O Som Internacional Do Belsom (1970)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguimos com nossos toques, um pouco com atraso, mas uma hora a gente acerta… Tenho aqui para vocês um disquinho que vi nessa semana sendo vendido a partir de 800 reais. Fiquei curioso para conhecer e ouvir, afinal por esse preço deve ser coisa muito boa, né? Por acaso, este é um disco que eu já tinha em meus arquivos de mp3, baixei de algum outro blog, com certeza. Então lá fui eu ouvir… Sem dúvida é, para mim, um disco interessante… Aliás, eu acho tudo sempre muito interessante, quando não curioso, exótico, ou mesmo diferente. No caso do Belsom aqui há um pouquinho de tudo isso, porém eu fico abismado com a especulação nesse nosso mundo especulativo de discos de vinil. Com certeza, o povo pirou de vez… O que não é de se estranhar no mundo do colecionismo, contudo, acho que já está virando abuso. E este se sustenta enquanto houver quem os banque e por incrível que pareça, em se tratando da vaidade e compulsividade, o colecionador de discos é insuperável. Este lp é um bom exemplo. Embora seja um disco com suas qualidades e que hoje em dia desperta curiosidade, principalmente de estrangeiros, para mim, está longe de ser uma preciosidade. Mas depois que surgiu na internet, o Mercado Livre e Discogs, os preços nascem e são ditados por aí…
“O Som Internacional do Belsom” é mesmo um disco que desperta a curiosidade. Começa pela capa, que lembra bem discos de cunho religioso. O título também nos leva a buscar as informações na contracapa. No texto, uma pretenciosa evocação às qualidades deste conjunto que estreava em seu primeiro (talvez único) disco, lançado por uma pequena gravadora, Riosom, através de seu selo Hot, supostamente em 1969. Interessante observar que este disco é um lançamento Riosom para um conjunto chamado Belsom, cujo ‘band-leader’ se chamava Elsom. Seria apenas uma coincidência em rima? Acredito que não… o fato é que o Belsom soa bem como um conjunto de baile, ou conjunto de beira de piscina, ou ainda, conjunto de cruzeiro marítimo, trazendo em seu repertório temas e gêneros variados, nacionais e internacionais. Por certo, algumas faixas atraem, como as interpretações e arranjos para “Wave”, “Watermelon Man” e “Mustang Cor de Sangue”. Interessante, sem dúvida, mas pagar 800 pilas por um exemplar só se for para ganhar gincana, como vejo por aí. Querem conhecer, confiram no GTM.
 
wave
sentado a beira do caminho
ilusão de carnaval
watermelon man
aquele plá
les papillons
casatschok
an impossibledream
o bolo
et maintenant
flor da ilusão
mustanq cor de sangue
 
 
 

Raul Caruso – Eu Serei Teu Cantor (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! Em meio a pressa, na minha sempre falta de tempo, vou aproveitando o ensejo para apresentar aqui mais um raro e curioso lp, daqueles que só aparecem mesmo aqui, no Toque Musical. Estou me referindo, claro, a este lp, lançado em 1968 pelo selo Hot. Nosso artista em questão chama-se Raul Caruso. Procurei rapidamente alguma informação sobre ele no Google, mas infelizmente não achei nada. Daí, vou me pautando nos dados contidos no próprio álbum. O texto da contracapa é do inesquecível Chacrinha. Nele, o “Velho Guerreiro” nos apresenta sua descoberta, um cantor que imitava a voz do grande Vicente Celestino. Deram a ele o nome de “Raul Caruso” e deve ter sido batizado pelo próprio Chacrinha, que era o seu ‘padrinho’. Foi Abelardo Barbosa quem introduziu o cantor em seu programa e deu a ele a chance de brilhar ainda mais ao conseguir um contrato para gravar o seu primeiro disco. Bem propício para o momento, naquele ano de 68, muitos ainda estavam em choque com a morte de Vicente Celestino. Raul Caruso foi apresentado no programa “Hora da Buzina” e causou sensação, emocionando o público ao cantar as músicas de e ao estilo de Vicente Celestino. De imediato, conseguiu naquela mesma noite um contrato com a Rio-Som (Riversong) para lançar dois lps. Este, como eu já disse, foi o primeiro. Na verdade eu nem sei se ele chegou a gravar o segundo (nunca vi). No presente disco temos, evidentemente, uma série de músicas do repertório daquele que foi chamado ‘a voz orgulho do Brasil’. Pela curiosidade, acho que já vale a pena conhecer Raul Caruso. Vamos lá?

eu serei teu cantor
modinha
noite cheia de estrelas
coração materno
porta aberta
jura-me
helena, helena
o ébrio
a mulher que ficou na taça
castelos de areia
pra que mentir
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Nelson Piló – Seu Violão E Sua Arte (1970)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Tenho, infelizmente, uma triste notícia para todos. Vou noticiá-la primeiramente por aqui para ver até onde o escriba Augusto tem chegado, ou seja, quantos realmente estão lendo o que eu escrevo. A notícia não é boa, mas dependendo da repercussão, posso até achar que não foi tão mal assim. O negócio é o seguinte… ao chegar no fim deste mesmo de maio, o blog Toque Musical vai mesmo pendurar a chuteira. Isso porque, segundo a equipe do Blogger, a partir de junho todos os autores do blog, deverão assumir uma identidade verdadeira, Quer dizer, se eu quiser manter o TM, terei que obrigatoriamente revelar a minha verdadeira pessoa. Pelo menos para eles eu terei que deixar de ser o ‘misterioso baixinho black power’ e mostrar de vez a minha cara. Bom, eu sou feio, mas não sou bobo. Não vou entrar nessa e me expor de bandeja assim. Prefiro então que eles encerrem o blog. Preferia mesmo que fosse no final de junho, assim o Toque Musical estaria encerrando com chave de ouro, completando os seus 5 aninhos de existência e resistência. Talvez, dependendo do meu estado de espírito, eu continue levando o blog em frente, na versão desatualizada do concorrente, WordPress. Talvez até eu crie uma nova versão por lá, o que me dará menos trabalho do que ficar incluindo as postagens que faltam. É provável também que o WordPress acabe seguindo o mesmo caminho do Blogger e isso é que me desestimula. Sinceramente, se for rolar, fica aqui já o convite para o velório do Augusto TM. Assim sendo, aproveitem bem os últimos dias de Pompéia e rezem para que haja vida após a morte!
Mas enquanto isso, vamos dando os toques, até que a morte nos separe 🙁  Hoje é dia de artista/disco independente, porém o presente álbum não é exatamente um disco independente, foi apenas lançado por uma pequena editora, em 1965 e mais tarde, relançado pelo obscuro selo Hot, supostamente em 1970, que é a versão que eu apresento a vocês. Temos assim, Nelson Emmanuel Piló, um grande compositor e violonista, mineiro de ‘Belzonte’, que num passado agora distante era muito tocado nas rádios da capital mineira. Nos anos 50 ele se tranferiu para o Rio de Janeiro, indo trabalhar como arranjador na Rádio Nacional. Foi amigo de Dilermando Reis e segundo nos conta Fábio Zanon em seu programa pela Rádio Cultura FM, era Piló quem transcrevia para o papel as músicas do outro mestre. Dilermando, por sua vez chegou a gravar músicas de Piló. Nosso compositor e instrumentista mineiro também foi responsável pela transcrição e arranjos de obras de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense. Gravou também outros discos, álbuns hoje muito raros, conhecidos apenas por quem é do pinho. Voltou a Belo Horizonte onde foi professor de muita gente. Neste álbum, praticamente quase todo autoral, vamos encontrar uma pequena amostra das qualidades e da ténica desse grande artista. Pessoalmente, gosto muito da faixa 2, “Suspiro da negra”, música esta também gravada por Dilermando. Vamos conferir…

saudades de aracaju
suspiro da negra
oração da tarde
relembrando o recife
dança da princesa
bossa nova internacional
márcia
bailado das estrelas
tema do conde de eden
dança dos astros