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Jorge Veiga – Café Soçaite Em Ritmo De Samba (1956)
Embora sem muitos comentários, acredito que a semana vem agradando, basta verificar o nosso índice de audiência e todas as informações que o Google Analytics me oferece. É gente de várias partes do mundo e principalmente do Brasil. Anônimos e ocultos apenas na intenção (esses recursos são ótimos!). Mas deixemos de lado o ‘big brother’, vamos ao que lhes interessam…
Trago para esta quinta feira fria um disco quente. Vamos como Jorge Veiga interpretando a música de Miguel Gustavo. Este lp de 10 polegadas é ótimo. Uma sátira à alta sociedade, ao ‘café soçaite’ e toda a sua pompa. Música feita por publicitário é sempre bem direta e Miguel Gustavo soube como ninguém caricaturar essa realidade. Jorge Veiga é sem dúvida um de seus melhores intérpretes. Este álbum traz um atrativo a mais que é a contracapa, com as considerações do lendário colunista social Ibrahim Sued. Ele foi chamado, muito a contra gosto, para dar o seu parecer quanto a cada uma das oito faixas do disco. Ele escreve dizendo que aceitou apenas porque lhe prometeram não censurar a sua crítica às músicas. Na verdade o que ele faz é o que sempre fez, defender a sua ‘champanhota’. Mete o pau nas músicas e ainda insinua que o autor na tem ‘crasse’, coisa de plebe… Seu texto é tão divertido quanto a interpretação de Jorge Veiga e a música de Miguel Gustavo. Outra coisa interessante de saber, graças ao Ibrahim, é que Jorge Veiga vem acompanhado por um time de músicos da pesada, entre eles o Irani Pinto, Sivuca e o Zé Menezes. Os arranjos e regência é do maestro Vicente Paiva. Confiram aí essa pérola…
Miguel Gustavo – MPM Propaganda (1972)
Em 1950 começou a compor jingles tendo se notabilizado nesta atividade com vários jingles de grande repercussão podendo ser destacado o que foi composto para as Casas da Banha com aproveitamento da melodia de Jesus, alegria dos homens de Johann Sebastian Bach. Sua primeira música gravada foi Primeiro amor, interpretada por Luiz de Carvalho, Os Tocantins e Dilu Mello em gravação Continental lançada em julho/agosto de 1946.
Em 23 de setembro de 1947, Ataulfo Alves gravou na Victor o samba O que é que eu vou dizer em casa, de sua autoria e Miguel Gustavo. Foi seu primeiro sucesso musical.
Em 1953 voltou a fazer sucesso com É sempre o papai, um baião de sua autoria que Zezé Gonzaga gravou na Sinter.
Mais tarde veio o ciclo dos sambas de breque com Moreira da Silva: O conto do pintor, O rei do gatilho, O último dos Moicanos, O sequestro de Ringo, O rei do cangaço e Morengueira contra 007.
Em 1963 compôs um jingle para o Leite Glória que até hoje é lembrado por muita gente pela forma moderna e criativa que a letra falava sobre as características do produto.
A música A dança da boneca, gravada pelo Chacrinha para o carnaval de 67 foi, depois, transformada no prefixo do Programa do Chacrinha com ligeiras modificações na letra e se popularizou pelo Brasil inteiro.
Para a Copa do Mundo de 1970, no México, ele criou o extraordinário Pra Frente Brasil ao participar de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos. O sucesso foi tanto que no carnaval do ano seguinte a música figurou entre as mais cantadas e até hoje é lembrada com carinho pela torcida brasileira.
Umas das principais características dos jingles de Miguel Gustavo eram as introduções marcantes que muitas vezes se tornavam um prefixo do próprio jingle e podiam ser consideradas melodias independentes dentro da peça, de tão bem estruturadas e fortes.
*Fábio Dias com dados fornecidos pela collectors.com.br