Especial De Natal Parte 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 83 (2013)

Nesta que é a semana do Natal, o Grand Record Brasil apresenta a segunda parte de sua seleção de músicas do gênero, gravadas na era das 78 rotações por minuto, feita a partir de uma compilação realizada em 2006 por nosso amigo e colega Thiago Mello, para seu blog Bossa Brasileira (http://bossa-brasileira.blogspot.com). São as últimas onze gravações de nosso retrospecto, perfazendo um total de vinte.
Orlando Silva (1915-1978), o sempre querido e lembrado “cantor das multidões”, abre esta segunda parte com o fox-canção “Noite de Natal”, de Maugéri Neto e Maugéri Sobrinho, lançado pela Copacabana em outubro-novembro de 1952 sob n.o 5010-B, matriz M-260. Nessa época, Orlando retornara ao convívio do grande público, após um período marcado por problemas de ordem pessoal, inclusive amorosa, e substituiu Francisco Alves, morto em acidente rodoviário naquele ano, em seu programa de domingo na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.  Em seguida, as duas partes de “Cantigas de Natal”, pot-pourri de conhecidas músicas do gênero (“Noite feliz”, “Tannenbaum”, “Jingle bells”, “Amanhã vem o Papai Noel”, etc.), com arranjo de Radamés Gnattali e Paulo Tapajós, e interpretadas pelos trios Melodia (do qual Tapajós fazia parte, junto com Albertinho Fortuna e Nuno Roland) e Madrigal (Edda Cardoso, Magda Marialba e Lolita Koch Freire). Esta seleção saiu pela Continental em 1951 com o número 20106, matrizes 2720 e 2721. Já que falamos em Francisco Alves (1898-1952), o eterno Rei da Voz aqui comparece com duas faixas. A primeira é a marchinha “Meu Natal”, parceria sua com Ary Barroso, em gravação Victor de 19 de outubro de 1934, lançada em dezembro seguinte sob n.o  33857-A, matriz 79762. No acompanhamento a orquestra Diabos do Céu, do mestre Pixinguinha. A outra é a canção-marcha “Natal”, de Herivelto Martins e Rogério Nascimento, gravação Odeon de 23 de outubro de 1945, lançada em dezembro seguinte com o n.o 12650-B, matriz 7926. Junto com ele está o Trio de Ouro em sua primeira formação, com Herivelto, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas, todos acompanhados plea orquestra de Fon-Fon  (Otaviano Romero Monteiro).  Carlos Galhardo, “o cantor que dispensa adjetivos”, vem com outras duas faixas, em gravações RCA Victor. A primeira é a singela canção “Feliz Natal”, de Peterpan (cunhado da cantora Emilinha Borba, que regravaria a música um ano mais tarde) e Giuseppe Ghiaroni, gravada por Galhardo em 4 de agosto de 1950 e lançada em outubro do mesmo ano sob n.o  80-0697-A, matriz S-092728 (na verdade a música fora lançada um ano antes, na Star, pelo coral da Rádio Nacional do Rio). O registro de Galhardo, curiosamente, seria reeditado com o n.o 80-1061-A, em dezembro de 1952. A outra faixa dele aqui é exatamente a música que inaugurou entre nós o gênero natalino: a marcha “Boas festas”, de Assis Valente, aqui em seu registro original, de 17 de outubro de 1933, lançado em dezembro seguinte pela então Victor com o n.o 33723-A, matriz 65864. Foi, aliás, o primeiro grande hit nacional do cantor, que a gravaria mais duas vezes. Em seguida, vem o grande Blecaute (Otávio Henrique de Oliveira, Espírito Santo do Pinhal, SP, 1919-Rio de Janeiro, 1983), com a conhecidíssima “Natal das crianças”, de sua autoria, lançada pela Copacabana em dezembro de 1955 sob n.o 5502-A, matriz M-1273, Blecaute rotulou a música, modestamente, como “valsinha de roda”, sem ao certo imaginar que seria um dos maiores hits do cancioneiro natalino brasileiro em todos os tempos!  Temos depois outra “Noite de Natal”, desta vez uma valsa de Newton Teixeira em parceria com (Murilo) Alvarenga, que a gravou na Odeon com Ranchinho (Diésis dos Anjos Gaya) em 30 de outubro de 1941 com lançamento em dezembro seguinte, disco 12079-A, matriz 6826. Para encerrar, temos Dick Farney (Farnésio Dutra e Silva, Rio de Janeiro, 1921-São Paulo, 1987), interpretando “Feliz Natal”, singela canção da festejada dupla Armando Cavalcanti-Klécius Caldas, lançada pela Continental entre outubro e dezembro de 1949 sob n.o 16123-A, matriz 2173, com acompanhamento da orquestra do também compositor José Maria de Abreu. Curiosamente, este registro teve reedição em 1955, sob n.o 17230-B. A todos os amigos cultos, ocultos e associados do Toque Musical , os nossos mais sinceros votos de um Natal maravilhoso e um ano novo de 2014 repleto de alegria, paz, saúde e realizações positivas!

* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

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Filigranas Musicais Volume XI – Carnaval da RCA (1988)

Olá! Como vocês podem ver, meu desejo de postar aqui alguns gaitistas teve que ser adiado Problemas, problemas, problemas… Como se já não bastasse o caso do meu HD, que aos poucos eu vou recuperando, agora veio mais uma merda. Como diz o pessimista, nunca está tão ruim que não possa ficar pior. Bela merda esse domingo! Não é atoa que nesse dia eu tenho a tendência de ficar deprimido. E hoje a bruxa está solta para o meu lado. Eu nem me arrisco a botar o pé para fora de casa. Hoje tá foda! Perdi a hora ao acordar, atrasado para um compromisso familiar, deixei a turma toda p… da vida. Perdi a hora e o almoço combinado. Na minha rua, a Cemig, estava fazendo um serviço de manutenção da rede elétrica, estávamos sem energia. Daí resolvi sair de bicicleta, dar umas voltas e espantar o mau humor. Longe de casa, já a uns cinco quilometros, o pneu furou. Não havia nas imediações nenhum borracheiro. Voltei, parei em um posto de gasolina e tentei enchê-lo para pelo menos não voltar carregando a bike. Não adiantou muita coisa, o pneu estava rasgado. Isso nunca aconteceu comigo. Voltei zangado, cheguei mais que suado, cansado. Nessa altura a luz já havia voltado, o que me poupou ter que subir cinco andares de escadas carregando a ‘magrela’. Tomei um banho, tomei um café e fui então preparar a postagem do dia. Foi aí que eu me lembrei que havia esquecido o computador ligado desde a noite anterior. Me dei mal… acho que como a manutenção da rede, uma sobrecarga talvez ao voltar, detonou alguma coisa nele. O fato é que não consegui fazer o computador funcionar. Ele liga, mas não abre. Fica apenas tentando acessar o ‘RWindows’. Tentei de tudo, passei o dia todo tentando resolver e nada… PQP!!! É hoje! Diante a merda, só me restou ligar o computador do meu filhote, aproveitando que ele não está por perto. Pensei em não fazer nenhuma postagem hoje, aliás eu não estou como o menor pique. Perdi mesmo o tesão.
Porém, já que tenho alguns ‘discos de gaveta’, para não perder também o dia, resolvi usar um deles. Escolhi entre as poucas opções este disco da série “Filigranas Musicais”. Embora a capa nos faça entender que seriam composições de Lamartine Babo e Haroldo Lobo, percebemos logo que a coisa não é bem assim. Na verdade o disco (pelo selo) chama-se “Carnaval da RCA” e nele estão reunidos diversos temas carnavalescos das décadas de 30 e 40. Necessariamente não são só músicas de autoria de Lalá e Haroldo. Confesso que eu não entendi qual era a razão de termos os dois estampados na capa. Mas tudo bem, não deixa de ser um disco bacana, que atende aos desejos daqueles que haviam me pedido discos da carnaval. Taí, caiam na folia… eu vou me guardando para fevereiro. Amanhã eu levo o computador para o conserto. Tomara que não seja nada sério. Eu já havia preparado alguns discos de gaitistas, mas até segunda ordem, ficaremos na gaveta. Torçam por mim, torçam por nós.

morena imperatriz – almirante e os diabos do céu
não pretendo mais amar – orlando silva
ali babá – odette amaral e os diabos do céu
louca – roberto paiva com benedito lacerda e seu regional
não resta a menor dúvida – bando da lua
quem é você – cyro monteiro
tapete de bagdá – carlos galhardo
mulher fingida – orlando silva e os diabos do céu
levante o dedo – moreira da silva e os diabos do céu
formosa mulher – nelson gonçalves
armas e os barões – almirante e os diabos do céu
chorei – silvio caldas e grupo da velha guarda