O TM traz hoje para seus amigos cultos, ocultos e associados mais uma preciosidade da fase pré-Jovem Guarda: o primeiro LP do cantor George Freedman, que mais tarde integrou-se ao movimento. Ele nasceu em Berlim, na Alemanha, em 7 de agosto de 1940, filho de pai alemão e mãe brasileira. Iniciou sua carreira no final dos anos 1950, interpretando rocks, a maior parte versões de hits internacionais do gênero. Em 1959 lançou seu primeiro disco, pela Califórnia, gravadora que pertencia ao cantor e compositor Mário Vieira, um 78 rpm interpretando “Leninha”, de sua autoria, e “Hey, little baby”, de Steve Rowlands em versão de Fred Jorge. Um ano mais tarde, em seu segundo 78, lançado pela Polydor em junho de 1960, consegue seus primeiros grandes sucessos, “O tempo e o mar” e “Olhos cor do céu (Pretty blue eyes)”. Nessa época, apresentava-se com frequência nos programas de televisão destinados ao público jovem, como o “Ritmos para a juventude”, de Antônio Aguillar, na TV Paulista, hoje Globo, e cantava na boate Lancaster, de São Paulo, acompanhado pelo conjunto The Rebels. Entre seus maiores sucessos estão: “Adivinhão”, “O madison”, “Um grande amor”, “Tudo que sinto por você”, “Coisinha estúpida” (talvez o maior deles), “Quando me enamoro”, “Meu tipo de garota”, “Eu hei de seguir”, “Correio sentimental” e “Eu te amo, tu me amas”, esta última em dueto com Waldirene. Em 1972, George Freedman abandonou os meios musicais, passando a trabalhar no setor imobiliário. Mas, em 1995, voltou a se apresentar artisticamente, participando das comemorações dos trinta anos da Jovem Guarda, e em 2013 lançou nas redes sociais a música “Século 21”. Após sofrer cinco AVCs, o cantor passou a residir no Guarujá, litoral paulista. George Freedman tem, em sua discografia, vários compactos e apenas dois LPs. E é justamente o primeiro deles, “Multiplication”, lançado pela RGE em dezembro de 1962, que o TM está oferecendo a vocês, com a satisfação e a alegria de sempre. Muito bem apoiado por arranjos e regências do uruguaio Rúben Pérez, o Pocho, e com eficiente produção do já citado Antônio Aguillar, o cantor nos oferece doze faixas do mais puro rock and roll daqueles tempos, seja em versões (“O jato”, “Não brinque, Sally”, “Meu carrinho”, “Um beijinho só”, “O meu anjo”, “Canção do casamento”) ou cantando na língua original (a própria faixa-título e de abertura, “Multiplication”, então hit de Bobby Darin, o clássico country “Jambalaya”, “Good luck charm”, “Town without pity”, “When the saints come twistin”). Completando o programa, um trabalho original de Baby Santiago e Nat Santos, “Lurdinha”. Enfim, um disco bem “pra cima”, que vai agradar não só aos que viveram esse tempo como também aos que só chegaram depois. Preparem a cuba libre, tirem os móveis da sala e divirtam-se!
multiplication
não brinque sally
good luck charm
meu anjo
jambalaya
o jato
meu carrinho
um beijinho só
lurdinha
town without pity
canção do casamento
when the saints come twistin’
*Texto de Samuel Machado Filho