Beth Carvalho – Beth (1986)

O TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum desta grande dama do samba que é Beth Carvalho. Com mais de 50 anos de carreira, ela já recebeu dezessete discos de ouro, nove de platina, e dois DVDs de platina, além de centenas de troféus e premiações. E, desta vez, o TM nos traz “Beth”, lançado em 1986 pela RCA (depois BMG, e hoje Sony Music). Produzido por Renato Corrêa, dos Golden Boys, foi dedicado pela própria Beth a Nara Leão, também sua amiga pessoal, a quem sempre admirou por ter buscado os compositores do povo, cantando suas tristezas e alegrias, e captar os anseios populares. Conforme assinala a jornalista Lena Frias no texto de apresentação, o disco traz uma Beth “ainda mais engajada político-ideologicamente, comprometida com o país e seus destinos”. O que comprova a faixa de maior sucesso do álbum, “Corda no pescoço”, de Almir Guineto e Adalto Magalha, a primeira desse trabalho a chamar a atenção das rádios e do público. E cuja letra, infelizmente, continua atualíssima.  Há boas regravações de “Chega de saudade”, clássico da bossa nova, e “Coisa de pele”, originalmente sucesso na voz de seu co-autor, Jorge Aragão. De quebra, as participações especiais de Zeca Pagodinho em “Dor de amor”, e da cantora argentina Mercedes Sosa, então símbolo vivo da resistência na América Latina, em “Eu só peço a Deus”, num vigoroso “protesto da latinidade”. Com direito a um trabalho inédito de Cartola, falecido seis anos antes, “Espero por ti”, e uma composição do forrozeiro Jorge de Altinho, “Eu quero mais”. Em suas treze faixas, “Beth” é um trabalho impecável, muito bem produzido, de uma artista que sempre acreditou na arte gestada e nascida em terreiros, botecos e tendinhas, tanto que, quando este disco foi lançado, o chamado “pagode de mesa” estourou nas emissoras de rádio, tornando-se mania nacional. Há ainda composições de Arlindo Cruz, Sombrinha, Luiz Carlos da Vila, verdadeiros “cobras” do samba, enriquecendo ainda mais este LP, sem dúvida um ponto altíssimo na discografia de Beth Carvalho. Um verdadeiro manifesto de brasilidade e latinidade! Confiram…

nas veias do brasil

dor de amor

caxambu

partido alto mora no meu coração

padroeira

fogo de saudade

corda no pescoço

coisa de pele

falso reinado

chega de saudade

eu quero mais

espero por ti

eu só peço a deus

*Texto de Samuel  Machado Filho

Músicanossa – O Som & O Tempo (1968)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Aqui vou eu trazendo para vocês um disco muito bacana, presente do meu amigo Fáres. Aliás, intercalando com outro amigo, o Samuca, vamos dar sequencia a mais uma leva de discos enviada pelo primeiro. Tem muita coisa interessante ainda para a gente mostrar.
Hoje vamos com este lp, coisa fina, lançado pela Odeon em 1968. Trata-se do “Músicanossa – O Som & O Tempo”, um movimento musical, criado pelo jornalista Armando Henrique e pelo maestro Hugo Bellard, no qual participaram vários artistas. Era um movimento em favor da música popular brasileira, um eco da Bossa Nova que começou com apresentações no antigo Teatro Santa Rosa (RJ) de onde nasceriam (até onde eu sei), pelo menos dois discos, um lançado pelo selo Rosenblit, trazendo artistas como Johnny Alf, Maurício Einhorn e Marcos Valle e o outro é este aqui, produzido pela Odeon. Como se pode ver pela capa e contracapa, temos neste outros grandes nomes: Taiguara; Beth Carvalho, na época, fazendo sua estréia; a cantora Mariá; o instrumentista/flautista Franklin; o grupo vocal feminino O Trevo e a cantora Luiza. Enfim, nomes de peso, alguns estreantes, como a Beth Carvalho, que teve ali a sua chance, lançando no mesmo ano de 68 o seu primeiro lp, também pela Odeon. Só para resumir, porque meu tempo é curto, temos aqui um disco que podemos considerar histórico, traçando um momento efervescente da MPB, com artistas e músicas que hoje são mais que clássicos. são nosso patrimônio.

faço o amor não faço a festa – taiguara
viola enluarada – beth carvalho
meu fraco é café forte – franklin
novo amanhã – mariá
caminhada – o trevo
a volta – luiza
contraste – beth carvalho
rema – mariá
samba tempo – o trevo
derradeira gente – franklin
boa noite – luiza
canta – taiguara
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Beth Carvalho – Nos Botequins Da Vida (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Boa noite! Como já informei, a partir deste mês de outubro o Toque Musical deixa de ser obrigatoriamente diário. Infelizmente, não estou dando conta da tarefa, apesar de ter ainda uma infinidade de discos para apresentar a vocês. De agora em diante, as postagens acontecem dentro da minha disponibilidade. Também, como informei, não estarei mais repondo links para solicitações feitas apartir deste mês. Estarei sim, repondo links no GTM para quem já me pediu há meses atrás. Como sempre digo, tardo, mas não falho 😉
Para começarmos bem uma nova era, aqui vai um disco da Beth Carvalho. Este é um daqueles álbuns de boa safra que todo artista tem. Lançado em 1977, o lp nos traz doze faixas primorosas, com sambas de alguns dos nossos mais consagrados compositores do gênero. Temos aqui alguns dos grandes sucessos de Beth, como “Saco de feijão”; “Olho por olho”; “Lá vem ela chorando” e “O mundo é um moinho”. Vamos conferir os detalhes?

saco de feijão
olho por olho
la vem ela chorando
deus não castiga ninguém
vingança
as moças
se você me ouvisse
carro de boi
cuidado com a minha viola
desengano
sempre só
o mundo é um moinho
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Samba 80 (1980)

Olá amigos cultos e ocultos! Como informei ontem, nesta semana só vamos ter ‘as boas’. Apenas não decidi ainda se serão as moças das capas ou as músicas de carnaval. Por via de dúvidas, vou mantendo as duas 😉
Olhem só que beleza… quer dizer, olhem só que coletânea boa, muito bem recheada. Não é extamente carnavalesca, mas é autenticamente de samba e carnaval é muito samba, né não? Pois é, temos aqui este álbum promocional, uma produção RCA, reunindo um pouco da sua safra de sambas para o ano de 80. Apreciem com moderação. Amanhã tem mais 😉

beth carvalho – pedi ao céu
conjunto samba som sete – sonho sonhado
joão bosco – sudoeste
tom, miucha e chico – turma do funil
aparecida – ela mandou
originais do samba – cadê maria
martinho da vila – no embalo da vida
joana – diga aí
antonio carlos e jocafi – roça errada
eliana pittman – lenço branco
luiz américo – desabafar
os batuqueiros – o galo da vovó

Brasil: A Century Of Song – Bossa Nova Era (1995)

Bom dia! No passo ligeiro, aqui vai o disco de hoje. Estou numa correria que só vendo… Tenho para hoje uma coletânea de gaveta, daquelas que ficam prontas para qualquer emergência. Um coletânea feita por gringos e a qual é chamada de bossa nova. Como se a música brasileira se resumisse a nisso. Mas a gente entende porque sabemos que a nossa música tem mesmo muita bossa. Uma música de personalidade mais que expressiva. O disquinho que apresento já é da geração cd, mas seu conteúdo oscila entre o antigo e o moderno, entre o Samba e Bossa Nova. Contudo, vale a pena ouví-lo, pois nele encontraremos coisas muito interessantes e até raras, que não se encontram fácil por aí. Esta é uma copilação feita por americanos (ou canadenses?) em parceria com uma produtora brasileira. Um autêntico disco feito pelo e para o mercado norteamericano. É bem possível que haja algum engano nos créditos das músicas, mas se tiver, eu vou deixar à cargo de vocês, especialistas. Podem comentar… Vejam (e ouçam) o que temos no disquinho:

a felicidade – joão gilberto
o orvalho vem caindo – j. t. meirelles e conjunto
só quero ver – beth carvalho
dindi – sylvia telles e rosinha de valença
desacato – antonio carlos & jocafi
ela desatinou – chico buarque
canto de ossanha – toquinho & vinícius
quando eu penso na bahia – elizeth cardoso e cyro monteiro
pedro pedreiro – quarteto em cy
aqui ó – toninho horta
oh what a sight – oscar castro neves & império serrano
berimbau/cuíca/cavaquinho/tristeza – edu lobo, sylvia telles, rosinha de valença, meirelles e +
pescador – baden powell
rapaz de bem – leila pinheiro
vrap – grupo beijo & coral da usp
rio – leny andrade

Beth Carvalho – Na Fonte (1981)

Putz! Ontem eu levei um susto com a parada para manutenção do Mediafire. Achei que os arquivos haviam todos sido deletados. Já vi coisa parecida acontecer e nos dias atuais de caça às bruxas, não seria de estranhar. Preocupado com esta situação, eu volto novamente a pensar na possibilidade de levar o Toque Musical para o privado. Naturalmente ao fazê-lo eu irei (com uma boa antecedência) avisar a todos os frequentadores. Só faria sentido criar um clube fechado se nele eu mantivesse o mesmo número de público. Sei que pelo menos 1/3 dos visitantes ainda preferem se manter ocultos, seja por comodismo ou por algum tipo de temor aos patrulheiro$ da nova ordem digital. É pensando também nesse incomodo, no terrorismo eminente, que me vem a idéia de criar um espaço reservado, sem temor ou anonimato. Uma comunidade onde todos se conheçam, onde não haja “Gerson” querendo levar vantagem.
Volto mais uma vez a lembrá-los que neste blog não há interesses além de uma boa amizade, do intercâmbio cultural e das afinidades musicais. Eu não ganho um centavo (e nem quero) para fazer o Toque Musical. Se há alguém ganhando com isso, podem acreditar, são somente os donos da rede que nos garante gratuitamente esses espaços e um bando de advogados gananciosos que vem fazendo os $eus na sangria. Aqui eu não peço nenhuma contribuição, direta ou indireta. Se os criadores do produto não estão ganhando, não é justo que eu ganhe também. Sei que muitos hão de discordar das minhas idéias, tanto de um lado como do outro. Mas seria de bom tom para todos os blogueiros de música, reconsiderarem suas políticas, evitando doações financeiras, propagandas e principalmente a postagem de discos recentes. Um blog de música deve ter como meta principal, promover essa cultura fonográfica, preservar seus valores específicos, resgatar a memória e a história musical. E acima de tudo, ser feito com paixão. Por favor, não me interpretem mal… independente disso tudo, prezo a todos os blogueiros e respeito seus pontos de vista. Mesmo que por algumas vezes eu tenha me excedido, sempre soube reconsiderar, me desculpar pelos meus erros. Como já dizia o Paulo César Pinheiro, “o importante é que a nossa emoção sobreviva”.
E por falar em emoção, vamos a do dia… Vamos ao que é mais interessante, à Beth Carvalho em seu álbum de 1981, “Na fonte”. Este disco é outro da sambista que eu ponho fé, um dos meus favoritos. Nele nós estamos mesmo na fonte do Samba. Beth Carvalho reuniu neste lp os bambas do samba e pagode carioca, gente que sempre ficou nos bastidores, mas que são os pilares da música que mais expressa o Brasil. Um disco verdadeiramente de sambistas, produzido e arranjado por Rildo Horta. Vamos nessa… tá na hora da virada!

virada
escasseia
grande erro
salve a mangueira (a mangueira não pode parar)
morrendo de saudade
motivação
gorjear da passarada
pedaço de ilusão
é, pois é
dança da solidão
tendência
deus me fez assim
alpendre da saudade

Beth Carvalho – Mundo Melhor (1976)

Este tá pipocando por aí… e aqui também (com qualidade)
1-Antes ele do que eu(Paulinho Soares)
2-Se você quiser(Gracia do Salgueiro)
3-Quero alegria(Guilherme de Brito – Nelson Cavaquinho)
4-Volta pro morro(Martinho da Vila)
5-As rosas não falam(Cartola)
6-Cavaquinho camarada(Ruy Quaresma)
7-Te segura(Neizinho – Wilson Moreira)
8-Salário mínimo (Alvarenga, “O samba falado”)
9-Meu escudo (Délcio Carvalho – Noca da Portela)
10-Divina é a música(Osório Lima)
11-Com a vida que pediste a Deus(Ismael Silva)
12-Mundo melhor(Vinicius de Moraes – Pixinguinha)

Beth Carvalho – Andança (1968)

Taí o primeiro disco da Beth Carvalho. Não é exatamente um álbum de samba, mas está dentro do contexto. Lp muito legal, com aquele clima de anos 60, de festivais… “Andança”, uma composição de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi foi defendida por ela e os Golden Boys no III Festival Internacional da Canção”. A música ficou em terceiro lugar, se tornando um clássico do nosso cancioneiro popular. Não há quem esqueça de cantá-la numa roda de viola. Além da canção homônimo, o álbum traz outras faixas interessantes como “Sentinela”, gravada e sucesso na voz de Milton Nascimento. Disco importante da MPB, básico!

Beth Carvalho – Canto Por Um Novo Dia (1973)

Olha aí um disco bacana. Samba(-canção) puro, coisa fina! Para muitos este é considerado o primeiro disco da Beth Carvalho. Mas na verdade foi o primeiro na Tapecar, onde, na minha opinião, ela gravou seus melhores trabalhos. Beth já havia gravado um disco pela Odeon, mas esse fica para um outro momento. Neste lp tem “Folha seca” do nosso maravilhoso Nelson Cavaquinho e Guilherme de Britto, “Velhice da porta-bandeira”, “Hora de chorar”, “Canto por um novo dia”… Grande disco!