Olá amigos cultos e ocultos! Esta semana promete! Mas eu só não vou jurar para não haver frustrações. Fiquem ligados, pois a fonte está cada vez mais cheia, para matar a sede e lavar a alma 🙂
Hoje eu estou trazendo um disco que me foi apresentado há alguns dias atrás. Trata-se (obviamente pela capa) de música nordestina, forró ‘in natura’. Os 3 do Brasil foi um grupo formado em São Paulo, na década de 70, por três artistas nordestinos: Benício Guimarães, Edson e Durval Vieira. Pesquisando daqui e dalí, eu só encontrei alguma informação sobre trio no blog Forró em Vinil. Por lá foi postado o primeiro álbum do grupo, gravado, segundo suas informações, em 1977. Na minha investigação, descobri que o trio gravou apenas dois disco, sendo este, “Coisas Proibidas” o segundo, lançado possivelmente também no final dos 70, mas sem a data certa. Talvez vocês estranhem um pouco o fato de eu estar dando tanta importância a um grupo musical desconhecido, para uma grande maioria. E seria mesmo de estranhar toda a minha atenção para com esta postagem, não fosse um fato curioso, que é o motivo principal do disco estar aqui. Temos um álbum lançado pelo obscuro (ou independente) selo EAE, com doze músicas, sendo todas de autoria de Durval Vieira, exceto a última, “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O fato curioso está justamente nesta música. Vocês precisam ouvir. Talvez a mais tradicional música nordestina, em “Coisas Proibidas” ela aparece como um autêntico jazz (e ainda por cima progressivo!). Levei um tapa na hora em que ouvi isso. A faixa destoa quase que totalmente do resto do disco. Não há nada em comum além do fato de ser “Asa Branca”. Eu primeiro fiquei sem entender nada. Depois, aos poucos, a ficha foi caindo. Deduzi que nesta faixa não há nada dOs 3 do Brasil. A gente percebe que em algumas músicas, o trio contou com a participação de outros músicos. Em alguns arranjos há a presença de instrumentos de sopro (sax e flauta). Haviam, com certeza, um apoio instrumental para aquelas músicas. Eu suponho que na falta de uma última música para completar o disco, eles resolveram deixar que os instrumentistas gravassem “Asa Branca” nesta versão curiosíssima (curiosa em relação ao disco). Vale a pena ouvir este álbum, mesmo fritando mais que água no óleo quente. Confiram…
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anda depressa
caminho de santos
riacho da pedreira
entortou a boca da égua
mulher ciumenta
chora
quero um beijinho
não sei se vou…
estória do largato e o sabiá
sai de perto dele
você diz…
asa branca