Quinteto Armorial – Aralume (1976)

Olá, amigos cultos e ocultos! Tem sempre uns discos que eu fico querendo postar e nesse vai e vem acabo deixando passar. Aqui o “Aralume”, outro maravilhoso lp do Quinteto Armorial. Lançado em 1976, pelo selo Marcus Pereira. Um disco, para mim, fundamental em uma discoteca de música brasileira.  Na verdade, todos os quatro discos lançado pelo grupo é genial. 
O Quinteto Armorial foi um grupo de música instrumental formado no Recife, no início dos anos 70. Sua proposta era criar um trabalho o qual fundia elementos da música de câmara erudita com as raízes populares do nordeste e também medievais de origens portuguesas 
Aqui no Toque Musical eu bem que achava que já havia postado todos, mas me enganei. Creio que não o fiz por conta de que, em outro momento, era figurinha fácil, que se encontrava em outros blogs. Hoje nem os blogs se encontram mais. Só mesmo aqui no nosso tradicional espaço de curiosidades fonomusicais. Confiram no GTM…
 
lancinante
improviso
o homem da vaca e o poder da fortuna
abertura
a preguiça
a troca dos bichos
ironia ao rico
aralume
reisado
guerreiro
ponteado
chamada e marcha caminheira
 
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Osvaldinho Da Cuica E Grupo Vai Vai – Vamos Sambar (1974)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Para quem ainda não se ligou na parada, estamos com problemas, com este nosso site. Parece que fomos invadidos por algum tipo de hacker. E se foi, não sei bem o motivo, talvez apenas o velho ‘espírito de porco’. Vai saber…? Mas, enfim, caso este site saia do ar, procure pela versão blogspot, que na verdade é também a nossa galeria de postagens 🙂
Bom, dando sequencia a nossa missão, enquanto for possível, temos para hoje mais um disco do importante selo Discos Marcus Pereira. Aqui um lp lançado em 1974 apresentando ao grande público o genial ritmista Osvaldinho da Cuíca, acompanhado pelo grupo Vai Vai. Este foi o primeiro disco gravado por ele. Um lp de samba que realmente dá gosto. E Osvaldinho mostra que é mesmo um mestre chegando a tirar notas, a tocar com a cuíca, algo realmente espetacular. E ainda dizem que em São Paulo não tem samba. O samba está onde tem um sambista… Disco bacanérrimo! Não deixem de conferir…
 
vai vai 
moro na roça
tudo se transformou
tá assim de mulher e tá chegando mais
cozinha
que beleza
exaltação ao salgueiro
vendaval
risoleta
festa dos deuses afro-brasileiros
partido alto na cozinha
 

Cantata Pra Alagamar (1978)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Inicialmente, quero agradecer ao pessoal da loja de discos Acervos, em Belo Horizonte, que gentilmente e vez por outra me emprestam discos, como este que hoje apresento a vocês. O mesmo vale para a Discoteca Pública e também o meu bom amigo Fáres. É graças a essa turminha que temos aqui no Toque Musical um leque tão variado de discos. Não esquecendo também outros tantos amigos que nos enviam seus arquivos digitalizados. O que não nos falta é disco, falta somente o tempo para nos dedicar mais.
Então, aqui temos um disco do selo Marcus Pereira. Entre os tantos que foram publicados, este talvez seja um dos mais raro e isso se deve ao fato de seu conteúdo, que é mais documental do que propriamente um disco musical e creio que a temática a qual o lp se trata traz também um fator político que para muitos não é interessante. Daí, vemos que se trata de um disco o qual foi produzido em pequena escala e portanto de edição ainda mais limitada que outros disco do selo Marcus Pereira.
Nos anos 70, centenas de camponeses se concentraram em frete ao palácio do Governo da Paraíba, para protestar, durante a visita do então presidente da República, o general Ernesto Geisel a João Pessoa. Eram representantes de centenas de famílias de lavradores que estavam sendo ameaçadas de despejo das terras onde trabalhavam há mais de 30 anos, na região conhecida como Grande Alagamar, no interior do Estado. Naquela época o governo federal estava implantando as usinas de cana de açúcar para a produção de álcool combustível. A área das fazendas onde moravam e trabalhavam esses agricultores como arrendatários foram passadas/vendidas a investidores que buscavam transforma as áreas em plantações de cana de açúcar. Isso gerou muito conflito com violência, tendo inclusive a intervenção da Igreja em favor dos camponeses…
Este lp nos conta essa história em forma de uma cantata com música e regência de José Alberto Kaplan e texto de Waldemar José Solha. Taí um disco cuja mensagem cabe bem nos dias de hoje, onde esse (des)governo, por trás de muita cortina de fumaça, vem passando a sua boiada, destruindo reservas em favor dos grandes pecuaristas.
 
cantata pra alagamar
 
 
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Frevo Ao Vivo (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós… Aqui vai mais um disco o qual teríamos a resenha do companheiro Samuca. Infelizmente ainda não podemos contar com ele, mas estamos daqui com o pensamento positivo, fé em Deus que logo nosso amigo vai sair dessa… :
Seguimos então trazendo um disco do selo Marcus Pereira, sinônimo de excelência no ‘mapeamento’ da cultura musical popular brasileira. É sempre bom divulgar discos dessa produtora/gravadora. E aqui temos um disco de frevo, vibrante, gravado ao vivo… Uma produção do Quinteto Violado, com participação da Orquestra de Frevos do Recife e dos artistas e grupos, Zélia Barbosa, Ray Miranda, Gildo Moreno, Coro de Batutas de São José, Limosine 99 e Cordas Vocais. O evento de resgate do maracatú, do frevo, aconteceu em 1974, no Teatro Santa Isabel, na cidade do Recife. Este disco é um registro deste espetáculo histórico, tão importante para a nossa cultura popular. Quem ainda não conhece, pode conferir no GTM…
 
abertura – orquestra de frevos do recife
último dia – orquestra de frevos do recife
frevança – cordas vocais
história de um diabo… – ray miranda
freio a óleo – orquestra de frevos do recife
reminiscência II – coro dos batutas de são josé
pitombeiras – ray miranda
pinga fogo – zélia barbosa
solavanco – limosine 99
casá, casá – gildo moreno
come dorme – gildo moreno
cobrinha no gramado – gildo moreno
duda no frevo – orquestra de frevos do recife
rei de angola – ray miranda
frevo ao vivo – cordas vocais
relembrando o norte – orquestra de frevos do recife
 
 
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Teatro União E Olho Vivo – Bumba Meu Queixada (1978)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Temos atrasado nossas postagens por conta de alguns problemas técnicos e uma suposta invasão de ‘hacker’ aqui em nossa filial o que acabou nos gerando muita dor de cabeça… Mas, enfim, estamos seguindo…
Hoje temos aqui um disco do selo Marcus Pereira lançado em 1978. Trata-se do Teatro União e Olho Vivo, grupo de teatro de rua formado na década de 70, em São Paulo e ao que nos consta ainda em atividade, sendo hoje em dia uma das mais tradicionais e antigas companhia não profissional de teatro popular no Brasil. O grupo, desde a sua formação, tem por objetivo apresentar-se em comunidades carentes da periferia de São Paulo, levando a este público um conteúdo de valorização da expressão popular através da música, do circo, do folclore, cordel, teatro de revista, o futebol, samba e tantos outros temas explorados por eles ao longo deste tempo. Este disco registra um pouco disso. É uma amostragem sonora musical incluindo obras do espetáculo “Bumba Meu Queixada”. Participam do disco também o violonista Adauto Santos e o Marcus Vinicius, também compositor e diretor artístico desta gravadora. É, sem dúvida, um disco dos mais interessantes e que vale a pena conhecer. Em seu conteúdo há mais informações sobre este trabalho. Confiram no GTM…
 
viva meu boi
pot pourri do bumba
frevo do caboclo do arco
testamento do boi
bumba meu queixada
hino do teatro união e olho vivo
parque arco-íris
oi mané
império de belmote
çai çai açaiê
em busca de uma nova flor (gaivota)
 
 
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Clovis Pereira, Orquestra E Coral Da UFPB – Grande Missa Nordestina (1979)

Boa noite a todos amigos cultos e ocultos! Como todos devem saber, o blog Toque Musical tem duas versões, uma no Blogspot e outra no WordPress. Temos também uma terceira janela, também pelo Blogspot direcionado apenas para as nossas produções exclusivas, que são as diferentes coletâneas que aqui criamos. Pois bem, mesmo com a ajuda de alguns colaboradores e parceiros, ainda assim estou com dificuldades para manter em dia nosso toques musicais. Não é só a habitual falta de tempo, mas também alguns problemas técnicos e invasão ao site, que acabam comendo nossos dias. Daí a razão de nossos atrasos naquilo que deveria ser diário. Porém, como sempre digo, tardamos mas não faltamos 😉
Muito bem, aqui vai o disco do dia, um exemplar para quem gostar de música sacra. Temos aqui a Grande Missa Nordestina, obra composta pelo pernambucano Clóvis Pereira, um dos mais importantes compositores nordestinos. Músico talentoso, pianista, arranjador e regente. É compositor de frevos, maracatus e caboclinhos e também de obras eruditas para coro e orquestra e de peças como esta que hoje apresentamos, um disco do memorável selo Marcus Pereira, gravado em 1978. Aqui temos Clóvis Pereira regendo a Orquestra e coral da Universidade Federal da Paraíba. 
Os detalhes sobre este disco estão todos na contracapa, dessa forma o que mais tenho a acrescentar é apenas, podem conferir no GTM…
 
kyrie
glória
credo
sanctus
agnus dei
 
 
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Isabel Mourão – Danças Brasileiras (1978)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Marcando presença, hoje temos um disco do selo Marcus Pereira. Certamente, trata-se de um disco já bem divulgado em outras praças, mas aqui também ele encontra a sua vez. Entre tantas pérolas musicais registradas por Marcus Pereira, temos aqui um trabalho dos mais importantes, lançado em 1978, reunindo temas tradicionais da dança brasileira. Músicas de diferentes autores como Francisco Viana, Francisco Mignone, Francisco Braga, Guerra Peixe, Lorenzo Fernandez, Ernani Braga, Villa Lobos, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, Marlos Nobre e Alberto Nepomuceno. Um time, realmente dos melhores. Para este trabalho foi escolhida com intérprete das obras a renomada pianista Isabel Mourão, um nome que infelizmente, como muitos outros, passa despercebido para a grande maioria. Isabel Mourão foi considerada uma da últimas damas do piano brasileiro. Uma artista das mais conceituadas e premiadas da música erudita. Foi a primeira pianista no mundo a gravar as 66 peças “Lyric Pieces”, de E. Grieg. Nascida em São Paulo, em 1922. Faleceu aos 84 anos, em São João Del Rey, Minas.

corta jaca – frutuoso viana
maxixando – francisco mignone
congada – francisco mignone
os lundus da marquesa – francisco braga
baião – osvaldo lacerda
cateretê – guerra peixe
jongo -lorenzo fernandez
tango brasileiro – ernani braga
miudinho – villa lobos
dança negra – camargo guarnieri
paulistana n. 2 – claudio santoro
capoeira e coco I – marlos nobre
brasileira – alberto nepomuceno

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Anuário Marcus Pereira (1974)

“Publicação anual contendo as principais ocorrências da vida de uma instituição e suas atividades durante o ano transato”.  Este é um dos significados da palavra “anuário”, que os dicionários registram. E tal definição se encaixa perfeitamente no álbum que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados. Trata-se do “Anuário Marcus Pereira”, uma compilação na qual a gravadora reuniu as principais faixas de alguns discos que lançou no decorrer do ano de 1974. Como vocês já sabem, a Marcus Pereira destacou-se pelo pioneirismo na adoção de uma política de produção fonográfica alternativa, independente das grandes gravadoras e de verbas governamentais. Porém, acabou liquidada pelos vai-e-vens da economia brasileira, e seu fundador-proprietário acabou pondo trágico fim à sua vida, em 1981, ao disparar um tiro no ouvido. A qualidade da produção fonográfica da Marcus Pereira, obviamente, iria resultar em coletâneas também de nível. É o caso deste “Anuário” de 1974, com quinze faixas imperdíveis e momentos realmente sublimes. Destaque para Cartola, com o belíssimo samba, “Acontece”, faixa de seu primeiríssimo LP, Renato Teixeira, bem antes de estourar com “Romaria”, aqui apresentando “Gavião do penacho”, “Grandola, vila morena”, o hino da Revolução dos Cravos, acontecida em Portugal naquele ano, e que derrubou a ditadura salazarista, na voz de Paula Ribas, Leci Brandão, também em início de carreira, apresentando “Benedito de Lima”, faixa extraída de seu compacto duplo de estreia, o choro clássico “Flor amorosa”, com o regional de Evandro, e Dona Ivone Lara com “Andei para Curimar”. Além de informar os discos de onde foram extraídas as faixas, a gravadora pôs, na contracapa do LP, várias notas publicadas na imprensa, recomendando seus trabalhos fonográficos. Tudo isso reafirma a qualidade e a importância cultural do legado da Marcus Pereira, fundamental, indispensável e imprescindível para quem estuda a história de nossa música popular. É ouvir este “Anuário” e comprovar.

cuitelinho – nara leão

gavião de penacho – renato teixeira

carreira do navio – pedro chiquito

reisada a são josé – raimundo monte santo

serra baile – chico ubatuba

nau catarineta – adauto santos

grândola vila morena – paula ribas

acontece – cartola

baltazar – raul de barros

amigo do povo – donga

flor amorosa – evandro e seu regional

juízo final – adauto santos

benedito de lima – leci brandão

andei para curimar – dona ivone lara

revoada – quinteto armorial

*Texto de Samuel Machado Filho

Tributo A Marcus Pereira (1982)

É inegável  a importância da gravadora Marcus Pereira para a história da nossa música popular. Ela foi a primeira no país a adotar uma política de produção alternativa, fora das grandes companhias do setor e do mecenato estatal. Como hoje o fazem selos tipo Kuarup, Biscoito Fino, Acari, Rob Digital etc. Tudo isso começou em 1967, quando o publicitário Marcus Pereira, então frequentador assíduo e sócio minoritário da boate Jogral, de São Paulo, através de sua agência de propaganda, produziu um LP para ser distribuído aos clientes como brinde de fim-de-ano, dedicado à obra de Paulo Vanzolini: o histórico “Onze sambas e uma capoeira”, reunindo vários intérpretes, entre eles Luiz Carlos Paraná (dono da Jogral), Chico Buarque e sua irmã Cristina (então estreando em disco). Mais tarde, a RGE o lançaria no mercado. Um ano depois, veio “Flauta, cavaquinho e violão”, dedicado ao choro.  Por fim, em 1973, Marcus Pereira decide fechar sua agência de publicidade e dedicar-se apenas à produção fonográfica. Assim nasceu a lendária Discos Marcus Pereira, cujo primeiro lançamento foi a série de quatro LPs “Música popular do Nordeste”, laureada com o Prêmio Estácio de Sá, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. E logo viriam outras, dedicadas à música popular de outras regiões do Brasil perfazendo um total de 16 álbuns. A Marcus Pereira era um selo aberto a estilos diversos de música: choro, samba, experimental… Por lá passaram nomes da mais alta estirpe da MPB, gravando ou participando de seus discos. E, em menos de dez anos de existência, o selo conseguiu lançar 144 álbuns! Entretanto, a famigerada economia brazuca fez com que a Marcus Pereira enfrentasse problemas de distribuição e acúmulo de dívidas, que deixaram a empresa à beira da falência, sem contar os problemas pessoais de seu proprietário. E tudo isso fez com que Marcus Pereira, em fevereiro de 1981, se suicidasse com um tiro no ouvido.  Um ano mais tarde, como homenagem póstuma a seu fundador e proprietário, a Discos Marcus Pereira (cujo acervo hoje pertence à Universal Music) lançou a coletânea que o TM agora oferece, prazerosamente, a seus amigos cultos, ocultos e associados. Este “Tributo a Marcus Pereira” reúne, em doze faixas, as músicas de que ele mais gostava, interpretadas por artistas que passaram por sua gravadora, em épocas e estágios diversos. Se não, vejamos: a faixa de abertura é “Engenho de flores”, interpretada pelo maranhense Papete  (José de Ribamar Viana), falecido em maio deste ano. Lançada em 1979, em seu segundo LP, “Bandeira de aço”, tornou-se hit nacional um ano depois, com Diana Pequeno. A segunda faixa é um clássico de sempre do mestre Cartola, interpretado por ele mesmo: “As rosas não falam”, gravação de 1976 que vale a pena sempre (re) ouvir, extraída do segundo álbum do mestre mangueirense.  “De Teresina a São Luís”, originalmente lançada por Luiz Gonzaga em 1962, é aqui revivida por Irene Portela, cujo registro é faixa de abertura de seu único LP-solo, “Rumo Norte” (1979). Na quarta faixa, Leci Brandão interpreta “Antes que eu volte a ser nada”, samba que a revelou para o grande público em 1975, no festival Abertura, da TV Globo, e, ainda nesse ano, daria título a seu primeiro álbum-solo. Renato Teixeira vem com “Moreninha, se eu te pedisse”, em gravação que foi originalmente lançada em 1971, num LP chamado “Álbum de família”, produzido sob encomenda da Cia. Cacique de Café Solúvel como brinde de Natal, e reeditado pela Marcus Pereira em 1974 (nesse ano, ainda seria faixa de abertura do primeiro volume de “Música popular do Centro-Oeste/Sudeste”).  “O menino (El menino)”, composição do argentino Atahualpa Yupanqui (Héctor Roberto Chavero), com letra brasileira de Dércio Marques, mineiro de Uberaba,  é interpretada por ele em gravação de 1977, extraída de seu primeiro álbum, “Terra, vento e caminho”. A inesquecível Nara  Leão interpreta “Cuitelinho”, em adaptação do mestre Paulo Vanzolini, em gravação de 1974, originalmente faixa de abertura do quarto volume de “Música popular do Centro-Oeste/Sudeste”. A irmã de Dércio Marques, Doroty, aqui comparece interpretando “Eterno como areia”, gravação de 1978, extraída do seu primeiro álbum, “Semente”.  Léo Karam interpreta “Jesuína”, gravação de 1976, lançada em seu único LP-solo, “Urbana”. Chico Maranhão (autor do frevo “Gabriela”, sucesso no festival de MPB da TV Record de 1967) aqui interpreta “A vida do ‘seu’ Raimundo”, lançada em 1980, em seu terceiro LP-solo, “Fonte nova”.  Surgida em outro festival de MPB da Record, o de 1966, na voz de Elza Soares, “De amor ou paz”, composição de Luiz Carlos Paraná e Adauto Santos, é aqui revivida por este último, em faixa do álbum “A música de Carlos Paraná”, lançado com o selo Jogral em 1971 e depois reeditado pela Som Livre e, claro, pela Marcus Pereira. Para finalizar, o próprio Luiz Carlos Paraná interpreta, de sua autoria, a guarânia “Vou morrer de amor”, faixa desse mesmo LP de 1971 anteriormente mencionado, documentando sua obra como compositor (o registro original é dele mesmo, feito em 1963). Enfim, um resumo interessante do memorável  legado da Discos Marcus Pereira, que, conforme está escrito na contracapa, foi “muito mais um estado de espírito do que uma gravadora convencional”.

engenho das flores

as rosas não falam

de terezina a são luiz

antes que eu volte a ser nada

moreninha se eu te pedisse

o menino

cuitelinho

eterno como areia27

jesuína

a vida de ‘seo’ raimundo

de amor ou paz\

vou morrer de amor

*Texto de Samuel Machado Filho

Banda De Pífanos Caruaru (1979)

Olá amigos cultos e ocultos! Para esta semana eu planejei postar aqui alguns discos de Festa Junina. Acontece que eu nem me lembrei, ou por outra, só fui pensa nisso agora. Infelizmente, no momento eu não tenho nada pronto, mas para compensar, já ressucitei algumas postagens antigas referentes aos festejos de junho. Amanhã, certamente, eu trarei novos/velhos discos para animar a festa.
Para o momento e sem muito a ver com a proposta (mas também sem fugir muito da ideia), vou trazendo como toque do dia a Banda de Pífanos Caruarú, em disco produzido pelo selo Marcus Pereira. A Banda de Pífanos de Caruaru, ou ainda Banda de Pífanos Zabumba de Caruaru é um dos conjuntos musicais mais antigos do Brasil, surgido em Pernambuco, em 1924. Trata-se de um grupo regional de música instrumental do nordeste brasileiro, composta de pífanos e percussão.

vira folha
pipoquinha
a briga do cachorro com a onça
macha dos bacamarteiros
xamengo dos pife
feira do troca troca
as espadas
pipoca moderna
os tupinambás
cavalinho cavalão
valsa da pastora
alvorada
novena
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Marcus Vinicius – Nordestino (1979)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje me baixou um desânimo danado. Fiquei meio frustrado com uma série de coisas que, em bloco, resolveram dar tudo errado. Tem época que é assim, parece que o destino está tramando contra a gente. Mas antes que eu afunde de vez a cara no travesseiro para esquecer as decepções, deixa eu cumprir minha promessa e dar aqui o meu toque musical.
Escolhido no sorteio, quase como um dos meus ‘discos de gaveta’, este álbum do cantor, compositor e produtor pernambucano Marcus Vinícius foi, sem dúvida, uma ótima opção. Este foi o terceiro álbum do artista e como o segundo (também já postado aqui), “Nordestino” é um lp totalmente autoral, onde mais uma vez Marcus Vinicius tem total liberdade de produção. É bom lembrar que ele sempre esteve ao lado do produtor Marcus Pereira e seu lendário selo. Marcus Vinicius foi diretor artístico, arranjador e instrumentista em muitos desses lançamentos. No presente lp, gravado em 1979, temos um conjunto de músicas que eu considero ainda melhores que nos álbuns anteriores. Um trabalho que se aproxima mais do gosto comum, sem contudo perder na qualidade. Ele vem acompanhado por um time de bons músicos que fazem dessa uma produção de primeiríssima. Infelizmente, este é amis um daqueles álbuns que nunca chegou a ter uma versão digital. Por isso é que a gente insiste…

velho faceta
como se não bastasse
hora de voltar
por falar nisso
dona máquina
evocação final
sólida
zona da mata
caboclo
a um passarinho
homem de pedra

Carlos Magno – O Bom É O Juca (1974)

Muito boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Há tempos eu estou para postar aqui no Toque Musical este disco. Só não o fiz antes porque achava tê-lo perdido, ou vendido, sei lá… O certo é que neste final de semana, para a minha felicidade, acabei achando o disco em meio a outros tantos que nem me lembrava. Assim sendo, vamos a ele… Acredito que este álbum ainda não foi apresentado em ‘outras praças’. Trata-se de um dos discos mais difíceis de se achar, do selo Marcus Pereira e é, para mim, um dos mais bonitos.
“O bom é o Juca”, creio eu, foi o único lp gravado por esse grande artista. Digo grande artista, não é atoa ou simplesmente pelo excepcional trabalho fonográfico, lançado no início dos anos 70. Carlos Magno, embora só tenha gravado um compacto nos anos 60 pela Philips e este lp pelo Marcus Pereira, tem em seu currículo como compositor dezenas de outras belas canções. Suas músicas já foram gravadas por artistas como Benito Di Paula, Originais do Samba, Elza Soares, Jair Rodrigues e Noite Ilustrada. Este último, inclusive, foi quem lhe abriu as portas na noite paulista. Carlos Magno, por muito tempo, se apresentou em casas noturnas de Sampa, sendo um músico até bem conhecido. Não foi por acaso que Marcus Pereira o convidou para gravar em seu Jogral.
Carlos Magno de Almeida é mesmo um artista de muitas facetas. Além de compositor e intérprete é também poeta e um premiado artista plástico (pintor e escultor), com várias exposições individuais e coletivas.
Em “O bom é o Juca”, temos músicas, que para um ouvido atento, percebe-se de imediato a sensibilidade criativa do artista. Composições com letras simples e direta, mas que ganham ainda mais força em comunhão como as belas melodias. Sempre que escuto o Carlos Magno me faz lembrar o Jards Macalé e vice versa. Para mim, os dois tem algo em comum, acho que talvez no timbre da voz, sei lá… O Macala bem que podia gravar alguma coisa do Carlos Magno, cairia como uma luva, justinho 🙂 Inclui nesta postagem a música “Senhora de Nazaré”, extraída do seu compacto pela Philips.
Vamos lá, moçada, confiram este toque e me digam lá se eu não tenho razão 🙂

o bom é o juca
dedos entre dedos
quando a gente se casar
faz de conta
a rosa virou saudade
o garimpeiro
o chão
palácio de madeira
tristeza que maria me deu
lâmpada da vida
formiga desunida
manhã de noite de chuva
senhora de nazaré (bônus)

Altamiro Carrilho – Revive Patápio E Interpreta Clássicos (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Aqui estou eu de volta. Juro que tentei manter nossas postagens, mas infelizmente a internet dos lugares por onde passei não serviam nem para e-mail. Por essa razão, nem os ‘REPOSTs’ tiveram vez. Estou vendo aqui que temos algumas dezenas de e-mails, os quais eu irei abrindo e lendo na medida do possível e por ordem de entrada. Logo, todos estarão atendidos. Por hora, vamos apenas manter a postagem do dia.

Aproveitando esse finalzinho de domingo, aqui vai um toque musical, Altamiro Carrilho interpretando algumas pérolas do genial Pattápio Silva e também peças clássicas para flauta, inclusive “Galope”, do próprio Altamiro. Essas gravações foram feitas e lançadas originalmente em 1957. Foram relançadas pela Discos Marcus Pereira em 1977. Confiram aí essa beleza. Eu, de cá já vou dormir, pois a viagem foi longa. Zzzz…
primeiro amor (patápio silva)
margarida (patápio silva)
zinha (patápio silva)
sonho (patápio silva)
serata d’amore (patápio silva)
serebata oriental (e. koller)
despertar da montanha (eduardo souto)
canção triste (tchaikovsky)
hora staccato (dinicu)
canção da primavera (mendelssohn)
galope (altamiro carrilho)

Duo Kaplan-Parente – Pianos Brasileiro A 4 Mãos (1977)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Aos poucos iremos regularizando a nossa situação. A todos, eu peço um pouco de paciência nas solicitações. Pode até tardar, mas não irá faltar 😉
Hoje também eu tardei. Já é quase meia noite e só agora eu consegui chegar para a postagem do dia. Vamos lá… Trago hoje para vocês um disco do selo  Marcus Pereira, um álbum que eu ainda não vi nas bocas e nem em outras fontes. Assim sendo, vamos desfrutá-lo com gosto 🙂
Temos aqui o “Duo Kaplan-Parente”, formado pelos pianistas José Alberto Kaplan e Geraldo Parente, dois nomes de peso da música erudita brasileira. Kaplan, na verdade era argentino, naturalizado brasileiro, morava na Paraíba, onde era, entre outras coisas, professor na UFPB e UFRN. Geraldo Parente, cearense, também foi professor nessas duas entidades universitárias. O duo foi formado em 1972, tinha como objetivo divulgar o repertório do piano brasileiro, aqui no caso, a quatro mãos. Fizeram muito sucesso, mais exatamente fora do Brasil. Segundo conta o próprio Marcus Pereira em seu texto na contracapa. A dupla se apresentou nos Estados Unidos, levando ao público os lundus, dobrados, polcas, serestas e as modinhas, tudo tocado maravilhosamente a quatro mãos.
Neste álbum, que traz tudo isso, o produtor ainda acrescenta a sua gratidão aos dois músicos que também foram seus professores. Curioso… eu não me lembrava que o Marcus Pereira fosse músico…

lundu
duas modinhas: azulão e casinha pequenina
duas miniaturas: cirandinha e polka antiga
seresta opus um
brasiliana nº 4 – dobrado, embolada, seresta e candomblé
sarau de sinhá:
schottish
polca
romance
contradança
valsa
noturno
capricho
lundu
recitativo
galope

Maranhão E Renato Teixeira (1969)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mais um dia puxado tive eu. Só agora, nos últimos minutos desta quinta feira é que estou tendo como trazer para vocês a postagem do dia. Mais uma vez lanço mão dos meus já famosos “discos de gaveta”. Aliás, não só os discos, mas também a expressão que eu criei, já está sendo até adotada por outras pessoas. Porém, necessariamente, ‘os discos de gaveta’ não são exatamente discos do fundo do baú. São sim aqueles que ficam sempre na reserva ou prontidão para momentos como este em que eu não tenho tempo para ‘pegar o boi pelo chifre’. Algo parecido com as ‘manchetes de gaveta’ dos jornais e outras mídias semelhantes, aquelas que entram quando faltam notícias do dia.
Este álbum é mais um daqueles já bem expostos na blogosfera musical. Percebo que diversos blogs já o postaram, mas todos eles foram originados da versão em cd, que por sinal traz até mais oito músicas de bônus. O que eu tenho aqui é o disco original, em sua versão com apenas as doze músicas. Este lp do selo Jogral, como todos já devem saber, foi também um embrião do que viria a ser o selo Marcus Pereira. Não vou entrar em detalhes, porque além do mais eu já estou morrendo de sono. Mas este raro álbum nos apresenta os primeiros passos (fonográficos) de Renato Teixeira e também do Chico Maranhão. Do lado A temos Chico Maranhão em um registro informal, quase caseiro, acompanhado por Benedito Costa no cavaquinho e Manoel Gomes na flauta, onde ele interpreta composições suas e parcerias, com a cantora Mércia (em “Cabocla”) e Renato Teixeira (em “Mulata bem suada, abençoada”). Este, por sua vez, do lado B, canta e toca as suas primeiras e belas composições, também acompanhado pelo flautista Manoel Gomes e  participação da cantora Cristina em “Meu amor, meu namorado”. A qualidade da gravação, originalmente, não é muito boa, mas ao ouvir cada uma das músicas, pela sua beleza, a gente acaba nem dando tanta importância a isso. Confiram aí quem quiser, porque eu já vou é dormir. Zzzzz….

cabocla – chico maranhão (com mércia)
verdureiro – chico maranhão
cirano – chico maranhão
a capital – chico maranhão
morena – chico maranhão
mulata bem suada, abençoada – chico maranhão (com renato teixeira)
álbum de família – renato teixeira
igreja da matriz – renato teixeira
feriado nacional – renato teixeira
era azul – renato teixeira
maria dirce – renato teixeira
meu amor, meu namorado – renato teixeira (com cristina)

Benedito Costa – Um Cavaquinho No Sertão (1982)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Inicialmente eu gostaria de informar que as solicitações para novos links  estão sendo feitas na medida do possível. Prometo que atenderei a todos, no mais tardar, até o fim de semana, ok? Meu tempo é, ó… curtinho… (mas não largo o osso)
Depois do disquinho de ontem, ‘música sertaneja vestidinha para ir à cidade’, me deu uma vontade danada de postar mais um no gênero. Escolhi então “Um cavaquinho no sertão”, disco do instrumentista Benedito Costa, produzido pela Discos Marcus Pereira para a gravadora Copacabana, em 1982. Pela segunda vez temos aqui um disco desse mestre do cavaquinho. Como já foi dito, este músico, embora pouco citado, foi um dos grandes nomes do Choro. Maestro, compositor, arranjador e produtor paulista, da região de Ribeirão Preto, Benedito Costa tocou ao lado dos maiores chorões, participando de diversos discos e apresentações ao vivo e em rádios. Virtuoso do instrumento, foi ele quem criou o cavaquinho de cinco cordas.
Neste álbum Benedito toca em seu cavaquinho uma série de temas sertanejos entre composições próprias e algumas outras que já se tornaram clássicos da música caipira, como “Fuscão preto”, “Estrada da vida” e “Moreninha linda”. Não deixem de conferir…

cavaquinho fronteriço
na base do arrasta pé
fandaguinho chonado
o sorriso do bebê
fuscão preto
saudade
rancherinha para eliana
moreninha linda
por você meu sentimento
não vá embora
estrada da vida
o fole do zé

Chico Maranhao – Gabriela (1974)

Olá, amigos cultos e ocultos! Vou aproveitando a pausa para o lanche da tarde e mandando brasa também por aqui. Hoje é dia de disco/artista independente e eu tenho aqui um presentinho jóia, enviado pelo amigo 300 Discos. Trata-se do tão procurado disco do Chico Maranhão, onde ele canta seu maior sucesso, o belíssimo frevo “Gabriela”. Taí uma música que eu adoro, só me faltou a Gabriela. Me lembro de já ter ouvido esta versão do autor, mas na época não dei muita importância. Agora, ouvindo o ‘presentinho’ com mais atenção, percebo como a interpretação do Chico é bacana. Aliás, neste lp, o moço estava mesmo inspirado. Posso dizer com convicção, todas as músicas no disco são ótimas. Um álbum excelente e que ficou esquecido. Este trabalho foi lançado por Marcus Pereira, em 1974, numa edição limitada e não comercial, apenas para os clientes e amigos de sua agência de propaganda. Disco raro em todos os sentidos Chico Maranhão conta com os toques e arranjos de Téo de Barros e participação da cantora Tereza Kawall, o que dá ao trabalho ainda mais qualidade. Infelizmente o áudio em “Gabriela” não está lá muito bom, principalmente no início. Mesmo com os tratamentos do feitos pelo Chris Rousseau. Eu cuidei da capa, mas essa também não estava em boas condições. Em 15 minutos, fiz o que foi possível 😉 Espero que os amigos apreciem este belo disco.

gabriela

cinzas, cinzas

cirano

felicidade

deixa prá lá

cabocla

verdureiro

bonita como um cavalo

último convite

a capital

PS: o arquivo para a faixa Gabriela já foi trocado. Agora tá joinha!

Renato Teixeira – Álbum De Família (1971)

Olá amigos cultos e ocultos! Segue hoje para vocês este excelente disco lançado por Renato Teixiera. creio eu, foi o seu segundo disco. “Álbum de Família” foi um disco gravado em 1971, pelo selo Marcus Pereira. Em 1978 o lp foi novamente relançado e alguns anos depois saiu também em cd. Hoje em dia está difícil de achar em todas as duas versões. O jeito é conferir aqui, no Toque Musical.
álbum de família
cordão de graça
feira das trocas
ze pereira
meu amor, meu namorado
merencória
moreninha se eu te pedisse
08-tristeza do jeca e casa de caboclo
gavião de penacho
era azul
me conta uma história
a igreja matriz