Vicente Barreto, cantor e compositor que o Toque Musical põe em foco no dia de hoje, é o legítimo “tabaréu”, caipira do Nordeste. Nasceu em Salgadália, distrito de Conceição do Coité, no interior da Bahia, em 5 de abril de 1950, mas foi criado no município de Serrinha. Autodidata na arte de tocar violão, é parceiro de diversos artistas da MPB, tais como Alceu Valença (“Morena tropicana”, “Cabelo no pente”, “Pelas ruas que andei”), Tom Zé (“Hein!”, “Esteticar”, “Vaia de bêbado não vale”), Vinícius de Moraes (“Eterno retorno”), Celso Viáfora (“A cara do Brasil”, “A notícia”, “Por um fio”) e Paulo César Pinheiro (“Na volta que o mundo dá”), e tem dez álbuns lançados, o mais recente, “Cambaco”, de 2015. Suas músicas também foram gravadas por intérpretes do porte de Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Alaíde Costa e Mônica Salmaso, entre outros. “Nação brasileira”, que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos, é o quarto disco de Vicente Barreto, e foi lançado em 1985. Aqui, o destaque fica por conta de “Amor de papel”, uma parceria com Raul Ellwanger, que foi tema da primeira versão da novela global “Sinhá Moça”. Ambos também assinam “Moça do Leblon” e “Cangaíba”. Há ainda parcerias com Jaguar (“Beijo de lua” e “Teias do coração”), Hermínio Bello de Carvalho (“Gaiola”), Alceu Valença (“Pirapora”) e Zé Rocha (“Mudança do tempo” e “Maracatu, nação brasileira”). Tudo resultando em mais um disco que vale a pena conferir.
*Texto de Samuel Machado Filho