando a segunda parte de uma seleção dos primórdios do rock brasileiro, feita e digitalizada pelo amigo Chico, administrador do blog Sintonia Musikal, que gentilmente a liberou para os amigos cultos, ocultos e associados do nosso TM, e a quem mais uma vez agradecemos a cortesia.

Abrindo a seleção desta semana, que perfaz um total de 13 fonogramas, o mambo-rock (ou rumba-rock) “Cha-hua-hua”, de Joe Lubin e Irving J. Roth, na execução de Luizinho e seu Conjunto, gravação lançada pela Columbia em 1958 com o n.o CB-11044-A, matriz CBO-1630, e que também integrou o LP “Um baile com Luizinho”, reedição ampliada de um álbum de dez polegadas com o mesmo título, editado um ano antes. Guitarrista, o músico teve também a banda Luizinho e seus Dinamites, e faleceu na década de 1990. Em seguida outra faixa instrumental, lançada pela mesma gravadora e também em 58, um pouco antes: o rock “Short shorts”, de Tom Austin, Bob Gaudio, Billy Dalton e William Crandall, integrantes do grupo americano Royal Teens, aqui na interpretação de Bolão e seus Rockettes, disco CB-11035-A, matriz CBO-1556, sendo também faixa do LP “Rock sensacional” (ironicamente reeditado mais tarde como “Viva a brotolândia”, mesmo título do primeiro LP de Elis Regina!). Saxofonista, clarinetista e flautista, Isidoro Longano, o Bolão (1925-2005) profissionalizou-se como músico em 1944, integrando várias orquestras e, como roqueiro, também gravou discos com os pseudônimos de Edward Long e Bob Longano, além de ter também integrado os Jet Blacks.

O pianista Aldovrando de Castro, o popular Mestre Duda,  foi durante anos muito popular na noite paulistana, teve conjunto próprio e gravou diversos discos de cunho dançante. Ele aqui comparece  com “The Tennessee rock and roll”, de Larry Coleman e Irving Reid, lançado em janeiro-fevereiro de 1958 pela Continental com o n.o 17514-B,  matriz 12017,  faixa depois incluída em seu segundo LP,  “Vai começar o baile”.

A faixa 4 é “Ski rock, ski roll”, de autoria de “Louis Oliveira and friends”, interpretada pelo grupo Os Cometas, gravação Odeon de 29 de janeiro de 1957, lançada em abril seguinte com o n.o 14185-B, matriz 11520. Na faixa 5, “A zoo rock”, composição e interpretação de Luiz de França, um autêntico zoológico musical, com imitações de animais diversos. Foi o primeiro lançamento, em 1959, de uma gravadora que durou pouco tempo, a Discobrás (0001-A).

Cantor e compositor paulistano, Osvaldo Rodrigues (n.1920) era linotipista nas oficinas de impressão do “Diário Oficial” de São Paulo antes de seguir carreira musical, e os colegas de trabalho o incentivaram a cantar. Gravou seus primeiros discos no selo Carnaval, da Star (futura Copacabana) em 1951, com músicas para a folia de Momo. Sua discografia, também nos selos Continental, Odeon e Philips, é bastante extensa: algo em torno de 50 discos 78, além de um compacto duplo e participações em LPs-coletâneas. Aqui, Osvaldo interpreta “Personality”, grande sucesso de Lloyd Price, composto por ele e Harold Logan, em versão de Sérgio Galvão e Neide Garcia. A gravação saiu em outubro de 1959 pela Continental, com o n.o 17740-A, matriz 12359. A versão teve também registros de Regina Célia e dos Golden Boys, na mesma ocasião.

Paraibano de João Pessoa, Jayro Aguiar (n. 1937)  gravou seu primeiro disco em 1956, na Copacabana, interpretando o samba “Uma noite no Rio” e a valsa “Sussu”. Tem também nove Lps, vários 78 rpm e alguns compactos em sua discografia. Seu último trabalho em disco foi o CD independente “Ontem, hoje e sempre”, nos anos 1990. Jayro Aguiar aqui comparece com o calipso “O herói da lambreta”, dele próprio em parceria com o acordeonista Mário Mascarenhas, lançado pela Copacabana em novembro de 1959 com o n.o 6051-A, matriz M-2508.

Liderado por Renato Barros, o grupo Renato e seus Blue Caps foi um dos mais populares dos anos 1960/70, e também um dos ícones da Jovem Guarda. Eis aqui uma faixa rara, em que eles aparecem com o nome de Os Adolescentes, lançada em 1960 pela modesta gravadora Ciclone, com o número 12015-A: “Espante a tristeza (Shoo ya blues)”, de Luther Dixon e Smith, em versão de Pedro Leandro Nunes. Foi aliás a estreia do grupo em disco.

Humorista e entrevistador de televisão, tendo criado tipos inesquecíveis, o carioca Jô Soares (n. 1938) mostra aqui seu lado roqueiro com a divertida “Volks do Ronaldo”, que ele mesmo lançou no compacto simples de selo Farroupilha n.o FA-103-B, em 1963. Naquele tempo, é bom que se frise, o Volkswagen 1300 ainda não era chamado de Fusca. Logo em seguida vem outro comediante famoso, Tutuca, pseudônimo de Usliver João Baptista Linhares (n.1934), famoso pelo bordão “Xiiiiiiii…..”. Ele aqui interpreta, de sua autoria, “Playboy maluco”, gravação de 12 de maio de 1960, lançada em julho seguinte, que inaugurou o selo Camden, da RCA Victor, com o n.o CAM-1001-A, matriz 13-L3PB-0966. E olha só quem vem depois: José Messias. Sim, ele mesmo, aquele jurado do Raul Gil! Admirado por uns, detestado por outros, ele aqui interpreta, de sua autoria, o “Rock do Cauby”, satirizando a popularidade do grande Cauby Peixoto, em gravação lançada pela Philips em abril de 1961, sob n.o P-61088-H-A. Nascido em Bom Jardim de Minas, no ano de 1928, Messias tem mais de duzentas composições gravadas, nas vozes de inúmeros intérpretes, como Ângela Maria, Cauby Peixoto, Nélson Gonçalves, Roberto Carlos e José Ricardo, entre outros.

Outro comediante querido, este lembrado com saudade pelo público, Walter d’Ávila (Porto Alegre, RS, 1911-Rio de Janeiro, 1996) aqui comparece com o “Rock do vovô”, de Bruno Marnet e Ari Monteiro, que gravou na Odeon em 30 de junho de 1961, com lançamento em novembro seguinte sob n.o 14744-B, matriz 14802.

E encerramos esta seleção com chave de ouro, trazendo nada mais nada menos que o futuro “Rei”, Roberto Carlos! Ele aqui interpreta, de Hélio Justo e Erly Muniz, “Triste e abandonado”, lançada pela CBS em outubro de 1962 com o número 3239-B, matriz CBO-3495, e depois disponibilizada em compacto duplo. Não poderia haver encerramento melhor para esta seleção, vocês não acham? Pois então, divirtam-se!

*Texto de Samuel Machado Filho

Bolão – Forró Do Bolão (1979)

Olá! Estamos entrando hoje no mês em que o Toque Musical completa dois anos de existência. Ainda vou preparar o bolo, a festa e covidar mais alguns amigos cultos e ocultos. Aliás, como presente de aniversário eu estou dando ao blog 15 dias de férias. Isto que dizer que na segunda quinzena deste mês nós não teremos postagens. Elas voltam justamente no dia 31 de julho, data do início de nossas atividades.

E por falar em bolo, eu hoje estou postando um disco do Bolão. Taí, um lp raro, diferente e para variar, sem muitas informações. Mas afinal, quem é este Bolão? Na música brasileira eu conheço pelo menos uns três. Pesquisando rapidamente cheguei a uns cinco. De todos, acho que o mais provável é mesmo o Isidoro Longano, clarinetista, saxofonista e também flautista. Um instrumentista de bola cheia, que já tocou com os mais diversos artistas brasileiros. Seu sopro está presente também em outros tantos discos e normalmente aparece apenas como “Bolão”. Isidoro foi também um dos pioneiros do rock’n’roll tupiniquim. Iniciou sua carreira nos anos 40, integrando várias orquestras de bailes. Nos anos 50 e 60 enveredou para lado do rock, gravando o lp Bolão e Seus Rockettes – Viva a Brotolândia, disco este já postado no Toque Musical em janeiro de 2008. Também atuou com pseudônimos de Bob Longano e Edward Long e fez parte do grupo The Crazy Cats. Em 1976 ele tocou com o Made In Brazil no disco “Jack, O Estripador”. Foi também professor de muitos músicos e atuou como instrumentista de estúdio, sendo pau para toda obra. Um músico desse quilate não podia ficar só no rock, pelo menos no que diz ao seu trabalho multifacetado. Embora sem qualquer outra informação, posso afirmar que este disco é mesmo do Isidoro Longano. Um álbum basicamente pautado no instrumental, onde a referencia rítmica é o forró. Há inclusive a participação especial de Dominguinhos. Sem sombras de dúvida, um disco nota 10! Se vocês ainda não o viram rodando em outras fontes, chega mais, porque aqui é 320! 😉


forró do zé pirrita
discotheque no forró
forró do zé lagoa
forró do seu vavá
lá vai forró
até a guela
tenho sede
carta a mãeinha
fortaleza e ceará
não vou lá
não ligo isso
o bom tocador


Bolão & Seus Rockettes – Viva A Brotolândia (1990)

Eu estava meio na dúvida se deveria ou não postar este disco agora, por ser um álbum que até então eu tinha pouquíssima informação. Até a algum tempo atrás cheguei a fazer uma rápida pesquisa na rede, mas encontrei muita coisa. Hoje, por coincidência, acabei caindo em um blog que trazia um texto sobre Bolão & Seus Rockettes. Embora sem os créditos, descobri que o texto foi extraído do site Senhor F (como não pensei nisso antes, claro). Curiosamente, o disco também passou a pipocar por aí, em outros blogs. Olha, não quero me gabar, mas o prato daqui tá mais saboroso, pode acreditar. Tudo temperado a base de Shure, Techinics e no maior zelo 😉
Como não há outra informação além desta, do excelente Senhor F, prefiro transcrevê-la na integra, como os demais:
Um dos principais representantes das orquestras de jazz, ou dos “conjuntos melódicos”, como eram chamadas no Sul do Brasil, que fizeram sucesso cobrindo o espaço ainda não ocupado pelos músicos jovens. Liderado pelo saxofonista Bolão, o grupo destacou-se gravando covers de clássicos da música instrumental americana. Entre 1958 e 1964, especialmente, lançou vários 78rpm, compactos e lps, contendo sucessos como a clássica “Buzz Buzz Buzz”, “Short Shorts” – seu primeiro grande hit, e “Tarantella Rock”, regravada pelo grupo gaúcho Aristóteles de Ananias Jr. nos anos noventa.
Este álbum é uma coletânea, sem data em seus registros, possívelmente lançado em 1990 (cod.)pela CBS sob encomenda para a Acervos Discos (selo, editora?)

Boo – Da – Ba
Buzz Buzz Buzz
El Rancho Rock
C’ Amon, Kiss Me
Roc – A – Chicka
Big Guitar
Midnighter
Dede Dinah
The Swingin Shepherd Blues
Walkin With Mr
Short Shorts
Tarrentela Rock