Som Brasileiro Vol. 2 (1976)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta mais uma coletânea de MPB da melhor qualidade. É o segundo volume de “Som brasileiro”, lançado em 1976 pela EMI-Odeon (depois EMI e hoje Universal Music), na mesma linha do primeiro, que o TM já nos ofereceu. Em suas onze faixas, iremos encontrar muita coisa boa. Para começar, temos o dueto de Mílton Nascimento com Beto Guedes em “Nada será como antes”, extraído do álbum duplo “Clube da Esquina”, lançado em março de 1972. Dele também é a faixa “Trem azul”, com Lô Borges. Edu Lobo aqui comparece com “Vento bravo”, faixa de seu LP de 1973, oficialmente sem título mas conhecido como “Missa breve”. O inesquecível Zé Rodrix vem com sua versão do clássico “Casa no campo”, que fez com Tavito, gravada em 1976 para o álbum “Soy latino-americano”. Talentosa cantora e compositora, Sueli Costa vem com “Vamos dançar”, gravação de 1975. O grupo Som Imaginário, conhecido por acompanhar Mílton Nascimento em discos e shows, apresenta aqui  uma composição de seu tecladista Wagner Tiso, “Armina”, gravação de 1973 pinçada do álbum “Matança do porco”. Dorival Caymmi, o poeta seresteiro da Bahia, interpreta aqui “Dona Chica (Francisca Santa das Flores)”, gravação de 1972. Gonzaguinha, o eterno aprendiz, mostra aqui “Mundo novo, vida nova”, música com a qual concorreu no II Festival Universitário de MPB, da TV Tupi do Rio de Janeiro, em 1969, defendida por Claudette Soares, mas que ele próprio só viria a gravar em 1972. Compositor, cantor e pianista ainda hoje em atividade, João Donato aqui comparece com “Terremoto”, parceria com Paulo César Pinheiro e faixa do álbum “Quem é quem”, de 1973. Músico completo, Egberto Gismonti aqui nos mostra “Janela de ouro (A traição das esmeraldas)”, faixa extraída do álbum “Água e vinho”, de 1972. E, para encerrar com chave de ouro, “Sinal fechado”, de e com Paulinho da Viola, música com a qual ele venceu o quinto (e último) festival de MPB da antiga TV Record de São Paulo, em 1969. Enfim, um disco primoroso e repleto de bons momentos de nossa música popular. Confiram.

nada será como antes – milton nascimento e beto guedes

vento bravo – edu lobo

casa no campo – zé rodrix

vamos dançar – sueli costa

armina – som imaginário

dona chica – dorival caymmi

trem azul – lô borges

mundo novo vida nova – gonzaguinha

terremoto – joão donato

a janela de ouro – egberto gismonti

sinal fechado – paulinho da viola



*Texto de Samuel Machado Filho

VI Festival Internacional Da Canção Popular – Parte Nacional – As Favoritas (1971)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Aqui vamos nós com mais um albinho da melhor qualidade. Uma seleção musical para quem gosta e se lembra dos grandes festivais de música popular. Aqui temos reunidas algumas das músicas favoritas do público (segundo a Rede Globo), no VI Festival Internacional da Canção Popular, realizado em 1971, pela Secretaria Municipal do então estado da Guanabara. Era um período onde a ditadura militar corria solta e nossos artistas passavam maus bocados, sendo sempre ‘tosados’ em suas criações. Foi também um momento onde grandes nomes da MPB estavam de volta. O cantor e compositor Gutemberg Guarabyra era o diretor musical do festival e sugeriu um plano para minar de vez os abusos da Censura. Convidou grandes artistas, como Chico Buarque, Sérgio Ricardo, Tom Jobim, Edu Lobo, Vinícius e outros para participarem como ‘convidados”, uma espécie de ‘hors concours’ . Mas a ideia era bem outra, na verdade nenhum desses artistas iram se apresentar, o negócio era fazer protesto em forma de desistência na última hora, colocando em sinuca o Governo Militar, frente aos olhos do mundo. Mesmo sem a participação desse time de estrelas, o VI Festival teve lá sua glórias. Foi nessa edição que nasceram músicas como “Desacato”, de Antônio Carlos e Jocafi, defendida por Claudia; “Você não tá com nada”, de Silvio Cesar, com Marlene; “Casa no campo”, de Zé Rodrix e Tavito e outras que vocês podem conferir neste lp. Quem faturou o primeiro lugar foi o Trio Ternura, interpretando “Kiryê”, de Paulinho Soares e Marcelo Silva. Se eu não tiver enganado, muitas dessas músicas aparecem aqui, em suas versões  primárias, exclusivamente lançadas neste álbum da Som Livre. Quer conferir? Então peça que eu mando lá para o GTM. Como eu já havia dito, os ‘toques’ só chegam por e-mail se alguém no grupo pedir 😉
lourinha – marilia pêra
américa do sol – lucinha e osmar milito
kyrie – trio ternura
desacato – claudia
julia – odylon
é proibido pisar na grama – betinho
você não tá com nada – marlene
voltar eu não – golden boys
mêdo – jacks wu
canção prá janaína
palavras perdidas – maysa
casa no campo – zé rodrix

Corrida Do Ouro – Trilha Sonora Original Da Novela (1974)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Agosto chegou e eu também. Estou de volta para retomarmos os nossos toques ‘fonoaudiomusicais’. Neste fim de semana, logo que pude, fui procurando colocar em dia as nossas correspondências e postagens, atendendo aos pedidos para restaurar antigos toques. Infelizmente, alguns títulos postados, eu não terei como repor imediatamente. Pretendo para esses refazer os arquivos que antes não estavam devidamente completos, com contracapas, selos e encartes. Peço aos solicitantes que tenham um pouco mais de paciência e aguardem…
Para recomeçar, eu pensei em fazer desta uma semana temática, dedicada, mais uma vez, às trilhas sonoras de novelas. Gosto muito de trilhas, em geral sempre trazem coisas que a gente não ouvirá em outros discos. Músicas e artistas que muitas vezes acabam ficando limitados, apenas como parte da trilha, algo parecido também com os compactos, não é mesmo? Por outro lado, me lembrei agora, que já havia planejado uma outra estratégia de programação, manter (até quando for possível) um esquema onde pudéssemos dedicar cada dia à um tipo de disco/artista, como já venho fazendo com as sextas feiras de independentes e os sábados de coletâneas. Sei que estou arrumando mais sarna para coçar, mas vamos tentar… Adotaremos as segundas feiras então para as trilhas, ok? Amanhã, quem sabe, pode ser para os clássicos e eruditos. Também tenho muitos títulos nesses gêneros e gostaria de mostrar a vocês.
Pois bem, seguimos então com a trilha do dia. Temos aqui a da novela setentona da Rede Globo, “Corrida do Ouro”, levada ao ar no horário das 19 horas. As músicas que fazem parte dessa trilha são todas do genial Zé Rodrix, numa de suas melhores fases de criação. Aliás, o Zé Rodrix, eu considero, foi um dos nossos maiores compositores ‘de encomenda’. Quero dizer, um daqueles compositores que melhor soube criar encima de trabalhos encomendados. Não foi por acaso que ele criou alguns dos mais bonitos e criativos jingles da propaganda brasileira. O Zé era fera! Nesta trilha, produzida por Guto Graça Mello e Eustáquio Sena, temos 12 temas interpretados aqui não apenas pelo seu criador, mas também por alguns artistas do ‘cast’ da Som Livre. Os arranjos são do próprio Zé Rodrix. Um excelente disco, vale conferir 😉

gerações – zé rodrix
quem sabe – montesuma
laranja da terra – eustáquio sena
gilda – orquestra som livre
olho d’agua – golden boys e trio esperança
corrida do ouro – zé rodrix e coral som livre
teresa – betinho
nem pensar – sandra brea
a bem da verdade – edy star e zé rodrix
agora – orquestra som livre
indecisão – betinho
granizo – orquestra som livre

Zé Rodrix & A Agência De Mágicos – Quem Sabe Sabe, Quem Não Sabe Não Precisa Saber (1974)

Em agosto, logo no segundo mês da ‘ressurreição’, eu havia postado aqui o primeiro disco solo do Zé Rodrix. Um grande toque musical. Agora trago o segundo que é tão bom quanto o primeiro. Uma continuação do trabalho anterior em 12 faixas afiadas. Acompanhado pela banda Agencia de Mágicos, Zé acertava em cheio na sonoridade que o disco carregava. Eu não sou crítico e nem quero ficar floriando mut neste post. Quem já conhece o Zé Rodrix sabe que vai sempre encontrar coisas boas. Sua experiência ao longo da carreira com grupos tão díspares como o Momento Quatro, Som Imaginário e o famoso trio Sá Rodrix & Guarabyra, conferem a ele uma versatilidade única. Eu ainda não ouvi um disco do cara que pudesse chamar de ruim. Suas composições têm brilho próprio. Este é mais um toque prá lá de musical, vai fundo…

01 – Quem sabe sabe quem não sabe não precisa saber(Zé Rodrix)
02 – Muito triste (Zé Rodrix)
03 – Compota de cereja (Zé Rodrix)
04 – Roupa prateada (Zé Rodrix)
05 – A volta do filho pródigo (Tavito – Zé Rodrix)
06 – Muro da vergonha (Zé Rodrix)
07 – Circuito universitário (Maxine – Zé Rodrix)
08 – Noite de sábado (Tavito – Zé Rodrix)
09 – Um rock pras futuras gerações(Zé Rodrix)
10 – Cadeira vazia nº 2 (Luiz Carlos Sá – Guarabyra – Zé Rodrix)
11 – Os bons velhos tempos (Estão de volta outra vez) (Zé Rodrix)
12 – Não perca o final – A roupa nova do rei (Zé Rodrix)

Zé Rodrix – I Acto (1973)

Zé Rodrix em seu primeiro disco solo após ter deixado o Sá e o Guarabyra. É um álbum maneiro como só o Zé sabe fazer. Suas músicas tem a capacidade de envolver as pessoas, assim como os seu jingles de comerciais. Depois de ouvir o disco pela segunda vez a gente já assimila vários trechos das suas músicas. Este álbum é sem dúvida (para mim) o melhor disco solo do Zé Rodrix. Chamo a atenção para as faixas “Casca de caracol”, “Eu preciso de você pra me ligar” e “Quando você ficar velho”. Para quem tem mais de 40, esse disco é memorável. Escutem! Esse cara é muito bom!