Compactos Independentes – Coletânea (2009)

Olá amigos cultos e ocultos! Dando sequência às nossas postagens de compactos, vamos hoje nas edições independentes. Seguindo a política do “lugar onde se escuta música com outros olhos” fiz aqui uma salada mista bastante curiosa. Não vamos levar em conta a qualidade artística dos trabalhos ou gostos pessoais. A ideia é mesmo ver e ouvir esses fonogramas com outros olhos. Tenho aqui quatro compactos distintos, com artistas que nada tem a ver um com outro em estilos ou gêneros, mas no conjunto formam uma curiosa experiência musical.

Inicio com um disquinho da Família Castro Teixeira, um grupo católico do Padre Nereu, sacerdote da diocese da cidade de Oliveira (MG). Trata-se de um trabalho bem amador, mas as músicas trazem uma mensagem fraternal bacana. Consta como destaque “Berimbau” de Vinícius e Baden Powell. Para que coleciona versões dessa música, como eu, esta é mais uma e rara!
Outro disco curioso é o Dilúvio. Composições de Danilo Horta na voz de Freddy, cantor da noite em Belo Horizonte nos anos 70. Danilo Horta, pelo que tudo indica tem um parentesco com o mago das cordas, Toninho Horta. Isto é bem evidente ao lermos a ficha técnica. Participam desta produção os músicos mineiros, Célio Balona, Geraldinho Lima, Fernando Boca, Laércio Villar, Nenem e (claro!) Toninho Horta. Não sei a data de lançamento deste compacto, mas imagino que seja do final dos anos 60. Coisa rara!
Temos também outro mineiro, o cantor, compositor e ator Maurício Tizumba em seu primeiro trabalho fonográfico. Imagino que nem ele tenha mais este disco. Bacaninha 🙂
Para finalizar, vamos com o ‘peça rara’ Thildo Gama. Este guitarista baiano, já apresentado aqui em um álbum solo, volta mais uma vez assombrando e ressuscitando seu maior trunfo, a amizade com Raul Seixas. Só mesmo embriagado ou muito louco… (amigos é pra essas coisas)
Família Castro Teixeira
balada da caridade
berimbau
canto da gente
folha de papel
vai amor
+
Danilo Horta
dilúvio
canção para gisele
joão pintor
+
Maurício Tizumba
lembrança do cativeiro
marasmo
+
Thildo Gama
raulzito e seus panteras
adeus oxum rainha
jegue da jamaica
merengue da galinha
tributo à bob marley

Thildo Gama – Conexão Raul Seixas (1992)

Olá! Pelo jeito parece que a sexta-feira, aqui no Toque Musical virou mesmo o dia do artista independente, pois eu só me lembro de postá-lo quando a semana já vai acabando. Na verdade eu até prefiro não ter um dia certo para essas postagens especiais. Já fui muito criticado por tomar essa iniciativa, mas não vou desistir. O espaço continua sempre aberto…

Hoje vou pegar dois coelhos numa ‘bodocada’ só. Temos aqui um curioso disco independente lançado em 1992 pelo baiano Thildo Gama. Para aqueles que não sabem ele foi um dos integrantes das duas primeira bandas de rock de Raul Seixas – Os Relâmpagos do Rock e Os Panteras. Amigo de infância do ‘maluco beleza’, Thildo Gama se tornou uma espécie de porta-voz das memórias baianas de Raulzito. Tem carregado a bandeira do Raul, através do seu “Raul Seixas Forever Fã Clube”. Este disco, pelo que eu pude entender, é o volume 3 de uma série em homenagem ao seu amigo e ídolo. Trata-se de um álbum daqueles feitos para se ouvir com outros olhos, uma curiosidade típica do Toque Musical. Curioso até na capa, tem que ver… Sobrou inclusive para a Irmã Dulce, que também é homenageada no canto inferior da contracapa (essa nem eu entendi…). Chamo a atenção, em especial, para um registro incluído no disco, uma gravação caseira de Raul Seixas, cantando em inglês para Edith em 1967. A segunda pedra do bodoque corresponde à minha homenagem ao saudoso roqueiro tupiniquim, relembrando os vinte anos de sua morte. Incluí no arquivo, como bônus, uma música de Raul e Paulo Coelho, a censurada “Por quê?”, que fez parte da trilha da novela “o Rebú”. Aqui ela é cantada pelo próprio autor, numa reconstituição remix e volta com nome e letra original “Gospel”. Salve Raul! “Faça o que tu queres. Há de ser tudo da lei”

lá vai meu sol
princesa dourada
não pude te esquecer
músico frustrado
o amigo que se foi
raul cantando para edith em 1967
tributo a raul seixas
opus 666
nunca mais
acabou-se o que era mole
meninos de rua
sonhei com o rei do rock
canto para a minha morte
rauzito e seus panteras
Bônus
gospel – raul seixas
por quê – trilha da novela o rebu