*Texto de Samuel Machado Filho
Paulinho Nogueira – Água Branca (1983)
*Texto de Samuel Machado Filho
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje, apresentamos mais um álbum com Paulo Autran (Rio de Janeiro, 7/9/1922-São Paulo, 12/10/2007), que foi sem dúvida um gigante da arte dramática brasileira. Lançado em 1981, o disco é uma seleção das melhores gravações que ele fez para o programa “Cinco minutos com Paulo Autran”, que possuía em meados da década de 1960 na Rádio Eldorado de São Paulo. São dez faixas, em que Paulo Autran interpreta textos de Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes e William Shakespeare. Como se vê, é mais um toque mais do que musical, e predominantemente literário, mais uma coleção de momentos sublimes do inesquecível Paulo Autran, mostrando as razões pelas quais ele foi um mestre indiscutível nessa arte tão complexa que é a da interpretação. É mais um produto de qualidade que o TM oferece com o prazer e a satisfação de sempre
*Texto de Samuel Machado Filho
*Texto de Samuel Machado Filho
O TM oferece hoje aos amigos cultos, ocultos e associados, com grata satisfação, um trabalho primoroso, concebido por uma das mais expressivas intérpretes de MPB surgidas na década de 1980: Vânia Maria Bastos, ou simplesmente Vânia Bastos. Ela veio ao mundo na cidade paulista de Ourinhos, bem perto da divisa com o Paraná, no dia 13 de maio de 1956. E foi lá que se iniciou na carreira musical, participando de coros de igreja. Aos 19 anos de idade, em 1975, transferiu-se para São Paulo, a fim de estudar Sociologia. Nessa ocasião, iniciou os estudos de canto com Ula Wolff, Lee Alison e Darcy Miranda. Ligada ao movimento cultural conhecido como Vanguarda Paulista, Vânia ingressou como vocalista, em 1980, da banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé, com quem gravou o álbum “Clara crocodilo”, participando de todas as faixas, e fazendo a voz-solo em quatro delas. Em 1983, no disco “Tubarões voadores”, também de Arrigo, tornou-se a principal solista das músicas do compositor. Paralelamente, acompanhou também o cantor-compositor Itamar Assumpção em shows e gravações. No decorrer dos anos 80, cantou em outros grupos paulistanos, como Magazine e Joelho de Porco. Finalmente, em 1987, vem seu primeiro álbum-solo, pela Copacabana, sem título, com sucesso de crítica. Dois anos mais tarde, a partir de um LP no qual interpreta composições de seu marido, Eduardo Gudin (entre elas “Paulista”, uma das mais conhecidas interpretações de Vânia, também constante deste álbum hoje postado), e em dupla com ele, este passou a produzir seus trabalhos fonográficos. A discografia de Vânia Bastos, solo ou em dupla com outros, abrange doze álbuns, entre LPs e CDs (em alguns deles homenageando compositores como Caetano Veloso, Tom Jobim, Edu Lobo e o pessoal do Clube da Esquina), e um DVD, “Tocar na banda”, lançado em 2007, no qual canta músicas que marcaram sua brilhante trajetória. Seu mais recente trabalho, lançado neste ano de 2016, é “Concerto para Pixinguinha”, gravado ao vivo, em dupla com o contrabaixista Marcos Paiva. Este álbum de Vânia Bastos oferecido hoje a vocês pelo TM, é seu segundo trabalho-solo em disco (sem contar o que fez em dupla com o marido, Eduardo Gudin, evidentemente também produtor deste aqui), lançado em outubro de 1990 pela Eldorado, gravadora vinculada ao jornal “O Estado de S. Paulo”, e até hoje sinônimo de qualidade, tanto técnica quanto artística. Na ocasião, Vânia comemorava dez anos de carreira, e dedicou este trabalho aos filhos Rita e Noel. No repertório, autênticas pérolas, como a versão “Tudo que você é (All the things you are)”, que abre o disco, três faixas assinadas pelo marido-produtor Eduardo Gudin (a já citada “Paulista”, “Outra estação” e “Caiaque”) e regravações de “A vizinha do lado”, de Caymmi, e A filha da Chiquita Bacana”, de Caetano Veloso, esta acoplada a “Frou-frou”, do casal Rita Lee-Roberto de Carvalho. Destaque ainda para “O rouxinol”, parceria de Gilberto Gil com Jorge Mautner, e um charleston de Inácio Zatz, “Não canto na chuva”. Tudo isso e muito mais em um trabalho primoroso e do mais alto nível, no qual Vânia Bastos firmou-se como uma das melhores cantoras brasileiras surgidas de 1980 para cá. Vale conferir!
*Texto de Samuel Machado Filho
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Passamos agora a uma fase mais moderna, ou pelo menos mais contemporânea e por que não dizer, música pop e rock nacional. Estou aqui com uma pilha de coisas para postar, mas como sempre, o que me falta é tempo.
Hoje eu trago a cantora, compositora e ativista Maria Elisa Capparelli Pinheiro, mais conhecida como May East. Ela fez parte da banda Gang 90 e As Absurdettes nos anos 80. Depois seguiu em carreira solo lançando alguns discos em que misturava ritmos brasileiros com o technopop, depois passa para uma fase que lembra o new age, música eletrônica e outras experimentações. “Charites” foi lançado em 90 e segue a mesma linha experimental, num misto de música eletrônica, ritmos brasileiros, new age e mensagens ecológicas e místicas. Sem dúvida, um trabalho diferenciado e instigante. Confiram…
Boa noite, minha gente boa, amigos cultos e ocultos! Não sei se todos sabem, mas neste mês de julho o Toque Musical está completando 9 anos de atividades. Não é moleza não. Poucos foram aqueles que conseguiram chegar até aqui. Proeza maior foi manter-se fiel a uma proposta, enfrentar todo tipo de obstáculo e continuar aqui divulgando, resgatando e compartilhando os tesouros que só vê quem escuta com outros olhos 😉 Vamos falar mais desse aniversário durante o mês. Inclusive, teremos aqui boas surpresas, bons pacotes… Basta ficar ligado.
Para hoje eu tenho este delicioso disco do grupo paulista Rumo. Já postamos deles algumas coisas e acho que este disco é outro que vale a pena recordar. Este foi o quinto lp lançado por eles. Um disco voltado para o público infantil. Ganhou o Prêmio Sharp de 88 como o melhor disco infantil e melhor canção infantil, “A noite no castelo”. Muito bacaninha 🙂
A quem possa interessar… tenho aqui o pistonista Araken Peixoto, irmão de Cauby, em um belíssimo trabalho lançado em 1986 pelo selo Estúdio Eldorado. “Um piston dentro da noite” é um álbum onde Araken toca 11 temas clássicos da música popular americana, incluindo “Bonita”, música de Tom Jobim. Neste álbum, outro irmão de Araken, o pianista Moacyr Peixoto, também participa do disco.
Araken Peixoto, após este disco gravou mais dois com o mesmo título, volumes 2 e 3. O segundo nós já postamos aqui a algum tempo atrás. Numa próxima ocasião nós publicaremos também o terceiro volume.
Olá amigos cultos e ocultos! Seguindo no samba, eu hoje trago um disco que para caçadores e garimpeiros musicais já não é nenhuma novidade e nem raridade. Mas tem, para mim, uma importância que eu faço questão de manifestar através desta postagem. Paulo Vanzolini é um dos meus compositores prediletos. Sua música tem uma característica própria e suas letras são verdadeiras crônicas com começo, meio e fim. Gosto disso. Gosto também do seu humor e da sua maneira de descrever as relações. Me faz lembrar outro grande compositor, o Billy Blanco.
Neste álbum, lançado pelo Estúdio Eldorado, no início dos anos 80, temos então o autor, pela primeira vez, interpretando a si mesmo. Vanzolini era antes de tudo um compositor e seu sucesso vem através de seus intérpretes e claro, de suas muitas canções que ficaram para sempre marcadas em nossa memória. Aqui ele interpreta treze impecáveis composições, músicas de diversos momentos, acompanhado por um time de músicos, como Adalto Santos, Edson Alves, Heraldo do Monte, Bolão e outros, que entendem o seu recado. O disco é realmente uma bela produção. Só peca pelo fato de ser um álbum de um disco só. Merecia mais. Isso porém viria a acontecer no lançamento em 2003 do box, “Acerto de contas”, com quatro cds trançando toda a sua produção conhecida, editado pela Biscoito Fino.
Olá amigos! Hoje eu passei o dia numa feira de vinil que tem acontecido sempre no último do sábado de cada mês, lá no bar do Marilton (Borges), em Santa Tereza. Adorei a feira, que para a minha sorte, embora pequena, tinha de tudo e para todo gosto. Melhor ainda, tinha mais gente interessada na cerveja do que em discos, assim, pude garimpar a vontade e conseguir bons preços. Me senti como um pinto no lixo, todo a vontade 🙂 Lógico, comprei muitos discos. Entre eles este do André Christovam, que saiu pela bagatela de 5 reais! Resolvi então postá-lo para mostrar que o álbum vale muito mais que 5 reais. Não me refiro só ao vinil, mas principalmente ao artista, um dos mais conceituados guitarristas brasileiros, expoente do blues nacional. Aqui ele aparece em seu trabalho de estréia, primeiro disco, gravado em 1988 e lançado pelo Estúdio Eldorado. O disco é produzido pelo próprio artista e todas as músicas são de sua autoria. Tocam com ele Márcio Vitulli, no baixo e Alaor Neves na bateria. Conta ainda com a participação de Roberto de Carvalho (Rita Lee) e Flávio Guimarães (Blues Etílicos).
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Estou aqui preparando as postagens de hoje e do fim de semana. Como todos já deve ter percebido, a onda da vez é o rock pop nacional, que provavelmente deve se estender pela outra semana também. Mas como eu gosto de ter por perto todos vocês, os velhos e os moços, trazendo sempre seus comentários, vou procurar mesclar mais os gêneros e sair dessa de ‘semana temática’. Nada como uma surpresa todos os dias. Se hoje é rock, amanhã poderá ser qualquer outro estilo, samba, jazz, bossa, erudito e por aí… Por enquanto, para fechar a semana, vamos num embalo da eterna música jovem, o gênero rock’n’roll (ou algo assim).
Para a sexta feira vou postando aqui este que foi o segundo álbum do Blues Etílicos, uma das mais importantes e cultuadas bandas de blues rock nacional. O Blues Etílicos nasceu no Rio de Janeiro, formado inicialmente por Flávio Guimarães, Otávio Rocha, Claudio Bedran, Greg Wilson e Gil Eduardo (esse último, filho do Tremendão Erasmo Carlos), que veio a sair do grupo depois do álbum “Salamandra”, de 1994, entrando em seu lugar o baterista Pedro Strasser. Ao longo de quase trinta anos de estrada a banda gravou vários discos, assim como alguns de seus componentes o fez isoladamente. O BE cresceu pra valer, se tornando mais que uma simples banda de blues, hoje é uma marca, literalmente. Já estão até produzindo cerveja, vejam vocês! Uma ideia ótima, cerveja, blues e rock combinam muito bem. E para que o novo empreendimento decole de vez (já decolou) eles até lançaram um CD cujo o título é “Puro Malte”, também nome de uma da músicas, que canta de forma bem divertida o universo da cerveja artesanal. Depois dessa postagem, mesmo sendo tão cedo, me deu uma baita vontade de tomar uma ‘puro malte’, mas tem que ser puro malte mesmo! Será que a cerveja deles a gente só encontra nos seus shows? Eu quero!
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Acabei de chegar cansado e sem a menor condição de fazer qualquer coisa que não seja dormir. Estou um bagaço! Esta postagem vai por honra da firma. E que honra! Trago para vocês um disco do grande poeta do samba, Guilherme de Brito. Este, creio eu, dispensa comentários. Parceiro de outro grande, Nelson Cavaquinho. Autor de pérolas que são sempre relembradas e neste lp, nós iremos comprovar isso. Se não me engano, este foi o primeiro disco gravado por ele! Guilherme sempre apareceu por trás das cortinas, mais como compositor do que como intérprete. Aliás, é bom lembrar, intérpretes para as suas músicas é que nunca faltou. Desculpem, mas Morfeu me chama… Zzzz…
me esquece
minha paz
a flor e o espinho
minha solidão
meu dilema
pranto de poeta
quando eu me chamar saudade
rosa do mato
mulher sem alma
traço de união
folhas secas
o bem querer
Pois é meus prezados, rapadura é doce mas não é mole. Hoje cedo levei meu computador para a manutenção. O problema desta vez foi no Windows, tivemos que reinstalar o programa. Com medo de perder alguma coisa ao ser formatado, achei melhor comprar um novo HD e instalar o Windows nele, assim eu não perderia o que estava no antigo. Assim foi feito. Depois, verifiquei que vários arquivos que eu havia feito download e os discos de gaita que já estavam digitalizados ficaram na pasta Meus Documentos. Em outras palavras, perdi tudo! Sinceramente, dei uma brochada… Também não tive tempo de instalar todos os programas que normalmente uso aqui. Fiquei meio sem opção, meio sem vontade de postar. Mas novamente, eu não quero deixar a peteca cair. Forçando a barra, já quase meia noite, aqui vou eu atrasadíssimo, trazendo a postagem do dia.
Vamos de gaita, vamos com o Edú da Gaita. Eis aqui um álbum lançado pelo Estúdio Eldorado em 1979. Produzido e dirigido por Theo de Barros, também responsável pelos arranjos ao lado de Leo Peracchi. O repertório, como disse o Sr. Aluízio Falcão em seu texto de contracapa, é bem brasileiro, “é uma boa amostra da peculiaríssima sonoridade e da variedade de timbres que uma gaita bem temperada pode alcançar.” Eduardo Nadruz foi mesmo o Paganini da harmonica de boca. Muito bom!