Bom dia amigos cultos e ocultos! Entre perdas e danos vamos seguindo em frente em nossa caminhada que também nos leva a novos encontros, caminhos e nos traz novos frutos. A vida é isso, uma passagem, onde a paisagem está sempre em transformação.
Nossa postagem de hoje é dedicada à música independente. É sexta-feira, um bom dia para trazermos a tona artistas e discos que estão fora do eixo das grandes gravadoras. Nosso destaque no independente semanal é o alagoano de coração pernambucano, Fred Monteiro, um nome ainda pouco conhecido pros lados de cá, mas que não demora muito para se tornar mais um célebre artista nordestino de sucesso nacional. Fred é compositor, instrumentista e produtor musical em Recife. Sua relação com a música vem desde os anos 60 quando já tocava profissionalmente com seu conjunto “Os Tártaros”. Como a vida de músico no Brasil nem sempre dá muito pano para as mangas, a partir dos anos 70 ele foi ganhar o seu quinhão como advogado, procurador federal da Sudene. Mas quem tem correndo pelo corpo um sangue de artista, nunca desiste desse ideal. Retomou as atividades com a música nos anos 90 e daí por diante vem buscando o seu lugar ao sol. Não vou entrar muito em detalhes, os quais podem ser conferidos no disco. O certo é que Fred vem se tornando um dos mais importantes produtores independentes da cena musical recifense. Através de seu estúdio tem criado coisas muito bacanas e também dado oportunidade à outros artistas da região, produzindo trabalhos com muita qualidade. Suas músicas estão também nas vozes de outros artistas espalhados pelo Brasil. Quando se fala no cenário musical do Recife, muita gente só se liga nas manifestações jovens, fundindo o rock-pop com a música tradicional. Mas a ação artística e sonora é bem mais abrangente e procura sempre manter os pés no chão, lembrando a todos a riqueza que é a genuína música do nordeste. Fred Monteiro é um desses representantes. Um artista autêntico, pode acreditar!
“Coração Pernambucano” foi um disco, lançado em 2004, uma compilação que reúne composições do artista desde o inicio dos anos 90. Suas músicas possuem um sabor bem popular, sem com isso perder na qualidade. Um trabalho muito bem estruturado e acima da média. Encontramos aqui frevos, ciranda, baião, forró e mais… Ao ouvi-los, inevitavelmente criamos uma simpatia e já na segunda vez, como eu, a gente sai logo assobiando ou cantando. Músicas que literalmente fazem a cabeça. Confiram aí…
tatiana
minha viola
estrela do poço
caboclo da cidade
mascate de lembranças
um bandolim em casa forte
viração
urso maluvido
o pife de rico
travesseiro de macela
cinema mudo
redolero
ciranda do mar da vida
sol na moleira
quebrando o bacalhau
pimenta no pé
bloco cirúrgico
coração recifense