Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Especial De Natal (2011)

É Natal, e a quarta edição do Grand Record Brazil, como não poderia deixar de ser, entra nesse clima de festa e fraternidade, apresentando mais uma seleção de raríssimas gravações.

Para começar, temos o “cantor que dispensa adjetivos”, Carlos Galhardo. Ele apresenta aqui justamente a música que inaugurou o gênero “musica natalina” entre nós: “Boas festas”, composta pelo baiano Assis Valente. Só que aqui, trata-se da segunda gravação da música, feita na Victor em 21 de novembro de 1941, matriz S-052428, sob número de disco 34865-A. O registro original data de 1933, com acompanhamento dos Diabos do Céu de Pixinguinha (aqui é com a orquestra do maestro Passos) e foi justamente com esta música que Galhardo se projetou nacionalmente. Foram vendidas tantas cópias do disco original que a matriz de cera ficou gasta de tanta prensagem, e isso fez com que Galhardo registrasse a música novamente em 1941, o que faria em outras oportunidades. No lado B, matriz S-052429, uma música então inédita: “Sonho de Natal”, outra marchinha, de autoria de Sanches de Andrade. Detalhe intrigante: registra-se como mês de lançamento desse disco o de janeiro de 1942, já perto do carnaval! Dá pra entender? Enfim… Galhardo encerra sua participação nesta edição natalina do GRB com a singela canção “Feliz Natal”, escrita por Peterpan (José Fernandes de Paula, Maceió, AL, 1911-Rio de Janeiro, 1983) e pelo jornalista e poeta Giuseppe Artidoro Ghiaroni (Paraíba do Sul, RJ, 1919-Rio de Janeiro, 2008), que trabalhou na Rádio Nacional (onde escreveu “Mãe”, uma das novelas de maior sucesso da emissora da Praça Mauá, que foi até levada ao cinema) e também assessorou Chico Anysio na TV Globo, quando este fazia a clássica “Escolinha do Professor Raimundo”. Galhardo gravou a música na RCA Victor de sempre em 4 de agosto de 1950, matriz S-092728, com lançamento em outubro (por aí se vê que antecedência nesses casos sempre foi fundamental), com o número 80-0697-A. Há também um registro posterior de Emilinha Borba, cantora da qual Peterpan era cunhado, feito um ano depois deste original de Galhardo, e a “favorita da Marinha” cantava a música todo santo Natal em suas apresentações na Nacional. Outra autêntica raridade é o disco da Continental com o número 15947, gravado em 20 de agosto de 1948 e lançado entre outubro e dezembro do mesmo ano. No lado A, matriz 10936-2, o coro Continental, dirigido por Alberto W. Ream, interpreta “Ó pinheirinho de Natal”, versão de Nice do Val para a canção “Tannenbaum”, de origem alemã, cuja versão mais conhecida foi escrita em 1824 pelo organista, professor e compositor Ernst Anschutz. A melodia é de origem folclórica, e sua primeira letra conhecida data de 1550. No lado B, matriz 10937-2, o próprio Alberto W. Ream interpreta a canção “Ó noite santa”, do compositor e crítico musical francês Adolphe Charles Adam (1803-1856), sem indicação do autor da versão. Alberto W. Ream foi missionário metodista, fundador da Escola de Música Sacra do Colégio Bennett e também ministro de música da Union Church (RJ), professor, compositor e escritor, autor de várias obras sobre música sacra.
Em seguida, “o rouxinol do Brasil”, Dalva de Oliveira, comparece com um disco gravado em 1952, nos estúdios londrinos da EMI, durante sua vitoriosa temporada pela Europa, com acompanhamento orquestral, regência e piano de Roberto Inglez, que apesar do nome era escocês de Elgin (seu nome era Robert Inglis, e o sobrenome mais próximo em português e espanhol é Inglês). Lançado pelas Odeon em seu selo azul internacional com o nr. X-3372, o disco traz duas músicas natalinas tradicionais: no lado A, matriz CE-14164, ela interpreta “Noite de Natal”, que nada mais é que a famosa “Noite feliz”, com uma letra de Mário Rossi diferente da que se costuma cantar. Seu título original é “Stille Nacht, heilige Nacht”, e a música surgiu em 1818, vejam vocês, por um capricho de ratos que entraram no órgão da igreja de Arnsdorf, Áustria, e roeram os foles! Aí, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o órgão (perigava de o Natal daquele ano não ter música) e começou a imaginar como teria sido a noite em que nasceu em Jesus, em Belém. Fez anotações, e procurou o maestro Franz Gruber para musicá-las. Deu no que deu: um clássico imortal! No lado B, matriz CE-14165, outra versão de Mário Rossi, “Lindo presente”, para “Adeste fideles”, um dos mais conhecidos hinos natalinos, com melodia atribuída ao britânico John Francis Wade, e cuja letra inglesa mais conhecida é do padre católico Frederic Oakeley, com o título “Oh come all ye faithful”.
Em seguida um bolachão inquebrável da Philips, nr. P61058H, de 1960 (lançado em dezembro, claro), trazendo um cantor português que teve imensa popularidade entre nós: Francisco José (1924-1988), aquele da música “Teus olhos castanhos”. Aqui, acompanhado pelos Pequenos Cantores da Guanabara, ele interpreta duas canções tradicionais do gênero natalino: outra vez “Noite feliz”, agora em versão do cantor e compositor Paulo Tapajós (que integrou o Trio Melodia com Albertinho Fortuna e Nuno Roland), e “É Natal”, outra versão de Tapajós, agora para “Jingle bells”, composta em 1850 pelo americano James Lord Pierpont, e publicada sete anos mais tarde com o título “One horse open sleigh”. A versão brasileira mais conhecida é a de Evaldo Ruy (“Sinos de Belém”), gravada em 1951 por João Dias.
Prosseguindo, duas notáveis cantoras brasileiras. A primeira é Lana Bittencourt, que se faz presente com o disco Columbia CB-10388-B, matriz CBO-1206, lançado ao apagar das luzes de 1957, trazendo o fox “Feliz Natal”, da dupla Klécius Caldas-Armando Cavalcanti, responsável por inúmeros hits de meio-de-ano e carnaval. “Feliz Natal” foi lançada originalmente por Dick Farney, em 1949, e o registro de Lana também saiu no LP-coletânea “Nosso Natal”, igualmente postado no Toque Musical. Zezé Gonzaga (Manhuaçu, MG, 1926-Rio de Janeiro, 2008), por sua vez, interpreta “Um sonho que sonhei (Marcha dos anõezinhos)”, de autoria de dois expressivos compositores: Alcyr Pires Vermelho e José de Sá Roris, este último parceiro de Nássara no clássico carnavalesco “Periquitinho verde”, de 1938. Zezé lançou esta simpática marchinha ao apagar das luzes (mais um!)de 1951, pela Sinter, com orquestração e regência do sempre eficiente Lírio Panicalli, e o número 10.00.114-B, matriz S-245. O último trabalho de Zezé em disco foi o CD “Sou apenas uma senhora que ainda canta”, lançado em 2002 pela Biscoito Fino.
E, para encerrar com chave de ouro, o Rei da Voz, o eterno Francisco Alves, em disco gravado na sua Odeon de sempre em 5 de dezembro de 1950, mas só lançado um ano depois, ou seja, em dezembro de 51. De qualquer forma a espera valeu a pena. No lado A, a “Canção de Natal do Brasil”, matriz 8876, parceria dele com David Nasser (jornalista que inclusive fez uma série de reportagens sobre Chico na revista “O Cruzeiro”, mais tarde publicadas no livro “Chico Viola”) mais Felisberto Martins, então diretor artístico da “marca do templo”, e a matriz 8877, o lado B, tem “Sinos de Natal”, de Victor Simon e Wilson Roberto. Lembrando que Victor Simon fez também a clássica “Bom dia, café”, sucesso de 1958 na voz de Roberto Luna.
Estas são as relíquias natalinas que o GRB, em sua quarta edição, nos oferece. A todos os amigos cultos e ocultos do Toque Musical, os meus mais sinceros votos de um Natal maravilhoso, e um ano novo repleto de alegrias, realizações e conquistas!
*SAMUEL MACHADO FILHO

boas festas – carlos galhardo
canção de natal do brasil – francisco alves
é natal – francisco josé e os pequenos cantores da guanabara
feliz natal – carlos galhardo
feliz natal – lana bittencourt
lindo presente – dalva de oliveira
noite de natal – dalva de oliveira
noite feliz – francisco josé e os pequenos cantores da guanabara
ó noite santa – alberto w. ream e côro continental
ó pinheirinho de natal – côro continental e alberto w ream
sinos de natal – francisco alves
sonho de natal – carlos galhardo
um sonho que eu sonhei – zezé gonzaga


Tito Madi, Juca Chaves, Jonas Silva E Baden Powell – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2011)

O Gran Record Brazil chega à sua terceira edição, e apresenta relíquias do final da década de 1950, começo da de 60, que certamente se constituem em autênticos presentes de Papai Noel para colecionadores. Para começar, um nome que dispensa qualquer tipo de apresentação: Chaiki Madi, aliás Tito Madi, paulista de Pirajuí. E ele abrilhanta a terceira edição do GRB com seu 78 rpm de estreia na gravadora Colúmbia, futura Sony Music, lançado ao apagar das luzes de 1959 (certamente em dezembro) com o número 3101, já emplacando dois sucessos estrondosos, com orquestração e regência de Lírio Panicalli (Queluz, SP, 1906-Niterói, RJ, 1984), autêntica fera do setor. Abrindo o disco, matriz CBO-2172, uma joia inspiradíssima de Luiz Antônio: “Menina-moça”, que fez parte da trilha sonora do filme “Matemática, zero… amor dez”, comédia dirigida por Carlos Hugo Christensen, filmada em cores (Agfacolor) e estrelada por Alberto Ruschel e Suzana Freire, tendo também no elenco Jayme Costa, Agildo Ribeiro, Heloísa Helena (não confundir com a política fundadora do PSOL), entre outros. E “Menina-moça” era o tema principal da película, cuja trilha sonora também saiu em LP pela Colúmbia (apenas o lado A foi disponibilizado em blogs). Teve inúmeras gravações, mas a melhor continua sendo a de Tito Madi. O lado B, gravado oito matrizes depois (CBO-2180) é outro carro-chefe do autor de “Chove lá fora”, mais um produto de sua inspiração: o belo samba “Carinho e amor”, outra pérola imperdível do cancioneiro romântico, e também regravada inúmeras vezes, inclusive pelo próprio Tito. “Carinho e amor” também fez do parte do LP de mesmo nome, que Tito dividiu com o pianista José Ribamar, e foi o primeiro álbum brasileiro da Colúmbia gravado em estéreo (esse sim esta inteiro nos blogs!). Em seguida, iremos nos encontrar com o “menestrel do Brasil”, Juca Chaves. Ele estreou em disco na Chantecler, em outubro de 1959, com dois sambas de sua autoria: “Nós, os gatos…” e “Chapéu de palha com peninha preta”. Apenas três meses depois, em janeiro de 1960, e já por outra gravadora, a RGE de José Scatena, foi para as lojas o segundo 78 do humorista, estampando no selo o número 10206, e com arranjo e regência do italiano Enrico Simonetti, então um dos maestros de plantão na gravadora. A matriz RGO-1440, no lado A, apresenta uma divertida gozação do “Juquinha” com o então chefe da nação Juscelino Kubitschek de Oliveira, a hoje clássica “Presidente bossa nova”, não faltando referências a seu característico sorriso, a suas viagens aéreas constantes, à nova capital que seria inaugurada em abril daquele ano (Brasília) e às aulas de violão que JK tinha com Dilermando Reis. Com a mesma mordacidade, o lado B, matriz RGO-1441, é o choro “Tô duro”, crítica clara à situação de miséria que vivia (e ainda vive) boa parte de nossa população. Aliás, era uma época de inflação galopante, que estava perto de 40% ao ano (diante disso, inflação de 6% ou 7% ao ano como a atual não é nada…). Ambas as músicas também constaram do primeiro LP do humorista, “As duas faces de Juca Chaves”. Outra preciosidade é o segundo e último 78 rpm do cantor Jonas Silva, sobre o qual não há informações disponíveis. Ele estreou em 1955 na Mocambo, com os sambas “Andorinha” e “Eu gosto de você”, e – um mistério! – só fez o segundo 78 seis anos mais tarde. Ele saiu pela Philips em julho de 1960, com o número P61068H e a vantagem de ser inquebrável, prensado em vinil! No lado A, uma das mais conhecidas composições de Tito Madi, o samba “Saudade querida”, hit absoluto naquele ano, gravado por inúmeros intérpretes e, claro, pelo próprio Tito. No lado B, outro samba, “Complicação”, dos mesmos Chico Feitosa e Ronaldo Bôscoli que nos deram, nesse mesmo ano, o samba-canção “Fim de noite”, na voz de Alaíde Costa. É a única gravação desta preciosidade, ao menos em 78 rpm, e o acompanhamento no selo diz apenas que é por conjunto. Para finalizar, temos o genial violonista Baden Powell de Aquino (Varre-Sai, RJ, 1937-Rio de Janeiro, 2000) em mais um bolachão inquebrável da Philips, com o número P61103H, lançado em julho de 1961. Abrindo o disco, uma “Lição de Baião” assinada por Jadir de Castro e Daniel Marechal. E o curioso é que o baião na época andava meio esquecido, com a bossa nova no apogeu, mas ainda com um público fiel ao gênero, particularmente a colônia nordestina, que sempre existiu nos grandes centros urbanos, São Paulo em especial. A letra é cantada por coral masculino, e começa até em francès! O lado B nos traz o belo samba instrumental “Do jeito que a vida quer”, assinado por nada mais nada menos do que o cearense de Fortaleza Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia, mais conhecido como Ed Lincoln. Ambas as músicas do 78 que encerra este volume do GRB saíram depois no segundo LP de Baden Powell, intitulado “Um violão na madrugada”. Enfim, oito joias imperdíveis para colecionadores. Não percam!

menina moça – tito madi
carinho e amor – tito madi
presidente bossa nova – juca chaves
tô duro – juca chaves
complicação – jonas silva
saudade querida – jonas silva
lição de baião – baden powell
do jeito que a gente quer – baden powell
*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

João Gilberto E Antonio Carlos Jobim – Seleção De 78 RPM Do Toque Musical (2011)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Como todos já devem saber, conforme informei em postagens anteriores, nossa segunda feira será exclusiva, com as postagens do ‘selo virtual’ adotado pelo Toque Musical. Para abrilhantar ainda mais nossas postagens, eu convidei um grande comentarista musical, nosso amigo culto, Samuel Machado Filho. Caberá a ele todas as resenhas referente às postagens da segundona. E começa agora 😉

*O Gran Record Brazil nos apresenta doze preciosas gravações, todas com obras e/ou arranjos deste gênio tijucano criado em Ipanema que foi Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 1927-Nova York, EUA, 1994) cuja obra ainda hoje é reconhecida internacionalmente. Para começar, o 78 Odeon de número 14662,com João Gilberto, lançado em abril de 1961. De um lado, o clássico de Caymmi “Saudade da Bahia”, gravação de 10 de março daquele ano, matriz 14663. O outro lado foi gravado um dia antes, 9 de março, matriz 14662, e nele João revive “Bolinha de papel”, outro clássico do samba, este de Geraldo Pereira, original de 1945 na voz dos Anjos do Inferno (você pode ouvir as duas gravações originais dessas obras na coletânea “Os sambas que João Gilberto adora”, também no Toque Musical). O disco serviu de “aperitivo” para o terceiro e último LP que João Gilberto fez no Brasil, que no entanto, só terminou de ser gravado em setembro de 61, dada a ex trema mania de perfeccionismo do gênio baiano. Em seguida, recuaremos dez anos no tempo e conheceremos o primeiro disco de João: ele saiu em agosto de 1952 pela Copacabana com o número 099, e tem dois sambas-canções bem ao gosto da época: “Meia-luz”, de Hianto de Almeida e João Luiz, e “Quando ela sai”, de Hianto de Almeida e João Luiz. Prestem atenção da interpretação do futuro papa da bossa nova, muitos jamais irão notar que é João Gilberto mesmo! Em seguida temos “Manhã de carnaval”, inesquecível clássico de Luiz Bonfá e Antônio Maria incluído no filme “Orfeu negro” (nos cinemas, “Orfeu do carnaval”), produção ítalo-francesa rodada em cores no Brasil e falada em português, vencedora da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de filme estrangeiro. João Gilberto fez seu registro em 2 de julho de 1959, matriz 13623, com lançamento logo em seguida com o número 14495-A. A sexta faixa é a deliciosa “O pato”, de Jayme Silva e Neusa Teixceira, gravação d e 4 de abril de 1960, matriz 14147, lançada em agosto seguinte com o número 14653-A, que na verdade foi feita por João Gilberto para seu segundo LP, “O amor, o sorriso e a flor”. Na sétima faixa, um autêntico “atrevimento” do mestre Jobim ao acompanhar Agostinho dos Santos ao piano em outra música de “Orfeu negro”, “A felicidade”, sua e do poetinha Vinícius de Moraes. A RGE chegou a pôr a gravação nas lojas, em julho de 1959, com o número 10168-B, matriz RGO-1239, mas logo providenciou outro registro com Agostinho, com orquestração de Enrico Simonetti, este o que ficou mais conhecido. Temos depois “Estrada do sol”, que completa a trilogia de composições de Tom Jobim com Dolores Duran, iniciada com “Se é por falta de adeus” e continuada com “Por causa de você”. Este raríssimo registro de Maria Helena Raposo (Mocambo 15211-A, matriz R-939) parece ter sido o primeiro (talvez em março ou abril de 1958, não há indicação exata de mês), e foi incluído também no único LP da cantora, “Encantamento… na voz de Maria Helena Raposo”. A gravação mais conhecida, a de Agostinho dos Santos, é de 23 de maio do mesmo ano, na Polydor. “Frevo de Orfeu”, também do filme “Orfeu negro”, aparece em duas versões distintas, a primeira lançada pela RGE em novembro de 1960 com o nr. 10269-B, matriz RGO-1458, com a orquestra da gravadora (estranhamente não se ouve coro nenhum, apesar da indicação no selo!). A segunda é a original, a cargo de orquestra e coro dirigidos pelo próprio Tom Jobim, registrada na Odeon em 2 de julho de 1959 com lançamento a toque de caixa com o número 14495-B, matriz 13624, e também em compacto duplo intitulado “João Gilberto canta músicas de “Orfeu do Carnaval”, que também tem “Manhã de carnaval”, aqui incluída, além de outras duas não presentes aqui na voz de João, “A felicidade” e “O nosso amor”. Em seguida, uma bela demonstração de como Jobim “pintava e bordava” em termos de orquestração e regência: o samba-canção “Há um deus”, de Lupicínio Rodrigues, interpretado por Dalva de Oliveira, o eterno “rouxinol do Brasil”. Registro imortalizado na Odeon em 6 de maio de 1957, mas que só saiu em outubro seguinte com o número 14259-A, matriz 14737. Para encerrar, temos outro clássico da parceria de Jobim com o poetinha Vinícius: “Se todos fossem iguais a você”, na interpretação de nada mais nada menos que Vicente Celestino, “a voz orgulho do Brasil”, registrada na sua RCA Victor de sempre em 30 de janeiro de 1959 com lançamento em abril seguinte sob número 80-2050-A, matriz 13-K2PB-0581. Notem como Celestino está contido, interpretando a composição de forma correta. A música é do texto da peça “Orfeu da Conceição”, texto de Vinícius e música de Jobim, e saiu pela primeira vez em 1956, na voz de Roberto Paiva, em LP de dez polegadas da Odeon. Desde então, tem sido uma das mais conhecidas e regravadas composições do repertório jobiniano. Ouça , colecione e deleite-se com estes raríssimos registros!

saudades da bahia – joão gilberto
bolinha de papel – joão gilberto
meia luz – joão gilberto
quando ela sai – joão gilberto
o pato – joão gilberto**
a felicidade – agostinho dos santos e tom jobim
estrada do sol – maria helena raposo
frevo – côro e orquestra rge
frevo – tom jobim, orquestra e côro odeon
há um deus – dalva de oliveira e tom jobim
se todos fosse iguais a você – vicente celestino
* TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO
** ÚNICA MÚSICA QUE NÃO FOI EXTRAÍDA DE UM DISCO DE 78 RPM (JG- REGISTROS NA CASA DE CHICO PEREIRA)

Zaccarias E Sua Orquestra – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2011)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje, sábado, é dia de coletâneas e também é um dia em que eu trago novidades. Estou inaugurando a inspirada coleção “Grand Record Brazil”, mais uma produção do Toque Musical. Gostaram do nome? Bacana, não é mesmo? Trata-se de uma série de discos em 78 rpm, de várias gravadoras, que eu agora estou recuperando. Vocês não fazem ideia de quanta coisa boa e rara estar por vir. Estarei relançando semanalmente esses discos em blocos ou separadamente, como fazia o selo Revivendo.

Inaugurando nossa série/selo, eu trago para vocês o Maestro Zaccarias e sua Orquestra em gravações feitas pela RCA Victor na década de 40. Acredito que essas gravações foram relançadas posteriormente, na década seguinte, quando o vinil de 33 rpm surgiu no mercado. O Maestro Zaccarias, também, tem diversos de seus discos publicados em blogs, inclusive aqui no TM. Mesmo assim, vale a pena ouvir os quatro discos de 78 rpm que no toque se transformaram no primeiro lançamento da ‘Grand Record Brazil’. Coincidentemente, temos aqui uma faixa, “Você faz que não sabe”, interpretada pelo Francisco Carlos (olha ele aí de volta!)
A qualidade dessas gravações não fogem muito do padrão, são boas e eu ainda mantive duas versões de cada faixa para a escolha do freguês. Apreciem e continuem comentando. Comentários são os melhores aditivos para fazerem o Augusto criar 😉
atraente
peguei um ita no norte
enquanto descanso carrego pedras
gaúcho
gostosinho
você faz que não sabe
flor de laranjeira
parabéns para você