Carlos Paraná – A Música De Carlos Paraná (1972)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Por mais que eu fale, repita, escreva e divulgue uma informação aqui no TM, ainda assim vai ter gente perguntando: cadê o link? As vezes, sinceramente, não dá vontade de responder. E tem nêgo que chega a ficar indignado porque não encontra o link, como seu eu tivesse a obrigação de mantê-los todos ativo. Parece até que estão pagando mensalidades para ser sócio do Toque Musical. Desculpem, mas a fila anda! Quem não chegou a tempo, não tem o direito de reclamar. Até porque, eu ainda ofereço uma segunda chance. Quem quer, sabe da valor!
Bom, aqui vai o disco do dia, “A Música de Carlos Paraná”, um álbum póstumo, produzindo por Marcus Pereira, pouco tempo após a morte do compositor Luiz Carlos Paraná. O que faz um artista como este merecer um disco póstumo, sendo que nunca tenha antes gravado nada? Pelo texto da contracapa, assinado  por Marcus Pereira e também outro de Paulo Vanzolini já dá para se ter uma ideia. Carlos Paraná é um daqueles caras que saem do nada, chega ao Rio de Janeiro e se transformam. Por sorte ou por destino seu caminho se cruza com o daqueles que fizeram e fazem as coisas, no campo da música, acontecerem. De entrada (ou de saída) ele já começa bem, dividindo um quarto de pensão com João Gilberto, logo que chega ao Rio, nos anos 50. Não sei se por influência, gosto ou necessidade, ele tendo lá seus dons musicais, passa a tocar na noite, como faziam seus companheiros. E certamente, convivendo neste ambiente, o cara, se esperto e talentoso, tem tudo para se dar bem. E ele se deu. Nos anos 60 mudou-se para Sampa onde foi trabalhar com direção artística numa das melhores casas noturnas da época. O contato crescente com os mais famosos e talentos artistas da época, levou-o em seguida a abrir o seu próprio negócio, a famosa e saudosa boate “O Jogral”, frequentada pela nata da MPB, local onde, obviamente, ele também se apresentava. Como disse o Paulo Vanzolini, “ele não teve tempo para fazer muito, mas sempre teve para fazer ótimo”.
Este álbum reuni alguma coisa que por ele foi gravado e dirigido (o álbum sonhado) com a participação de parceiros e dois de seus intérpretes, Emílio Escobar e Adalto Santos. Ficou um disco bem bonito, uma justa homenagem a um artista que preferiu muito mais ficar nos bastidores.

resignação – carlos paraná
vou morrer de amor – carlos paraná
maria, carnaval e cinzas – adauto santos
nem se quer uma rosa – emilio escobar
de amor ou paz – adauto santos
queira – emilio escobar
de um só amor – adauto santos
cafezal em flor – carlos paraná
se for pra medir saudade – emilio escobar
canoa vazia – adauto santos
marcha do amor sem esperança – emílio escobar
você merece um tango – emílio escobar
último canto – adauto santos
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Orestes Barbosa – Emílio Escobar – Grandes Autores Grandes Intérpretes (1978)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Finalmente é sexta-feira, prenúncio do descanso, dia nacional da cervejada. Mas nessa eu vou apenas ficar olhando. Não posso beber e no sábado e domingo irei trabalhar 🙁 . Não sei nem se terei tempo para ir à Feira de Vinil & CDs Independentes, que neste fim de semana será em dose dupla, no sábado e domingo. Ela desta vez acontece na Praça da Savassi, mais exatamente no quarteirão fechado da Rua Antonio de Albuquerque, entre Cristovão Colombo e Alagoas. A feira acontece em paralelo ao Festival OutroRock, onde diversas bandas irão se apresentar. Um bom programa para o fim de semana. Quem estiver na cidade, não pode perder a festa. Eu vou fazer o possível para ir, pois sempre encontro raridades.

Bom, agora vamos ao disco do dia. Segue aqui um álbum da série Grandes Autores, Grandes Intérpretes, idealizada por Marcus Pereira para o selo Copacabana. Esta série é muito interessante porque busca resgatar antigos autores interpretados por cantores pouco conhecidos, mas de notável talento. Sem dúvida, uma grande sacada, uma coleção com autores de peso na voz de artistas que não circulam pela mídia. Neste álbum, o de número 3, temos o compositor Orestes Barbosa sendo apresentado ao lado dos parceiros Silvio Caldas e Francisco Alves em interpretações muito sóbrias do cantor da noite, Emílio Escobar. Os arranjos e regências são dos maestros Cyro Pereira e Marcus Vinicius. Participam também do disco músicos de calibre como Heraldo do Monte, Amilson Godoy, Dirceu Medeiros e muitos outros. O disco tem tudo de bom, só peca na prensagem. A qualidade do plástico vinil também não é lá grandes coisas, o que compromete a qualidade do som. Somado ao tempo em que ele ficou guardado juntando poeira, mesmo estando aparentemente novo, o resultado deixa um pouco a desejar. Contudo, vale a pena conferir o toque musical…
arranha céu
a mulher que ficou na taça
serenata
santa dos meus amores
por teu amor
chão de estrelas
quase que eu disse
suburbana
torturante ironia
não sei