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Carlos Galhardo – E O Destino Desfolhou (1973)
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Um dos artistas mais procurados aqui no Toque Musical é, sem dúvida, o cantor Carlos Galhardo. Temos aqui um público fiel e é para esses que estamos trazendo mais um de seus discos. Aqui está o lp “E o destino desfolhou”, álbum lançado em 1973 pela Odeon. Este disco foi seu primeiro lp gravado pela Odeon. Ele já havia gravado antes por este selo, na fase dos bolações, mas ao longo de toda a sua carreira Carlos Galhardo sempre gravou pela RCA Victor. O álbum que aqui apresentamos tem um sabor especial, uma roupagem nova, principalmente por conta do arranjos e orquestração do maestro Gaya. Repertório bonito e com músicas já conhecidas do grande público. Não deixem de conferir…
meus tempos de criança
bodas de prata
porque cantam os passarinhos
arrependimento
valsa do meu subúrbio
cruel destino
pedrinhas de cor
e o destino desfolhou
a rosa
infeliz amor
malandrinha
será
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Datas Felizes (1965)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como de costume, a gente atrasa, mas não falta. Ainda, para fecharmos esse ano de 2017 (e como estou mais folgado nesses dias), temos aqui mais alguns disquinhos para complementar ‘os finalmente’. Deixo aqui este lp que se por acaso eu já não o postei, certamente quase todas as músicas deste disco já foram apresentadas aqui ao longo dos nossos dez anos. Trata-se de uma coletânea dedicada a temas de datas felizes, como Natal, Dia dos Namorados, da Mães, dos Pais, dos Avós e muito mais… Carlos Galhardo foi um dos cantores que mais gravou temas desse tipo e assim, nesta seleção ele praticamente é quem comanda o espetáculo. Mas ainda sobra espaço para o maestro Zaccarias e sua orquesta, The Three Suns e as então crianças Maria Regina e Zaira Cruz. Enfim, um disco para se encaixar em várias comemorações (curiosamente, não tem de Ano Novo). Vamos conferir? 😉
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Cinema Em 78 RPM – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 137 (2015)
Estamos de volta com o Grand Record Brazil, agora em sua edição de número 137. E a seleção musical desta quinzena foi preparada por uma pessoa muito especial: eu próprio! Tudo começou quando o Augusto me mandou diversos áudios extraídos de clipes produzidos para o YouTube, pela Rádio Educativa Mensagem de Santos, aproveitando cenas de filmes diversos, todos em preto e branco. No entanto, apenas quatro músicas, devidamente conservadas aqui , fizeram realmente parte de filmes. Então sugeri que fosse feita uma edição com músicas que foram realmente apresentadas em películas de sucesso, a maior parte nacionais. Com o devido acolhimento da ideia, e com carta branca para sua elaboração, consegui garimpar dezesseis fonogramas, alguns até raríssimos, extraídos das bolachas de cera velhas de guerra. Uma seleção que resultou inclusive de pesquisas em fontes diversas, particularmente o “Dicionário de filmes brasileiros – longa-metragem”, de Antônio Leão da Silva Neto (Editora Futuro Mundo, 2002). Isto posto,vamos às músicas.Para começar, temos o clássico “O ébrio”, canção de e com Vicente Celestino, “a voz orgulho do Brasil”, por ele gravada na Victor em 7 de agosto de 1936 e lançada em setembro do mesmo ano, disco 34091-A, matriz 80195. O filme viria dez anos depois, produzido pela Cinédia e dirigido pela esposa do cantor, Gilda de Abreu, com grande bilheteria (teria superado até mesmo “Tropa de elite2”, o recordista oficial de bilheteria do cinema brazuca). Esta gravação é uma montagem que apresenta, primeiramente, o monólogo inicial, extraído da regravação que Celestino fez da música em 1957, e, em seguida, o registro original de 1936, junção esta feita para a coletânea “Sessenta anos de canção”, lançada após a morte do cantor, em 1968. Inezita Barroso, recentemente falecida, aqui comparece com “Maria do mar”, canção do maestro Guerra Peixe em parceria com o escritor José Mauro de Vasconcelos, autor de romances de sucesso como “Vazante”, “Coração de vidro”, “Banana brava” e “O meu pé de laranja-lima”. Fez parte do filme “O canto do mar”, produção da Kino Filmes dirigida por Alberto Cavalcanti, e Inezita a gravou na RCA Victor em 4 de agosto de 1953,com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 80-1209-B, matriz BE3VB-0222. Temos, em seguida, a única composição de origem estrangeira inclusa nesta seleção. Trata-se de “Natal branco (White Christmas)”, fox de autoria de Irving Berlin, um dos maiores compositores dos EUA, e sucesso em todo o mundo. Seu intérprete mais constante foi o ator e cantor Bing Crosby, que a lançou em um show que fez para os pracinhas norte-americanos que serviam nas Filipinas, durante a Segunda Guerra Munidal. Bing também interpretou este clássico em dois filmes: “Duas semanas de prazer (Holiday inn)”, de 1942, e “Natal branco(White Christmas)”, de 1954. Com letra brasileira de Marino Pinto, foi levado a disco na RCA Victor por Nélson Gonçalves, ao lado do Trio de Ouro, então em sua terceira fase (Lourdinha Bittencourt, então esposa deNélson, Herivelto Martins e Raul Sampaio), no dia 25 de novembro de 1955, mas estranhamente só saiu em janeiro de 56, disco 80-1551-B, matriz BE5VB-0926. Houve uma versão anterior, assinada por Haroldo Barbosa, que Francisco Alves interpretava em programas de rádio, porém não gravada comercialmente. Na quarta faixa, o maior sucesso autoral do compositor pernambucano Nélson Ferreira: o frevo-de-bloco “Evocação”, primeiro de uma série de sete com o mesmo título, homenageando grandes nomes do carnaval recifense do passado. A interpretação é do Bloco Batutas de São José,lançada pela recifense Mocambo em janeiro de 1957, no 78 rpm n.o 15142-B, matriz R-791, e no LP coletivo de 10 polegadas “Viva o frevo!”. “Evocação” foi também sucesso no eixo Rio-São Paulo, em ritmo de marchinha, entrando na trilha sonora do filme “Uma certa Lucrécia”, de Fernando de Barros, estrelado por Dercy Gonçalves. Logo depois, outra gravação da Mocambo: é a balada-rock “Sereno”, lançada em 1958 no 78 rpm n.o 15233-A, matriz R-985, e incluída mais tarde no LP “Surpresa”. A música fez parte do filme “Minha sogra é da polícia”, uma comédia dirigida pelo mesmo autor da composição, Aloízio T. de Carvalho, e por sinal bastante cultuada pelos fãs de dois futuros astros da Jovem Guarda, Roberto & Erasmo Carlos, pois marcou a primeiríssima aparição de ambos no cinema. “Sereno” também foi revivida, em 1976, na novela “Estúpido Cupido”, da TV Globo, cuja trilha sonora foi a de maior vendagem da história da gravadora Som Livre: mais de dois milhões e meio de cópias! Na sexta faixa, uma raridade absoluta: trata-se da toada “Céu sem luar”, do maestro Enrico Simonetti em parceria com o apresentador de rádio e televisão Randal Juliano. Quem a interpreta, com suporte orquestral do mestre Tom Jobim, é Dóris Monteiro, em gravação Continental de 6 de maio de 1955, lançada em outubro do mesmo ano, disco 17171-A, matriz C-3628. Dóris também a interpretou no filme “A carrocinha”, produção de Jaime Prades estrelada por Mazzaropi sob a direção de Agostinho Martins Pereira, e na qual Dóris também contracenou com outro mestre, Adoniran Barbosa (seu pai, na trama). Desse mesmo filme, agora com o próprio Mazzaropi, um dos mais queridos comediantes do cinema brazuca, até hoje lembrado com saudade, é nossa sétima faixa, o baião “Cai, sereno (Na rama da mandioquinha)”, baião de Elpídio “Conde” dos Santos (autor do clássico “Você vai gostar”).O eterno jeca registrou “Cai, sereno” na RCA Victor em 2 de agosto de 1955, e o lançamento se deu em outubro do mesmo ano, disco 80-1497-A, matriz BE5VB-0821. Temos também o lado B desse disco,matriz BE5VB-0822, também de Elpídio: a rancheira “Dona do salão”, interpretada por Mazza no filme “Fuzileiro do amor”, dirigido por Eurides Ramos, primeira das três películas que o comediante fez no Rio de Janeiro para a Cinedistri, de Oswaldo Massaini. Ângela Maria, a querida Sapoti, nos apresenta o expressivo samba-canção “Vida de bailarina”, de Américo Seixas em parceria com o humorista Chocolate (Dorival Silva). Fez parte do filme “Rua sem sol”, da Brasil Vita Filmes, dirigido por Alex Viany, e a gravação em disco saiu pela Copacabana em dezembro de 1953, sob n.o 5170-B,matriz M-642. Voltando bem mais longe no tempo, apresentamos “Estrela cadente”, valsa-canção de José Carlos Burle, que fez parte do filme “Sob a luz do meu bairro”, da Atlântida, dirigido por Moacyr Fenelon. Carlos Galhardo,seu intérprete na película, cujos negativos infelizmente se perderam em um incêndio, gravou a música na Victor em 12 de abril de 1946, com lançamento em julho do mesmo ano sob n.o 80-0421-B, matriz S-078474. O eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, apresenta a animadíssima polca “Tô sobrando”, que fez em parceria com Hervê Cordovil, e gravou na RCA Victor em 26 de julho de 1951, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 80-0816-A,matriz S-092995. Gonzagão também a interpretou no filme “O comprador de fazendas”, da Cinematográfica Maristela, estúdio paulistano que ficava no bairro do Jaçanã, baseado em conto de Monteiro Lobato e dirigido por Alberto Pieralisi, tendo no elenco Procópio Ferreira, Hélio Souto e Henriette Morineau, entre outros (o próprio Pieralisi dirigiu uma refilmagem inferior, em 1974). O número musical de Luiz Gonzaga, por sinal, foi rodado após o término das filmagens, uma vez que ele sofrera grave acidente automobilístico e quebrara o braço. Outra raridade vem logo em seguida: o samba-exaltação “Parabéns, São Paulo”, de Rutinaldo Silva,em gravação lançada pela Continental em março de 1954 (ano em que a capital bandeirante comemorou seus quatrocentos anos de existência), disco 16912-B, matriz C-3287. Esse foi o número musical de encerramento do filme “O petróleo é nosso”, da Brasil Vita Filmes, dirigido por um especialista em chanchadas, Watson Macedo. O belo samba-canção “Onde estará meu amor?”, de autoria da compositora e instrumentista Lina Pesce (Magdalena Pesce Vitale), é outra absoluta raridade nesta seleção “cine-musical”. Interpretado por Agnaldo Rayol no filme “Chofer de praça”, o primeiro que Mazzaropi fez como produtor independente, sob a direção de Mílton Amaral, foi lançado em disco pela Copacabana em maio de 1958, no 78 rpm n.o 5891-A, matriz M-2181, entrando mais tarde no primeiro LP de Agnaldo, sem título (CLP-11061). Gravações posteriores de Dolores Duran e Elizeth Cardoso, também pela Copacabana, reforçariam o êxito de “Onde estará meu amor?”. Silvinha Chiozzo, irmã da acordeonista e também cantora e atriz Adelaide Chiozzo, aqui comparece com duas músicas que interpretou no filme “Rico ri à toa”, primeiro trabalho do cineasta Roberto Farias, que mais tarde fez ”Assalto ao trem pagador” e a trilogia cinematográfica estrelada por Roberto Carlos (“Em ritmo de aventura”, “O diamante cor-de-rosa” e “A trezentos quilômetros por hora”), sendo depois diretor de especiais da TV Globo. Saíram pela Copacabana em 1957, sob número 5795. Primeiro,o lado B, “Zé da Onça”, baião clássico de João do Valle, o acordeonista Abdias Filho (o famoso Abdias dos Oito Baixos) e Adrian Caldeira, matriz M-1990, que Silvinha canta em dueto com Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga. Vem depois o lado A, matriz M-1965, “É samba”, que Silvinha canta solo, concebido por Vicente Paiva, Luiz Iglésias e Walter Pinto, os três ligados ao teatro de revista. Para terminar, um verdadeiro clássico interpretado pelo grande Cauby Peixoto: o samba-canção “Nono mandamento”, de Renê Bittencourt e Raul Sampaio, e que fez parte do filme “De pernas pro ar”, co-produção Herbert Richers-Cinedistri, dirigida por Victor Lima. Cauby imortalizou este sucesso inesquecível na RCA Victor em 20 de dezembro de 1957,com lançamento em abril de 58 no 78 rpm n.o 80-1928-A, matriz 13-H2PB-0311. Um fecho realmente de ouro para a seleção desta quinzena do GRB, que por certo irá proporcionar grandes momentos de recordação e entretenimento a vocês que tanto prestigiam o TM. Quero expressar inclusive meus mais sinceros agradecimentos aos colecionadores Gilberto Inácio Gonçalves e Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez) pela colaboração, enviando-me alguns dos preciosos fonogramas que compõem esta edição. E agora, luz, câmera, ação… e música!
*Texto e seleção musical de Samuel Machado Filho
Cantores – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 124 (2014)
Sambas – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 123 (2014)
E prossegue a gloriosa trajetória do Grand Record Brazil. Já estamos na edição de número 123, e nela estamos apresentando uma seleção especialmente dedicada ao samba. São 15 gravações, com sambas de autores consagrados do gênero, interpretados pelos melhores cantores de sua época. Abrindo esta edição, temos “Capital do samba”, de José Ramos (1913-2001), fluminense de Campos, que ajudou a fundar a ala de compositores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, na interpretação do sempre notável Gilberto Alves. Gravação Odeon de 9 de setembro de 1942, lançada em outubro do mesmo ano, disco 12214-A, matriz 7053. Dos cariocas João da Baiana (João Machado Guedes, 1887-1974) e Babaú da Mangueira (Waldomiro José da Rocha, 1914-1993) é “Sorris de mim”, a faixa seguinte, interpretada por Odete Amaral, “a voz tropical do Brasil”. Ela o gravou na Victor em 9 de julho de 1940,com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 34657-B, matriz 33463. De Paquito (Francisco da Silva Fárrea Júnior, 1915-1975) e do lendário Paulo da Portela (Paulo Benjamin de Oliveira, 1901-1949), foi escalado “Arma perigosa”, na interpretação de Linda Rodrigues (Sophia Gervasoni, 1919-1995). É o lado A de seu terceiro 78, o Continental 15423, lançado em setembro de 1945, matriz 1136. Na quarta faixa, um clássico indiscutível do mestre Ary Barroso: é “Morena boca de ouro”, na interpretação de Sílvio Caldas, que o imortalizou na Victor em 4 de julho de 1941, com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 34793-A, matriz S-052259. Foi várias vezes regravado,inclusive por João Gilberto, que o incluiu em seu primeiro LP, “Chega de saudade”, em 1959. O dito popular “Quem espera sempre alcança” dá título à nossa quinta faixa, mais uma composição do lendário Paulo da Portela. Quem canta este samba é Mário Reis, em gravação lançada pela Odeon em setembro de 1931, disco 10837-B, matriz 4272, com acompanhamento da Orquestra Copacabana, do palestino Simon Bountman. “Quem mandou, Iaiá?” é de Benedito Lacerda (também no acompanhamento com sua flauta mágica e inconfundível) e Oswaldo “Baiaco” Vasques, e foi lançado pela Columbia para o carnaval de 1934, em janeiro desse ano, na voz de Arnaldo Amaral, disco 22262-A, matriz 1005. Também de Baiaco, em parceria com João dos Santos, é nossa sétima faixa, “Conversa puxa conversa”, gravação Victor de Almirante (“a maior patente do rádio”) em 24 de abril de 1934, lançada em julho do mesmo ano com o n.o 33800-A, matriz 79615, com acompanhamento da orquestra Diabos do Céu, formada e dirigida por Pixinguinha. Babaú da Mangueira volta em nossa faixa 8, “Ela me abandonou”, samba do carnaval de 1949, em parceria com Taú Silva. Novamente aqui comparece Gilberto Alves, em gravação RCA Victor de 23 de dezembro de 48, lançada um mês antes da folia,em janeiro,disco 80-0591-B, matriz S-078852. Autor de clássicos do samba, Ismael Silva (1905-1978) mostra seu lado de intérprete em “Me deixa sossegado”, que assina junto com Francisco Alves e Nílton Bastos, e foi lançado pela Odeon em dezembro de 1931, disco 10858-B,matriz 4281. De família circense, sobrinho do lendário palhaço Piolim, o comediante paulista Anchizes Pinto, o Ankito (1924-2009), considerado um dos cinco maiores nomes da era das chanchadas em nosso cinema, bate ponto aqui com “É fogo na jaca”, samba de Raul Marques, Estanislau Silva e Mateus Conde. Destinado ao carnaval de 1954, foi lançado pela Columbia (depois CBS e hoje Sony Music) em janeiro desse ano, sob n.o CB-10017-B, matriz CBO-152. Paulo da Portela volta na faixa 11, assinando com Heitor dos Prazeres “Cantar pra não chorar”, do carnaval de 1938. Quem canta é Carlos Galhardo, “o cantor que dispensa adjetivos”, em gravação Victor de 15 de dezembro de 37, lançada um mês antes da folia, em janeiro, disco 34278-B, matriz 80634. Na faixa 12, volta José Ramos, agora assinando com o irmão, Marcelino Ramos, “Jequitibá”. Gravação de Zé e Zilda (“a dupla da harmonia”), em 1949, na Star, disco 151-B, por certo visando o carnaval de 50. A eterna “personalíssima”, Isaura Garcia, vem com o samba “Mulher de malandro”, de Hervê Cordovil. Gravado na Victor em 23 de outubro de 1945, seria lançado apenas em setembro de 46, sob n.o 80-0431-B, matriz S-078380. Ernani Alvarenga, o Alvarenga da Portela, assina “Fica de lá”, samba do carnaval de 1939, em gravação Odeon de Francisco Alves, datada de 16 de dezembro de 38 e lançada bem em cima da folia,em fevereiro, disco 11700-A,matriz 5995. Por fim, temos o samba “Não quero mais”, samba de autoria de Zé da Zilda (também conhecido por Zé com Fome e José Gonçalves) e Carlos Cachaça (Carlos Moreira de Castro, que apareceu no selo com o sobrenome errado, “da Silva”), gravado na Victor por Aracy de Almeida em 9 de setembro de 1936 e lançado em dezembro do mesmo ano, disco 34125-A, matriz 80214, certamente com vistas ao carnaval de 37. Note-se, a respeito deste samba, que Cartola tinha feito duas segundas partes, mas Zé da Zilda fez uma outra segunda parte por conta própria e, assim, eliminou Cartola da co-autoria. Enfim, é uma excelente seleção de sambas que o GRB nos oferece, para apreciação de todos aqueles que apreciam o melhor de nossa música popular.
* Texto de Samuel Machado Filho
Carlos Galhardo – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 115 (2014)
Chegando à sua edição de número 115, o Grand Record Brazil apresenta a terceira e última parte da retrospectiva dedicada a Carlos Galhardo (1913-1985), sem dúvida um dos mais queridos e expressivos intérpretes de nossa música popular, um cantor que, de fato, como dizia seu slogan, dispensava adjetivos. Desta feita, estamos oferecendo a nossos amigos cultos, ocultos e associados onze preciosas gravações de Galhardo, verdadeiras joias de seu repertório. Abrindo o programa, temos “Vela branca sobre o mar”, ótimo fox de José Maria de Abreu e Oswaldo Santiago, gravação Victor de 18 de junho de 1937, lançada em setembro do mesmo ano, disco 34200-A, matriz 80469. Fiel às raízes italianas da família, Galhardo depois nos oferece “Guaglione”, palavra que em italiano quer dizer “rapazola” ou “garoto”. É outro fox, este composto lá mesmo na Itália, por Nicola Salerno, o Nisa, e Giuseppe Fanciulli, com letra brazuca do radialista Júlio Nagib. Foi gravado na já então RCA Victor em 3 de dezembro de 1956, indo para as lojas em março de 57 com o n.o 80-1735-B, matriz BE6VB-1396 (curioso é que, um mês antes, a Odeon pôs nas lojas a gravação de Léo Romano, feita porém três dias depois desta de Galhardo, a 6 de dezembro de 56, sendo nosso focalizado, portanto, o primeiro a gravar a versão). Em seguida, a marchinha “Mercador”, de Wilson Batista e Ari Monteiro, do carnaval de 1953. Outra gravação RCA Victor, esta de 7 de agosto de 52, e que chegou às lojas ainda em dezembro sob n.o 80-1047-A, matriz SB-093392. Da safra de Galhardo na Odeon é “Morena faceira”, samba do mestre Ataulfo Alves, gravado em primeiro de junho de 1937 e lançado em outubro do mesmo ano, disco 11522-B, matriz 5586. “Noite sem luar”, nossa faixa seguinte, é uma das inúmeras e bem-sucedidas valsas dos autores de “Boa noite, amor” (prefixo pessoal de Francisco Alves) , José Maria de Abreu e Francisco Matoso. Abreu já era o “rei da valsa” entre os autores, e Galhardo, “rei da valsa” entre os intérpretes, imortalizando “Noite sem luar” na Victor em 18 de junho de 1937, mas com lançamento apenas em março de 38 com o n.o 34299-A,matriz 80470. “Notícia de última hora”, de Benedito Lacerda e Darcy de Oliveira, é um samba do tempo da Segunda Guerra Mundial, em que um pracinha avisa que vai lutar com os países aliados na Itália e retornar vitorioso. De fato, os aliados derrotaram as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), marcando o fim do conflito, em 1945. Destinado ao carnaval de 1943, o samba foi gravado na Victor por Galhardo em 25 de setembro de 42, com lançamento ainda em dezembro, disco 80-0026-A, matriz S-052624. “O homem da valsa”, de Custódio Mesquita e David Nasser, por certo é uma referência ao próprio Galhardo, ele que a registrou na mesmíssima Victor em 11 de fevereiro de 1943, com lançamento em maio do mesmo ano sob n.o 80-0076-B, matriz S-052719. Do início da carreira do cantor é pinçado o samba que vem em seguida, “Para onde irá o Brasil?”, de autoria de Assis Valente, então também iniciante como Galhardo, que o gravou em seu segundo disco, o Victor 33627-A,em 2 de fevereiro de 1933, com lançamento em março do mesmo ano, matriz 65663. Assis havia composto o samba durante a Revolução Constitucionalista de 1932, e foi intimado a dar explicações às autoridades policiais. Seu conteúdo, porém, traz uma mensagem antibélica. O mestre Ataulfo Alves novamente aparece com outro de seus inspirados sambas, ‘Receita”, parceria com João Bastos Filho, gravação Victor de Galhardo em 20 de junho de 1938, porém só lançada em abril de 39, disco 34422-A, matriz 80832. O samba seguinte também é de Ataulfo, agora em parceria com o violonista Claudionor Cruz: o clássico “Sei que é covardia (Mas…)”. E é também gravação Victor do nosso Galhardo, datada de 5 de dezembro de 1938, com lançamento em janeiro de 39 para o carnaval, triunfalmente consagrado como um dos maiores hits dessa folia, disco 34401-A, matriz 80952. Finalizando, a belíssima valsa “Viena do meu coração”, de autoria de dois expoentes do gênero, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, que nosso “rei da valsa”, Carlos Galhardo, imortalizou na Odeon em 23 de março de 1937, com lançamento em julho do mesmo ano, disco 11492-A, matriz 5557. De fato, um belo fecho para o retrospecto de Carlos Galhardo feito por nosso GRB. E nossas duas próximas edições serão dedicadas ao grande compositor Lupicínio Rodrigues, cujo centenário de nascimento comemoramos neste 2014. Até lá!
* Texto de Samuel Machado Filho
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Carlos Galhardo (parte 2) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 114 (2014)
E estamos de volta com o Grand Record Brazil, em sua edição de número 114, apresentando a segunda parte da retrospectiva dedicada a Carlos Galhardo (1913-1985), “o Cantor que dispensa adjetivos”. São mais doze faixas preciosas e imprescindíveis para todos os que apreciam a arte de cantar no que ela tem de mais belo e expressivo. Abrindo nossa seleção desta semana, Galhardo apresenta “Ai, amor”, samba de dois Robertos, Martins e Roberti, gravado na Victor em 25 de agosto de 1939 e lançado em novembro do mesmo ano sob n.o 34508-B, matriz 33153. Roberto Martins também assina, agora com Ari Monteiro, a faixa seguinte, “Vinte e três de abril”, data consagrada a São Jorge, e inspiradora deste samba que Galhardo imortalizou na já então RCA Victor em 27 de fevereiro de 1948, com lançamento em abril seguinte com o n.o 80-0579-A, matriz S-078829. Do carnaval de 1960 é a marchinha “Cachopa”, de Augusta de Oliveira e Madalena Correia, gravada em 14 de setembro de 59 e lançada ainda em dezembro sob n.o 80-2148-B, matriz 13-K2PB-0759, e no LP coletivo “Carnaval RCA Victor”, isso já numa época, sempre é bom frisar, de transição do 78 rpm para o vinil. Recuando no tempo, temos em seguida o samba “Cantar pra não chorar”, de autoria do lendário Paulo da Portela em parceria com um dos pioneiros do gênero, Heitor dos Prazeres, que Galhardo grava na então Victor em 15 de dezembro de 1937, com lançamento bem em cima do carnaval de 38, em fevereiro, sob n.o 34278-B,matriz 80634. Mostrando que foi talvez o cantor do Sul do Brasil mais fiel ao frevo,gênero com o qual estreou em disco, Galhardo apresenta “O frevo é assim”. De autoria de Nélson Ferreira, um craque do gênero, em parceria com o também pernambucano Nestor de Holanda, este frevo-canção do carnaval recifense de 1946 foi gravado na marca do cachorrinho Nipper em 23 de outubro de 45, sendo lançado ainda em dezembro com o número 80-0353-A,matriz S-078302, com acompanhamento da orquestra do maestro paulista Aristides Zaccarias, que também animava os bailes de carnaval pernambucanos. A faixa seguinte, aliás, é do primeiríssimo disco de Carlos Galhardo, o Victor 33625. É a “marcha pernambucana” (como então era chamado o frevo-canção) “Que é que há?”, de Nélson Ferreira sem parceiro., lado B desse histórico 78 do cantor, gravado em 26 de janeiro de 1933 e lançado em março seguinte, matriz 65659. Da primeira safra de Galhardo na Odeon (onde gravaria seus derradeiros discos, nos anos 1970) é a marchinha “Serpente do amor”, do carnaval de 1937. De autoria de Benedito Lacerda e Aldo Cabral, foi gravada na “marca do templo” em 31 de outubro de 36, com lançamento ainda em dezembro sob n.o 11421-A, matriz 5433. Retornando à Victor, temos a valsa “Mares da China”, da profícua parceria João de Barro (Braguinha)-Alberto Ribeiro, que Galhardo imortaliza em 20 de junho de 1938, com lançamento em outubro do mesmo não,sob número 34365-A, matriz 80831. “Deus no céu, ela na terra”, samba de Wilson Batista e Marino Pinto, é uma daquelas manifestações à chamada mulher ideal, então comuns. Galhardoo imortalizou na marca do cachorrinho Nipper em 14 de junho de 1940, devidamente acompanhado de regional, com destaque para a expressiva clarineta do mestre Luiz Americano, indo para as lojas em agosto seguinte, sob n.o 34643-B,matriz 33443. “Flor do céu”, de autoria creditada a Rômulo Paes e Henrique de Almeida, é na verdade adaptação, em ritmo de fox, de uma modinha de cunho tradicional, “É a ti, flor do céu”, regravada até mesmo pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Esta versão foi gravada por Galhardo na já então RCA Victor em 8 de junho de 1956, sendo lançada em agosto seguinte com o número 80-1654-A, matriz BE6VB-1182. “Cármen”, valsa de Paulo Barbosa e Cristóvão de Alencar, o “amigo velho”, é o lado B do disco de “Cerejeira do Japão” (apresentada em nosso volume anterior), o Victor 34659, gravado em 16 de julho de1940 e lançado em outubro do mesmo ano, matriz 33473. Também de Paulo Barbosa, agora em parceria com Francisco Célio, é a valsa que encerra nossa seleção desta semana, “Quero a teus pés te adorar”, outra preciosidade da rica safra de Galhardo na Victor, gravada em 27 de janeiro de 1940 e lançada em março do mesmo ano, disco 34585-B, matriz 33320. Na próxima semana, encerraremos esta retrospectiva dedicada a Carlos Galhardo, um cantor que, de fato, dispensava qualquer adjetivo. Até lá!
Texto de Samuel Machado Filho
Carlos Galhardo (parte1) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 113 (2014)
Esta semana,o Grand Record Brazil apresenta a primeira de três partes de uma retrospectiva que homenageia um dos mais queridos cantores da música popular brasileira, considerado um dos “quatro grandes” da década de 1930, ao lado de Francisco Alves, Sílvio Caldas e Orlando Silva, e de carreira lôngeva e expressiva. Falamos, evidentemente, de Carlos Galhardo. Na pia batismal, nosso biografado recebeu o nome de Catello Carlos Guagliardi, e era filho de italianos,Pedro Guagliardi e Savéria Novello. Segundo Norma Hauer em seu livro “Uma voz que é um poema”, sua mãe engravidou no Rio de Janeiro, mas ele veio ao mundo na capital argentina, Buenos Aires, para onde toda a sua família se deslocou em busca de melhor sorte, em 24 de abril de 1913. Quando Galhardo tinha apenas dois meses de nascido, ele e seus familiares (também tinha dois irmãos, nascidos na Itália, e uma irmã, nascida no Rio) mudaram-se para São Paulo, onde permaneceriam apenas outros dois meses, transferindo-se definitivamente para o Rio, e fixando-se no Estácio de Sá, bairro da primeira escola de samba, a Deixa Falar. Enquanto fazia o grupo escolar, o pequeno Catello foi encaminhado para a batalha da vida, como aprendiz de alfaiate. Por algum tempo, trabalhou como balconista de charutaria, ali cultivando uma amizade que seria útil para a primeira oportunidade de sua carreira, como veremos a seguir. Voltando à tesoura e à agulha, em seguida, chega a ser oficial de paletó, a ponto de confeccionar um jaquetão para Getúlio Vargas,quando chefe do governo provisório, logo que assumiu o poder pela primeira vez, em 1930. Aos oito anos, Galhardo perde a mãe, e o pai, que trabalhava no ramo lotérico, casa-se de novo, tendo mais cinco filhos! Galhardo não conheceu dificuldade alguma na carreira artística. Já vinha cantando para os amigos, principalmente músicas italianas, fiel às origens. Numa festa familiar, a que compareceu Francisco Alves, canta exatamente uma página do repertório do Rei da Voz, a canção “Deusa”, de Freire Júnior. Foi devidamente aprovado por Chico Viola, mas precisava de uma oportunidade mais concreta. Aí é que entra em cena Maria Rita de Carvalho, a Mariazinha, manicure que conhecera em um salão de beleza, que funcionava em conjunto com a charutaria em que ele havia trabalhado. Mariazinha, por sua vez, conhecia uma pessoa relacionada com o compositor e violonista Bororó, que então trabalhava na Rádio Educadora do Brasil. Por esse intermédio, Galhardo foi ouvido por Bororó num ambiente inusitado e o mais sossegado naquele momento: o banheiro da rádio! E foi logo escalado para cantar ao microfone da emissora. Nessa apresentação, para sua sorte, estava Leslie Robert Evans, o Mister Evans da Victor, então diretor e engenheiro de gravações no selo do cachorrinho Nipper, que logo manda seu assistente, João Martins, em busca do futuro astro. E Galhardo, com apenas 19 anos de idade, é designado pela Victor para cantar no coro das gravações e ganhar alguma experiência. Finalmente, em janeiro de 1933, grava seu primeiro disco-solo, interpretando dois frevos para o carnaval recifense desse ano: “Você não gosta de mim” e “Que é que há?”. No final desse ano, Galhardo obtém seu primeiro grande hit nacional: a marcha natalina “Boas festas”, de Assis Valente. Grava também na Columbia (futura Continental), e na Odeon, retornando à RCA Victor. Com voz emotiva e bem timbrada, revestida de uma maciez incomum, Galhardo brilhou por décadas em nosso cenário musical, atuando em emissoras de rádio, cassinos, cinema e televisão, percorrendo todo o Brasil, e, em 1952, fez uma vitoriosa excursão a Portugal. Sem contar os LPs, foram cerca de 580 gravações em 78 rpm, e numerosos sucessos. Como “Rei da Valsa” e “O Cantor que Dispensa Adjetivos”, foi grande em todos os gêneros, na canção romântica, nos sambas e nas marchinhas, tanto no meio-de-ano como no carnaval, além de ter gravado as chamadas datas festivas (Natal, aniversários de nascimento e casamento, Dia dos Pais e das Mães, festas juninas…) mais do que qualquer outro intérprete de seu tempo. Residindo no Estácio, Galhardo era evidentemente torcedor do América Futebol Clube. Também teve cavalos no Jockey Club e um sítio, onde descansava da agitação do meio artístico. Casou-se com Eulália, em 1955, na maturidade dos seus 42 anos, dessa união nascendo três filhos: Carla Maria, Sandra Maria e Eduardo César. Era responsável e tranquilo, como ser humano, o que só fazia aumentar a simpatia e a admiração de seus milhões de fãs, que até hoje cultuam carinhosamente sua memória. Foi um dos fundadores, em 1962, e presidente da Socinpro (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais). Seu último trabalho em disco foi o LP “Parabéns a mim por ter você”, lançado pela EMI-Odeon em 1978. Em 1983, Galhardo faz sua última apresentação artística, no espetáculo “Alá-lá-ô”, de Ricardo Cravo Albim, dedicado ao compositor Nássara (parceiro de Haroldo Lobo na marchinha homônima, um dos inúmeros sucessos carnavalescos do intérprete, em 1941), realizado na Sala Funarte-Sidney Miller. Carlos Galhardo faleceu em 25 de julho de 1985, no Rio de Janeiro, aos 72 anos. De seu imenso legado na cera, o Grand Record Brazil oferece, para começar, 12 expressivas páginas, a maior parte gravadas na Victor, mais tarde RCA Victor. Abrindo esta seleção, “Linda butterfly”, fox-canção de Georges Moran (russo radicado no Brasil) e Oswaldo Santiago, registro de 26 de janeiro de 1939, que imediatamente vai para as lojas, em fevereiro, sob n.o 34415-A, matriz 80994. Revelando uma postura crítica em relação ao saudosismo de que as épocas sempre padeceram, a valsa ”Antigamente era assim”, de Custódio Mesquita e Ari Monteiro,é levada a disco por Galhardo em 11 de fevereiro de 1943, e a Victor a lança em maio do mesmo ano, disco 80-0076-A, matriz S-052718. Galhardo depois interpreta o fox “Sombras ao luar”, de José Maria de Abreu e Francisco Matoso, em gravação de 9 de abril de 1941, editada em junho do mesmo ano com o n.o 34752-A, matriz 52174. Um dos maiores violonistas brasileiros, Dilermando Reis assina, em parceria com Jair Amorim, a valsa “Se ela perguntar”, imortalizada por Galhardo na já então RCA Victor em 18 de janeiro de 1952, e lançada em abril do mesmo ano com o número 80-0865-B, matriz S-093172. O disco vendeu cerca de duzentas mil cópias, principalmente porque do lado A estava “Mãezinha querida”, outro clássico do repertório de Galhardo, o que por certo ajudou “Se ela perguntar” a ser igualmente sucesso. Na quinta faixa, outro fox, “Perfil”, da festejada parceria Roberto Martins-Mário Rossi (responsável também por outra famosa composição do gênero, “Adeus”, na voz de Gilberto Alves), que Galhardo grava em 16 de abril de 1943 e a Victor lança em junho com o número 80-0089-A, matriz S-052756. “Que importa?” é uma valsa do mesmo Mário Lago que deu a Galhardo os hits “Devolve”, “Não quero saber” e “Será?”, gravação Victor de 13 de julho de 1942, lançada em setembro do mesmo ano, disco 34961-A, matriz S-052580. “Cerejeira do Japão”, fox-canção de Paulo Barbosa e Jorge Ronaldo, é uma nostálgica lembrança da terra do sol nascente bem antes das bombas atômicas que cairiam sobre Hiroshima e Nagasaki, pondo fim (embora trágico) à Segunda Guerra Mundial. Galhardo o imortalizou na Victor em 16 de julho de 1940, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 34659-A,matriz 33472. “Beija-flor”, de Roberto Martins e Torres Homem, é outra das inúmeras valsas que Galhardo tornou clássicas, em gravação Victor de 25 de março de 1940, lançada em maio do mesmo ano, disco 34606-A, matriz 33360. Provando que era também o “Cantor das Efemérides”, Galhardo apresenta a seguir “Bodas de prata”, valsa até hoje lembrada e conhecida, de Roberto Martins e Mário Rossi, gravação de 23 de março de 1945 que a Victor lança em julho do mesmo ano, disco 80-0291-A,matriz S-078140. Tem inúmeras regravações, inclusive do próprio Carlos Galhardo. “Indiferença” é outra valsa, esta de Georges Moran e J. G. de Araújo Jorge (escritor discutido mas muito lido), imortalizada por Galhardo na marca do cachorrinho Nipper em 4 de maio de 1944 e lançada em julho do mesmo ano, disco 80-0191-A, matriz S-052956. “Linda borboleta”, de João “Braguinha” de Barro e Alberto Ribeiro,é outra bela e graciosa valsa que Galhardo tornou célebre, em gravação Victor de 9 de agosto de 1938, lançada em outubro do mesmo ano com o n.o 34365-B, matriz 80859. Tão famosa a ponto de certa vez, quando Galhardo estava se apresentando em seu programa de rádio, alguém lembrar a ele:”Se você não cantar ‘Linda borboleta’, os ouvintes vão telefonar aqui pra emissora reclamando!” Por fim, o primeiro grande êxito romântico de Galhardo, a valsa-canção “Cortina de veludo”, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, gravada na Columbia em 15 de maio de 1935, sendo lançada com o número 8156-A, matriz 1092, e ganhando mais tarde reedições com os números 55118 (ainda pela Columbia) e 15013 (já pela Continental). Em sua primeira fase na Victor, Carlos Galhardo só podia gravar sambas e marchinhas, e por isso transferiu-se para a Columbia, onde gravaria 20 discos com 19 músicas. Foi quando teve a oportunidade, negada na marca do cachorrinho Nipper, de se lançar como cantor romântico, lançando justamente “Cortina de veludo”. Galhardo, um ano mais tarde, retornaria à Victor, agora registrando também hits românticos, sem se descuidar do samba e da marchinha. Nas próximas duas semanas, teremos mais páginas do repertório do inesquecível Carlos Galhardo. Aguardem!
* Texto de Samuel Machado Filho
A Música De Buci Moreira (parte 2) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 97 (2014)
Francisco Alves, Silvio Caldas, Orlando Silva & Carlos Galhardo – Os Quatro Grandes (1958)
A Música De Príncipe Pretinho – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 93 (2014)
Carnaval A – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 91 (2014)
Ó abre alas que o Grand Record Brazil quer passar! E apresenta para os amigos, cultos e associados do Toque Musical a primeira de duas partes de uma seleção dedicada ao carnaval. Vocês por certo irão se deliciar, e muito, com as músicas que o Augusto escolheu para esta seleção, muitas delas verdadeiros clássicos da folia de Momo, cantadas nos bailes até hoje, nas vozes de intérpretes renomados. Nesta primeira parte, oferecemos catorze gravações, todas elas marchas ou marchinhas. Abrindo esta seleção, temos Blecaute (Otávio Henrique de Oliveira, Espírito Santo do Pinhal, SP, 1919-Rio de Janeiro, 1983), cantor que recebeu esse apelido do Capitão Furtado, apresentador de programas sertanejos do rádio paulistano, por causa dos apagões que havia na época da Segunda Guerra Mundial, a fim de evitar ataques inimigos, nos quais a orla marítima do Brasil ficava às escuras. Com inúmeros hits carnavalescos no currículo, Blecaute, de início, nos oferece a deliciosa “Maria Escandalosa”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, sucesso absoluto no carnaval de 1955, lançado pela Copacabana em janeiro desse ano sob n.o 5354-B, matriz M-999, e também abrindo o LP coletivo da gravadora com músicas para essa folia, em 10 polegadas. Em 1992, esta marchinha foi revivida na novela “Deus nos acuda”, da TV Globo, na voz de Ney Matogrosso, como tema de uma personagem também chamada Maria Escandalosa, interpretada por Cláudia Raia. Em seguida, o eterno “general da banda” recorda, dos mesmos autores, a “Marcha do gago”, lançada originalmente em 1950 por Oscarito, astro da lendária Atlântida Cinematográfica, que também a interpretou no filme “Carnaval no fogo”. O registro de Blecaute é do LP de 10 polegadas “Carnaval do Rio”, também da Copacabana, lançado em 1955. Bill Farr (Antônio Medeiros Francisco, Sapucaia, RJ, 1925-Rio de Janeiro, 2010), outro intérprete da época áurea do rádio, nos oferece “Maricota Cervejota”, de autoria de João de Barro, o Braguinha, verdadeiro campeão de carnavais. Feita para o carnaval de 1956, a marchinha foi gravada na Continental em 21 de setembro de 55,e lançada ainda em novembro-dezembro sob n.o 17208-A, matriz C-3701, e no LP coletivo de 10 polegadas “Carnaval de 56”. Encontraremos em seguida, na interpretação de Orlando Silva (Rio de Janeiro, 1915-idem, 1978), o eterno “cantor das multidões”, um inesquecível clássico carnavalesco: “A jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto, calcada em motivo popular do final do século XIX, e que dominou a folia de 1939. Teve quatro gravações por Orlando (que também a interpretou no filme “Banana da terra”, da Cinédia) na Victor: as duas primeiras em 21 de outubro de 1938 (matrizes 80917-1 e 80917-2), a terceira dez dias depois (matriz 80925-R) e finalmente a quarta e definitiva, que ouvimos nesta seleção, em 6 de dezembro de 38, matriz 80917-3, sendo o disco lançado pouco depois com o número 34386-B (dos quatro registros, o primeiro não teria sido lançado). Ainda hoje está presente nos bailes, e é um sucesso permanente de nosso cancioneiro carnavalesco. Outro campeão de carnavais, Lamartine Babo (Rio de Janeiro, 1904-idem, 1963) aqui nos oferece uma de suas marchinhas clássicas, feita em parceria com Paulo Valença: “Aí, hein?”, um dos hits do carnaval de 1933, por ele interpretado em dueto com Mário Reis. Gravação Victor de 25 de novembro de 32, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 33603-A, matriz 65601. Lalá também está na faixa 13, “Grau dez”, de sua parceria com Ary Barroso, em dueto com Francisco Alves, sucesso do carnaval de 1935, gravado na Victor em 16 de outubro de 34, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, disco 33880-B, matriz 79737. Na faixa 6, Carlos Galhardo (1913-1985) nos oferece outro clássico inesquecível e muito cantado nos bailes até hoje: “Alá-lá-ô”, de autoria de outros dois colecionadores de hits carnavalescos, Haroldo Lobo e Nássara. Sucesso absoluto do carnaval de 1941, também interpretado por Galhardo no filme “Vamos cantar”, da Pan-América Filmes, foi por ele imortalizada na Victor em 21 de novembro de 40, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 34697-A, matriz 52055, e ganhou súbita atualidade neste verão de 2014, no qual têm se registrado altíssimas temperaturas, com os desconfortos de praxe. Destaque também para a introdução instrumental, obra de gênio do mestre Pixinguinha. Outro clássico momesco vem em seguida: “Pierrô apaixonado”, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, do carnaval de 1936. Gravação Victor de Joel de Almeida (“o magrinho elétrico”) em dupla com Gaúcho, datada de 26 de dezembro de 35 e lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 34012-A, matriz 80060. Logo depois, outra divertida e clássica marchinha do mestre Lamartine Babo, “História do Brasil”, do carnaval de 1934. Foi imortalizada na Victor por Almirante (“a maior patente do rádio”) em 15 de dezembro de 1933, com lançamento um mês antes do tríduo momesco de 34, em janeiro, sob n.o 33740-B, matriz 65917. Talento precoce revelado pela Rádio Record de São Paulo, Mário Ramos de Oliveira, o Vassourinha, teve morte prematura, em 1942, aos 19 anos, de doença óssea, deixando gravados seis discos com doze músicas, todos pela Columbia. De seu terceiro disco, n.o 55308-A, lançado em dezembro de 1941 com vistas ao carnaval de 42, matriz 474, é esta marchinha de Antônio Almeida, “Chic chic bum”, interessante crônica do tempo em que o bonde era o principal meio de transporte no Rio de Janeiro. De Herivelto Martins em parceria com o pistonista Bonfiglio de Oliveira é “Mais uma estrela”, do carnaval de 1935, gravada na Victor por Mário Reis em 5 de outubro de 34, com lançamento ainda em novembro sob n.o 33850-A, matriz 79712. O problema da falta de moradia, já crônico naqueles tempos, é glosado por Peterpan (José Fernandes de Almeida) e Afonso Teixeira na “Marcha do caracol”, sucesso do carnaval de 1951, gravado na RCA Victor pelos Quatro Ases e um Coringa em 4 de outubro de 50 e lançado ainda em dezembro, disco 80-0728-A, matriz S-092771. Traduzindo as dificuldades causadas pela Segunda Guerra Mundial, com escassez generalizada de combustíveis e alimentos, vem a marchinha “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, do carnaval de 1944, imortalizada pelo eterno Rei da Voz Francisco Alves na Odeon em primeiro de dezembro de 43 e lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 12404-A, matriz 7431. A marchinha mostra a disposição de se brincar o carnaval ainda que em tempo de vacas magras, sem pandeiro ou dinheiro… Para encerrar esta edição carnavalesca do GRB, Sílvio Caldas (1906?-1998), o eterno “caboclinho querido”, apresenta outro sucesso inesquecível de João “Braguinha” de Barro, “Linda lourinha”. Foi uma das músicas mais cantadas no carnaval de 1934, gravada por Sílvio na Victor em 15 de novembro de 33, com lançamento um mês antes do tríduo momesco, em janeiro, sob n.o 33735-A, matriz 65889. E, na próxima segunda-feira, tem mais carnaval pra vocês aqui no GRB. Aguardem…
* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO
A Música De João Da Baiana – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 90 (2014)
Especial De Natal Parte 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 83 (2013)
Nesta que é a semana do Natal, o Grand Record Brasil apresenta a segunda parte de sua seleção de músicas do gênero, gravadas na era das 78 rotações por minuto, feita a partir de uma compilação realizada em 2006 por nosso amigo e colega Thiago Mello, para seu blog Bossa Brasileira (http://bossa-brasileira.blogspot.com). São as últimas onze gravações de nosso retrospecto, perfazendo um total de vinte.
Orlando Silva (1915-1978), o sempre querido e lembrado “cantor das multidões”, abre esta segunda parte com o fox-canção “Noite de Natal”, de Maugéri Neto e Maugéri Sobrinho, lançado pela Copacabana em outubro-novembro de 1952 sob n.o 5010-B, matriz M-260. Nessa época, Orlando retornara ao convívio do grande público, após um período marcado por problemas de ordem pessoal, inclusive amorosa, e substituiu Francisco Alves, morto em acidente rodoviário naquele ano, em seu programa de domingo na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Em seguida, as duas partes de “Cantigas de Natal”, pot-pourri de conhecidas músicas do gênero (“Noite feliz”, “Tannenbaum”, “Jingle bells”, “Amanhã vem o Papai Noel”, etc.), com arranjo de Radamés Gnattali e Paulo Tapajós, e interpretadas pelos trios Melodia (do qual Tapajós fazia parte, junto com Albertinho Fortuna e Nuno Roland) e Madrigal (Edda Cardoso, Magda Marialba e Lolita Koch Freire). Esta seleção saiu pela Continental em 1951 com o número 20106, matrizes 2720 e 2721. Já que falamos em Francisco Alves (1898-1952), o eterno Rei da Voz aqui comparece com duas faixas. A primeira é a marchinha “Meu Natal”, parceria sua com Ary Barroso, em gravação Victor de 19 de outubro de 1934, lançada em dezembro seguinte sob n.o 33857-A, matriz 79762. No acompanhamento a orquestra Diabos do Céu, do mestre Pixinguinha. A outra é a canção-marcha “Natal”, de Herivelto Martins e Rogério Nascimento, gravação Odeon de 23 de outubro de 1945, lançada em dezembro seguinte com o n.o 12650-B, matriz 7926. Junto com ele está o Trio de Ouro em sua primeira formação, com Herivelto, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas, todos acompanhados plea orquestra de Fon-Fon (Otaviano Romero Monteiro). Carlos Galhardo, “o cantor que dispensa adjetivos”, vem com outras duas faixas, em gravações RCA Victor. A primeira é a singela canção “Feliz Natal”, de Peterpan (cunhado da cantora Emilinha Borba, que regravaria a música um ano mais tarde) e Giuseppe Ghiaroni, gravada por Galhardo em 4 de agosto de 1950 e lançada em outubro do mesmo ano sob n.o 80-0697-A, matriz S-092728 (na verdade a música fora lançada um ano antes, na Star, pelo coral da Rádio Nacional do Rio). O registro de Galhardo, curiosamente, seria reeditado com o n.o 80-1061-A, em dezembro de 1952. A outra faixa dele aqui é exatamente a música que inaugurou entre nós o gênero natalino: a marcha “Boas festas”, de Assis Valente, aqui em seu registro original, de 17 de outubro de 1933, lançado em dezembro seguinte pela então Victor com o n.o 33723-A, matriz 65864. Foi, aliás, o primeiro grande hit nacional do cantor, que a gravaria mais duas vezes. Em seguida, vem o grande Blecaute (Otávio Henrique de Oliveira, Espírito Santo do Pinhal, SP, 1919-Rio de Janeiro, 1983), com a conhecidíssima “Natal das crianças”, de sua autoria, lançada pela Copacabana em dezembro de 1955 sob n.o 5502-A, matriz M-1273, Blecaute rotulou a música, modestamente, como “valsinha de roda”, sem ao certo imaginar que seria um dos maiores hits do cancioneiro natalino brasileiro em todos os tempos! Temos depois outra “Noite de Natal”, desta vez uma valsa de Newton Teixeira em parceria com (Murilo) Alvarenga, que a gravou na Odeon com Ranchinho (Diésis dos Anjos Gaya) em 30 de outubro de 1941 com lançamento em dezembro seguinte, disco 12079-A, matriz 6826. Para encerrar, temos Dick Farney (Farnésio Dutra e Silva, Rio de Janeiro, 1921-São Paulo, 1987), interpretando “Feliz Natal”, singela canção da festejada dupla Armando Cavalcanti-Klécius Caldas, lançada pela Continental entre outubro e dezembro de 1949 sob n.o 16123-A, matriz 2173, com acompanhamento da orquestra do também compositor José Maria de Abreu. Curiosamente, este registro teve reedição em 1955, sob n.o 17230-B. A todos os amigos cultos, ocultos e associados do Toque Musical , os nossos mais sinceros votos de um Natal maravilhoso e um ano novo de 2014 repleto de alegria, paz, saúde e realizações positivas!
* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO
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A Música De Wilson Batista – Parte 3 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 79 (2013)
Carlos Galhardo – Evocação (1961)
Olá amigos cultos e ocultos! O ano está acabando e apesar dos atropelos, o Toque Musical cumpriu bem sua tarefa. Estivemos aqui diariamente trazendo sempre um disco ou uma gravação rara e especial. Infelizmente, nem tudo foi flores. Mesmo no Paraíso há sempre um infeliz capaz de transformar tudo num inferno. Perdemos praticamente todos os nossos links por conta de denúncias de um espírito de porco. Com tantas manobras para manter vivo o blog Toque Musical, acabei ficando um pouco desgastado. Sinceramente, estou meio cansado de ficar repetindo coisas, repostando links, refazendo o blog. A partir do ano que vem vou ser mais atencioso comigo mesmo. Tocarei as postagens sem ter mais o compromisso diário. Os links, como já disse anteriormente, não serão mais reativados. Pelo menos da maneira como temos feito. A prioridade é sempre da postagem do dia. Como tudo, os arquivos e links também caducam.
Hoje eu trago para vocês o álbum “Evocação”, de Carlos Galhardo, acompanhado de orquestra. Este disco foi lançado em 1961 pela RCA Victor e traz em seu repertório uma seleção musical muito boa, com composições que são verdadeiros clássicos populares. Vamos encontrar aqui sambas, canções, valsas e boleros na voz de um dos mais importantes intérpretes dos gêneros…
guacyra
quanta tristeza
esmagando rosas
casa de caboclo
favela
professora
valsa dos namorados
arrependimento
mágoas de caboclo
palavras amigas
menos eu
boa noite
Ivon Curi, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo E Francisco Carlos – Eles Cantam Assim (1957)
Boa tarde, meus prezados! Apesar da ressaca que ainda não me abandonou, vou logo trazendo a postagem do dia. Vai que depois eu fique ainda mais desanimado.
Segue aqui um dez polegadas da RCA Victor, lançado em 1957. Como podemos ver, trata-se de uma coletânea reunindo quatro dos principais cantores da gravadora. Cada um canta duas músicas. A RCA sempre soube vender o seu peixe e aqui é um bom exemplo, um disquinho para adoçar a boca. Nesta onda de reunir e mostrar seus cantores, a gravadora também lançou o “Elas cantam assim” e “Eles tocam assim”. Vou até procurar para ver se consigo esses outros dois discos para postar no nosso Toque Musical. Por hoje é só. Vou curar a minha ressaca assistindo a vitória do Galo, hehehe…
nasci para o samba – nelson gonçalves
romances de caymmi – ivon curi
cherie – carlos galhardo
hino ao samba – francisco carlos
domani – carlos galhardo
dolores sierra – nelson gonçalves
montanha russa – ivon curi
amor brasileiro em punta del leste – francisco carlos
A Era Getúlio Vargas – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol.19 (2012)
Enfim, são autênticas crônicas musicais desse período importante de nossa História. E fiquem ligados, pois semana que vem tem mais. Até lá!
TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO
Alfredo Moretti, Blackout, Carlos Galhardo, Cauby Peixoto, Francisco Alves – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 17 (2012)
Para encerrar, um intérprete que tem resistido ao tempo, e já octogenário, ainda em franca atividade: é o grande Cauby Peixoto, que aqui comparece com um disco “internacional”, o Columbia CB-11000. Ele foi gravado em Hollywood, Califórnia, EUA, em 1955, quando da primeira temporada do “professor da MPB” naquele país, com acompanhamento orquestral de um dos mais expressivos maestros da época, Paul Weston. No lado A, matriz RHCO-33427, o samba-canção “Final de amor”, composto pelo empresário do cantor, Di Veras, em parceria com Haroldo Barbosa. No verso, matriz RHCO-33426, o bolero “A pérola e o rubi (The ruby and the pearl)”, da dupla Jay Livingstone-Ray Evans, vertida por outro especialista na matéria, Haroldo Barbosa. Ambas as gravações também saíram no primeiro LP de Cauby, o dez polegadas “Blue gardenia”, junto com outras duas também gravadas por ele nessa temporada americana, “Sem porém nem porquê” e “Nossa rua”. Enfim, mais um presente do TM para todos os amigos ocultos e ocultos que apreciam o que é bom. Diversão garantida!
Branca De Neve E Os Sete Anões – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 10 (2012)
O Grand Record Brazil, em sua décima edição, convida todos os amigos e ocultos do Toque Musical a voltarem a seu feliz tempo de criança! Aqui trazemos um dos mais famosos contos infantis de todos os tempos: “Branca de Neve e os sete anões”, escrito pelos irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, e brilhantemente adaptado para desenho animado por Walt Disney, em 1937, tendo sido, aliás, o primeiro cartoon de longa metragem produzido, e ainda em cores! Deu início a uma série memorável de longas animados da Disney: “Pinóquio”, “Dumbo”, “Bambi, “Cinderela”, “A bela adormecida, “Alice no país das maravilhas” e muitos, muitos outros, praticamente com a mesma característica: para serem vistos e também ouvidos.
A dublagem com que o filme foi lançado nos cinemas brasileiros, feita pela Cinelab, foi supervisionada por João de Barro, o Braguinha, então diretor artístico da gravadora Columbia, mais tarde Continental. Apesar dos recursos técnicos limitados, o resultado foi tão bom que o próprio Walt Disney, em reconhecimento, presenteou Braguinha com um relógio de ouro, especialmente dedicado a ele. Para dublar “Branca de Neve”, recrutou-se a nata da música popular brasileira daqueles tempos: Dalva de Oliveira (a personagem-título), Carlos Galhardo, (o príncipe), Almirante (a voz do Espelho Mágico), além do comediante Batista Júnior, pai das cantoras Linda e Dircinha Batista (o anão Soneca) e dos atores Túlio de Lemos (o caçador), Cordélia Ferreira (a rainha), Estephana Louro (a bruxa), Edmundo Maia (o anão Atchim) e Aristóteles Pena (o anão Zangado), entre outros. Esta dublagem antiga, infelizmente, se perdeu, tanto que em 1965 teve de ser refeita pela extinta Riosom, sob a supervisão de Aloysio de Oliveira e com outro elenco de vozes (foi com esta última dublagem que o filme foi exibido pela Rede Globo de Televisão, no Natal de 2010).
Em 1945, a Continental, ex-Columbia, decidiu gravar historinhas infantis em disco, e com a supervisão e adaptação do próprio Braguinha. Para isso, ele reuniu nos estúdios da gravadora, situados no Edifício Cineac-Trianon (Avenida Rio Branco esquina com Rua Bethencourt Silva, em frente ao lendário Café Nice, no centro do Rio), praticamente todos os artistas que gravaram a primeira versão dublada brasileira de “Branca de Neve” quando do lançamento em nossos cinemas, em 1938, com o apoio do grupo vocal Os Trovadores. A orquestração e a regência ficaram a cargo do maestro Guerra Peixe (Petrópolis, RJ, 1914-Rio de Janeiro, 1993). Segundo o próprio Braguinha, era impossível naquele tempo gravar uma história completa num único 78 rpm. O jeito então foi gravar “Branca de Neve” em dois discos de selo vermelho especial, números 30103 e 30104, matrizes 1371-2-3-4. Esta versão apresenta todo o escore musical original do cartoon clássico de Disney. A narração, não creditada, parece ser da radialista e também cantora Sõnia Barreto, sendo as canções (oito) escritas por Frank Churchill (melodia) e Larry Morey (letra original). Três delas são lembradas até hoje: “Assobie enquanto trabalha”, “Cavando a mina”(“Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou”…) e a valsa “Quando o meu príncipe vier”, incluída no repertório de vários solistas de jazz. Este lançamento iniciava a série Discoteca Infantil Continental, que seria o embrião, nos anos 1960, do célebre e bem-sucedido selo Disquinho, aquele dos compactos de vinil coloridos, e que seriam entretenimento de gerações seguidas de crianças (inclusive, claro, a minha!). Foram mais de setenta títulos, o primeiro deles agora oferecido pelo GRB na versão original em 78 rpm, o que de certa forma serve de consolo para a possível perda da dublagem brasileira original do longa animado de Disney. Recordemos com muito carinho a bela história de “Branca de Neve e os sete anões”.
Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Especial De Natal (2011)
É Natal, e a quarta edição do Grand Record Brazil, como não poderia deixar de ser, entra nesse clima de festa e fraternidade, apresentando mais uma seleção de raríssimas gravações.
Adelino Moreira – Encontro com Adelino (1967)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Só para que ninguém fique na dúvida, as reposições de antigas postagens estão sendo feitas aos poucos. Algumas, que parecem demorar mais, são de títulos que pretendo recompor os arquivos totalmente. Por isso peço paciência. Tudo, aos poucos, vai sendo resolvido 😉
Hoje não é sábado, dia de coletâneas, mas mesmo assim vamos ter uma (e oficial). Trago aqui para vocês outro ‘álbum de gaveta’. Estou sendo obrigado a lançar mão do que já estava na reserva e preparado para ganhar tempo, pois ainda nesta semana continuo muito atarefado.
Vamos com esta coletânea da RCA, dedicada à música do compositor Adelino Moreira. Temos aqui cinco dos seus mais frequentes intérpretes, obviamente todos da mesma gravadora, em 14 faixas. São músicas que provavelmente, quase todas, devem constar em outros álbuns já postados aqui no Toque Musical. Mesmo assim, eu acredito, irá agradar à turma da velha guarda.
Apesar de toda a minha pressa, hoje, eu bem que gostaria de postar mais um disco. Se sobrar um tempinho a noite, eu volto, nem que seja com apenas um compacto. 🙂 Vamos ver…
Este É Do Papai (1959)
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos, em especial aos papais que hoje comemoram a sua data.
Todo ano eu ensaio de postar este disco, mas acabo sempre me esquecendo dele na hora ‘h’. Desta vez eu procurei ficar atento e hoje ele está aqui. Taí um álbum muito bacana criado pela RCA Victor, nos tempos em que Dia dos Pais era mais que uma simples jogada comercial. Vejam vocês como é interessante… como a indústria fonográfica se preocupava em pautar essas datas, criando discos bem produzidos e música de qualidade.
Em “Este é do papai” a gravadora recrutou um belo elenco de intérpretes e músicos de seu ‘cast’ para criar um disco em homenagem ao “Dia dos Pais”. Todas as doze músicas do lp fazem referência direta ao papai, sempre enaltecendo a figura daquele bom homem, que era chamado de ‘chefe da família’. Os papais continuam existindo, muitos, inclusive, se mantém na típica caracterização, como nos inspira a foto da capa. Porém, vivemos hoje numa outra época, onde alguns valores e hábitos foram se modificando ou se perdendo. Para mim, o principal deles foi a emoção. Eis aí uma palavra (nesse sentido) que vem, como os velhos artistas e seus discos, se transformando ao longo dos tempos. Talvez, por isso mesmo, é que a gente fica procurando fazer esses ‘playbacks’ da vida. Independente de qualquer coisa, hoje é o Dia do Papai. Viva eu, viva você, viva todos nós que somos pais!
Coletânea Bolachão (2011)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! O dia hoje foi longo e bastante atarefado, mas ainda assim cheguei a tempo de marcar o ponto. Como hoje é (ainda) dia de coletânea, aqui vai uma seleção extraída de gravações das décadas de 20, 30 e 40. Esta coletânea já estava pronta há algum tempo atrás. Ficou na reserva, mas acabou sendo aproveitada hoje por já estar prontinha para a publicação.
Como podemos ver na lista a baixo, temos aqui um time variado de artistas em gravações raras, reunidas em 26 músicas, que equivalem à 13 bolachas de 78 rpm, que juntas dão um bolachão.
Desculpem, mas amanhã (hoje) vai ser um dia duro. É domingo de Páscoa, mas eu vou trabalhar. Trabalho bom, com certeza, senão eu não estaria nessa… Boa Páscoa a todos!
Noel Rosa – RCA Camden (1967)
Bom dia! Hoje eu acordei com vontade de ouvir músicas de Noel Rosa. Já faz um bom tempo que não escuto nada dele, desde a semana passada 🙂 Vou colocando para fora (no bom sentido, claro) alguns álbuns que ficaram lá no fundão da gaveta, esperando uma hora, assim como essa, em que eu estou mais corrido e automatizado que o Charles Chaplin em “Tempos Modernos”. Hoje eu juntei a fome com a vontade de comer. Então vamos saborear…
Temos aqui um álbum lançado em 1967, pelo selo RCA Camden. Segundo o texto da contracapa, ‘associado às comemorações do 30º aniversário da morte de Noel Rosa…’. Sinceramente, eu preferia dizer ‘relembrando’, pois ‘comemoração’ sempre me soou mais como uma situação alegria, e em ‘aniversário da morte’ fica então como um trocadilho infame. Mas quem sou para corrigir o proposto. Tomo isso apenas como uma observação curiosa. O importante é que temos aqui uma seleção bem bacana, já conhecida por todos. Uuma coleção musical extraída de antigos discos e gravações da RCA Victor, com alguns dos seus mais importantes artistas, como se pode ver na capa ou logo a baixo na lista das faixas. Possivelmente, acho que quase todas essas gravações podem ser encontradas em outros discos postados aqui. Mas uma coletaneazinha sempre caí bem , não é mesmo. Por tanto, vamos a ela…
Carlos Galhardo – Salão Grenat (1958)
Olá a todos! Hoje é um daqueles dias que ‘o bicho está pegando’ para o meu lado. Não estou tendo tempo nem para o cafezinho, consequentemente, nem para numa sentada, fazer esta postagem. Foi pensando nessas dificuldades que escolhi um disco que dispensa maiores apresentações. Não é exatamente um ‘disco de gaveta’, mas vai aqui cobrir a minha deficiência. Felizmente posso sempre contar com os comentaristas cultos e também os ocultos. Aproveito, inclusive, a ocasião para agradecer ao amigo Samuel, que em pouco tempo tem feito muitos e bons comentários, os quais eu considero como verdadeiros complementos de postagens.
Segue aqui então, Carlos Galhardo em seu quinto lp, “Salão Grenat”, álbum lançado em 1958 pela RCA Victor. Aqui encontramos uma seleção de sucessos do cantor, em regravações feitas em ‘Hi-Fi’, o melhor sistema da época, também conhecido como ‘Alta Fidelidade’. O repertório, creio eu, foi todo tirado de antigas gravações, feitas em bolachas de 78 rpm. Galhardo regravou essas músicas com novos e modernos arranjos orquestrais. A música “Salão Grenat” que dá nome ao disco é uma valsa de Francisco Célio e Paulo Barbosa e foi um de seus maiores sucessos. Embora o cantor seja conhecido pelo apreço que tinha por valsas, o disco não se limita a um único estilo musical. Temos também sambas, boleros e aquele tipo de música que quando não se sabe o ritmo, denominam como ‘fox’. Por sinal, uma das músicas que mais gosto neste disco é “Cerejeira do Japão”, de Paulo Barbosa e Jorge Ronaldo. “Outras mulheres” de Wilson Baptista e Jorge de Castro também é ótima! E “Rosa de Maio” de Custódio Mesquita e Evaldo Ruy é outra…
Mario Reis E Carlos Galhardo – Relíquias Brasileiras (1986)
Olá, amigos cultos e ocultos! Chegamos a mais uma sexta independente, trazendo o lado alternativo do universo musical e fonográfico. Temos para hoje o lp “Relíquias Brasileiras, Volume 7”, um álbum realizado de forma independente por uma produtora mineira, com o apoio de colecionadores de antigas bolachas de 78 rpm. Conforme a informação do texto na contracapa, este é mais um volume da coleção motivada pelo tradicional programa “Relíquias Brasileiras” da Rádio América (AM 750 khz) de Belo Horizonte. O que me pareceu estranho foi que nunca vi e nem achei nenhum outro volume da série. Não sei explicar a razão do tal volume 7 🙁
Independente de qualquer coisa, o que temos aqui são gravações raras de Mário Reis e Carlos Galhardo. São quatorze faixas onde temos de um lado Mário Reis acompanhado pela Orquestra Diabos do Céu, em gravações originais que vão de 1933 a 35. Do outro, temos Carlos Galhardo, também acompanhado pela Orquestra Diabos do Céu e Orquestra Victor Brasileira entre os anos de 1937 a 39. Completa a relação com a música “Ré misteriosa”, de 1947, onde Galhardo vem acompanhado pela Orquestra do Maestro Zacarias. Taí, uma seleção muito boa e rara que ninguém pode perder 🙂
Carnaval RCA Victor – Volume 1 (1957)
Olá foliões cultos e ocultos! Estamos enfim chegando à apoteose com nossa comissão de frente, que como todos viram, também é boa de lado e costa. Desta vez vamos ver as coisas por um outro ângulo. Vamos com este raro lp preparado pela RCA Victor para o Carnaval de 1958. Sem dúvida, outra boa pedida. Nossa bela modelo, aqui, parece não ter conseguido ficar de pé. ‘Chapou’ o melão com o lança perfume, tropeçou na serpentina e quase deixou quebrar a taça de cristal, derramando pelo chão toda a ‘champanhota’. Sorte foi estar cercada de balões que amorteceram a sua queda. Hehehe… brincadeirinha… Disse isso apenas para chamar a atenção dos amigos para a beldade que estampa a capa. Moça bonita, né não? Bonito também é o repertório e a escolha de seus intérpretes. Sob o comando do maestro Zaccarias, temos aqui um elenco de famosos artistas da gravadora, escalados no primeiro de dois lp’s, lançados com antecedência no final de 1957 para o Carnaval do ano seguinte. Temos aqui gravações raras, algumas nunca chegaram a sair em discos além dessa coletânea. Confiram o toque…
Filigranas Musicais Volume XI – Carnaval da RCA (1988)
Olá! Como vocês podem ver, meu desejo de postar aqui alguns gaitistas teve que ser adiado Problemas, problemas, problemas… Como se já não bastasse o caso do meu HD, que aos poucos eu vou recuperando, agora veio mais uma merda. Como diz o pessimista, nunca está tão ruim que não possa ficar pior. Bela merda esse domingo! Não é atoa que nesse dia eu tenho a tendência de ficar deprimido. E hoje a bruxa está solta para o meu lado. Eu nem me arrisco a botar o pé para fora de casa. Hoje tá foda! Perdi a hora ao acordar, atrasado para um compromisso familiar, deixei a turma toda p… da vida. Perdi a hora e o almoço combinado. Na minha rua, a Cemig, estava fazendo um serviço de manutenção da rede elétrica, estávamos sem energia. Daí resolvi sair de bicicleta, dar umas voltas e espantar o mau humor. Longe de casa, já a uns cinco quilometros, o pneu furou. Não havia nas imediações nenhum borracheiro. Voltei, parei em um posto de gasolina e tentei enchê-lo para pelo menos não voltar carregando a bike. Não adiantou muita coisa, o pneu estava rasgado. Isso nunca aconteceu comigo. Voltei zangado, cheguei mais que suado, cansado. Nessa altura a luz já havia voltado, o que me poupou ter que subir cinco andares de escadas carregando a ‘magrela’. Tomei um banho, tomei um café e fui então preparar a postagem do dia. Foi aí que eu me lembrei que havia esquecido o computador ligado desde a noite anterior. Me dei mal… acho que como a manutenção da rede, uma sobrecarga talvez ao voltar, detonou alguma coisa nele. O fato é que não consegui fazer o computador funcionar. Ele liga, mas não abre. Fica apenas tentando acessar o ‘RWindows’. Tentei de tudo, passei o dia todo tentando resolver e nada… PQP!!! É hoje! Diante a merda, só me restou ligar o computador do meu filhote, aproveitando que ele não está por perto. Pensei em não fazer nenhuma postagem hoje, aliás eu não estou como o menor pique. Perdi mesmo o tesão.
Porém, já que tenho alguns ‘discos de gaveta’, para não perder também o dia, resolvi usar um deles. Escolhi entre as poucas opções este disco da série “Filigranas Musicais”. Embora a capa nos faça entender que seriam composições de Lamartine Babo e Haroldo Lobo, percebemos logo que a coisa não é bem assim. Na verdade o disco (pelo selo) chama-se “Carnaval da RCA” e nele estão reunidos diversos temas carnavalescos das décadas de 30 e 40. Necessariamente não são só músicas de autoria de Lalá e Haroldo. Confesso que eu não entendi qual era a razão de termos os dois estampados na capa. Mas tudo bem, não deixa de ser um disco bacana, que atende aos desejos daqueles que haviam me pedido discos da carnaval. Taí, caiam na folia… eu vou me guardando para fevereiro. Amanhã eu levo o computador para o conserto. Tomara que não seja nada sério. Eu já havia preparado alguns discos de gaitistas, mas até segunda ordem, ficaremos na gaveta. Torçam por mim, torçam por nós.