Depois de postados aqui os dois primeiros discos deste projeto “Canções Velhas Para Embrulhar Peixes”, chegamos ao terceiro e último volume, lançado em 2018, dois anos após o volume 2. Apesar do espaçamento, esse intervalo de dois anos entre os volumes, o trabalho num todo se mantem coeso sem perder sua originalidade e beleza. Neste terceiro volume, o nome do poeta arrudA (assim mesmo que escreve, com a última letra maiúscula) já aparece com destque nessa parceiria e também participa das gravações com suas intervensões poéticas. Mais uma vez, um trabalho nota 10! Não deixem de conferir!
Desta vez temos o grupo mineiro de rock progressivo, aliás, bem mais que um grupo de rock, em sua maturidade o Sagrado Coração da Terra é um grupo de música progressiva, onde estão presente diferentes elementos, frutos da vivência de Marcos Viana, compositor, violinista, cantor e produtor, figura que está a frente deste projeto musical desde sua criação em 1979. Este cd, Sacred Heart Of Earth, lançado em 2001 é uma coletânea que reune um pouco dos cinco primeiros discos do grupo. Mais um disco bem bacana, mas que infelizmente não foi editado em vinil.
Seguimos aqui com um lançamento de 1997, “Parabelo”, de Tom Zé e Jo(Zé) Miguel Wisnik. Trilha sonora originalmente composta para este espetáculo de dança do renomado Grupo Corpo. Um trabalho musical dos mais interessantes e curiosos no sentido de que acabou caindo também no agrado do pessoal que gosta e dança forró. Uma trilha que atendende não apenas ao propósito legítimo do espetáculo, vai além, inspirando sanfoneiros e forrozeiros universitários.
Então… para não perdermos o fio da meada, aqui vai logo o segundo volume de “Canções Velhas Para Embrulhar Peixes”, este, lançado dois depois do primeiro, em 2015, mantendo as mesmas características conceituais de capa e o mais importante, o conteúdo poético-musical dessa feliz parceiria, Peri Pane e arrudA. Muito lindo este volume 2. Não deixem de conferir. Pra semana vem o terceiro, aguardem. 🙂
Mais uma joinha aqui no nosso Toque Musical, desta vez destacando a cantora e compositora paulista Ná Ozzetti em um disco dos mais interessantes, “Balangandãs/’, uma releitura de uma série de sucessos que fizeram parte do repertório de Carmem Miranda. Disco lançado em 2009, produção independente, Ná Records.
Certa vez, recebi através de um ‘amigo culto’, um cd que ele havia me enviado, recomendando sua postagem aqui no Toque Musical. Como se tratava de um cd recém lançado e até então nossas publicações eram exclusivametne de lps/vinil, o disquinho prateado acabou ficando meio de lado e confesso, nem cheguei a ouvir. Demorou uns dez anos para que um dia, no acaso, eu resolvesse então olhar direito e ouvisse também, esse tal cd. Esse tal disquinho, no caso, é este ‘discão’ (no melhor sentido da expressão) que hoje eu apresento. “Canções Velhas Para Embrulhar Peixes” foi uma das coisas mais encantadoras que ouvi nesses últimos tempos. Um trabalho totalmente acústico, de uma beleza musical cuja sensibilidade também transborda nas letras originais, verdadeiras poesias. E tudo isso é obra de Peri Pane, um artista dos mais interessantes. Além de músico e compositor é também um artista performático.
“Canções Velhas Para Embrulhar Peixes” foi um projeto de múisca e poesia, em parceiria com o poeta arrudA. Se eu já estava encantado com este cd, fiquei mais ainda ao saber que esse projeto rendeu três discos, ou seja, três volumes lançados, este primeiro em 2012, depois veio o segundo volume em 2015 e completou a tríade em 2018. Adquiri os outros dois volumes, todos feitos, pelo menos as capas, de forma artesanal, usando restos de caixas de papelão com arte em spray, aerógrafo, talvez. Isso deu ao trabalho ainda maior originalidade, sendo que por mais que parecidas as capas nunca são iguais, pelo menos nas cores. Na primeira edição, inclusive, o lançamento era numerado. Infelizmente, alguém que gostou desses discos mais do que eu, acabou no meu discuido. Por sorte, consegui entrar em contato com o Peri e com ele adquirir os três volumes, com direito a autógrafo para ficar bem claro que esses aqui tem dono. 🙂
Por hoje, vou puclicar aqui só o primeiro volume, mas já aviso que os outros dois virão em seguida. Tenho certeza que muitos aqui que ainda não conhecem vão adorar. Música boa pra gente boa 🙂
Nosso disco de hoje é mais uma belezinha digital, que não poderia passar batido aqui nessa nossa mostra exclusiva de lançamentos em cd’s. “Qualquer Canção – Chico Buarque” dá logo a dica do que iremos encontrar, um seleção de músicas de Chico Buarque de Hollanda, numa interpretação de cair o queixo, com dois formidáveis artistas, o genial Toninho Horta e seu personalíssimo violão acompanhando um excelente intérprete, o cantor Carlos Fernando, do grupo Nouvelle Cousine, que infelizmente em 2004, veio a falecer vítima de um enfarte.
Este trabalho foi um dos primeiros lançamentos da editora Dubas Música, de Ronaldo Bastos e voltou a ser relançado em 2004, com uma outra capa.
Tabajara Belo e Bruno Pimenta, são dois excelentes músicos mineiros, de sólida formação musical que em 2009 se encontraram para juntos lançarem este excelente cd de música instrumental acústica, apenas violão e flauta. Um trabalho simples, mas de uma beleza ímpar. Gravado em 2009 no Acústico Estúdio, em Belo Horizonte, “Suíte Brasil” reune dez temas clássicos da nossa música popular brasileira, numa releitura carregada de virtuosismo. Muito bom, não deixem de conferir…
Aqui um ‘album’/cd dos mais interessantes, peça importante e decisiva na seleção de cds desta mostra. Trazemos agora “Beneditos”, de 2002, produção do Sesc/SP que reúne os três primeiros trabalhos do artista paraense Bené Fonteles: “Benedito” de 1983, “Silencioso” de 87 e “Aê” de 91. Os três trabalhos foram condensados em apenas um cd. Lembrando que “Silencioso” é um disco conceitual, ou seja, ele enquanto material fonográfico não existe, somente a capa. Quanto a “Benedito” e “Aê”, já foram publicados aqui em outros momentos. Mesmo assim, vale muito a pena conhecer essa produção de um artista que não é músico, mas está sempre rodeado e acompanhado de músicos de primeiríssima…
Temos aqui, “Madeira que cupim não rói”, segundo disco solo do cantor, compositor e multinstrumentista pernambucano Antonio Nóbrega. Entre outras qualidades, nosso artista também é ator, dançarino e um eterno pesquisador das manifestações culturais populares do Brasil. Antonio Nóbrega foi também um dos integrantes do maravilhoso Quinteto Armonial, cujo alguns de seus discos até já publicamos aqui no Toque Musical.
Os trabalhos solos de Nóbrega foram até então, lançados somente em formato cd. Escolhemos este no acaso, considerando que qualquer outro de seus discos são tão bons ou melhores. Eis aqui “Madeira que cupim não rói” que seria uma espécie de continuação do primeiro disco. Tanto, que traz o subtítulo “Na pancanda do ganzá 2”. “Madeira que cupim não rói” é o nome de uma consagrada marcha de bloco, de Capiba, sempre lembrada no carnaval de Recife e Olinda. “Na pancada do ganzá” e “Madeira que cupim não rói” são, antes de tudo, espetáculos que viraram disco. Coisa linda de vê e ouvir.
Começamos outubro dedicado aos cd’s, aos discos da geração digital, lançamentos pensados para este formato que continua sendo a opção mais em conta para os artistas de hoje em dia e também para o colecionador. Aliás, observa-se que o colecionismo fonomusical para o cd tem voltado, ou por outra, diríamos que muita gente aprecia o formato. Além do quê, o cd tem sua própria história, ou seja, tem sua produção e muito desta, ou até mesmo sua maioria, não tem versão em vinil. Daí a necessidade de pontuarmos também essa produção e nessa altura do campeonato, cai também como uma luva em nosso Toque Musical.
E nesta, temos desta vez, mais um artista mineiro, o cantor e compositor Kadu Vianna em seu disco de estréia, lançado em 2003 tranzendo um repertório muito bem selecionado, com músicas próprias e de autores como Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, Edu Lobo e Chico Buarque, seu parceiro Magno Mello e (com destaque) Lô Borges e Fernando Brant com a música que abre o disco, “Flor de Minas”, lindíssima. Este trabalho foi produzido, arranjado e conduzido por Luiz Brasil. Kadu ainda conta com participações especiais de Carlinhos Brown e Jaque Morelenbaum. Tudo isso garantiu ao artista uma super estréia, a altura de seu talento. Confiram…
Outubro começando e a gente aqui, abrindo um mês exclusivo para as edições em formato ‘compact disc’, o CD. E neste segundo dia vamos trazendo o músico mineiro, Marcelo Borges, ou como é conhecido, Telo Borges. Instrumentista, cantor e compositor, mais um da Família Borges, irmão de Lô, Marcio, Marilton e Solange Borges. Aqui temos ele em seu terceiro disco solo, “Centelha no olhar’, uma produção independente, gravado em 2005. Disco bacana, totalmente autoral e com parceirias, entre essas com Milton Nascimento na múisca “Tristesse”, que em 2013 faturou o Grammy Awards.
Abrimos outubro com uma nova proposta para o mês… Que tal uma mostra voltada apenas para as produções musicais lançadas em cd’s? Em outros momentos já publicamos no Toque Musical produções em cd’s, isso não é novidade. Mas considerando que a partir do sugimento do compact disc muitos artistas e produções importantes ficaram limitadas a apenas esse formato. Alguns até ganharam versões em vinil, mas isso é para poucos e mesmo assim há também a questão de adaptação, do conceito que diferencia os dois formatos. É mais fácil colocar um lp em um cd do que o contrário. A produção em cd permitiu ao artista, entre muitas coisas, a facilidade em gravar um disco longo, coisa que se em formato lp poderia gerar um álbum duplo ou triplo, coisa que poucos irão querer produzir. Enfim, por essas e muitas outras, achamos que devemos também dar um toque naquilo que percence a geração compact disc laser. Daí, neste mês de outubro vamos postar apenas publicações lançadas em cd’s. E pelo jeito, este formato também vai passar a fazer parte comum em nossas postagem, pois só trinta dias não bastam, não é mesmo?
Então, pra começar, ainda vibrando e sentido ecoar o rock e as guitarras, vamos trazendo aqui este cd, procução independente, gravado e lançado em 2005, da banda de Belo Horizonte, Jardim Elétrico. Um ‘power trio’ de rock instrumental, com músicas autorais, que impressionam pelo seu vigor e qualidade da banda. Infelizmente, não foi possivel achar informações sobre o Jardim Elétrico, mas certamente foi um desses muitos projetos que rolam na cidade, duram um tempo e depois ficam só na lembrança. Então, já que é para lembrar, aqui está… Confiram, pois é bem legal 🙂
Fechando então o nosso mês ‘hard-punk-metálico’ ou coisa parecida, temos hoje o Harppia, banda paulista que surgiu no início dos anos 80, sendo considerado um dos grupos pioneiros no gênero ‘pauleira’. Como o Stress, que vimos em postagem anterior, o Harppia disputa o título do primeiro disco de hard/metal gravado no Brasil. Este disco foi relançado também em cd e ao que parece, com faixas bonus. Aqui e mais uma vez, produção de Luiz Carlos Calanca e sua Baratos Afins.. O
Bicho tá pegando? Que nada! Vamos desestressar… Setembro é só mais uma semana, hehehe… E por hora, vamos de rocks e toques. Desta vez com a pioneira banda paraense, Stress, que nasceu no final dos anos 70. Segundo as fontes, o Stress foi a primeira banda brasileira a lançar um disco de heavy metal e que no caso, seria este, produção independente. Gravado em apenas 16 horas e de maneira precária, o resultado não estava agradando ao pessoal da banda que acabou abandonando o estúdio. Porém levaram uma cópia da gravação e pelo que dizem, foi desta que se originou o presente lp. O Stress se tornou uma lenda no universo do metal, reconhecida internacionalmente pelo seu pioneirismo e certamente é também a que está a mais tempo em atividade.
Seguindo, vamos desta vez trazendo a banda Taffo e seu álbum “Rosa Branca, lançado em 1990 pelo selo Epic, da CBS. Taffo foi um projeto ‘metálico-pop’ do guitarrista Wander Taffo. Um dos grandes nomes da guitarra que, infelizmente nos deixou muito cedo, com apenas 54 anos. Wander Taffo foi um músico que iniciou sua carreira nos anos 70. Teve várias bandas e também tocou com diversos artistas do rock, pop e mpb. Nos anos 80 formou a banda pop, Radio Taxi, juntamente com os ex-integrantes da banda de apoio de Rita Lee, da qual também chegou a fazer parte. Fez muito sucesso com o Radio Taxi, mas acabou seguindo carreira solo onde lançou três discos, sendo este um deles. Em “Rosa Branca” temos um grupo com cara de metal, mas com a mesma essencia pop do Radio Taxi. Os músicos são competentes e fazem bem o seu trabalho, a produção é boa, mas de alguma forma falta algo de original. Ou ainda, pela capa e estampa dos ‘boys’, quem não conhece, esperaria mais rock’n’roll.
Uma coisa que não podemos deixar comentar aqui e mais uma vez é o empenho de Luiz Carlos Calanca e sua emblemática Baratos Afins. Foi por lá que muitas bandas de rock e também artistas alternativos tiveram vez, um registro em vinil de suas produções e que por certo precisa ser preservada na memória fonomusical brasileira. E eis aí a Baratos Afins contribuindo e fazendo história. Não dá pra falar de rock no Brasil sem passar pela Baratos… Aqui, um disco dos mais interessantes, Bagga’s Guru – Pirata. Trata-se de uma gravação realizada em 1977 do grupo de rock Bagga’s Guru, recuperada e lançada em 1984. Embora a gravação seja modesta, vale a pena escutar o Bagga’s Guru. O lp, com certeza, ainda pode ser adquirido na loja. Tem capas com cores diferentes (azul, preto, amarelo e verde). O Bagga’s teve um segundo lp, também lançado sob o auspício de Calanca.
Outro disco que vale a pena o nosso toque musical é este ‘pirata oficial’. No caso, um registro ao vivo e dos mais “inspirados’ (em todos os sentidos e derivações da palavra) com Arnaldo Baptista e a Patrulha do Espaço, banda essa que surgiu para acompanhá-lo e depois seguiu em vôo solo. Conforme já nos fala a contracapa, este disco foi lançado para comemorar, os então, dez anos de formação do grupo ao lado de Arnaldo com registros de ensaios e do lendário show no Teatro São Pedro, em SP. Sem pretenção, essas gravações históricas acabaram sendo usadas para esse lançamento. Agora, já imaginou isso bem produzido com a devida qualidade de uma gravação ao vivo, ou melhor ainda em estúdio? Seria (muito mais) um discão, heim?
Conforme o combinado, neste mês de setembro, nossas postagens seriam dedicadas ao rock, à bandas a partir dos anos 70. Por certo, trinta dias não seriam suficientes para essa mostra, mas a coisa aqui já está chegando na base do sorteio. É puxar da estante ou dos arquivos digitais e oque vier primeiro vai ser isso aí… E olha só, hoje deu Karisma, banda paulista que se destacou no cenário dos anos 80 com este seu único, porém muito bom, álbum, “Sweet Revenge”, lançado em 1982 pela incansável Baratos Afins.
O Karisma foi uma banda de Santo André/SP, segundo contam, uma das primieras bandas da cena metal brasileira a cantar em inglês. Karisma era um trio formado pelos irmãos Helmut Fritz e Rudolf Leschonski e o baixista Nelson Foutain. Este disco voltou a ser relançado no formato cd e em duas versões com faixas extras e encartes.
Oportunidade boa pra gente postar este disco dos irmãos Vecchione, o Made In Brazil. Já que estamos na ‘vibe’ do rock, eis aqui um disco que merece destaque. Aliás, já faz tempo que estavamos para publicar este, que se não for o melhor lp da banda, com certeza está entre os melhores e o mais autêntico. “Paulicéia Desvairada” foi lançado em 1978, pela RCA, com direção de Osmar Zan e Ezequiel Neves, arranjos e regências de Daniel Salinas. A banda em sua melhor formação, ainda conta com participações prá lá de especiais, tipo Tony Osanah, Lucinha Turnbull, Bolão, Tibet e outros… Um trabalho realmente original que vale a pena (re)conhecer.
Hoje vamos com um disco/banda, que por certo, não poderia faltar neste mês de ‘rocks e afins’. Aqui temos “O Culto Secreto do Anjo Gabriel”, disco de estréia do grupo pernambucano Anjo Gabriel. Uma superprodução em álbum duplo para fazer jus a um trabalho singular, que nos remete a uma psicodelia retardada (no bom sentido, claro), como aquele ácido que só bateu depois… No caso aqui há uns 50 anos ou mais. O som da banda é um retorno a uma atmosfera sessentista e a uma mesclagem de bandas progressivas, psicodelicas e pitadas de krautrock. Um prato cheio num tempo de pratos rasos.
Mais uma banda de rock para o nosso toque musical. Desta vez, temos o Intelligence, um grupo de hard rock que nasceu nos States, liderado pelo guitarrista Claudio Celso. O grupo estava em São Paulo para fazer um show de apresentação para um produtor da RCA Victor, buscando o lançamento de um lp. Até então o grupo era formado por Cláudio Celso, o baixista Pedro Infantozzi, seu irmão Albino Infantozzi e um vocalista americano. Mas foi na passagem de som, onde por acaso estava no comando o vocalista do Tutti-Frutti, o versátil Simbas, que a coisa tomou outro rumo. Simbas, no ajuste do som, cantou algumas coisas com o grupo o que acabou impressionando o produtor. Este, por sua vez, condicionou a produção do disco, desde que Simbas assumisse os vocais. E assim acabou acontecendo. Em 1986 era lançado então o Intelligence. Um disco bem produzido, um quarteto afinado e sob os cuidados de uma grande gravadora. Conseguiram emplacar pelo menos um sucesso, a excelente, “Manhê”, um hard empolgante que hoje em dia já se tornou um clássico. Excelente banda, mas que infelizmente ficou apenas neste disco.
E aqui mais uma superprodução do Luiz Carlos Calanca e sua Baratos Afins… Ratos de Porão e seu luxuoso álbum “Descanse em paz”. Luxuoso por se tratar de um lp de capa dupla e incluíndo encarte, coisa então rara para uma banda punk/hardcore/metal. Mas o álbum é num todo super bem produzido e para muitos é considerado o melhor disco da banda de João Gordo. Para outros, os punks ‘raiz’, foi considerado uma traição ao movimento porque neste lp a influência é o metal, o trash metal.
Mais um disco para a nossa temporada ‘hard-metalizada-tupiniquim’… Desta vez, temos o Centúria, um dos conceituados grupo de hard/metal paulista da geração 80. Gravaram dois lps ao longo da existência da banda, sendo este, “Última Noite” o primeiro, em 45 rpm, lançado numa produção de Luiz Carlos Calanca e sua editora/selo Baratos Afins, em 1986. Logo após o segundo disco, “Ninja” o Centúrias encerrou as atividades. Porém, algum tempo depois, Calanca relançou na versão digital os dois discos em um só cd, com direito a extras que não haviam entrado nos discos originais. Certamente, ainda é possivel encontrar as duas versões na loja.
Alguém já disse que rock só funciona bem cantado em inglês. Com certeza, alguns tipos de rock só rola mesmo se for em inglês, inclusive por conta de sua fonética. O heavy metal é um bom exemplo. Já imaginaram um Led Zeppelin cantado em português? O mesmo vale para diversas outras bandas do gênero metal. Aqui no Brasil sempre tivemos músicos excepcionais capazes de tocar rock, talvez até melhor que muito americano, ou inglês… Mas o que pega mesmo é a língua. Isso acaba sendo um problema principalmente para o vocalista/cantor, tentar driblar o som das palavras. E por outra, buscando uma equivalência até mesmo na ‘poesia’, o que acaba parecendo um arremedo.
O Inox me soa algo assim. Uma super banda, com músicos talentosos. Formada por Paulinho Toledo nos vocais, Fernando Costa na guitarra, Segis CApuano no baixo e o grande Rolando Castello Junior (Patrulha do Espaço). Gravaram apenas este lp, um álbum bem produzido, mas que não recebeu a devida atenção da gravadora na hora da divulgação. A coisa ficou limitada a ‘cena Galeria do Rock’. Aqueles anos 80 estavam mesmo de amargar para o rock’n’roll.
Seguindo em nossa onda rock’n’roll, vai aqui o Mutilator, uma banda de thrash/death metal formada os anos 80, dentro da cena metal de Belo Horizonte. Eles lançaram dois lps pela lendária Cogumelo Records e também participaram de coletâneas. “Into The Stranger” foi o segundo disco, lançado em 88 e já com outra formação. Dois dos membros originais saíram, Rodrigo e Ricardo Neves, entrando em seus lugares Armando e CM. Kleber e Magoo fizeram deste um trabalho bem mais elaborado, com uma produção de qualidade, mas que não garantiu a continuidade da banda que se desfez pouco tempo depois. Passados quase trinta anos, o Mutilator retomou seus trabalhos, desta vez ressucitado pelos irmãos Neves, que haviam deixado a banda ainda nos anos 80. Ao que parece, a banda continua na ativa.
Atendendo aos pedidos daqueles que sabem que nosso canal de comunicação e comentários é o velho e bom e-mail (toquelinkmusical@gamil.com), vamos aproveitar o mês de setembro para continuar postando algumas curiosidades do rock brasileiro. No caso, bandas dos últimos 40 anos…
E nesta, vamos hoje com a banda de blues/rock paulista, Ave de Veludo em seu primeiro e único disco, produzido e lançado em 1984 por Luiz Calanca e seu selo Baratos Afins. Entre muitas coisas boas que o selo lançou, este por certo, está entre os melhores. Um trabalho autoral de muita garra, rock e blues rasgados, sujo e com muito peso. Não foi atoa que mereceu uma reedição em cd, incluíndo mais seis músicas. E para surpresa, tanto o lp quanto o cd podem ainda ser encontrados na loja Baratos Afins. E sinceramente, vale muito a pena ter esse trabalho em uma coleção.
Por hora, vamos invernar um pouco nesse tal de ‘rock’n’roll tupiniquim’. Hoje, abrimos a semana com esta coletânea, um ‘split’ com cinco bandas de Sampa lançado pela RGE, em 1985. Na seleção temos a veterana Made In Brazil e bandas então recentes da cena rock paulista, Máscara de Ferro, Di Castro e Sangue da Cidade, Eclipse e Atack. Em outros tempos a gravadora teria lançado essas bandas em discos compactos, o que poderia dar a elas mais visbilidade, mas já nos anos 80 a ordem era as coletâneas em disco de 12 polegadas. Nessa hora, fica até dificil dar um nome para o disco. Mas depois de ouvir fica claro o porque de “Metal Rock”, ao invés de “Rock Metal”. Curiosidade que vale a pena conhecer, inclusive porque boa parte dessas gravações só estão neste lp. Confiram…
Aqui um outro disco de rock para aproveitar o momento… Desta vez temos a banda Patrulha do Espaço em seu quinto lp de estúdio, um disco lançado em memória ao baixista Sérgio Santana, falecido em 1991. Em 92 este lp foi gravado, contando com a participações de Percy Weiss e outros ‘patrulheiros’ e lançado em 93 pelo selo independente Aqualung.
Talvez, muitos de nossos amigos e seguidores possam estranhar nossas últimas postagens, mas é sempre bom lembrar que no Toque Musical não temos conceitos e nem preconceitos. Temos limite, mas para esses não vamos dar nem cartaz. Então, seguindo na empolgação do heavy metal, vamos aqui com outro, “Chaos A.D.”, álbum clássico da banda Sepultura, em sua formação também clássica com Max, Igor, Paulo e Andreas. Lançado em 1993 pelo selo americano Roadrunner Records. É, sem dúvida, um dos melhores momentos da banda.