Schangay – Acontecivento (1976)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Fim de Semana Santa está aí… Páscoa e tudo mais… Felicidades a todos! Hoje eu nem queria postar nada, o desânimo é total, mas para não dizer que não falei de flores, deixa eu pegar mais um ‘disco de gaveta’. Mas não pode ser qualquer um. Vamos com alguma coisa bacana e que não se encontra dando sopa por aí…
Tenho para hoje o cantor, compositor e violeiro, Eugênio Avelino, ou, como é popularmente conhecido, Xangai. E aqui, em seu primeiro disco, lançado em 1976, pelo selo Epic, ele então tinha um outro nome artístico, ‘Schangay.’ Vejam vocês a criatividade dessa gente… Felizmente o tropeço foi só neste sentido, pois Xangai despontava como um grande artista cuja a obra é toda pautada no regionalismo, na música brasileira de raiz e isso foi ficando mais evidente a cada novo trabalho, a cada novo projeto. Sem dúvida, um grande artista da nossa música brasileira, reconhecido internacionalmente, sempre rodeado de bons parceiros. “Acontecivento” é um daqueles discos que só poderia ser mesmo daqueles anos 70, quando tudo era feito com muita qualidade e que um dia viraria um clássico ou disco para se rever os conceitos. E ele tem um pouco dos dois e mais, hoje em dia é um disco super raro. Traz um repertório com fortes influências nordestinas. Uma produção bacana e um time de músicos que dá a “Acontecivento” um brilho todo especial. Confiram no GTM..

acontecivento
asa branca
forró de surubin
boia fria
pronde tu vai luiz – verde caninha – esta noite serenou
jogo (peço e ela me dá)
cantiga de cego
tanto queima como atrasa
posso falar e cantar
na volta da pá
me diga se tá certo
marcha rancho
 

.

Elomar & Arthur Moreira Lima – Parcelada Malunga (1980)

Dando sequência à semana dos digitalizados mas difíceis de serem encontrados, estou trazendo o “Parcelada Malunga”, um álbum de encontro do pianista Arthur Moreira Lima com o cantador, compositor e violeiro Elomar Figueira. Este disco até que não é tão difícil de achar, já se tornou um clássico popular e até já foi bem divulgado em outros blogs. Mesmo assim, vai tendo o seu lugar garantido aqui no Toque Musical. Pessoalmente, eu adoro este disco.

Gravado ao vivo no Teatro Pixinguinha em São Paulo, este álbum registra o encontro de dois músicos aparentemente distintos ou de extremos opostos, um erudito e o outro popular. Mas a ouvirmos, fica claro o quanto esses dois mundos têm em comum, além da simpatia recíproca entre os músicos. O show “Parcelada Malunga” contou ainda com as participações especiais de Heraldo do Monte, Xangai e Zé Gomes. Minha única queixa é fato de ser este um disco simples. Pelo que contam do show, bem que merecia um álbum duplo. Mesmo assim é uma jóia de se ouvir com outros olhos.
o violeiro
as curvas do rio
louvação
cantiga de amigo
chula no terreiro
peão na amarração
cantada
estrela maga dos ciganos
puluxias
clarió