Embora pouco comentada a postagem do volume 5 do Projeto Minerva, vieram muitas solicitações para que eu continuasse a postar outros números. Tá certo, aqui vai mais um…
Hoje teremos o volume 6, onde constam registros de Pery Ribeiro, Rosana Toledo, Lúcio Alves, Johnny Alf e Alayde Costa. Infelizmente este sexto volume que tenho é do relançamento, feito nos anos 80 pela Sigla/Soma. Eu chego a ficar indignado com o pouco caso que fizeram ao relançarem essa coleção. Os álbuns, originalmente eram de capa dupla, trazendo em seu interior as informações sobre seu conteúdo (número das faixas, ficha técnica, etc…). Para pouparem gastos na produção, a série relançada pela Sigla/Soma em 84 veio desfalcada. Os caras não tiveram a sensibilidade de ver que o mais importante para se compreender o disco e essa coleção estava ali, no que eles omitiram. Para saber quem é quem e o que é o quê só mesmo olhando pelo selo, que por sinal não informa muita coisa, nem a data. Daí, quando a gente cisma de criar um blog e disponibilizar o disco com as informações completas, os caras dizem que é pirataria. Mas vamos deixar essa questão para um outro momento, que por sinal eu gostaria de dar meus esclarecimentos.
Como relação ao nosso disquinho do dia, o que tenho a completar é dizer que o mesmo traz um repertório que compreende o período que vai de 60 a 70, entre bossas, Jorge Ben e outras tropicálias. Participam do programa outros músicos de renome, mas só identifiquei o Altamiro Carrilho, que por sinal pelejou para se manter no ritmo da bossa. Segue a baixo a programação:
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100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol. 5 (1975)
Escolhi o volume 5 que compreende uma fase da Bossa Nova. Neste disco temos Jonhnny Alf, Doris Monteiro, Lúcio Alves e Alaide Costa, tudo ao vivo, gravado no auditório do MEC, Rio.
Bossa Nova – Para Fazer Feliz A Quem Se Ama (1988)
Viver Outra Vez – Campanha No Combate À Aids (1988)
Não se desanimem com a minha crítica, eu sou mesmo um chato. Mas sempre bem intencionado. Além do mais, o blog é para quem escuta música com outros olhos.
I Festival do Samba Na Bahia (1967)
“Libertamos os grilhões a que nos cingiam as distâncias com o Centro Sul. Encurtamos os caminhos para todos – músicos, poetas e cantores. Somos a nova verdade bahiana nesse primeiro Festival do Samba na Bahia. Somos mais que um selo. Somos uma bandeira.”
Este trecho de texto da contracapa, mais do que um simples reflexo dos grandes festivais do eixo Rio-São Paulo, se refere à JS como o grande estandarte ou porta voz dos artistas que estavam fora daquela esfera principal.
Um Sol Maior – TSO (1977)
A Viagem – Trilha Sonora Original Da Novela (1976)
Bom, temos para hoje, inicialmente, a trilha de “A Viagem”, a original e uma das últimas novelas da antiga TV Tupi. Escrita por Ivani Ribeiro, a estória foi baseada nos livros “E a Vida Continua” e “Nosso Lar” de Chico Xavier. Anos mais tarde Ivani reescreveria a novela para a Globo.
A trilha é bem variada como um drops sortido, trazendo entre suas faixas coisas raras e até inéditas. Confiram mais este capítulo…
Carnaval De 1956
Carnaval De Ontem E De Hoje (1964)
Festival De Samba – Sambas Enredos Das Escolas (1968)
Tenho para hoje este disco, precursor dos álbuns de sambas enredos. Um disco que vale mais pelo seu caráter histórico. Um registro ao vivo das seis melhores escolas de samba do ano de 1968. Neste ano sagrou-se campeã a Mangueira com seu “Samba, Festa de Um Povo”.
As gravações foram feitas nos terreiros (as quadras de hoje). Um ambiente perfeito para que este tipo de samba se manifeste de maneira autentica. Por curiosidade, temos também neste lp a participação de Martinho da Vila, como autor e puxador do samba “Quatro Séculos de Modas e Costumes”.
Confiram mais esta raridade…
Bossa Nova – Sua História Sua Gente (1975)
Minas Canta Para O Brasil (1961)
O Rancho Do Belarmino – Radio Inconfidênica (1970)
Os Vibrantes 25 Anos Da Rádio Inconfidência (1961)
Sucessos Da Bossa Nova (1964)
“Este é um lp que focaliza seis grandes nomes interpretativos da bossa nova entre nós (mas cujo cartaz já ultrapassou as fronteiras): um flautista, um saxofonista, um pianista, dois “bandleaders” e finalmente um cantor – Jorginho, Aurino, Heraldo e Paulo “Fats” Eupidio e Johnny Alf, pela ordem.”
Arrasta Pé Na Roça (1980)
Reminicências (1960)
Tenho então esta coletânea muito boa de marchinhas e sambas, bem conhecidos do público, em gravações originais de época com grandes nomes, intérpretes da velha guarda. Vale a pena conferir pois se trata de uma seleção musical e de artistas muito boa.
16 Seleções De Música Internacional (1962)
O segundo disco do dia, também um álbum com capa conceito, é esta seleção musical com músicas internacionais. Todas são composições que tiveram um grande apego popular, interpretadas por artistas nacionais, bem conhecidos do público. Chamo a atenção para as faixas com Dolores Duran e Angela Maria. A presença das duas já vale o disco. Mas temos mais… confiram, pois vale realmente ouvir este disco.
I Festival Nacional De MPB – O Brasil Canta No Rio (1968)
5º Aniversário Sinter (1956)
Vitrine Odeon – Vários (1958)
Solistas Populares (1957)
Seleções Continental N.2 (1957)
Velho Realejo (1973)
O disco da noite é mais um daqueles que você nunca mais terá o prazer de ouví-lo. Pelo menos no que depender de um relançamento. Duvido! Coletâneas nunca voltam. Por essas e por outras é que eu estou postando esta aqui. Uma coletânea muito interessante e rara, não apenas por ser de 1973, mas por conter uma seleção musical e artistas que já não vemos mais. Um disco com valsa, samba e choro. Um disco de intérpretes e canções que ficaram na memória. Mas eu não vou me extender no assunto, prefiro hoje me extender na cama. Deixo que vocês confiram e dêem a opinião. Vou dormir… Zzz….
Paulo Vanzolini – Onze Sambas E Uma Capoeira (1967)
Diante à minha total falta de tempo, mais uma vez, vou puxar um disquinho de gaveta. Embora seja outro álbum já manjado e bem explorado em blogs, vou publicá-lo em nome da beleza, da qualidade musical e principalmente porque é um disco que eu gosto muito. Vamos nessa com um disco gravado e lançado pelo selo Marcus Pereira em 1967. Um álbum que dispensa apresentações, uma seleção de músicas de Paulo Vanzolini na interpretação de diversos artista.
Pasquim Apresenta MPB Independente (1982)
Para hoje temos um disquinho muito interessante. Uma coletânea de artistas que se lançaram na então nova investida do disco independente, sem gravadora. Gente de peso como Caetano Veloso e Tom Jobim estão presentes (independentes?). Mas o lp tem mais peixe grande e coisas interessantes, com se pode ver na capa e na relação das faixas. Este disco é parte integrante do jornal “O Pasquim” e não foi lançado comercialmente (pelo menos diretamente). Quem comprou o jornalzinho levou disco. Assim, podemos dizer que se trata de um disco raro, que com toda certeza não voltará a ser publicado. Sua peculiaridade também está no fato de apresentar artistas e versões raras. Vale mais do que nunca dar uma conferida neste toque.
Carnaval Do Jeito Que O Povo Gosta (1980)
E aqui vamos nós com mais um disquinho de carnaval. Este também é muito bom, na mesma linha do álbum anterior, quase 20 anos depois. Seguindo a receita o lp reúne, literalmente, uma ‘trupe’ de artistas variados. Olhando assim rapidamente, fui tentando identificar o grupo da capa. Alguns eu até acertei de cara, outros só depois de conferir o verso. Mas veja só o que achei a primeira vista. Da esquerda para a direita: começa com o Chacrinha (óbvio!), Ana Maria Braga (não é a própria?), Ivan Lins (nos bons tempos), Emilinha Borba (usando Rexona), Bofélia (será?), o rei momo Edson Santana, Clóvis Bornay (esse tá na cara que é…), Lady Francisco (ô coroa boa!), o Carequinha! Logo em seguida o de cowboy, pensei que fosse o Beto Carreiro. E finalizando, fala a verdade, o cara que vem voando não é a cara do Jerry Lee Lewis? hehehe… Bom, esta foi apenas uma primeira impressão, não se deixem levar por ela. Aqui temos uma seleção bem bacaninha, que como a outra, também vale para o seu próximo carnaval. Agora, lança o perfume…
É Carnaval! É Carnaval! – Com Vários Artistas (1965)
“Carnaval não passa. É das poucas coisas que permanecem. Carnaval fica o ano inteiro, nem que seja para recordar os dias de folias. E de um ano para o outro, todos querem relembrar o carnaval que passou.”
O texto acima, tirado do verso deste disco, não poderia ser mais apropriado para eu justificar meu atraso quanto ao carnaval que passou. Essa é uma grande verdade… não importa se o carnaval passou… ele passa de novo… Mas sua música está sempre presente, viva. Está sempre passando durante todo o ano. Portanto, não importa se ela só chegou agora por aqui. Talvez, tanto melhor… quem sabe assim você começa ouvindo as músicas e quando chegar o próximo já vai estar afiadinho.
Neste disco temos alguns clássicos dos salões, reunidos na voz e interpretação de diversos artistas do cash da Copacabana. Marchinhas e sambas que entraram para a história do cancioneiro popular, não só durante o carnaval.
Liberdade, liberdade… – Espetáculo Cénico-musical (1965)
Aproveitando a onda do “deixa que eu edito”, aqui vai mais um disco sem separação de faixas. Na verdade este é um álbum que não carece necessariamente de tal edição. Isto porque o espetáculo também não tem pausas. Assim, só faz sentido separar as faixas para facilitar a localização imediata de algum trecho. Este disco é o registro ao vivo do espetáculo cénico-musical, apresentado no Teatro de Arena de Copacabana em abril de 1965, com texto de Millôr Fernandes e direção de Flávio Rangel. O elenco era formado por Paulo Autran, Tereza Rachel, Nara Leão e Oduvaldo Vianna Filho, numa produção conjunta do Teatro Opinião e do Teatro de Arena de São Paulo. Em plena ditadura militar o musical, se é que podemos dizer assim, foi sucesso imediato, percorrendo várias cidades do país. No ano seguinte, diante a repercussão, os militares resolvem proibir sua apresentação.
“Muitos acharão que Liberdade, Liberdade é excessivamente circunstancial. O ato cultural muito submetido ao ato político. Para nós, essa é a sua principal qualidade. (…) Consciente de si, do seu mundo, [o artista brasileiro] marca a sua liberdade, inclusive, realizando obras que são necessárias só por um instante. E que, para serem boas, necessariamente terão que ser feitas para desaparecer; deixando na história não a obra, mas, a posição. (…) muitas vezes a circunstância é tão clara, tão imperiosa, que sobe à realidade (…). Afirmamos que nesse instante a realidade mais profunda é a própria circunstância – e nesse momento não ser circunstancial é não ser real”.
Trecho do manifesto do Grupo Opinião