Bom dia a todos! As férias acabaram e a rotina do corre corre está de volta. Por isso, antes que o tempo me tome, deixa eu fazer logo a postagem. Eu já havia anunciado há tempos atrás que depois de completarmos três anos algumas coisas poderia mudar por aqui. Me refiro especialmente ao ritmo das postagens. Talvez eu não consiga mais manter a sequência diária, pois já estou prevendo para este próximo semestre outras atividades, que certamente irão me ocupar por completo. De qualquer forma, procurarei não deixar a fonte secar, mesmo porque eu adoro isso aqui 🙂
Para começarmos a semana, vamos resgatar do limbo outro disquinho de 10 polegadas muito interessante. Temos desta vez o maestro, arranjador e pianista gaúcho Romeu Fossati, acompanhado de sua orquestra, num álbum lançado pelo selo Mocambo, em 1955. Romeu Fossati é mais um dos grandes nomes da era de ouro do rádio no Brasil, hoje praticamente esquecido. Romeu começou sua jornada ainda em Porto Alegre. Trabalhou com diversas orquestras, grupos musicais e artistas, tanto em rádios do sul como também em grandes emissoras, como a Rádio Nacional. Embora existam diversas citações na rede sobre o nome deste artista, pouca coisa sobre sua biografia ou atuação artística podem ser encontradas. Sei que ele gravou outros discos e também acompanhou muitos outros, mas eu mesmo, só conhecia este disco. No álbum temos duas músicas de sua autoria, uma versão para “Sábado em Copacabana” de Dorival Caymmi e Carlos Guile e também alguns temas clássicos internacionais do rádio. Confiram a bolachinha…
Ainda a tempo, incluo aqui um trecho do e-mail enviado por Romeu Fossati Filho, o qual nos apresenta melhor o seu pai:
Para minha surpresa, achei esse blog com o disco Músicas de Boite de Romeu Fossati (1906-1996), e gostaria de fazer algumas observações sobre seus comentários. Ele era Maestro, Arranjador e Pianista. Em Porto Alegre, Foi Maestro e Pianista na Rádio Farroupilha e Diretor Artístico da Rádio Difusora, em 1940. Após sua chegada definitiva ao Rio de Janeiro, em 1948, passou a atuar na música popular. Na Rádio Nacional, onde trabalhou por 16 anos, era um dos Diretores Musicais do Programa Cesar de Alencar, junto com Leo Peracchi e Radamés Gnatalli. Após produzir vários discos pelo selo Mocambo, inclusive esse de vocês, chegou a Diretor Musical da Gravadora. O fato de ser gaúcho e a proximidade da Argentina o fez um especialista em tangos, tendo gravado diversos discos como ‘Romeu Fossati e sua Típica’. Já no fim da década de 50 e início dos anos 60, gravou seus melhores discos para o selo Polydor, sob o pseudônimo de Tito Romero, como ‘Sambas Maravilhosos’, ‘Boleros Maravilhosos’, ‘Tangos Maravilhosos’ e Outros. O disco ‘Sambas Maravilhosos’, que infelizmente, não possuo nenhum exemplar, foi sua melhor obra, resumindo em som e estilo de fim de noite, o apagar das luzes de toda uma era, como o seu arranjo para ‘Suas Mãos’ de Antonio Maria e Pernambuco (para quem não conhece a música, no Youtube há uma versão da Maysa, de 1959). Após o fechamento da Radio Nacional, dedicou-se novamente ao piano clássico, tocando nas Orquestras Sinfônicas do Teatro Municipal e da Rádio Ministério da Educação. Nunca se interessou por uma carreira-solo em piano clássico, mas tinha excepcional formação para tocar em orquestra, desenvolvida e aprimorada com o famoso Professor Fontainha. Poucos pianistas no mundo poderiam dizer que tocaram o Pássaro de Fogo de Stravinsky, de primeira vista. E, finalmente, meu pai nunca foi violoncelista.
melancolie
voltarei
adormentarme cosi
usted
les feuilles mortes
águas passadas
sábado em copacabana
blue gardenia